OMS endurece limite aceitável para poluição do ar e expõe riscos dos combustíveis fósseis

AIR POLLUTION

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou suas Diretrizes de Qualidade do Ar – a primeira atualização desde 2005. As diretrizes fornecem uma avaliação dos efeitos da poluição do ar sobre a saúde e estabelecem limites para os principais poluentes atmosféricos, o que serve de base para que muitos governos criem seus próprios padrões.

Com a atualização, a OMS recomenda novos níveis de qualidade do ar para 6 poluentes para os quais a evidência científica avançou mais em relação aos efeitos sobre a saúde: material particulado (PM), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2) e monóxido de carbono (CO). Segundo a organização, quando são tomadas medidas sobre esses chamados poluentes clássicos, há um impacto sobre outros poluentes nocivos.

Os riscos à saúde associados ao material particulado igual ou menor que 10 e 2,5 microns (μm) de diâmetro (PM10 e PM2,5, respectivamente) são de particular relevância para a saúde pública. Essa poluição é gerada principalmente pela combustão do combustível fóssil em diferentes setores – transporte, energia, indústria e agricultura.

Tanto as PM2,5 quanto as PM10 são capazes de penetrar profundamente nos pulmões, mas as PM2,5 podem até entrar na corrente sanguínea, resultando principalmente em impactos cardiovasculares e respiratórios severos, e também afetando outros órgãos. Em 2013, a poluição do ar ao ar livre e o material particulado foram classificados como carcinogênicos pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) da OMS.

A pandemia de COVID-19 acrescentou mais urgência à necessidade de se afastar dos combustíveis fósseis, com pesquisas mostrando que a exposição à poluição do ar aumentou as mortes por COVID-19 em 15% em todo o mundo. E quanto mais expostos à poluição do ar estiverem, maior será o impacto na saúde de indivíduos com condições crônicas (como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença cardíaca), pessoas idosas, crianças e mulheres grávidas.

Em 2019, mais de 90% da população mundial vivia em áreas onde as concentrações ultrapassavam a já defasada diretriz de qualidade do ar da OMS de 2005 para exposição às PM2,5. Ciente de que esta será uma tarefa difícil para muitos países e regiões que lutam com altos níveis de poluição do ar, a OMS propôs metas interinas de redução da poluição para facilitar a melhoria gradual da qualidade do ar e, portanto, benefícios graduais, mas significativos, para a saúde da população.

“A contaminação do ar é uma ameaça à saúde em todos os países, mas atinge mais as pessoas dos países de renda baixa e média”, disse o Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “As novas Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS são uma ferramenta prática e baseada em evidências para melhorar a qualidade do ar da qual depende toda a vida. Exorto todos os países e todos aqueles que lutam para proteger nosso meio ambiente a utilizá-las para reduzir o sofrimento e salvar vidas”.

“A poluição atmosférica faz com que as crianças tenham asma, causa pneumonia, faz com que as mulheres grávidas tenham bebês nascidos prematuros e com mais malformações, e está aumentando o risco de morte de pessoas infectadas pela COVID-19”, afirma o médico pediatra Aaron Bernstein, diretor interino do Centro para Clima, Saúde e Ambiente Global da Universidade de Harvard (C-Change). “Na COP26, o mundo deve se comprometer urgentemente com a eliminação gradual dos combustíveis fósseis para que possamos oferecer o mundo mais saudável, justo e sustentável que nossos filhos merecem”.

20% das mortes no mundo

Em fevereiroum estudo pioneiro da Universidade de Harvard revelou que a poluição do ar por combustíveis fósseis mata muito mais pessoas do que se pensava anteriormente, colocando o total de mortes em um espantoso 8,7 milhões só em 2018. O estudo mapeou a matéria particulada do ar, conhecida como PM2,5, gerada pela queima de combustíveis fósseis como carvão e diesel, para mostrar que a poluição gerada por esses combustíveis é responsável por 1 em cada 5 mortes em todo o mundo.

“Anualmente, a OMS estima que milhões de mortes são causadas pelos efeitos da poluição do ar, principalmente por doenças não transmissíveis. O ar limpo deve ser um direito humano fundamental e uma condição necessária para sociedades saudáveis e produtivas”, afirma o Diretor Regional da OMS para a Europa, Dr. Hans Henri P. Kluge.

