IA, a bolha

Is an AI Bubble Inevitable?

Quando se pensa que a crise sistêmica do Capitalismo não pode ficar mais ruim do que já está, a realidade vem mostrar que, como na primeira Lei de Murphy, que aquilo que há sempre espaço para piora.

Vejam abaixo extratos de uma reportagem assinada pela jornalista Tamires Vitorio para a revista Exame sobre o que está exarando no movimento das bolsas estadunidenses em relação às empresas de tecnologia que produzem a chamada Inteligência Artificial (IA).

Segundo Vitorio,  as gigantes de tecnologia não conseguiram escapar do mal-estar dos mercados em elação a elas nesta semana.  Isto ocorreu por causa dos temores de uma possível bolha, as ações das big techs, juntas, acumulam queda de 5,6% até esta quinta-feira, 21, enquanto o Nasdaq Composite, principal índice de tecnologia nos Estados Unidos, caiu 2,1% em dois dias. Assim, empresas como Palantir, Nvidia, Apple e Microsoft lideram as quedas, com investidores começando a questionar se as expectativas de crescimento do setor são, de fato, sustentáveis.

A repórter da Exame também informou que um estudo recente do Massachusetts Institute of Technology (MIT) intensificou as preocupações ao apontar que 95% das empresas que investem em inteligência artificial ainda não viram retornos sobre esses investimentos.  Segundo o MIT, a maioria das startups e empresas que estão na vanguarda da IA queimam mais dinheiro do que geram receita. Em média, de acordo com a pesquisa, as companhias gastam US$ 5 para cada US$ 1 de receita. Outro ponto destacado pelo MIT foi a dificuldade de muitos projetos de IA de se traduzirem em soluções concretas e escaláveis, com uma grande parte dos produtos de IA ainda não gerando nenhum faturamento. Em 2024, uma análise de 600 empresas B2B revelou que 42% dos produtos de IA ainda não tinham gerado receita alguma.

Por outro lado, a reportagem afirma que Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, também adicionou tensão ao mercado ao afirmar que a IA está “em uma bolha”. Altman destacou que, embora a IA tenha o potencial de ser uma revolução tecnológica, o entusiasmo atual cria expectativas inflacionadas sobre os retornos que essas empresas podem gerar no futuro. Para ele, a situação atual reflete uma “euforia” que pode não ser sustentada, já que o desenvolvimento de IA em larga escala ainda enfrenta grandes desafios e, por enquanto, os lucros não acompanham o ritmo das valorizações das empresas.

O resultado dessa sensação de bolha da IA (sensação?) é que às 07h42 desta 5a. feira, no horário de Brasília, as principais ações de tecnologia operavam em queda no pré-mercado dos EUA.

Resumo da ópera: todo o frenesi em torno da IA e seus impactos futuros sobre o trabalho pode não passar de uma bolha, uma ilusão.

Brasil está na rota das bolhas imobiliárias!

Roubini diz que cidades brasileiras vivem bolha imobiliária

Em texto publicado hoje, ele afirma que bolhas imobiliárias estão surgindo ao redor do mundo – inclusive nos “principais centros urbanos” brasileiros
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João Pedro Caleiro, de 

Evan Kafka/EXAME.com

Nouriel Roubini, economista

 Nouriel Roubini, economista presidente da consultoria RGE Monitor

 São Paulo – O economista Nouriel Roubini, famoso por prever a crise financeira de 2008, acaba de publicar um artigo no Project Syndicate em que afirma que bolhas imobiliárias estão aparecendo em grandes centros urbanos do Brasil, Turquia, Índia e Indonésia.

O texto, intitulado “De volta para as Bolhas Imobiliárias”, diz que o que está acontecendo atualmente em muitos países é como “um replay em câmera lenta” do que ocorreu na crise financeira americana, mas por uma série de outros motivos.

Nas economias avançadas, o problema é de taxas de juros extremamente baixos e muita liquidez. A combinação de crescimento e inflação baixos com um excesso de dinheiro no mercado leva a uma valorização excessiva de ativos como imóveis.

Ele cita Canadá, Nova Zelândia, França, Alemanha e vários outros países europeus como exemplos de países vítimas deste processo. Os sinais: aumentos constantes de preços em relação à renda total e de dívida imobiliária em relação a dívida total.

No caso dos emergentes, “a situação é mais variada”.  Países com maior renda per capita, como Israel e Hong Kong, estão inflando a bolha ao deixarem suas taxas de juros muito baixas para evitar valorização de suas moedas.

Brasil, Turquia, Índia e Indonésia são citados como países de alta inflação, acima da meta do Banco Central. Em comum, urbanização acelerada que faz com que demanda por imóveis supere a oferta – empurrando os preços para cima.

Ele afirma ainda que as bolhas “não estão prestes a estourar por enquanto, porque as forças que as alimentam ainda estão em plena operação”. Segundo ele, as autoridades de regulação estão mais atentas desta vez, mas enfrentam constrangimentos políticos para lidar com a questão.

FONTE: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/roubini-diz-que-cidades-brasileiras-vivem-bolha-imobiliaria