Às vésperas de repetir Operação Delaware, governo Castro é proibido pelo TCE de aplicar recursos do RioPrevidência no Banco Master

TCE proibiu que governo usasse recursos do Rioprevidência para investimentos no Banco Master

TCE proibiu que governo usasse recursos do Rioprevidência para investimentos no Banco Master – Foto: Reprodução/Redes 

Por Berenice Seara para “Tempo Real”

Às vésperas da votação na Assembleia Legislativa (Alerj), nesta terça-feira (14), do projeto de lei, de autoria do governo do estado, que autoriza a utilização de recursos de royalties e participações especiais do petróleo para o pagamento da dívida pública do estado com a União – valores atualmente repassados ao Fundo Único de Previdência Social do Rio (Rioprevidência) –, o Tribunal de Contas (TCE) proibiu o executivo estadual de investir o dinheiro em fundos administrados pelo Banco Master.

A decisão foi tomada diante do que o tribunal considera uma possível gestão irresponsável dos recursos destinados a aposentados e pensionistas do estado. O Banco Master é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura crimes contra o sistema financeiro, como gestão fraudulenta, e foi descredenciado para operar empréstimos consignados do INSS. Deputados já haviam alertado para a “gestão temerária” dos recursos.

O fundo é formado por descontos nos salários dos servidores e por receitas oriundas dos royalties do petróleo, que estavam sendo aplicados no Banco Master. A gestão dessa verba preocupa o Tribunal de Contas, que proibiu novos investimentos do Rioprevidência em instrumentos financeiros emitidos, administrados ou geridos pelo conglomerado ou até mesmo em outras instituições financeiras que também não atendam aos princípios da segurança, proteção e prudência financeira.

Em maio, o TCE já havia solicitado esclarecimentos ao Rioprevidência e alertado para a gestão dos recursos. Desde então, o tribunal afirma que o cenário de irregularidades se agravou. Em julho, foi identificado que cerca de R$ 2,6 bilhões, equivalente a 25% de todos os recursos aplicados pelo fundo, estavam expostos a títulos emitidos ou fundos administrados pelo Master.

Um dos exemplos da má gestão citados foi o aporte de mais de R$ 1 bilhão no Arena Fundo de Investimento, administrado pela Master S.A. Corretora. O fundo iniciou as operações em 18 de dezembro de 2024. No dia seguinte, o Rioprevidência realizou o primeiro aporte de R$ 50 milhões. Desde então, a unidade gestora do Rioprevidência vem fazendo aportes sucessivos, como único cotista no fundo.

Segundo o corpo técnico do TCE, a rentabilidade média do fundo fica abaixo até a da poupança, o que configura ausência de vantagem na operação. Os técnicos identificaram ainda aportes de mais de R$ 300 milhões de reais em letras financeiras, sem informações suficientes.

Em outra operação, identificada em junho, o fundo teria investido R$ 100 milhões, mas, em um mês, o investimento caiu para R$ 75 milhões, o que reforçou, segundo o TCE, indícios de má gestão dos recursos do regime previdenciário.

TCE aciona governador Cláudio Castro e Ministério Público; Rioprevidência nega irregularidades

Diante do risco para aposentados e pensionistas, o TCE comunicou o governador Claudio Castro (PL) e o Ministério Público (MP) para que tomem as providências necessárias.

Em resposta, o Rioprevidência afirmou que não fez nenhum aporte no Banco Master após o início do processo no TCE e que a decisão do tribunal foi divulgada sem que houvesse tempo ágil para a apresentação de esclarecimentos técnicos. O instituto declarou também que investiu aproximadamente R$ 960 milhões no Banco Master e não R$ 2,6 bilhões como divulgado pelo TCE e que a operação segue regular e adimplente. O Banco Master não se manifestou.


Fonte: Tempo Real

Berenice Seara em dois tempos

A jornalista Berenice Seara deu hoje duas notas que refletem aspectos que eu já mostrei hoje no meu blog ( ver reproduções abaixo).

A primeira se refere ao pânico que estaria grassando nos deputados da base governista na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro com a prisão do ex (des) secretário Wilson Carlos, o homem por onde tudo passava nos dois mandatos do agora aprisionado Sérgio Cabral. Já a segunda nota se refere à menção feita pelo juiz que decidiu pela prisão do (des) governador Sérgio Cabral sobre uma suposta lacuna fiscalizatória que existiu nos últimos 10 anos em relação aos atos realizados pelo (des) governo do Rio de Janeiro.

