Acidente com caminhão joga carga de glifosato no Rio Itabapoana e coloca em risco a saúde humana e o meio ambiente

glifosato 3

Já é notório que vivemos todos submetidos a graves riscos ambientais por causa da ampla utilização de agrotóxicos no Brasil, os quais implicam na possibilidade do acometimento de múltiplos tipos de doenças, a começar pelo câncer. Mas o que poucos refletem é que dada a preferência pelo uso de transporte rodoviário, todos os dias grandes quantidades de agrotóxicos circulam pelas estradas brasileiras, não sendo raro a ocorrência de acidentes envolvendo os veículos que os transportam.

Acidentes com cargas de agrotóxicos não são coisas simples, visto o potencial de contaminação de recursos hídricos, dos quais dependemos para o abastecimento de cidades e áreas rurais. Pois bem, o ofício do Superintendente substituto do IBAMA/ES trata justamente de um acidente ocorrido no dia 01 de maio de 2023 nas imediações do reservatório da PCH Pedra do Garrafão que se localiza no Rio Itabapoana, mais precisamente no município de Mimoso do Sul (ver imagem abaixo).

ofício ibama glifosato

O problema neste caso foi que a carga derrubada no interior do Rio Itabapoana foi do famigerado herbicida Glifosato que já foi classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS) como  “provavelmente cancerígeno para humanos”.  

Como se pode notar no ofício acima, a remoção do caminhão tombado requereria uma logística relativamente simples, mas isto não garante que as comunidades ribeirinhas e de pescadores localizadas ao sul da PCH Pedra do Garrafão fossem submetidas a graves riscos, seja sobre sua saúde ou sobre a uma das suas fontes principais de sustento que é a pesca no Rio Itabapoana.

Por outro lado, este acidente deveria servir como alerta para a necessidade de que os mecanismos de controle sobre o transporte de agrotóxicos em todas as rodovias brasileiras sejam reavaliados imediatamente, na medida em que o volume atualmente transporte é certamente muito alto, e outros acidentes como este deverão se repetir, com resultados negativos sobre o ambiente e a saúde humana.

Mistério resolvido em Mariana: desde 2013 Samarco sabia que barragem podia desabar

BrazilMineSpill

Desde o dia 5 de Novembro uma debate que eu considero estéril ocorreu sobre se teria havido ou não um acidente na barragem do Fundão operada pelo Mineradora Samarco (Vale + BHP Billiton) em Mariana (MG). Desde os primeiros dias após o início do TsuLama me alinhou com aqueles que viram a negligência e a ganância corporativa como a real causa do incidente que destruiu vidas e colocou o Rio Doce numa condição de coma profunda. 

Eis que hoje a Rede Globo colocou no programa “Fantástico” uma matéria mostrando que apurações do Ministério Público de Minas Gerais possui documentos que mostram que a Samarco sabia do risco de desabamento da barragem do Fundão desde 2013 (Aqui!).

Essa veiculação no Fantástico já foi ecoada pelo jornal Valor Econômico que dá maiores detalhes sobre a investigação realizada pelo MPMG (Aqui!)

A matéria do Valor Econômico informa que um documento da Polícia Federal obtido pelo “Fantástico” mostrou que em Setembro de 2014, a Samarco (Vale + BHP Billiton)  foi alertada sobre a presença de trincas na estrutura da barragem do Fundão, as quais caracterizavam um início de movimento de escorregamento do maciço da pilha[de rejeitos.

Em palavras curtas, os dirigentes da Samarco sabian que a barragem poderia romper, e não adotou as medidas técnicas necessárias para impedir a explosão da barragem, o que acabou acontecendo no fatídico dia 5 de Novembro de 2015, quase um ano depois do alerta. 

Agora que essa etapa da disputa retórica sobre as causas do incidente de Mariana está superada, vamos ver como fica esse caso.  Mas o mínimo que se espera é que as multas bilionárias sejam de fato cobradas das mineradoras, e que a população de Mariana e de todas as cidades atingidas pelo TsuLama não sejam deixadas à mercê do destino, como, aliás, está acontecendo até agora.

Acidente em obras de Belo Monte deixa três feridos e três desaparecidos

belo monte

Um acidente nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, deixou três pessoas feridas e outras três ainda estão desaparecidas, informou o consórcio responsável pela obra; de acordo com o consórcio, um dos silos da central de concreto da obra desabou durante uma operação de descarga de um caminhão por volta das 2h deste sábado (30)

SÃO PAULO (Reuters) – Um acidente nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, deixou três pessoas feridas e outras três ainda estão desaparecidas, informou nesta sábado o consórcio responsável pela obra.

De acordo com o consórcio, um dos silos da central de concreto da obra desabou durante uma operação de descarga de um caminhão por volta das 2h deste sábado.

“Até o momento, lamentavelmente, três funcionários que trabalhavam no local não foram localizados pelo Corpo de Bombeiros de Altamira (PA) e pelas equipes de resgate baseadas naquele canteiro de obras”, informou em nota o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).

“Outros três funcionários atingidos pelo desabamento foram atendidos no local por equipes médicas do CCBM –dois com ferimentos leves, já liberados, e um com fratura no ombro.”

Ainda de acordo com a nota, equipes da perícia e da Polícia Civil estão trabalhando no local do acidente.

Construída no rio Xingu, no Pará, a usina hidrelétrica de Belo Monte deve se tornar a terceira maior do mundo quando estiver concluída, o que deve acontecer em 2019. A expectativa é que a usina gere 11.233 megawatts de energia no período de pico da produção.

(Por Eduardo Simões)

FONTE: http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN0OF0TW20150530

O acidente de Eduardo Campos mostra a força do Whatsapp

O impacto da disseminação de aplicativos na disseminação da informação ficou ainda mais claro no episódio da morte do candidato a presidente Eduardo Campos. É que munidos de celulares capazes de transmissão acelerada de dados via internet, um número calculável de pessoas se dirigiram ao local do acidente e produziram uma quantidade incalculável de fotografias e vídeos. Eu mesmo estou sendo abastecido com esse tipo de material via o Whatsapp, que já vinha se tornando a última febre dos usuários de comunicação móvel, mas que agora ficou ainda mais na crista da onda.

Esse fenômeno certamente provocará mais mudanças na forma com que a mídia corporativa se relaciona com a população, sempre pronta a enviar todo tipo de material informativo. O problema vai ser separar o joio do trigo, o que no caso da mídia corporativa está, inclusive, na crise que esses meios vem vivendo após a disseminação da internet e da telefonia móvel.

Abaixo envio um dos materiais que me chegaram de Santos (SP), onde a pessoa que produziu o material foi praticamente dentro da edificação onde o acidente ocorreu.