A intervenção militar no Rio: pior do que os mentores, só os áulicos

Em pleno sábado, o presidente “de facto” Michel Temer veio ao Rio de Janeiro participar de uma reunião no Palácio Guanabara para firmar as condições pelas quais se dará a intervenção militar que ele decretou na área segurança estadual. De quebra, Temer aproveitou para anunciar a criação de mais um monstrengo com apelido de ministério, o da Segurança Pública [1

Algo que não foi noticiado pela mídia corporativa, mas que está circulando nas redes sociais é que ao pousar no campo do Fluminense, que fica ao lado do Palácio Guanabara, Michel Temer, Marcelo Crivela (prefeito do Rio de Janeiro) e o (des) governador Luiz Fernando Pezão foram recebidos por manifestantes que gritavam “Fora Temer! Golpista!”

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Mas mais reveladoras são as imagens da reunião realizada dentro do Palácio Guanabara onde estiverem presentes representantes dos “poderes constituídos” para discutir a aplicação do decreto de intervenção militar.  É que olha para a cara do (des) governador Luiz Fernando Pezão e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), pode verificar facilmente que a cara de poucos amigos deles revela a apreensão com os possíveis desdobramentos dessa decisão inconstitucional que foi tomada pelo presidente “de facto” Michel Temer.

As caras com ar grave não são certamente de preocupação com a população das áreas mais pobres que agora, além da bandidagem, vai ter que conviver com uma ocupação militar que em períodos anteriores trouxe mais problemas do que soluções. É que como já foi dito por vários analistas da área da segurança pública, esta ocupação é uma espécie de pirotecnia que poderá resultar em explosões ainda mais graves de violência com resultados políticos imprevisíveis.

Mais interessante ainda é anotar os áulicos que estão aparecendo para tentar dar um revestimento institucional a esta monaobra de alto risco por parte de Michel Temer. Já declarações de apoio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) [2] e da Associação Comercial do Rio de Janeiro [3].  Mas além dessas instituições, já li posicionamentos de apoio dos deputados Geraldo Pudim (MDB) [4] e Bruno Dauaire (PR) [5]. É importante anotar os nomes desses que hoje, independente das justificativas que estejam apresentando para apoiar essa ação inconstitucional do presidente “de facto“, para que sejam cobrados devidamente quando o pior vier a acontecer. É que essa intervenção tem chance zero de resolver os problemas de segurança que existem no Rio de Janeiro, muita em parte por causa dos (des) governantes que hoje usam a intervenção militar para tentar sufocar a crescente revolta popular.

A coisa é bem simples: pior do que os mentores das ações contra a democracia, apenas os áulicos que surgem para dar o necessário suporte para que elas sejam realizadas.


[1] https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/02/temer-anuncia-no-rio-que-criara-ministerio-da-seguranca-publica.shtml

[2] https://esquerdaonline.com.br/2018/02/17/firjan-apoia-intervencao-militar-na-seguranca-do-rio-e-pede-guerra/

[3] http://www.jb.com.br/rio/noticias/2018/02/16/intervencao-e-imprescindivel-diz-associacao-comercial-do-rj/

[4] https://www.facebook.com/GERALDOPUDIM/

[5] https://www.facebook.com/brunodauaireoficial/

A Alerj e seu alegre festival de nomeações suprapartidárias

Você sabe quais cargos o seu deputado andou negociando? Veja lista!

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A notícia é de ontem, mas merece ser comentada. Trata-se de uma lista de nomeações políticas para cargos em órgãos estaduais que está ligada diretamente ao aludido esquema de corrupção existente na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), sendo que o arquivo foi apreendido no computador do ainda deputado Edson Albertassi (PMDB) [1].

lista de deputados

A imagem reproduz a lista de nomeações para o municipio de Campos dos Goytacazes e os deputados que detinham a capacidade de indicar nomes para ocupar cargos.

O arquivo é composto por  16 páginas e nelas estão relacionadas nomes de políticos que pediram determinados cargos, quem ocupou a vaga e onde. Os registros apreendidos datam de 2015. Durante esse tempo,  64 deputados, vereadores e até secretários de estado indicaram pessoas nomeadas, segundo o Ministério Público Federal.

