O autointitulado agroambientalista Xico Graziano, ex secretário do Meio Ambiente de São Paulo e ex-presidente do Institituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e recentemente saído das fileiras do PSDB, teve um momento de sinceridade (ou seria ato falho) ao retrucar uma postagem feita pelo jornalista da Rede Globo, André Trigueiro, que criticava a volúpia do governo Bolsonaro em aprovar agrotóxicos extremamente perigosos numa velocidade inédita (ver imagem abaixo).
É que Xico Graziano, numa tentativa de ironizar a preocupação de André Trigueiro com a liberação recorde de novos agrotóxicos, disse que o plano do agronegócio é envenenar a população.
Ao contrário do que tentou dar a entender Xico Graziano, a estas alturas do campeonato, não tenho dúvida de que, em nome da busca por taxas maiores de lucro por parte do latifúndio agro-exportador, o governo Bolsonaro está abrindo uma Caixa de Pandora química que ainda trará consequências drásticas para a saúde da população brasileira e para os nossos ecosssistemas naturais.
Além disso, se existisse a tal da “inteligência agronômica” postulada por Xico Graziano, os latifundiários que estão por detrás desse Tsunami de veneno que está sendo aprovado a toque de caixa pelo governo Bolsonaro estariam prestando atenção nos sinais que estão sendo dados pelos principais comerciais do Brasil que estão dando toda a pinta de que irão impor um cerco sanitário aos produtos agrícolas brasileiros por causa do alto nível de resíduos de agrotóxicos. O primeiro sinal dado e ignorado pelos latifundiários foi a exigência da Rússia para que seja diminuído o nivel do herbicida Glifosato na soja brasileira que foi considerado excessivo pelo Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor)
Mas sobre isso Xico Graziano parece ter escolhido o silêncio. E depois quem está “over” é André Trigueiro.