Coletiva de imprensa sobre investigações e denúncia do MPF sobre fraude e corrupção na aquisição de veículos blindados pelo governo brasileiro

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro convoca os jornalistas para coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (21/03), a partir das 15h, com o procurador da República Eduardo Benones

blindados

O Ministério Público Federal (MPF) apresentará formalmente as descobertas e ações subsequentes de uma investigação conduzida pelo MPF que envolve a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda, entre outras entidades e indivíduos. Esta convocação tem como objetivo não apenas informar o público sobre os fatos investigados, mas também sublinhar a dedicação das autoridades brasileiras em manter a integridade dos processos públicos e combater a corrupção em todas as suas formas.

A investigação, desencadeada por um conjunto substancial de evidências, foi direcionada para desvendar uma complexa rede de atividades ilícitas, incluindo fraudes em licitações, possíveis práticas de: corrupção ativa e passiva; lavagem de dinheiro; e formação de associação criminosa. O foco primário recaiu sobre as operações da Combat Armor, uma empresa que, embora tenha sua matriz nos EUA, realizou transações significativas e manteve contratos extensos com várias entidades governamentais brasileiras, notadamente a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

As descobertas desta investigação são de importância crítica, não apenas devido ao volume financeiro envolvido, apurado até o momento em R$94.096.361,52, mas também pelo curto intervalo de tempo e coincidência ao quadriênio 2019-2022, bem como pela maneira como essas práticas ilícitas comprometeram a transparência e a justiça no uso dos recursos públicos.

A implicação de agentes públicos e privados nestas atividades ilícitas destaca uma preocupante vulnerabilidade em nossos sistemas de governança e licitação, exigindo uma resposta imediata e determinada por parte das autoridades competentes.

As revelações da investigação ilustram um esquema elaborado que não só afetou adversamente a alocação de recursos públicos, mas também minou a confiança da população na integridade de instituições governamentais essenciais. A presença de figuras como Daniel Beck, apoiador de Donald Trump e proprietário da Combat Armor, que esteve em Washington durante a invasão ao Capitólio, adiciona uma dimensão internacional ao caso, enfatizando a necessidade de cooperação jurídica transnacional para combater efetivamente a corrupção e outros crimes financeiros.

A coletiva visa, portanto, lançar luz sobre a profundidade e amplitude das infrações descobertas, enfatizando a importância de manter a vigilância constante e fortalecer os mecanismos de fiscalização e controle para proteger o bem público e restaurar a confiança nas instituições públicas. Com o detalhamento dos fatos e das medidas adotadas em resposta às descobertas, reiteramos nosso compromisso inabalável com a transparência, a justiça e a integridade, essenciais para o fortalecimento da democracia e da ordem social no Brasil.

A coletiva será realizada às 15h de 21 de março na sede da Procuradoria da República no Rio de Janeiro – Avenida Nilo Peçanha, nº 31, auditório do 6º andar, Centro, Rio de Janeiro/RJ.