O número de 64 deputados arrolados na lista de deputados beneficiados pela distribuição de cargos parece ter uma forte correlação com a vida mansa que os (des) governadores de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão tiveram para executar sua agenda ultraneoliberal no Rio de Janeiro.

Há que se notar que essa lista é de 2015 e referente a apenas 6 órgãos estaduais, entre eles DETRAN e FAETEC.   Aliás, chama muita especial atenção o número de cargos distribuídos para a FAETEC e o DETRAN, visto que nesses dois casos específicos a lista de deputados beneficiados é multipartidária, incluindo até alguns deputados que posam de oposição na frente das câmera de TV.  Mais lamentável ainda é ver confirmadas as informações de que a FAETEC foi transformada num cabide de empregos, enquanto seus servidores passavam graves dificuldades financeiras por causa da falta de salários pagos em dia.

No caso dos deputados eleitos na região Norte Fluminense a lista mostra ainda uma grande desenvoltura (ou seria fome?) de alguns parlamentares que não se restringiram a demandar cargos em suas áreas de votação mais expressiva. Mas está claro que esta farta distribuição de cargos tem mais a ver com a obediência dentro da Alerj do que com a densidade eleitoral dos deputados. 

A verdade é que nesse vendaval de nomeações o que menos conta é o compromisso com a população, mas sim a necessidade de manter os deputados alinhados ao que demandam os (des) governadores de plantão.

Para quem desejar ler a lista inteira, basta clicar [Aqui!]


[1] https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/planilha-apreendida-na-casa-de-deputado-preso-revela-distribuicao-de-cargos-politicos-no-rj.ghtml

PEC 47 parcial: Deputado Bruno Dauaire dá informação pela metade

O jovem deputado Bruno Dauaire (PR) usou a sua página oficial no Facebook para celebrar a possível aprovação da PEC 47 que deveria trazer algum alívio para a grave crise financeira em que se encontram as universidades estaduais, clamando para si a primazia da proposição da mesma (ver figura abaixo).

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O que Bruno Dauaire “esqueceu” de informar aos seus seguidores no Facebook é que a versão que será aprovada é a PEC 47 parcial engendrada pelos deputados que apoiam o (des) governador Luiz Fernando Pezão, a qual em vez de resolver, deverá agravar os problemas já vivenciados pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) da qual se diz um defensor.

Como já o informei pessoalmente da posição contrária da Associação de Docentes da Uenf (Aduenf) a aceitar que em 2018 o (des) governo Pezão seja obrigado a repassar apenas um “mínimo de 33%” do orçamento aprovado pela Alerj para a Uenf, ele não pode se fazer de desentendido acerca do fato.  Nisso chega às beiras da enganação pura ele usar uma fotografia com uma imagem da Aduenf, pois ele sabe que a nossa associação não concorda com a PEC 47 sendo implantada de forma parcial.

A questão é que ao apresentar algo como sendo seu e, o pior, como uma vitória, o que o jovem deputado sanjoanense faz é jogar água no moinho da destruição da Uenf e das demais universidades estaduais do Rio de Janeiro.

Diante disso, não tenho mais notar a fazer do que constatar que com uma oposição como essa, o (des) governo Pezão nem precisa de apoio da sua base dentro da Alerj. Já no caso da Uenf pode-se dizer que com amigos como esse, nem precisamos de inimigos.

Placar da decisão de libertar os mandarins do PMDB

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A Justiça prende, a Alerj manda soltar

Graças à velocidade das redes sociais, já podemos conhecer o voto de cada deputado (ou o não voto como foi o caso do deputado Bruno Dauaire (PR) que inexplicavelmente se absteve e de outros que se fizeram ausentes, três deles por serem os deputados presos em Benfica).

Posto os votos abaixo, acrescentando que o SIM é voto favorável pela libertação e retorno dos mandatos de Jorge Picciani,  Paulo Melo e Edson Albertassi, e o NÃO é contrario.

