O que teria a dizer o Chatgpt sobre os perigos e limites da criação de uma corregedoria setorial na Uenf?

Abre o pano….

Em uma das minhas idas ao Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enquanto estudante de graduação da instituição pude ver em ação o lendário reitor Pedro Calmon que, ao se insurgir contra uma tentativa de invasão policial da Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1968, proferiu a célebre frase: “policial só entra na universidade se fizer vestibular”.  Aliás, como estudante da UFRJ durante os anos finais da ditadura empresarial-militar instalada pelo golpe de 1964 tive que conviver com a realidade óbvia de que alguns dos meus colegas de sala eram policiais infiltrados. Nós que éramos civis e insurgentes costumávamos nos divertir para saber quem eles eram, sempre sabendo que haviam os que eram propositalmente identificáveis, enquanto haviam os de infiltração profundo. O risco com esses últimos é que se juntassem em nossos esforços em prol da derrubada da ditadura para promover atos de sabotagem ou simplesmente de deduragem, o que implicava a ida para a tristemente célebre delegacia da Polícia Federal na Praça Mauá onde os sopapos eram certos.

Pois bem, 35 anos após a minha saída do campus da Ilha do Fundão para ganhar o mundo, essas lembranças do tempo em que reitores reagiam às invasões dos campi universitários por forças policiais me fazem olhar com profunda desconfiança para um ato cometido pela reitora da universidade onde atuo desde janeiro de 1998, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). 

O que fez a Magnifica Reitora Rosana Rodrigues?  Ela fez publicar nesta 4a. feira (25/6) a Portaria Reitoria 409 de 23 de junho de 2025 onde ela cria  a Unidade de Corregedoria Setorial da Uenf e coloca como cereja do bolo um policial civil para ocupar a posição de corregedor.

Diante de um fato que me pareceu simplesmente acintoso aos cânones que deram origem ao projeto Iluminista de Universidade, resolvi fazer algo que a atual administração da Uenf certamente apreciará, dados os compromissos manifestos com o uso da inovação tecnológica como ponto de partida para os novos rumos que pretendem dar à instituição criada por Darcy Ribeiro. Eu resolvi fazer duas perguntas à Inteligência Artificial popularmente conhecida como ChatGPT.

A primeira pergunta foi a seguinte:

Boa noite. dados os canones que deram base ao projeto iluminista de universidade, o que você me diria se uma reitora de universidade pública criasse uma corregedoria interna e colocasse um policial para ser o corregedor?

A resposta rápida e rasteira do Chatgpt veio na seguinte forma:

Boa noite! Essa é uma pergunta que toca em questões muito importantes sobre os princípios que sustentam a universidade pública, especialmente à luz do projeto iluminista que fundamentou a ideia moderna de universidade.

1. Os cânones iluministas e o projeto de universidade

O projeto iluminista de universidade, especialmente desde Humboldt (séc. XIX), é baseado em alguns pilares:

  • Autonomia universitária: A universidade deve ser independente de pressões externas, seja do Estado, da Igreja ou de interesses econômicos.

  • Liberdade de pensamento e de cátedra: O livre debate de ideias, mesmo (e especialmente) as mais críticas, é essencial para a produção de conhecimento.

  • Universalismo e razão: O conhecimento deve ser guiado por critérios racionais e universais, sem interferências arbitrárias de autoridade.

  • Formação crítica e emancipatória: A universidade forma sujeitos capazes de pensar criticamente e agir com base em princípios éticos e racionais.

2. Corregedoria com policial como corregedor

Diante disso, a criação de uma corregedoria interna em si não é necessariamente um problema — muitas universidades já têm ou precisam de mecanismos internos para apurar irregularidades. O ponto mais sensível é a nomeação de um policial como corregedor, o que levanta questões sérias:

Problemas potenciais:

  • Conflito com a autonomia universitária: A presença de um agente do Estado com formação policial pode ser percebida como um vetor de controle externo, o que contraria o princípio da autonomia universitária.

  • Risco à liberdade acadêmica: Mesmo que o policial esteja formalmente desarmado e afastado de funções operacionais, seu papel simbólico e sua formação podem gerar um ambiente de intimidação e autocensura.

