Amanhã, em São Paulo: nesta quarta-feira, 4 de novembro, o assassinato de Carlos Marighella completa 46 anos. Velhos e novos companheiros do guerrilheiro que incendiou o mundo prestarão uma homenagem à sua memória. A partir das 10h, no mesmo local onde ele foi morto por agentes da ditadura (alameda Casa Branca, altura do número 800).
ato
A(u)to de resistência
Por Walace Cestari
Devido a ter retornado faz pouco do exterior, pensei em escrever exatamente sobre o tema, de forma a desconstruir aquela ideia de as coisas erradas acontecerem “só no Brasil” – opinião compartilhada por muitos brasileiros. Claro que a comparação teria ares de galhofa, já que visitei a Itália, considerada o Brasil da Europa. No entanto, este texto mais leve e até bem humorado não teve espaço na minha indignação diária ao voltar à terra brasilis.
Falaria sobre os problemas italianos, sobre a existência de pobreza em suas ruas, sobre os milhares de imigrantes do norte da África, sobre o clima tenso que aguarda ataques terroristas do Estado Islâmico, sobre a onipresença do primeiro-ministro Matteo Renzi na tevê – opinando desde política internacional à culinária, sobre a rejeição popular de Berlusconi, enfim, em tudo aquilo que a Itália teria muito de Brasil e vice-versa.
Mas, não coube no poema. Nenhum jornal de lá noticiou a morte de crianças pela polícia. Lá, estão em guerra contra o terrorismo. Aqui, ao chegar, descobri que também estamos em guerra. Contra nós mesmos. Os capitães-do-mato continuam a caçar os negros fugidos. Ou forros. Porque de há muito não são livres.
Queria falar de outra coisa, mas vi uma criança que brincava ser morta. Quando brincava. Porque brincava. Estava no lugar errado. E tinha a cor errada. Pobre, preto e correndo. Auto de resistência. De repente, a história dava conta de que eram traficantes. Assim, do nada, viraram bandidos na crônica policial. Negros perigosos. A farda causa repulsa. A mentira é a mãe da corporação. Condenados pelo tribunal imediato dos feitores. Executados pela mão estúpida do Estado. O braço da lei tem a frouxidão moral de seus dirigentes.
E tudo seria exatamente a farsa que se montou não fosse o fato de que a vítima do homicídio gravasse a própria morte. Quantos outros não tiveram a mesma “sorte”? Querem que alguém acredite mesmo que seja este um caso isolado? Há pouco falava-se da morte de uma menina, atingida dentro do seu carro por um projétil de fuzil, disparado por um policial em perseguição.
Não é caso para apenas prender os marginais de farda que, em lugar de proteger a população, são convencidos pela política de guerra a caçar negros nas comunidades carentes. É bem mais que isso. Fosse um país sério, o secretário de segurança teria, envergonhadamente, pedido para sair. Era caso para o governador pensar em renunciar. Sua polícia matou uma criança que brincava. Quando brincava. Porque brincava.
O sangue vermelho escorre pela pele preta nos guetos onde a guerra é declarada. O daltonismo social só enxerga a violência na cor branca de cachos dourados. Sem dúbios vestidos. Sem truques de imagem. Sem brilho. Só o que somos. Temos nas ruas uma corporação que é uma verdadeira fábrica de defuntos. Uma instituição que serve para matar pretos pobres. Temos feitores de farda fingindo-se de policiais.
Queria falar que não estamos tão distantes da Itália. De repente, a realidade colocou-se como um oceano que nos separa. Lá não estão matando suas crianças. Aqui estamos em guerra contra nós mesmos. Chega! É preciso um basta. A polícia militar é um anacronismo, um câncer para a sociedade. Parem com a guerra. Pois não estamos em guerra. Deitem-se as fardas. Chega do militarismo ceifador de vidas. Rio, São Paulo, Brasília. Chega de feitores. Estão matando crianças. Estão cobrando de garotos de 12 anos que “morram com dignidade”. Sem socorro. Sem justiça. São os policiais militares os próprios “vagabundos” que pensam combater.
Queria falar do aniversário da cidade. Dos 450 tons de exploração imobiliária. Do quase meio milênio de desrespeito à natureza, de predação e de vilipêndio às nossas riquezas. Queria falar de vigas que somem, do cinismo do prefeito, das obras superfaturadas, dos equívocos diários que fazem da cidade ser pior, mas que jamais abalam a alma do carioca. Contudo, a alma turvou-se. A polícia do Rio de Janeiro matou uma criança que brincava. Quando brincava. Porque brincava.
Em um país de judiciário falido e vendido, em que magistrados autodeificados prostituem-se tomando para si bens dos réus ricos em troca – quiçá – de penas leves; em um lugar em que a mídia esconde a corrupção de uns e alimenta a de outros; em um momento em que os defensores da democracia se organizam contra ela, em tentativa de terceiro turno; em meio a todas as crises econômicas, morais, éticas… Em meio a toda subserviência do poder ao capital, ao financismo, à especulação… Em meio às nossas chagas, a polícia matou uma criança que brincava. Quando brincava. Porque brincava.