Como adiantei antes da votação,  Geraldo Pudim, Jair Bittencourt e João Peixoto votaram SIM, mostrando seu claro alinhamento com o (des) governo Pezão e os mandarins presos.

voto 4voto 1voto 2voto 3voto 5

 

Bruno Dauaire e seu incontido entusiasmo com o Porto do Açu

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O jovem deputado Bruno Dauaire (PR) parece mesmo ter um incontido encantamento com o enclave geográfico multinacional também conhecido como “Porto do Açu”.   Pelo menos é o que mostra a entusiasmada declaração que ele postou em sua página oficial na rede social Facebook durante a reunião ocorrida na semana passada cujo produto final foi a assinatura de uma carta a ser enviada ao presidente “de facto” Michel Temer em favor da construção da chamada Ferrovia 118.

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Na postagem, o jovem deputado diz que “vamos trabalhar para que a ferrovia saia das intenções e se traduza em desenvolvimento, geração de renda e empregos para São João da Barra e toda a região“. 

Faltou  Bruno Dauaire  explicar quem são os atores por detrás do “vamos”, e de porquê ele foi novamente fazer figuração dentro do Porto do Açu. É  que enquanto ele compartilha de canapés dentro do Porto do Açu,  muitos dos seus eleitores, especialmente os residentes no V Distrito de São João da Barra, continuam tendo seus direitos de propriedade completamente desrespeitados pela nada santa aliança formada pelo (des) governo Pezão e pelo fundo de “private equity” EIG Global Partners (a.k.a. Prumo Logística  Global) que atualmente detém um controle quase absoluto do megaempreendimento iniciado pelo ex-bilionário Eike Batista com grande ajuda do hoje presidiário Sérgio Cabral.

Mas uma coisa o deputado Bruno Dauaire já deveria saber. Em 2018 ele não terá o mesmo número de votos que teve em 2014 entre seus concidadãos do V Distrito. É que as famílias expropriadas por Sérgio Cabral e que até hoje continuam sem qualquer tipo de ressarcimento pela tomada de suas terras irão lembrar bem dessas visitas do jovem deputado ao enclave do Porto do Açu.

Porto do Açu: instalação da CPI das escabrosas desapropriações deu passo à frente

A coluna “Informe do DIA” que é publicada diariamente pelo jornal ” O DIA” traz hoje um interessante desdobramento para as disputas em curso na retroárea do Porto do Açu onde o ex (des) governador Sérgio Cabral promoveu escabrosas desapropriações de terras de agricultores familiares em favor do seu “parça” o ex-bilionário Eike Batista (ver imagens abaixo). 

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A instalação desta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar as desapropriações no V Distrito de São João da Barra é um fato que deverá tensionar ainda mais quem já ficou tenso com a série de matéria jornalísticas que foram produzidas sequencialmente pelo SBT-RIO, por Fernando Gabeira, e ainda pela BAND TV.

E eu diria que razões para nervosismo não faltam. É que em função de um convite para escrever um artigo acadêmico sobre o Porto do Açu me pus a analisar a sequência de leis promulgadas pelo governo do Rio de Janeiro e pela Prefeitura Municipal de São João da Barra, e o que eu encontrei me deixou confuso inicialmente.  Mas depois de conversar com um expert sobre os processos de desapropriação, consegui organizar o quebra-cabeça. E o que eu irei mostrar neste artigo certamente interessará aos membros desta CPI.  

Agora, resta-nos aguardar que o deputado estadual Bruno Dauaire submete seu pedido ao plenário da Alerj, e que essa CPI seja instalada e comece a funcionar. A ver!

Porto do Açu foi a estrela em evento da Alerj. Enquanto isso, moradores do V Distrito continuam esquecidos

Estive ontem num evento promovido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e que foi realizado no Centro de Convenções da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). O chamado “Supera Rio” se reuniu para colher sugestões voltadas para o desenvolvimento econômico e social da região Norte Fluminense.