A novas diretrizes também destacam boas práticas para o gerenciamento de certos tipos de material particulado (por exemplo, carbono preto/carbono elementar, partículas ultrafinas, partículas originárias de tempestades de areia e poeira) para as quais atualmente não há evidências quantitativas suficientes para estabelecer os níveis das diretrizes de qualidade do ar. Elas são aplicáveis tanto para ambientes externos quanto internos globalmente, e abrangem todos os ambientes.

“Os Desafios da Qualidade do Ar no Brasil” discute entraves gerados ao país pela poluição do ar e possíveis soluções

Série de 3 webinars do WRI Brasil fomenta debate público sobre a economia nacional e a saúde da população no contexto da retomada verde pós-pandemia. Indústria automotiva é o primeiro tema

poluição do ar

O WRI Brasil – instituto de pesquisa que transforma grandes ideias em ações por meio de estudos e soluções em florestas, cidades e clima – promove em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS) a série “Os Desafios da Qualidade do Ar no Brasil” para incentivar o debate público em torno de um problema que afeta silenciosamente a população brasileira: a alta concentração de poluentes atmosféricos locais (e a urgência do Brasil em aderir à economia de baixo carbono).

“Esses eventos online são muito importantes para alimentar um debate aprofundado sobre a qualidade do ar que respiramos e suas implicações em uma dimensão macro, em que qualidade de vida, economia e mudanças climáticas precisam caminhar juntas, e nas políticas públicas que possam construir esse caminho”, diz o coordenador de Clima e Cidades do WRI Brasil, Walter F. De Simoni, economista especializado em estudos ambientais pela Universidade de Tufts, em Boston (EUA).

A adoção de um monitoramento e de controle da poluição do ar adequados, como parte de um plano maior de transição para a economia verde, evitaria ao Brasil mortes e danos à saúde da população brasileira, além de gravíssimas perdas em gastos públicos, produtividade no setor privado e detrimento do meio ambiente e clima. Estudo liderado pelo WRI Brasil indica que a economia verde tem potencial de gerar ao país um aumento acumulado adicional do PIB de R$ 2,8 trilhões nos próximos dez anos, criando 2 milhões de empregos a mais em 2030.

“Os Desafios da Qualidade do Ar no Brasil”, que acontece em outubro, terá especialistas do setor público e privado que são reconhecidamente referências em suas áreas de atividade – para inscrições antecipadas, acesse o link aqui.

A série de webinars começa com “ECONOMIA VERDE E A RENOVAÇÃO DO SETOR AUTOMOTIVO” no dia 1/10 (quinta-feira), das 11h às 12h30. A pergunta que se propõe aos debatedores é se a indústria automotiva brasileira, que responde por 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos e faz do país o 8º fabricante mundial de veículos, será capaz de se modernizar e atender as demandas ambientais e econômicas da atualidade. Para o debate, participam Izabella Teixeira (ex-ministra de Meio Ambiente), Adalberto Maluf (diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios da BYD, empresa que atua no setor de energias limpas e mobilidade elétrica) e Roberto Schaeffer (professor de Economia da Energia da Coppe/UFRJ).

O segundo webinar, no dia 7/10 (quarta-feira), das 15h30h às 17h, será sobre “QUEIMADAS: UM PROBLEMA COLETIVO”. Além da evidente perda de biomas, as queimadas aumentam a emissão de poluentes no ar, afetando o clima como um todo, a água e a agricultura. A saúde das populações locais também fica comprometida, o que aumenta enormemente os custos sociais e econômicos. Para entender a dimensão do problema e os entraves locais para a adoção da economia verde, foram convidados Ane Alencar (diretora de Ciência do IPAM Amazônia), Carlos Nobre (cientista e pesquisador do clima e de mudanças climáticas) e Socorro Neri (prefeita de Rio Branco – uma das cidades mais atingidas pelas queimadas na região Norte).