Queria que fosse diferente. Sobra-me tão somente o ato de resistência de pôr a pena a serviço do fim da pena. Chega de autos de resistência. Chega de mortes estúpidas. Chega de polícia militar. Não consigo parar de pensar: mataram uma criança que brincava. Quando brincava. E porque brincava.
FONTE: https://transversos.wordpress.com/2015/03/01/auto-de-resistencia/
Diretoria da ADUENF lança nota de apoio à mobilização dos estudantes
ADUENF APÓIA LUTA DO DCE CONTRA O ATRASO NO PAGAMENTO DAS BOLSAS!
O DCE-UENF está organizando para amanhã (28/01), uma mobilização com inicio às 13:00 h, culminando com passeata às 16:00 h.
A manifestação ocorre em virtude do atraso no pagamento de todas as bolsas de dezembro vinculadas à verba descentralizada. Até o momento, o depósito não foi percebido, nem foi claramente sinalizado quando deverá ocorrer.
Concorre para o descontentamento dos estudantes o fato de duas promessas não terem sido cumpridas: A equiparação do valor das bolsas UENF com o valor praticado na UERJ e a implementação do auxilio moradia.
A ADUENF, solidária à manifestação dos estudantes, conclama os colegas docentes a apoiarem a manifestação estudantil, abonando as faltas neste dia, evitando realizar avaliações e, também, participando da passeata.
Campos dos Goytacazes, 27 de Janeiro de 2015.
DIRETORIA DA ADUENF
Gestão 2013-2015
FONTE: http://aduenf.blogspot.com.br/2015/01/diretoria-da-aduenf-lanca-nota-de-apoio.html
Comissão dos Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos do RJ convida para ato pela libertação e fim dos processos
Quando os direitos de uma única pessoa são tirados, os direitos de todos ficam em risco. E é esse o risco que corre toda a sociedade quando nos calamos perante a perseguição sofrida por nossos filhos, filhas e parentes. O Estado tentou calar nossos filhos e filhas, mas só conseguiu levantar a voz dessa Comissão, que parte para seu 3º ato.
Realizaremos nosso ato na véspera do primeiro julgamento de uma das presas e perseguidas do dia 12 de julho, a menor de idade Andressa Feitosa, deixando claro que essa Comissão não vai se calar perante a perseguição aos ativistas lutadores do povo. A luta pela liberdade de Caio Silva, Fábio Raposo e Rafael Braga, bem como a luta pela extinção de todos os processos de perseguição política, não vai parar e só cresceremos mais a cada tentativa de repressão.
Estarão presentes movimentos sociais, juristas, advogados e juízes, além dos perseguidos políticos e dos familiares.
A luta de nossos filhos e filhas é a luta de todo o povo. A luta deles e delas também é nossa luta!
Dia e horário do ato: Dia 11 de Novembro, a partir das 18:00 horas
Local: Prédio do IFCS, Largo São Francisco de Paula, Centro, Rio de Janeiro, RJ
ASPRIM divulga primeiro ato político de 2014 em defesa dos direitos dos agricultores do Açu
Após resistir de forma heróica por quase quatro anos de forma praticamente solitária, os membros da Associação de Produtores Rurais e Imóveis (ASPRIM) dão mostra que continuam dispostos a defender a agricultura familiar no V Distrito de São João da Barra. As lições que a ASPRIM nos traz sobre como criar uma organização democrática e realmente próxima de seus membros deverá ainda render muita pesquisa acadêmica, visto a singularidade dessa organização e dos grandes desafios que teve de enfrentar, praticamente sem nenhum apoio externo.
Mas o importante neste momento é apoiar de forma ativa os esforços continuados da ASPRIM de defender centenas de famílias que tiveram seus direitos básicos violentados por uma ação truculenta do (des) governo do Rio de Janeiro e do grupo econômico liderado pelo ex-bilionário Eike Batista.
Abaixo segue a convocação da ASPRIM. Divulgar e apoiar esta atividade é uma obrigação de todos que se dizem comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, onde a busca do desenvolvimento econômico não seja desculpa para se passar um cheque em branco para que se cometa violências absurdas contra os agricultores pobres.
ASPRIM convoca ato “POR UM AÇÚ SEM DESAPROPRIAÇÃO COM MAIS RESPEITO E PRODUÇÃO!”
No dia 21 de FEVEREIRO DE 2014 às 15:00h, ocorrerá o ato “POR UM AÇÚ SEM DESAPROPRIAÇÃO COM MAIS RESPEITO E PRODUÇÃO!”
Contamos com o apoio dos colegas de luta, para veicular e disseminar tal encontro, que ocorrerá com todos os avisos as autoridades competentes, estes para dar suporte e segurança na decorrência do mesmo, como é do nosso cotidiano.
Quinto Distrito de São João da Barra, 04 de Fevereiro de 2014.
DIRETORIA DA ASPRIM