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O encontro contou com a participação do reitor da Uenf, Luís Passoni, além dos deputados estaduais Geraldo Pudim (PMDB) e Bruno Dauaire (PR) , prefeitos e presidentes de Câmaras de Vereadores. O principal momento do evento foi a realização de uma mesa redonda com o tema “Alternativas de Desenvolvimento para a Região Norte“, com a participação de representantes da Firjan, Sebrae, Sindicato Rural de Campos, IFF e BV Rio, e da Prumo Logística.

Apesar das tentativas de oferecer um foco mais abrangente, me pareceu óbvio que a estrela do evento foi o Porto do Açu já que quase todos os oradores citaram a importância que o empreendimento possui para a dinamização da economia do Norte Fluminense. Aliás, para mim, foi interessante notar a presença do Sr. Caio Cunha, coordenador de Relações Institucionais e Responsabilidade Social Corporativa da Prumo Logística,  já que num evento dessa natureza seria de se esperar que o presidente da empresa tivesse se feito presente.  

Agora, o que eu achei mesmo interessante foi o aparente entrosamento entre o Sr. Caio Cunha e o jovem deputado Bruno Dauaire como mostra a imagem abaixo.  Fico apenas imaginando o que havia para ser dito entre os dois que mereceu que o deputado Dauaire saísse do seu assento no momento em que um dos palestrantes fazia o uso da palavra. 

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Com certeza o jovem deputado estava cobrando soluções para as inúmeras pendências que a Prumo Logística possui com os moradores do V Distrito de São João da Barra, uma das suas principais bases eleitorais. Ou não!

Ururau faz matéria sobre intromissão de Pudim e seu grupo no processo de extinção da Fenorte

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O site Ururau publicou uma matéria (ver abaixo) falando sobre a intervenção de Geraldo Pudim e de quatro outros deputados da região Norte Fluminense (João Peixoto (PSDC), Bruno Dauaire (PR), Papinha (PP) e Jair Bittencourt (PR)) que atuaram para prolongar a agonia em que se encontra imersa a Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte). É preciso que se diga que certamente Pudim e seus associados serão “elogiados” por muito tempo pelos servidores da Fenorte, visto que atuaram totalmente à revelia de posições públicas que são à favor da extinção da fundação e sua transferência para o quadro de servidores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).

Considero lamentável que esses parlamentares tenham intervido para impedir não apenas a extinção, mas objetivamente a transferência dos servidores que desejam ir para a Uenf para poder, finalmente, atuarem em projetos de interesse da população do Norte Fluminense.

Além disso, a fórmula que está sendo aventada de cessão dos servidores da Fenorte para a Uenf certamente criará ainda mais ansiedade num grupo que já não aguenta mais ser desrespeitado e negligenciado em seus direitos básicos.  E o que é mais estranho é que em todos esses anos em que os servidores da Fenorte ficaram literalmente abandonados, nenhum dos parlamentares que atuaram para impedir a extinção sequer visitaram a instituição para saber como estavam e se sentiam seus servidores.

Mas como 2016 será um ano eleitor, essa intromissão certamente não será esquecida pelos servidores da Fenorte. A ver!

Extinção da Fenorte fica para depois do recesso da Alerj quando o tema voltará a ser analisado

  Thiago Macedo/Carlos Grevi/ Projeto de Lei ficou para fevereiro do próximo ano

A extinção da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte), que foi decretada na última semana pelo governador Luiz Fernando Pezão, através do Projeto de Lei 1315/2015, dentro dos planos do Governo do Estado em enxugar a máquina, ficou para depois do recesso da Assembleia Legislativa (Alerj), que teve como uma das discussões na tarde desta segunda-feira (21/12), este tema. O projeto de Lei ficou para fevereiro do próximo ano.

O deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB) foi a tribuna e deu início ao discurso que recebeu dos demais deputados da região, João Peixoto (PSDC), Bruno Dauaire (PR), Papinha (PP) e Jair Bittencourt (PR) o apoio com a proposta de fazer assim como no caso de outras autarquias e fundações, deixar para depois do retorno do recesso as discussões mais aprofundadas. O projeto recebeu ao todo 15 emendas.