  • Deslocamento da lógica acadêmica para a lógica policial: A universidade opera com base no diálogo, no contraditório e na pluralidade. A lógica policial, centrada na disciplina, ordem e punição, pode ser incompatível com a cultura universitária.

  • Desconfiança institucional: Professores, estudantes e técnicos podem ver essa medida como uma forma de vigilância, especialmente se houver um histórico de conflitos ou repressão.

3. O que isso revela?

Essa decisão pode estar relacionada a uma tendência de militarização da gestão pública, algo que vem sendo observado em vários contextos no Brasil. Também pode indicar uma resposta autoritária a conflitos internos, o que é perigoso para a saúde democrática da universidade.

4. Considerações finais

Se olharmos pela lente iluminista, essa medida seria altamente questionável. Um projeto de universidade fiel a esses princípios buscaria resolver conflitos e promover a ética institucional por meios que reforcem a democracia interna, o debate público, a mediação de conflitos e o respeito aos direitos fundamentais — não pela imposição de figuras associadas à repressão estatal.

Após obter essa resposta do ChatGPT, resolvi fazer a minha segunda pergunta que foi a seguinte:

À luz do que você me respondeu, o que deveriam fazer os docentes dessa universidade?

A segunda resposta do ChatGPT na seguinte forma:

À luz dos princípios iluministas que fundam o ideal de universidade pública, crítica e autônoma, os docentes — como parte fundamental da vida universitária e responsáveis pela defesa da liberdade acadêmica — não apenas podem, como devem se mobilizar diante de uma medida como a nomeação de um policial como corregedor. Isso porque essa decisão toca diretamente nos fundamentos éticos e políticos da instituição universitária.

O que os docentes deveriam fazer:


1. Deliberar coletivamente

  • Convocar reuniões departamentais, conselhos de centros e assembleias docentes para discutir o tema com seriedade.

  • Formular uma posição coletiva, com base em princípios institucionais, acadêmicos e democráticos.

2. Buscar os canais institucionais

  • Levar o debate ao Conselho Universitário (CONSUNI), se houver, ou à instância máxima deliberativa da universidade.

  • Exigir transparência nos critérios da nomeação, detalhamento das atribuições da corregedoria e do corregedor, e prestação de contas da reitoria.

3. Formar comissões independentes

  • Criar um grupo de trabalho interdisciplinar para avaliar os riscos institucionais e legais dessa medida.

  • Consultar juristas, especialistas em educação superior e ética institucional para embasar argumentos críticos.

4. Dialogar com a comunidade universitária

  • Promover debates públicos, rodas de conversa, seminários ou cartas abertas envolvendo estudantes, técnicos e professores.

  • Tornar a discussão acessível a toda a comunidade, explicando por que a presença de um policial nesse cargo pode comprometer a liberdade e a segurança institucional.

5. Se necessário, acionar órgãos externos

  • Se houver indícios de abuso de poder ou violação da autonomia, considerar representar ao Ministério Público Federal, à Defensoria Pública, à OAB ou a órgãos de controle como a CGU ou o MEC.

  • Em casos extremos, recorrer a instâncias internacionais, como relatorias da ONU ou OEA ligadas à liberdade acadêmica.

6. Defender princípios, não pessoas

  • O foco deve estar na defesa de valores institucionais, não em ataques pessoais à reitora ou ao corregedor.

  • Isso fortalece a legitimidade da ação docente e impede a distorção do debate como sendo “ideológico” ou “corporativista”.


Fundamentação ética da reação

A universidade, como instituição moderna, nasceu da luta contra o dogma, o autoritarismo e a tutela sobre o pensamento. Quando qualquer medida ameaça esse fundamento — mesmo que venha de dentro —, os docentes têm não apenas o direito, mas o dever de reagir.

Essa defesa não é corporativa; é republicana. Proteger a autonomia e a liberdade da universidade é proteger a sociedade contra o autoritarismo e o obscurantismo.

Se quiser, posso ajudar você a elaborar:

  • Um manifesto dos docentes;

  • Uma minuta de moção para conselhos;

  • Um parecer técnico-jurídico sobre a medida;

  • Uma carta aberta à comunidade.