Em relação a Wilson Carlos, o pânico é mais do que compreensível, pois está demonstrado por fatos repetido que no mundo pós-Lava Jato, os delatores cumprem seus processos de expiação de forma relativamente indolor. E Wilson Carlos certamente já sabe disso. No tocante ao puxão de orelhas dado no Ministério Público Estadual, ainda que possa ser compreensível, eu diria que não é todo justo. É que muitos dos supostos malfeitos de Sérgio Cabral estavam também na esfera federal, e tampouco assistimos uma ação rápida e direta sobre os fatos que brotavam como cogumelos surgem em pastagens nos dias de chuva. Em outras palavras, pode ser o roto falando do esfarrapado, e o sujo do mal lavado.

Crise, que crise? (Des) governo do RJ quer continuar farra fiscal

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A imagem abaixo é de parte da coluna de ontem (16/10) da jornalista Berenice Seara no jornal Extra e aborda a firme determinação do (des) governo comandado por Luiz Fernando Pezão e Francisco Dornelles de continuar a sangria dos cofres estaduais dando mais de R$ 33 bilhões em isenções fiscais entre 2017 e 2019!

farraComo a jornalista informa, a decisão de continuar com a farra fiscal é incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, mas que se apresente fundamentos críveis para a continuidade desta política que já sangrou algo em torno de R$ 200 bilhões do tesouro estadual.

Impressionam ainda os dados do montante a ser renunciado anualmente. Mas mais impressionante é verificar que em 2016 a renúncia está atingindo R$ 8,7 bilhões. É que enquanto as corporações e empresas agraciadas pelos efeitos da farra fiscal agradecem, temos a completa precarização dos serviços públicos e a manutenção dos servidores estatutários e aposentados em condições de completa incerteza sobre quando seus salários serão pagos. Pior destino sofrem milhares de trabalhadores terceirizados que não recebem salários há mais de 6 meses.

Resta-nos ver o que fazem os deputados estaduais em relação à aprovação desta proposta de continuidade da farra fiscal do (des) governo do Rio de Janeiro. Mas aviso logo que é melhor não esperar muito.

Agora uma coisa é certa. Tem gente no Palácio da Guanabara disposto a brincar com a paciência da população e dos servidores públicos estaduais. Vamos ver até onde isso nos leva. 

Finalmente,  o que os números da farra fiscal nos mostram é que se há uma crise no Rio de Janeiro, ela é muito, mas muito, seletiva.

RJ: mais provas de que a crise é seletiva, muito seletiva!

A coluna que a jornalista Berenice Seara possui no jornal Extra publicou neste sábado (20/08) uma lista de empresas que seriam as “queridinhas” do (des) governo do Rio de Janeiro (ver reprodução abaixo).

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E as empresas desta lista tem milhões de razões para se sentirem felizes por terem um trato diferenciado em meio à propalada crise financeira que impede o funcionamento digno de escolas, hospitais e universidades. É que ao contrário do tratamento dado a órgãos públicos, elas receberam pagamentos que chegam a quase R$ 150 milhões.

Há que se destacar que na lista das “quridinhas” estão duas empresas citadas na operação Lava Jato e também a sucessora da campeã de contratos nos tempos de Sérgio Cabral, a Facility.

Assim, mais uma vez ,fica provado que a crise que massacra os servidores e aposentados no estado do Rio de Janeiro é seletiva, mas muito seletiva.

 

Crise? Que crise? Seletiva, é claro!

cabral pezão

As universidades estaduais, escolas da rede estadual e hospitais públicos continuam literalmente ao Deus dará. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que completa 23 anos de existência na próxima semana ainda não possui qualquer garantia de que receberá sequer recursos mínimos para voltar a funcionar plenamente em 2016.

Sempre que instados a responder quanto irão oferecer de recursos emergenciais para uma das melhores universidades do Brasil, os representantes do (des) governo Pezão/Dornelles dizem que não há como garantir qualquer coisa até que a Secretaria de Fazenda libere um centavo que seja, tal seria “a crise financeira do estado”.

Pois bem, esqueçamos dessa conversa mole porque é simplesmente mentira. Vejamos o que mostrou hoje a jornalista em sua coluna no jornal Extra e que desmascara completamente os argumentos falaciosos que são oferecidos pelo (des) governo do Rio de Janeiro.

 

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A verdade, como revelada pelo deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL) é que a farra das isenções fiscais continua firme e forte, em que pesem todas as evidências de que essa política fiscal é prejudicial aos interesses estrategicos do Rio de Janeiro.

Agora, me digam, o que explicaria a continuidade de isenções para joalherias, laboratórios farmacêuticos e uma gigante da telefonia? Para mim apenas uma decisão bem pensada de privatizar o estado em todos os níveis para beneficiar empresas e prejudicar a maioria da população que precisa de serviços públicos de qualidade.