“O que mais os funcionários da Fenorte desejavam será efetivada e em janeiro, através de decreto do governo Luiz Fernando Pezão eles estarão transferidos para a Uenf”, anunciou Pudim.

Segundo o professor doutor do Laboratório de Estudos do Espaço Antropópico (LEEA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) – Darcy Ribeiro, Marcos Pedlowski, esse é o sonho antigo dos servidores que almejavam a extinção da Fundação e, consequentemente, a inserção na universidade.

“Desde o ano passado, os servidores querem ir para a Uenf. Eles querem que acabe (a Fenorte) para poder trabalhar”, mencionou o professor doutor.

Criada pela Lei estadual nº 2.043, de 10 de dezembro de 1992, a Fenorte foi estruturada pela Lei estadual nº 3.684, de 23 de outubro de 2001, e reestruturada pela Lei estadual nº 4.798, de 29 de junho de 2006.

Com a sua extinção, as atribuições, estrutura e patrimônio, bem assim os recursos financeiros e orçamentários estariam sendo transferidos para a Uenf, assim como os bens imóveis contidos em sua estrutura incorporados ao patrimônio da universidade.

Ainda resta ser anunciado como se dará a situação dos cargos em comissão e as funções gratificadas da estrutura da Fenorte para a Uenf, e se de fato ocorrerá também esse processo de mudança.

Reportagem: Redação, Fonte Redação

FONTE: http://novosite.ururau.com.br/cidades/adda7e2dddc7b7c6743fe75f582e33d6a6cdf3fc_extincao_da_fenorte_fica_para_depois_do_recesso_da_alerj_quando_o_tema_voltara_a_ser_analisado

Liderados por Geraldo Pudim, deputados da região Norte Fluminense impedem a extinção da Fenorte

Na manhã de hoje conversei com dois servidores da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte) que num misto de tristeza e alegria me diziam esperar que o pesadelo de ganhar sem trabalhar seria encerrado hoje na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo eles, ainda que tristes pelo fim da Fenorte, a situação de descaso e mal uso do órgão tornaram a sua extinção a coisa mais lógica a ser feita em nome do interesse público.

Pois bem, esses dois e muitos outros servidores da Fenorte tiveram essa expectativa de finalmente começar a trabalhar para servir a população frustrada por uma manobra liderada pelo ex-garotista Geraldo Pudim que recrutou os deputados João Peixoto (PSDC), Bruno Dauaire (PR), Papinha (PP) e Jair Bittencourt (PR) para retirar o projeto enviado pelo (des) governador da pauta, protelando a extinção da Fenorte

Qual o argumento usado na tribuna por Pudim e seus companheiros de empreitada? Que o projeto precisaria ser discutido melhor, pois a Fenorte seria importante para a região Norte Fluminense. Ora, até a mais inocente das corujas buraqueiras que habitam o campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) sabe que a Fenorte só é importante para esses deputados por causa das dezenas de cargos comissionados que possui e que rotineiramente são alocados para algum político sem mandato fazer uns trocados.  

É que projeto para alavancar o Norte Fluminense quem tem mesmo é a Uenf. Por isso é que a imensa maioria dos servidores da Fenorte quer ser transferida para lá para começar a se envolver em projetos essenciais e nos quais poderão finalmente se envolver em algo real.

Dada a sua proeminência na estratégia protelatória, Geraldo Pudim já está sendo devidamente “homenageado” nas redes sociais como mostra a imagem abaixo. E com certeza, o deputado Pudim ainda receberá várias outras nos próximos dias. E eu digo, todas serão merecidas!

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Como conversei com servidores da Uenf que estiveram na Alerj e conversaram o jovem deputado Bruno Dauaire, o qual teria demonstrado um grande afã em impedir a extinção da Fenorte em uma súbita aliança com um ex-aliado e hoje desafeto declarado do ex-governador Anthony Garotinho, eu fico pensando se ele não estaria também, nas imortais palavras de Leonel Brizola, costeando o alambrado. Por vias das dúvidas, se eu fosse o ex-governador Anthony Garotinho ficaria atento. 