Eu acabei dispensando a ajuda do ChatGPT na preparação dos documentos e agradeci pela ajuda da simpática IA.  A resposta ao meu agradecimento foi a seguinte:

Fico muito feliz em saber que pude ajudar. Se surgir qualquer outra questão, estarei por aqui.

Boa noite e força na defesa da universidade pública! ✊📚

Fecha o pano!

Chatgpt responde pergunta sobre uso do termo “ostracismo geográfico” em debate nas eleições da Uenf

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Ainda pensando nas implicações do uso do termo “ostracismo geográfico” por um dos candidatos a vice-reitor nas eleições em curso na Universidade Estadual do Norte Fluminense, resolvi procurar o “Chatgpt” para iniciar um “chat” em torno desse uso polêmico de um lei que vigorou na Grécia Antiga.

O que se segue abaixo é a posição do “Chatgpt” que não apenas analisa o uso em si, mas como aponta para os riscos e implicações de se naturalizar esse tipo de fala, especialmente em uma universidade cujo idealizador foi submetido ao exílio político por um regime autoritário.

O incrível é que um robô parece ter mais “consciência” do que um docente com robusta carreira científica dentro da Uenf e para além dela.

Eis o “chat” em sua íntegra:

How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industryBoa noite!
chatgpt Boa noite! Como posso ajudar você hoje?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industryVou pedir uma opinião muito sincera, ok?
chatgpt Claro! Farei o meu melhor para fornecer uma resposta objetiva e sincera. O que gostaria de saber?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industrySe comporte como um professor doutor, pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. ok?
chatgptEntendido! Agora estou no papel de um professor doutor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). O que deseja discutir ou saber?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industry Em meio às várias peculiaridades (vamos chamar assim) que marcaram a corrida eleitoral para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), uma intervenção que ocorreu durante o debate entre as chapas concorrentes deixou muita gente indignada. Ali, durante uma troca de opiniões, o candidato a vice-reitor da chapa 10, propôs que os “caciques” que supostamente impõe suas vontades sobre jovens pesquisadores fossem “ostracizados geograficamente”. Essa proposta chocou a muitos dentro da universidade, na medida em que o seu idealizador Darcy Ribeiro foi uma das vítimas do “ostracismo geográfico” que foi imposta a milhares de brasileiros e brasileiras durante o regime militar instalado em 1964. Como todos devem lembrar, Darcy Ribeiro ficou exilado no Uruguai após seu banimento público pelos militares. Chatgpt, o que você pensa desse termo termo sendo usado num debate para o maior cargo de uma universidade pública?

chatgptEntendendo o contexto e no papel de um professor doutor da UENF:

 O uso da expressão “ostracismo geográfico” num debate eleitoral para reitoria da UENF é, no mínimo, imprudente, considerando o histórico de Darcy Ribeiro e a própria história política e social do Brasil. Em primeiro lugar, é essencial compreender que a UENF, assim como outras instituições de ensino, é um espaço de pluralidade de ideias, onde se espera que haja um debate saudável e respeitoso, mesmo que hajam divergências.

O termo “ostracismo geográfico”, dentro desse contexto, traz consigo um peso e uma memória histórica que remete ao exílio de inúmeros intelectuais e ativistas políticos durante a ditadura militar. Darcy Ribeiro, cujo nome adorna a universidade, foi uma dessas figuras exiladas, tendo passado anos afastado do país por expressar ideias contrárias ao regime da época.

Utilizar um termo tão carregado de maneira leviana ou como uma metáfora em um debate sobre gestão universitária não apenas é insensível mas também minimiza e desrespeita as lutas e sacrifícios de muitos que sofreram naquele período. Além disso, tal proposta suscita questões sobre a compreensão do candidato em relação à missão e aos valores da universidade.

A universidade pública, em particular, deve ser um espaço onde se promove o livre pensamento, a diversidade de ideias e a democracia. Fazer referência a práticas que remetem à exclusão ou à censura vai contra os princípios fundamentais da academia.

