JB inicia série de reportagens sobre poluição na Baía da Guanabara

Baía de Guanabara: cartão-postal olímpico do abandono do Rio

Durante Jogos, mundo vai conhecer de perto poluição que degrada uma das mais belas vistas da cidade

Por  Cláudia Freitas

 “Há aqueles que dizem que Deus criou o mundo em seis dias e dedicou o sétimo para o Rio. A cidade é realmente abençoada com um dos cenários mais deslumbrantes do mundo”. A descrição é do famoso site americano U City Guides, que lista as rotas mais deslumbrantes do planeta. No entanto, esta imagem esplêndida e que sustenta o setor econômico da cidade está prestes a afundar com a montanha de detritos acumulados num de seus principais cartões-postais: a Baía de Guanabara, onde serão realizadas competições durante os Jogos Olímpicos de 2016. A gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) já admitiu que não dará tempo de limpar a enseada até o início dos Jogos, o que vem causando grande temor por parte de atletas e entidades nacionais e internacionais. Além da degradação ambiental, o entorno da Baía de Guanabara sofre com outros males, como assaltos e  falta de investimento. De cartão-postal do Rio, a Baía de Guanabara está prestes a se transformar numa gigantesca propaganda negativa da cidade, para onde os holofotes do mundo estarão voltados durante a Olimpíada.

Poluição na Baía de Guanabara
Poluição na Baía de Guanabara

Em meio a tantos pontos negativos, como o Rio vai manter no exterior a fama de Cidade Maravilhosa depois que a comunidade internacional desembarcar para os Jogos Olímpicos e se deparar com o degradante cenário? O Jornal do Brasil abre espaço em uma série de reportagens para ouvir especialistas e a sociedade sobre o tema. 

“É um tiro no pé para o Brasil, porque eles [governos estadual e municipal] prometeram despoluir a Baía há décadas. No Pan-Americano já houve esta promessa. O que a gente viu foi uma piora, os índices de poluição estão maiores. E colocar os Jogos Olímpicos alí é de uma desfaçatez, pois vai expor os atletas a riscos de saúde, fora o desrespeito. As praias da Baía são impróprias para banho hoje. Vão ser próprias para a regata nos Jogos? Isso é um absurdo”, comenta o professor de Marketing Esportivo da Fundação Getúlio Vargas, Pedro Treengrouse. 

 

O especialista alerta que os Jogos Olímpicos nada mais são do que uma “grande vitrine”. “Eles mostram a cidade para o mundo. Eles expõem as nossas qualidades, mas também as nossas mazelas. Colocar as competições de vela, por exemplo, no meio da Baía de Guanabara é expor as nossas mazelas da pior maneira possível”, afirma. Treengrouse não tem dúvidas de que há um impacto negativo na imagem do Rio, e por consequência do Brasil, com a poluição na Baía. O tamanho deste dano, na sua opinião, ainda será medido com a repercussão do escândalo na imprensa internacional. “A gente ainda não sabe o quanto isso vai interferir na saúde dos atletas. São várias verdades, a primeira delas é que representa um risco. A segunda é que não se cumpriu com a promessa feita para os Jogos”, destaca o professor, acrescentando que a competição está sendo patrocinada pela própria população brasileira, através dos impostos.

Poluição em São Gonçalo
Poluição em São Gonçalo

Treengrouse lembra ainda que o governo municipal, há muitos anos, vem prometendo o serviço de Metrô até o bairro da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. “A gente precisa levar em consideração que isso tudo não é um legado das Olimpíadas para o carioca. Tão importante quanto a imagem da cidade para o mundo, significa a qualidade de vida do carioca, que vive na cidade e sofre com a poluição na Baía de Guanabara, os assaltos recorrentes, a violência que estamos acompanhando pela mídia todos os dias. Independentemente de Jogos, a gente merece uma cidade melhor”, comenta. 

O professor lamenta que esta discussão acerca da poluição na Baía esteja limitada apenas na perspectiva da Olimpíada. “A situação deve ser contrária, os Jogos devem ser uma festa que estamos fazendo para o mundo, mas nós temos motivos para celebrar com estas dificuldades todas? Esta é a pergunta que fica”, diz ele.  

Poluição na Marina da Glória, na Baía da Guanabara
Poluição na Marina da Glória, na Baía da Guanabara

O biólogo Mário Moscatelli relembra que, em 2011, o governo estadual criou o plano Baía de Guanabara Limpa. Na época, o projeto foi orçado em R$ 2,5 bilhões e incluía a ampliação dos sistemas de tratamento de esgoto, o programa Sena Limpa, que tinha como objetivo a despoluição das praias, além do programa de saneamento ambiental dos 15 municípios banhados pelas águas da enseada. Os resultados foram pífios, na análise do ambientalista. As lagoas da Barra e de Jacarepaguá deveriam ser limpas até o inicio dos Jogos, como consta no dossiê de candidatura da cidade, mas a própria Secretaria Municipal de Meio Ambiente já sentenciou que esta missão é impossível. Em imagens aéreas feitas por Moscatelli na última sexta-feira (1/5), é possível ver o acúmulo de lixo e esgoto nas áreas de competição. As fotos (acima) foram registradas na Marina da Glória e no litoral de São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio.  

FONTE: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/05/05/baia-de-guanabara-cartao-postal-olimpico-do-abandono-do-rio/

Alô Prefeitura de Campos! A população de Travessão reclama da situação do hospital!

hospital

Quem vê a ilustração acima, que concordemos é de extrema imaginação, deve pensar que passados quase 3 anos do anúncio da reforma Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Travessão, as coisas já se transformaram num paraíso médico naquela localidade.