De quebra, o que eu realmente gostaria é que ele demonstrasse o mesmo afã na aceleração do processo 000270-19.2013.8.19.0053 no qual ele é um dos advogados que representam os interesses do agricultor Durval Alvarenga que teve suas terras salgadas pelo aterro hidráulico do Porto do Açu. É que se o deputado Bruno Dauaire não lembra, este processo está literalmente parado na justiça, sem qualquer tipo de encaminhamento prático desde que foi aberto no cada vez mais distante dia 17/09/2013.  E se o jovem deputado não lembra mais quem é o Sr. Durval, posto abaixo um vídeo (publicado no meu canal no Youtube no dia 31/05/2014) onde o Sr. Durval conta a história de como sua terra foi destruída pelo sal.

Justiça: lebre para uns, tartaruga para outros. O caso da salinização do Porto do Açu como exemplo lapidar

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O agricultor Durval Ribeiro de Alvarenga sendo entrevistado por uma equipe de TV em 2013 dentro da propriedade que foi salinizada por água salgada vinda do aterro hidráulico do Porto do Açu.

Desde que este blog foi criado, venho me ocupado de narrar as agruras vividas pelos agricultores do V Distrito de São João da Barra após o início da instalação do Complexo Industrial Portuário do Açu. Uma das facetas desse processo profundamente desigual é a forma com que a justiça vem tratando os diferentes lados envolvidos, bem como as mazelas sociais e ambientais que decorrem da forma açodada com que o empreendimento vem sendo implantado.

Na prática, tenho visto a justiça agir como lebre corredora quando se tratou de executar os processos de desapropriação iniciados pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (Codin), quando muitos agricultores forem expulsos de suas terras algemados pela Polícia Militar e com a presença ostensiva de seguranças particulares. 

Agora, quando se tratou de punir, por exemplo, as mazelas ambientais causadas pela implantação do Porto do Açu, as quais, que causaram graves perdas econômicos aos agricultores do V Distrito, o ritmo da justiça tem sido de tartaruga com as quatro patas quebradas.  Um exemplo disso é o caso do agricultor Durval Ribeiro de Alvarenga que teve uma parte significativa de sua propriedade salinizada pela intrusão de água do mar oriunda de um dos aterros hidráulicos construídos pela LL(X) que após quase 3 anos do incidente continua sem qualquer perspectiva de ser ressarcido financeiramente pelos grandes prejuízos que sofreu e vem sofrendo.

Para quem pensa que essa falta de ressarcimento é causada pelo próprio agricultor que não se mobilizou na justiça para ser ressarcido, pense de novo. É que o Sr. Durval Alvarenga deu entrada em 17 de Setembro de um processo contra três empresas (LLX Logística S/A, OSX Brasil S/A e a Centennial Asset Minning Fund LLC) ligadas ao grupo de empresas do ex-bilionário Eike Batista (como mostra a figura abaixo).

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Entretanto, passados mais de dois anos de sua abertura,, o processo No. 000270-19.2013.8.19.0053 sequer foi capaz de gerar uma carta rogatória para uma das empresas que estaria localizada fora do Brasil como mostra a figura abaixo.

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Antes de me deparar com o andamento desse processo, já havia tido notícias de que o andamento dos processos no Fórum de São João da Barra andava lento, e até com processos “missing in action” (Aqui!), mas confesso que não tinha ideia de que a coisa andava tão vagarosa; especialmente quando se trata de reclamações feitas contra os agricultores contra as corporações envolvidas na implantação do Porto do Açu.

Finalmente, espero que o jovem e atuante deputado estadual Bruno Dauaire (PR) tenha um tempinho na sua próxima passagem por São João da Barra para, na condição de um dos advogados do Sr. Durval Alvarenga, comparecer ao Fórum para pedir formalmente que haja um mínimo de celeridade no andamento do processo No. 000270-19.2013.8.19.0053. Afinal, quem perdeu tudo como o Sr. Durval perdeu na propriedade em questão, tem pressa. E, convenhamos, muito justificada.