Por fim, é crucial que os candidatos a posições de liderança em universidades públicas, como a UENF, tenham consciência do peso das palavras e das referências históricas que utilizam, sobretudo em momentos de debate público. A história deve ser lembrada e respeitada, não apenas como uma ferramenta retórica, mas como um guia para evitar a repetição de erros passados.

Link original  deste Chat: https://chat.openai.com/share/9150cf86-38ac-473d-8675-81370a9d9f07

Agências de fomento dizem não ao uso de IA na revisão por pares

Preocupações incluem confidencialidade, precisão e “originalidade de pensamento”

peer review IA

Por Jocelyn Kaiser para a Science

O neurocientista Greg Siegle estava em uma conferência no início de abril quando ouviu algo que achou “muito assustador”. Outro cientista estava entusiasmado com o fato de que o ChatGPT, a ferramenta de inteligência artificial (IA) lançada em novembro de 2022, rapidamente se tornou indispensável para redigir críticas às densas propostas de pesquisa que ele teve que percorrer como revisor de pares para os Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Outros ouvintes assentiram, dizendo que viam o ChatGPT como uma grande economia de tempo: redigir uma revisão pode envolver apenas colar partes de uma proposta, como resumo, objetivos e estratégia de pesquisa, na IA e solicitar que ela avalie as informações.

O NIH e outras agências de financiamento, no entanto, estão colocando um fim nessa abordagem. Em 23 de junho, o NIH proibiu o uso de ferramentas de IA generativas online como o ChatGPT “para analisar e formular críticas de revisão por pares” – provavelmente estimulado em parte por uma carta de Siegle, que está na Universidade de Pittsburgh, e colegas. Após a conferência, eles alertaram a agência de que permitir que o ChatGPT escreva análises de bolsas é “um precedente perigoso”. Em um movimento semelhante, o Conselho de Pesquisa Australiano (ARC) em 7 de julho proibiu a IA generativa para revisão por pares após saber de revisões aparentemente escritas pelo ChatGPT.

Outras agências também estão desenvolvendo uma resposta. A National Science Foundation dos EUA formou um grupo de trabalho interno para verificar se pode haver usos apropriados de IA como parte do processo de revisão de mérito e, em caso afirmativo, quais “guardas de proteção” podem ser necessárias, diz um porta-voz. E o Conselho Europeu de Pesquisa espera discutir a IA tanto para redação quanto para avaliação de propostas.

O ChatGPT e outros grandes modelos de linguagem são treinados em vastos bancos de dados de informações para gerar texto que parece ter sido escrito por humanos. Os bots já levaram editores científicos preocupados com ética e precisão factual a restringir seu uso para escrever artigos. Algumas editoras e periódicos, incluindo a Science , também estão proibindo seu uso por revisores.

Para as agências financiadoras, a confidencialidade está no topo da lista de preocupações. Quando partes de uma proposta são inseridas em uma ferramenta de IA online, as informações se tornam parte de seus dados de treinamento. O NIH se preocupa com “para onde os dados estão sendo enviados, salvos, visualizados ou usados ​​no futuro”, afirma seu aviso.

Os críticos também temem que as revisões escritas por IA sejam propensas a erros (os bots são conhecidos por fabricar), tendenciosas contra visões não convencionais porque se baseiam em informações existentes e carecem da criatividade que impulsiona a inovação científica. “A originalidade do pensamento que o NIH valoriza é perdida e homogeneizada com esse processo e pode até constituir plágio”, escreveram os funcionários do NIH em um blog. Para periódicos, a responsabilidade do revisor também é uma preocupação. “Não há garantia de que o [revisor] entenda ou concorde com o conteúdo” que está fornecendo, diz Kim Eggleton, que dirige a revisão por pares na IOP Publishing.

Na Austrália, a ARC proibiu os revisores de bolsas de usar ferramentas de IA generativas 1 semana depois que uma conta anônima do Twitter, ARC_Tracker, administrada por um pesquisador local, relatou que alguns cientistas receberam avaliações que pareciam ter sido escritas pelo ChatGPT. Alguns obtiveram avaliações semelhantes quando colaram partes de suas propostas no ChatGPT, diz ARC_Tracker. Uma revisão incluiu até uma oferta, as palavras “regenerar resposta” que aparecem como um prompt no final de uma resposta do ChatGPT. ( O Science Insider confirmou a identidade do ARC_Tracker, mas concordou com o anonimato para que este pesquisador e outros possam usar a conta para criticar livremente o ARC e as políticas governamentais sem medo de repercussões.)