A série de webinars termina com “O AR (POLUÍDO) QUE RESPIRAMOS”, em 21/10 (quarta-feira), das 11h às 12h30. Patologista e pesquisador, referência em Saúde e poluição do ar, Paulo Saldiva participa de uma conversa franca sobre os impactos evidentes e os não tão evidentes da poluição do ar na saúde individual e na coletiva, em especial no cenário que se desenha em um Brasil “pós COVID-19”. A gestão da qualidade do ar no Brasil é feita por poucos Estados e os padrões de concentração de poluentes permitidos no país são muito acima dos níveis considerados seguros pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A combinação desses fatores colaboram diretamente com mais de 50 mil mortes por ano no Brasil em decorrência da poluição do ar, segundo a organização, que aponta para um dado ainda mais alarmante: 9 entre 10 pessoas respiram ar poluído no mundo.

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Sobre o WRI Brasil

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Divulgação: AViV Comunicação
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Poluição atmosférica reduz em dois anos expectativa de vida em todo o mundo

São Paulo supera em quase 3 vezes recomendação da OMS para material particulado no ar

ar são paulo

Um relatório lançado hoje (28/07) mostra que a poluição do ar por material particulado reduz em dois anos a expectativa média de vida das pessoas em todo o mundo. O Air Quality Life Index (AQLI) destaca ainda que a poluição particulada era o maior risco para a saúde humana antes da COVID-19 — e deve voltar a ser se não houver políticas públicas voltadas a uma redução permanente após a pandemia.

“Embora a ameaça do coronavírus seja grave e mereça toda a atenção que está recebendo — talvez mais em alguns lugares –, enfrentar a gravidade da poluição do ar com um vigor semelhante permitiria que bilhões de pessoas em todo o mundo levassem vidas mais longas e saudáveis”, diz Michael Greenstone, professor de economia do Milton Friedman Distinguished Service e criador do AQLI junto com colegas do Energy Policy Institute da Universidade de Chicago (EPIC). “A realidade é que não há vacina que alivie a poluição do ar. A solução está numa política pública robusta”.

O documento afirma que se todos os países mantiverem a poluição particulada dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde, que é de 10 μg/m3, a expectativa de vida atual subiria de 72 anos para 74. Em média, os seres humanos estão expostos a uma concentração de 29 μg/m3 desse tipo de contaminação.

Trabalhando dentro do corpo humano sem ser percebida, a poluição particulada tem um impacto mais devastador na expectativa de vida do que doenças transmissíveis como tuberculose e HIV/AIDS, assassinos comportamentais como o fumo e até mesmo a guerra. O tabagismo leva a uma redução na expectativa média de vida global de cerca de 1,8 ano. O uso de álcool e drogas reduz a expectativa de vida em 11 meses. A falta de água potável e de saneamento subtraem 7 meses. Na média, HIV/AIDS reduz a vida em 4 meses, e a malária em 3 meses. Conflitos e terrorismo cortam 18 dias de vida.

Poluição em São Paulo

Mariana Veras, coordenadora do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Hospital das Clínicas, teve acesso ao relatório e explica que os números referentes ao Brasil estão longe de refletir a realidade nos grandes centros urbanos do país, muitos deles sem monitoramento adequado de poluentes. “No estado de São Paulo, a questão do monitoramento é um pouco melhor, já que contamos com uma rede ampla da CETESB”, destaca a pesquisadora. “Dados dos últimos relatórios da qualidade do ar mostram que a média da concentração de PM2.5 está em torno de 28 ug/m³”. O dado citado por Veras é quase o triplo do recomendado pela OMS.

A pesquisadora explica que a poluição é uma ameaça mais grave a idosos e criança, e que moradores da periferia, que gastam mais tempo no trânsito, são mais impactados. “Os níveis atuais de poluição em São Paulo reduzem a expectativa de vida em cerca de um ano e meio, principalmente devido a câncer de pulmão e de vias aéreas superiores, infarto agudo do miocárdio e arritmias, bronquite crônica e asma”, afirma. Na capital paulista, Veras diz que a estimativa é que morre-se por poluição mais do que por acidentes de trânsito (1.556 no ano), 3 vezes e meia do que Câncer de mama (1.277), quase 6 vezes por AIDS (874) ou Câncer de Próstata (828).

A bióloga afirma que as políticas públicas brasileiras carecem de aplicação efetiva, e cita o PROCONVE e a Política Municipal da Mudança do Clima de São Paulo. “Nós fizemos um estudo na época do adiamento de uma das fases do PROCONVE. Os resultados mostraram que o adiamento por 3 anos da implementação em relação ao diesel provoca um excesso estimado de 13.984 mortes até 2040 e as despesas previstas com saúde aumentam em quase US ﹩ 11,5 bilhões no mesmo período”.