Entretanto, as informações que me chegam é que além da prometida estar acontecendo em ritmo de tartaruga com pata quebrada, obrigando aos pacientes a ficarem num ambiente inóspito devido às temperaturas inclementes, o atendimento também não vai bem das pernas, especialmente no que se refere às consultas médicas pré-agendadas. O pior é que a “descoberta” de que um determinado profissional não vai aparecer para cumprir sua agenda de consultas acaba se dando após exaustivas horas de espera.

Eu não sou nenhum gênio da política, mas este cenário de abandono e serviços de má qualidade não é muito propício para quem quer se manter no poder. Aliás, é péssimo!

Cadê a reforma agrária, Dilma?

Ao longo das últimas semanas temos assistido a um esforço basicamente caricatural do neoPT de mostrar Dilma Rousseff como uma opção à esquerda de Marina e Aécio Neves. Pensando bem, se o neoPT não estivesse tão enrolado com alianças tão estapafúrdias quanto espúrias, esse esforço não estaria sendo necessária. É que tanto Marina quanto Aécio não possuem o mínimo de densidade eleitoral para representar uma ameaça séria à reeleição de Dilma. 

O problema é que o neoPT se acostumou tanto ao usufruto do aparelho de Estado que dispensou a existência de uma militância genuína, resumindo-se a um partido que ainda vive do que um dia poderia ter sido em termos de um projeto de mudança estrutural da sociedade brasileira. O neoPT hoje apenas compete para ser o melhor gestor do Estado para as forças oligárquicas com as quais governa. O problema é que mesmo as migalhas que o neoPT oferece aos pobres são uma séria afronta aos seus parceiros de alianças, e o resultado disso é essa situação esquizofrênica que vivemos na atual campanha eleitoral.

Mas apesar de todos os esforços de mostrar uma aparência minimamente de esquerda esbarra nas escolhas práticas que Dilma e o neoPT fizeram ao longo do atual mandato presidencial.  E não há nada mais explícito desta guinada para a direita do que o abandono da implementação da reforma agrária nas áreas rurais e urbanas em prol de alianças com latifundiários agroexportadores e incorporadores imobiliários.  

É que na questão da terra, queiram os ideólogos do neoPT ou de setores mais à direita,  reside o nó da perpetuação das colossais diferenças que existem no Brasil. Não adianta nada vir com a conversa fiada da redução da miséria absoluta, pois a diferença entre esta e a miséria acima do 1,00 dólar por dia é meramente estatística. Para os que vivem em torno dessa linha imaginária, a vida continua sendo dura e muito dura. O fato é que enquanto perdurar a concentração da terra no campo e na cidade, o Brasil será um país pré-moderno, onde o massacre do povo pobre, majoritariamente negro, continuará sendo a marca real da nossa sociedade, em que pesem as propagandas eleitorais.

Por outro lado, a atual prostração do MST frente às políticas anti-reforma agrária do neoPT é algo a se lamentar profundamente, não apenas porque evidencia uma crise estrutural no principal movimento social existente no Brasil, mas porque esta crise representa um congelamento objetivo da ação dos camponeses pobres, tornando-os, por outro lado, presas mais fáceis da ação das oligarquias agrárias e das corporações multinacionais.

De todo modo, é importante notar que a ação prática da juventude e dos trabalhadores está ocorrendo, em que pese a tentativa explícita de chantagear quem resiste como sendo agentes da direita. A verdade objetiva é que quem se aliou com a direita e os setores mais atrasados da sociedade nacional foi o neoPT sob a batuta de Lula.  E tanto faz o esforço de atacar quem se nega a adesão com rótulos desclassificantes.  É que não há Beth Carvalho ou Chico Buarque de Holanda que possam conter o percurso da história. Simples assim.

Finalmente, para encerrar, uma pergunta singela à “presidenta”:  cadé a reforma agrária, Dilma? Só não pode me mandar perguntar para a nova “amigona” Kátia Abreu. Ai já seria muita sacanagem!

 

Após receber bilhões do governo federal, (de) governador do Rio de Janeiro ainda joga culpa nos antecessores

Há sete anos no poder, Cabral culpa ‘décadas de abandono’ por enchentes

Estadão ConteúdoNo Rio


A chuva forte em Nova Iguaçu provocou o desabamento de casas em vila de Carmari, no Rio de Janeiro Cleber Junior/EXTRA/Agência O Globo

Há sete anos no cargo, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) culpou nesta quinta-feira (12) as “décadas de abandono” pelas enchentes e mortes causadas pelas chuvas na Baixada Fluminense, além das prefeituras pela ocupação irregular das áreas de risco.

Durante a entrevista, após reunião com sete secretários estaduais e dez prefeitos da Baixada, no quartel dos bombeiros de Nova Iguaçu, Cabral foi interpelado por um morador do município. Identificado como Adriano Naval, ele afirmou que nenhuma casa foi construída, nem nenhum morador da cidade foi reassentado após seis anos do Projeto Iguaçu de saneamento básico. “Não é verdade. O rio Iguaçu não passa só em Nova Iguaçu. A segunda fase é que vai atender agora o município de Nova Iguaçu”, contestou o governador.

Cabral não percorreu a pé áreas atingidas e, após receber um telefonema da presidente Dilma Rousseff durante a entrevista, anunciou para sexta-feira (13) uma reunião com o ministro da Integração Nacional, no Centro Integrado de Comando e Controle.

Dois radares de alta precisão para previsão meteorológica anunciados pelo governo do Estado há mais de dois anos ainda não estão em operação. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) atribuiu o atraso à realização de uma licitação internacional e deu novo prazo para que os equipamentos, comprados por R$ 13 milhões, entrem em operação, em março de 2014.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/12/12/cabral-culpa-decadas-de-abandono-por-enchentes.htm