Começou! Rede de supermercados sueca convoca boicote a produtos brasileiros por causa da farra dos agrotóxicos

Johannes CullbergJohannes Cullberg, fundador e CEO da rede de supermercados Paradiset, mandou retirar todos os produtos brasileiros de suas prateleiras por causa da aprovação de 197 agrotóxicos pelo governo Bolsonaro. Cullberg está convocando um boicote generalizado ao Brasil até que o presidente Bolsonaro mude a política de aprovação “fast track” de agrotóxicos.

Desde o final de janeiro, quando a agência de vigilância sanitária da Federação Russa alertou o governo Bolsonaro que iria parar de comprar soja brasileira se algo não fosse feito para diminuir a quantidade do herbicida Glifosato, venho avisando que o Brasil corre o risco de sofrer um banimento generalizado por causa do uso excessivo de agrotóxicos (muitos deles banidos no resto do mundo) em nossas lavouras.

Alheios aos riscos da imposição deste cordão sanitário por causa dos agrotóxicos,  membros do governo Bolsonaro e da bancada ruralista continuaram sua marcha do veneno, o que ficou explícito pela aprovação de 197 agrotóxicos em menos de 6 meses, um verdadeiro recorde nacional.

Hoje, em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente, o Rede França Internacional (RFI) repercutiu uma matéria publicada pelo jornal sueco “Dagens Nyheter” onde é informado que o presidente da rede de supermercados especializados em produtos orgânicos Paradiset, Johannes Cullberg, decidiu retirar todos os produtos brasileiros de suas prateleiras por causa do ritmo frenético de aprovação de agrotóxicos pelo governo Bolsonaro.

boicote suecoManchete do Dagens Nyheter, um dos maiores da Suécia, diz “supermercado sueco boicota produtos brasileiros”.

Mas Cullberg está indo mais longe ainda e está convocando um boicote generalizado de todas as redes suecas  de supermercados em relações aos produtos brasileiros. A razão para isso ele explica no vídeo abaixo, e se resume basicamente sua posição nos seguintes termos “decidimos suspender a compra de todos os produtos brasileiros até que o Senhor Bolsonaro pare sua política louca de permissão de agrotóxicos de forma livre“.  

Cullberg diz ainda para o presidente Bolsonaro “arrumar sua merda e parar com a aprovação “fast track” de agrotóxicos”. 

É provável que a mensagem de Johannes Cullberg caia inicialmente em ouvidos mocos já que a rede que ele fundou e comanda é dedicada a produtos orgânicos que normalmente já não compraria produtos brasileiros produzidos à base de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Entretanto, a sinalização de que Cullberg está propondo um boicote generalizado até que o governo Bolsonaro abandone a sua farra de agrotóxicos não deverá cair em ouvidos tão moucos como os da ministra Tereza Cristina e da bancada ruralista, não apenas na Suécia, mas em outros países europeus onde os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos são bem bem menos tolerantes do que aqueles utilizados no Brasil.