Norsk Hydro: Debatedores relatam evidências de crime ambiental em rios em Barcarena (PA)

alunorte

Comissão que investiga o vazamento de rejeitos ouviu relatos do Ministério Público, do Ibama, de pesquisadores e de moradores da região atingida

Autoridades reforçaram evidências de crime ambiental na contaminação de rios em Barcarena, no Pará. O assunto foi discutido nesta semana em audiência pública da comissão externa da Câmara dos Deputados que investiga o vazamento de rejeitos de bauxita da empresa Hydro Alunorte, em 17 de fevereiro, após fortes chuvas na região.

Os dados apresentados na audiência apontam que a contaminação é bem mais ampla na bacia de rios e igarapés que circunda o distrito industrial de Barcarena.

O pesquisador Marcelo Lima, do Instituto Evandro Chagas, não tem dúvidas quanto ao vazamento da Hydro. Falta concluir apenas a origem dos demais poluentes. “Quanto ao transbordo, nós temos evidências por meio de imagens e dados químicos que mostram que o que estava dentro da empresa [Hydro] estava também fora da empresa. A gente chama isso de assinatura química. Detectamos alterações nos níveis de alumínio, ferro, cromo, chumbo, arsênio, urânio e mercúrio. E hoje nós temos como comprovar a origem de tudo isso. Só falta consolidarmos os nossos resultados de análise”, afirmou.

Vários desses elementos químicos são cancerígenos. Por decisão da Justiça do Pará, 50% das atividades da Hydro Alunorte estão paralisadas desde fevereiro.

Dano ambiental

O procurador da República no Pará, Ubiratan Cazetta, informou que a força-tarefa dos ministérios públicos federal e estadual busca embasar novos inquéritos criminais e cíveis. “Alguns crimes são mais simples, mas o principal dado que nos falta, tanto na área criminal como na área cível, é a identificação do tamanho do dano. Nós sabemos que há um dano, mas não temos o que isso produziu de permanente. Por exemplo, qual é a situação de solo dessas comunidades? Com foco criminal, nós já estamos identificando quem foi o responsável por cada tipo de orientação e cada tipo de ordem. E, especialmente, a questão do dano é importante para dimensionar o tamanho da pena”, declarou.

Segundo o procurador, a região tem “histórico de desprezo por questões socioambientais”. A população será ouvida no novo termo de ajustamento de conduta que o Ministério Público pretende negociar com a Hydro.

Ameaças

Dirigentes da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia denunciaram constantes ameaças de morte aos moradores que denunciam crimes ambientais. O coordenador da comissão externa de Barcarena, deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), garantiu que esse item constará de seu relatório final. “Outra tarefa é buscar incluir as pessoas nos programas de proteção: as lideranças e as testemunhas”, disse o parlamentar.

Os deputados Éder Mauro (PSD-PA) e Elcione Barbalho (MDB-PA) reforçaram a necessidade de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o histórico de contaminações em Barcarena. 

Elcione Barbalho reclamou de tentativa de intimidação por parte da Hydro. “O estrago está feito e eles respondem lá: ‘nós vamos demitir todo mundo’. Como uma forma de nos pressionar, nos intimidar e querer que a gente recue”, disse a deputada.

Também presente na reunião da comissão externa, a coordenadora de emergências ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fernanda Inojosa, disse que o órgão não constatou rompimento na barragem de resíduos da Hydro, mas aplicou duas multas de R$ 10 milhões à empresa pela existência de um duto clandestino e problemas de licenciamento ambiental.

Reportagem – José Carlos Oliveira, Edição – Pierre Triboli,  A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Agência Câmara Notícias‘ 

 

FONTE:  http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/559066-DEBATEDORES-RELATAM-EVIDENCIAS-DE-CRIME-AMBIENTAL-EM-RIOS-EM-BARCARENA-(PA).html

Câmara dos Deputados convida para audiência pública online para debater as condições da Baía da Guanabara para receber os Jogos Olímpicos

 

baia jogos

Condições de Saúde da Baía de Guanabara – 02/09 – 15h,

Sala fechada

Audiência Pública para debater as condições de saúde da Baía de Guanabara para a realização das atividades aquáticas nos Jogos Olímpicos a serem realizados no Rio, em 2016.

Requerimento nº 73/2015
Iniciativa: deputados Fábio Mitidieri, Valadares Filho e Flávia Morais

Convidados:

Ricardo Leyser, Secretário Executivo do Ministério do Esporte; *

Leonardo Espíndola, Secretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro;

Juliana Lins, Subsecretária Adjunto do Escritório de Gerenciamento de Projetos da Casa Civil – EGP/Rio;

Tania Braga, Gerente Geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Organizador dos Jogos Olímpico e Paralímpicos Rio 2016;

Dr. João Grangeiro, Diretor Médico do Comitê Organizador dos Jogos Olímpico e Paralímpicos Rio 2016;

Joaquim Monteiro, Presidente da Empresa Olímpica Municipal;

Marcelo Pedroso, Presidente Substituto da Autoridade Pública Olímpica – APO;

Caio Rosenthal, Médico Infectologista.

Para participar  acesse o link: http://goo.gl/GkSKxu  amanhã (02/09/2015 a partir das 15h,