O reitor da Uenf e o vaticínio de Romário sobre Pelé

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Acabo de ler declarações dadas pelo reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf),  professor Luís Passoni, ao jornal Folha da Manhã que me fazem lembrar o Romário que disse um dia que o Pelé calado era um poeta.

Por quê? Vejamos a frase que mais me chamou atenção nas falas do reitor da Uenf contidas na matéria intitulada com o sugestivo título de “Quando acabará a greve na Uenf? [1]:

__”Diante desse cenário, a greve como instrumento, embora seja legítima e tenha funcionado bem em outros momentos, nesse momento, fragiliza a universidade”. 

De quebra, o reitor que foi eleito com a promessa de respeitar e ser transparente ainda tascou a seguinte pérola:

___”Então, nesse momento, a gente faria melhor se estivesse buscando manter as atividades acadêmicas e aproveitando esse espaço para discutir também a questão dos rumos que o país está tomando”.

Vamos por partes:

Em minha modesta opinião, o que mais fragiliza a Uenf neste momento é a incapacidade que a reitoria vem demonstrando de apresentar soluções estratégicas para a asfixia  financeira que vem sendo imposta pelo (des) governo Pezão. Por isso, utilizar o espaço dado pela Folha da Manhã e não mencionar o nome do Pezão uma vez sequer aponta uma clara capitulação política e a aceitação das políticas neoliberais que o reitor diz querer combater com uma volta às aulas em condições extremamente precárias.

 Aliás, a reitoria da Uenf não tem conseguido resolver questões básicas como a da segurança e a iluminação do campus no período noturno, por exemplo.  É que as prometidas condições mínimas que o reitor fez em ofício até hoje não se materializaram, e os assaltos e furtos se avolumando no perímetro externo do campus.  Como somos sortudos, ninguém ainda foi morto do lado de fora da Uenf.

 Fico sinceramente intrigado com insistência de se manter as atividades acadêmicas e aproveitando esse espaço para discutir também os rumos que o país está tomando. Se o reitor tivesse se dado ao trabalho de comparecer às rodas de conversa ou ao seminário “Autonomia universitária e o futuro da Educação Fluminense” que a Associação de Docentes da Uenf (Aduenf) realizou na última 5ª. feira, ele saberia que o movimento docente já está fazendo isso, agregando um grande número de professores em discussões de grande profundidade.  Em outras palavras, o reitor da Uenf já perdeu o bonde e ainda não se apercebeu. Mas querem saber, problema dele e não meu.

seminário

Por outro lado, essa insistência toda em terminar com a greve dos professores me parece merecer uma análise mais profunda sobre a que interesses realmente serve. E certamente não são os interesses estratégicos da Uenf. Passamos o semestre passado dando aulas em condições sofríveis de segurança e limpeza, e não vi a reitoria aproveitando o funcionamento normal para qualquer discussão qualificada. Aliás, afinal o que discutem os colegiados desta universidade? Para que tem servido o Conselho Universitário que nem uma mísera nota soltou após quase 2 anos sem verbas de custeio?

Aliás, o que reitor da Uenf deveria mesmo é praticar o lema da campanha que o elegeu e começar a ser transparente e respeitoso, coisa que não tem sido. Se começasse por aí, já teríamos uma grande evolução. Mas querem saber, já não deposito muita expectativas de que teremos o cumprimento de um compromisso que considero básico de uma campanha pela qual trabalhei.

Tenho a dizer que o processo político que foi deflagrado pela decretação da nossa atual greve não tem como ser retrocedido, mesmo que a reitoria consiga o número de votos para encerrar o movimento em nossa próxima assembleia. É que muita gente já acordou para o fato de que só fazendo discussões densas e mais qualificadas conseguiremos sair deste labirinto em que fomos colocados pelo (des) governo Pezão. E isso a  Aduenf vem fazendo com grande sucesso.  

E é por acreditar na capacidade de elaboração que está sendo possibilitada a partir das ações elaboradas pela diretoria e pelo comando de greve da Aduenf,  dos quais tenho a honra de ser membro, no interior do processo de greve que tenho certeza que vamos vencer a batalha e impedir a privatização da Uenf pelo (des) governo Pezão.

Finalmente,  é por isso que eu digo, lembrando de Romário, que o reitor da Uenf calado é um poeta.


[1http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/09/geral/1224822-quando-acabara-a-greve-na-uenf.html

2 comentários sobre “O reitor da Uenf e o vaticínio de Romário sobre Pelé

  1. Você foi de uma gentileza…esse cretino que foi beijar a mão de feijó e recebeu o deputado doce de cachaça não merece tamanha fidalguia…é um cretino, por onde quer que se olhe, e agora, sua verdadeira inclinação vem à tona….

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