A odisseia ambiental do Porto do Açu promete novos ( e talvez inglórios ) capítulos

Tive minha atenção chamada por duas postagens no blog do Prof. Roberto Moraes (Aqui!) e (Aqui!) sobre a situação da dinâmica costeira na área do Porto do Açu, e resolvi ir ver no local como anda a situação durante a tarde desta 3a. feira. Mas para ter uma ideia mais ampla da situação, fiz um trajeto desde a Lagoa do Açu até o quebra mar do Porto do Açu para tentar o que está acontecendo por lá.

Primeiro é preciso lembrar que toda a área costeira, especialmente em áreas de formação relativamente recentes, existe um processo dinâmico de construção e destruição. Na região em questão é historicamente afetada pela ação das correntes marinhas e por um equilíbrio instável que é causado pelo aporte de água doce vinda da calha principal do Rio Paraíba do Sul. Além disso,  há que se incluir neste cenário os dois quebra-mares que foram construídos no Porto do Açu. 

Assim levando em conta essa combinação de forças naturais e antrópicas que controlam hoje a dinâmica na paisagem da região em torno do Porto do Açu é que, lembrando o que já escreveu o Prof. Roberto Moraes, riscos da ocorrência de problemas na alteração da dinâmica costeira local já estavam previstos tanto no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) como no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Unidade de Construção Naval da OS(X). tanto que ficou prevista a realização de um programa de monitoramento costeiro cujo intuito seria monitorar e agir em caso de problemas mais sérios.

Pois bem, pelo que eu vi hoje no trabalho de campo, a situação em curso requer realmente que este programa seja efetivamente implementado, pois observei não apenas o problema da erosão na porção central da Praia do Açu, mas também sinais de que está ocorrendo uma intrusão do pacote de areia em direção à Lagoa do Açu. De quebra, o próprio quebra-mar me pareceu continuar sendo um desafio técnico a ser superado, já que notei que as ondas continuam vencendo a barreira, o que pode se agravar em períodos de atividade oceânica mais intensa.

Para ilustrar o que estou dizendo posto abaixo algumas imagens do trabalho de campo que realizei hoje, pois imagens falam muito mais do que qualquer um possa expressar. 

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