Reduções na China

75% de toda a redução mundial da poluição atmosférica foi feita na China. Desde que o país começou a chamada “guerra contra a poluição”, em 2013, o país reduziu a poluição em quase 40% em 5 anos, adicionando cerca de 2 anos à expectativa média de vida da população. Para se ter uma ideia da magnitude dessas medidas, foram necessárias várias décadas de redução da poluição — e até de recessões econômicas — para que os Estados Unidos e a Europa conseguissem o mesmo alívio que a China conquistou em 5 anos, sem interromper o crescimento de sua economia.

A redução da poluição atmosférica em alguns países foi anulada globalmente pelo agravamento das condições em outras regiões. A situação mais alarmante é a do Sul da Ásia, que registou um aumento de 44% na poluição, reduzindo a expectativa de vida em 5 anos em média em Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão. Cerca de um quarto da população mundial vive nestes quatro países, mas eles representam 60% dos anos de vida perdidos devido à poluição.

Bangladesh é o país mais poluído do mundo, mas uma região específica da Índia — Uttar Pradesh, com quase 250 milhões de habitantes — está expondo a população a um nível de contaminação que não é comparável a nenhum outro lugar do planeta e pode custar até 8 anos de vida de seus moradores.

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Sobre o Índice de Qualidade de Vida do Ar (AQLI)

O AQLI é um índice de poluição que traduz a poluição atmosférica particulada na métrica mais importante que existe: seu impacto na expectativa de vida. Esse parâmetro foi desenvolvido por Michael Greenstone, professor de Economia do Milton Friedman Distinguished Service e criador do AQLI junto com colegas do Energy Policy Institute da Universidade de Chicago (EPIC).

O AQLI é embasado em pesquisas que quantificam a relação causal entre a exposição humana de longo prazo à poluição do ar e a expectativa de vida. O índice então combina medições de partículas hiperlocalizadas e globais, produzindo uma percepção sem precedentes do verdadeiro custo da poluição por partículas em comunidades ao redor do mundo. O Índice também ilustra como as políticas de poluição do ar podem aumentar a expectativa de vida quando cumprem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde para o que é considerado um nível seguro de exposição, padrões nacionais de qualidade do ar existentes ou níveis de qualidade do ar definidos pelo usuário. Estas informações podem ajudar a informar as comunidades locais e os formuladores de políticas sobre a importância das políticas de poluição do ar em termos concretos.

Para mais informações sobre o relatório: Vicki Ekstrom High, vekstrom@uchicago.edu

Para informações sobre poluição e expectativa de vida no Brasil: Mariana Matera Veras, bióloga e Coordenadora do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental +55 11 95272-6005

Para informações sobre emissões de material particulado no Brasil: Paulo Artaxo: +55 11 99115-8970 artaxo@if.usp.brartaxo@gmail.com

A poluição do ar é muito mais letal que o coronavírus: novos dados classificam a ameaça à saúde nas cidades

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Goldach, Suíça – A poluição do ar continua a representar uma das maiores ameaças à saúde humana, com 90% da população mundial respirando ar abaixo de níveis seguros. Os últimos dados compilados pela IQAir, publicados no Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 201e no ranking das cidades mais poluídas, revelam a mudança do estado da poluição por material particulado (PM2,5) em todo o mundo durante 2019. O novo conjunto de dados destaca os níveis elevados de poluição do ar como um resultado de eventos da crise climática, como tempestades de areia e incêndios florestais, e ganhos de poluição pela rápida urbanização das cidades em regiões como o Sudeste Asiático. Embora algumas conquistas tenham sido feitas na infraestrutura de monitoramento da qualidade do ar em todo o mundo, ainda existem grandes lacunas no acesso aos dados em todo o mundo.

