Júlio Bueno como super secretário? O Rio de Janeiro não merece isso!

julio bueno

A imagem acima que reproduz uma nota da jornalista Berenice Seara do jornal “EXTRA” é uma daquelas não notícias que deveriam causar pavor em todos os habitantes do território fluminense. É que Berenice Seara nos dá conta que foi abortada a ideia absurda de fundir as secretarias de Planejamento e Fazenda para entregar o monstrengo resultante disso ao engenheiro cedido da Petrobras, Júlio Bueno.  Mas o simples fato disso ter sido pensado já deveria ser motivo de alarme. É que ao longo dos anos em que secretariou alguma coisa no Rio de Janeiro, o “track record” de Júlio Bueno é, no mínimo, desastroso.

A atuação atual com secretário de Fazenda só não é pior do que quando na condição de secretário de Desenvolvimento Econômico, Bueno levou a cabo as desastrosas expropriações de terras no V Distrito de São João da Barra que deixaram centenas de famílias de agricultores humildes, literalmente sem lenço nem documento.

Felizmente, não se sabe até quando, não teremos Júlio Bueno como “super secretário”. Aliás, melhor mesmo seria retorná-lo à PETROBRAS. Mas isso, em que pese os resultados desastrosos da sua titularidade na Secretaria de Fazenda, dificilmente acontecerá. É que de uma forma até meio macabra, Júlio Bueno é a expressão mais acabada do (des) governo comandado por Luiz Fernando Pezão. E salve-se, quem puder!

Cada coisa no seu tempo. Qual é o impacto dessa mentalidade no ordenamento urbano brasileiro?

Mapa do metrô de Hamburgo na Alemanha: 100,7 km de extensão, 89 estações e 3 linhas para uma população de 1,8 milhões de pessoas. 

Acabo de voltar de uma viagem de trabalho na Alemanha, e confesso que apesar de tantas viagens internacionais, ainda fico chocado com as diferenças brutais que existem no planejamento urbano. Estive em Hamburgo por cinco dias, e não pude deixar de invejar a qualidade dos serviços públicos de transporte que funcionam numa pontualidade alemã. Com uma população de quase 1.8 milhões de pessoas (em torno de 3 vezes mais que a de Campos dos Goytacazes), essa “cidade estado” possui linhas de ônibus, serviços de trem e de metrô que permitem a todo cidadão que quiser evitar o uso de automóveis. E mais, a preços extremamente baratos que, em contrapartida, retornam veículos razoavelmente novos e limpos. Só o metrô possui 100.7 km de rede, 89 estações distribuídas em 3 linhas. 

Ontem, chegando a Campos depois de 4 longas horas na BR-101, eis que ouço um secretário municipal justificando porque na reforma que está sendo feita no centro de Campos, os postes ainda não estão sendo retirados para permitir o trânsito pleno de pessoas portadoras de necessidades especiais. Segundo este secretário, a resposta é simples: cada coisa no seu tempo! E eu me pergunto, como assim, cada coisa no seu tempo? Afinal de contas, não se fazer as obras por completo neste momento, significará manter o centro numa condição de obras permanentes, com novas licitações, maiores custos, novos atrasos e prejuízos para todos os que precisam acessar o centro da cidade!

Por essas e outras que vivemos sempre correndo atrás de melhorias urbanas que em cidades como Hamburgo já foram resolvidas faz tempo. E olha que aqui vivemos numa das cidades mais ricas da América Latina. Assim, não me venham dizer que o problema é financeiro. Fecha o pano!

A chuva no dia do aniversário de Campos e as tarefas que ela expôs

CHUVAS1

As cenas de ruas alagadas por toda a cidade de Campos nesse 28 de março que passou têm repercutido de diferentes formas, dependendo da cor partidária e da redação que publica as fotografias. Como tive a “sorte” de cruzar a cidade no momento em que uma das maiores nuvens se desfez, tenho a dizer que vi duas situações: locais completamente alagados que pareciam querer tragar a tudo e a todos, e outros em que o sistema de drenagem funcionou perfeitamente. 

Aliás, uma das minhas preocupações era chegar na área onde moro, pois sabia que ali não haveria qualquer problema. Por quê? É que nessa parte da cidade eu e todos os meus vizinhos convivemos por quase um ano com obras de infraestrutura que ontem mostraram a capacidade devida de absorver toda a água que caiu por ali. 

Isto parece me evidenciar que um dos problemas que está sendo exposto pelas atuais chuvas é que partes importantes da cidade, inclusive a área dita nobre do filé mignon imobiliário, não estão hoje capacitadas a reagir de forma minimamente eficaz a grandes eventos climáticos. E isto é preocupante porque esta será a tendência futura por causa do processo de mudanças climáticas globais.

Em outras palavras, o que está faltando, entre outras coisas, é o correto planejamento das intervenções que o poder público municipal deverá realizar para nos dotar de uma malha de galerias pluviais e de esgoto que nos tire do Século XIX quando Saturnino de Brito estudou de forma aprofundada o município e nos oferecer uma visão de futuro. E há de se convir que dinheiro nos cofres municipais ainda não falta para que possamos chegar, pelo menos, ao Século XXI.

Finalmente, o que me parece urgente é retirar o Plano Diretor Municipal da gaveta onde se encontra e arregaçar as mangas para atacar os pontos mais críticos do problema das inundações urbanas. Simples assim.