Para Frank Hammes, CEO da IQAir, “enquanto o novo coronavírus está dominando as manchetes internacionais, um assassino silencioso está contribuindo para quase 7 milhões de mortes a mais por ano: a poluição do ar. Através da compilação e visualização de dados de milhares de estações de monitoramento da qualidade do ar, o Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 dá novo contexto à principal ameaça à saúde ambiental do mundo. ”

As principais conclusões do relatório incluem:

– Na China: as cidades chinesas alcançaram uma redução média de 9% nos níveis de PM2,5 em 2019, após uma queda de 12% em 2018. Ainda assim, 98% das cidades excederam as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e 53% das cidades excederam as metas nacionais menos rigorosas da China. Na última década, Pequim cortou em mais da metade seus níveis anuais de PM2,5. Este ano, Pequim saiu das 200 cidades mais poluídas do ranking.

– Na Coréia do Sul: este foi o país mais poluído em PM2,5 entre as nações da OCDE em 2019. Os níveis de qualidade do ar nas principais cidades permaneceram relativamente estagnados nos últimos anos.

– Na Índia: enquanto as cidades da Índia, em média, excedem a meta da OMS para exposição anual a PM2,5 em 500%, a poluição do ar nacional diminuiu 20% de 2018 a 2019, com 98% das cidades experimentando melhorias. Acredita-se que essas melhorias sejam em grande parte resultado da desaceleração econômica.

– No sul da Ásia: cidades indianas e paquistanesas dominam novamente as cidades mais poluídas do mundo por PM2,5 em 2019. Vinte e uma das 30 principais cidades poluídas estão localizadas na Índia. Cinco das 30 principais cidades mais poluídas estão localizadas no Paquistão.

– No sudeste da Ásia: em uma mudança histórica que reflete a rápida industrialização da região, os centros urbanos de Jacarta e Hanói ultrapassaram Pequim pela primeira vez, entre as capitais poluídas por PM2,5 do mundo.

– Incêndios florestais e práticas agrícolas de queima aberta tiveram um grande impacto na qualidade do ar de cidades e países ao redor do mundo, incluindo: Cingapura, Austrália, Indonésia, Brasil, Kuala Lumpur, Bangcoc, Chiang Mai e Los Angeles, entre muitos outros.

– A desertificação e as tempestades de areia desempenham um papel importante na má qualidade do ar no Oriente Médio e oeste da China.

– Grandes populações em todo o mundo ainda não têm acesso a dados de poluição do ar em tempo real, especialmente na África e no Oriente Médio. Um número crescente de cidadãos e ONGs globais está implantando seus próprios sensores de qualidade do ar de baixo custo para preencher as lacunas de dados onde elas existem. Devido a esses esforços, dados contínuos de qualidade do ar público estão agora disponíveis pela primeira vez em Angola, Bahamas, Camboja, RD do Congo, Egito, Gana, Letônia, Nigéria e Síria.

Os dados de qualidade do ar de 2019 mostram indicações claras de que as mudanças climáticas podem aumentar diretamente o risco de exposição à poluição do ar, através do aumento da frequência e intensidade de incêndios florestais e tempestades de areia. Da mesma forma, em muitas regiões, a causa da poluição ambiental por PM2,5 e os gases do efeito estufa que causam mudanças climáticas estão ligados, a saber, a queima de combustíveis fósseis, como o carvão. É necessária uma ação urgente para combater essas fontes de emissão, proteger a saúde pública e os ecossistemas.

“Enquanto o monitoramento da qualidade do ar está aumentando, a falta de dados sobre a qualidade do ar em grandes partes do mundo apresenta um problema sério, pois o que não é medido não pode ser gerenciado. Estima-se que as áreas que não possuem informações sobre a qualidade do ar tenham uma das poluições atmosféricas mais graves do mundo, colocando em risco populações enormes. Atualmente, a África, um continente de 1,3 bilhão de pessoas, possui menos de 100 estações de monitoramento que disponibilizam os dados do PM2,5 ao público em tempo real. Mais dados da qualidade do ar em tempo real levam os cidadãos e os governos a tomar melhores decisões que melhorarão a vida de milhões nas próximas décadas”, acrescentou Hammes.

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SOBRE – O IQAir AirVisual é uma plataforma global de informações sobre qualidade do ar operada pelo Grupo IQAir. Ao agregar e validar dados de qualidade do ar de governos, indivíduos e organizações não-governamentais, o IQAir AirVisual visa fornecer informações globais e hiper-locais sobre a qualidade do ar que permitem que indivíduos, organizações e governos tomem medidas que melhorem a qualidade do ar em comunidades, cidades e países. países em todo o mundo. Saiba mais em http://www.airvisual.com