Os cientistas podem pensar que o ChatGPT produz feedback significativo, mas essencialmente regurgita a proposta, diz o proprietário do ARC_Tracker. É certo que alguns revisores humanos também fazem isso. Mas, “Há uma diferença muito grande entre uma revisão adequada – que deve fornecer insight, crítica, opinião informada e avaliação de especialistas – e um mero resumo do que já está em uma proposta”, escreveu o pesquisador em um e-mail ao Science Insider .

Alguns pesquisadores, no entanto, dizem que a IA oferece uma chance de melhorar o processo de revisão por pares. A proibição do NIH é um “recuo tecnofóbico da oportunidade de mudança positiva”, diz o geneticista psiquiátrico Jake Michaelson, da Universidade de Iowa. Os revisores podem usar as ferramentas para verificar suas críticas para ver se eles esqueceram alguma coisa na proposta, ajudá-los a avaliar o trabalho de fora de seu próprio campo e suavizar a linguagem que eles não perceberam soar “mesquinho ou mesmo maldoso”, diz Michaelson. “Eventualmente, vejo a IA se tornando a primeira linha do processo de revisão por pares, com especialistas humanos complementando as revisões de IA de primeira linha. … Prefiro ter minhas próprias propostas revisadas pelo ChatGPT-4 do que por um revisor humano preguiçoso”, acrescenta.

A paisagem provavelmente mudará com o tempo. Vários cientistas observaram no blog do NIH que alguns modelos generativos de IA funcionam offline e não violam a confidencialidade – eliminando pelo menos essa preocupação. O NIH respondeu que espera “fornecer orientação adicional” para uma “área em rápida evolução”. 

Mohammad Hosseini, pesquisador de pós-doutorado em ética da Northwestern University que escreveu sobre IA na revisão de manuscritos, concorda que a proibição do NIH é razoável, por enquanto: “Dada a sensibilidade dos problemas e projetos com os quais o NIH lida e a novidade das ferramentas de IA, adotar uma abordagem cautelosa e medida é absolutamente necessária.”


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Este texto escrito originalmente em inglês foi publicado pela revista Science [Aqui!].

UFRJ promove evento sobre “produção intelectual na universidade e ChatGPT”

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A Câmara Técnica de Ética em Pesquisa (CTEP), instância consultiva do Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), associada à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2), convida a comunidade universitária para uma discussão sobre “Produção intelectual na universidade e Chat GPT: Novos tempos para a integridade acadêmica”.

O evento será realizado no dia 25 de maio de 2023, das 15:30 às 18h, em formato virtual (link para inscrição ao final desta mensagem). Haverá interpretação de libras.

Detalhes de acesso serão disponibilizados por e-mail no dia 24 de maio, um dia antes do evento.

O tema é de amplo interesse público e, no âmbito da produção intelectual na universidade, são inúmeras as oportunidades e desafios que incluem questões de natureza autoral e de integridade acadêmica de amplo interesse na comunidade universitária. Este evento explorará algumas dessas oportunidades e desafios nas atividades de ensino e pesquisa na graduação e na pós-graduação.

A PR-2 e a PR-1 estimulam a participação, especialmente de docentes e discentes.

Segue a programação:

  • “Produção intelectual na universidade e Chat GPT: Novos tempos para a integridade acadêmica” [25 de maio 2023 – 15:30-18h]
    Abertura (15 min) – Profa. Denise Freire (IQ/CCMN) – Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2); Prof. Marcelo de Pádula (FF/CCS) – Pró-Reitor de Graduação (PR-1); Profa. Sonia Vasconcelos (IBqM/CCS) – Coordenadora da CTEP
    Apresentação dos palestrantes (5 min)
  • Apresentação 1 (30 min) – Prof. Jesús Mena-Chalco – Centro de Matemática Computação e Cognição (CMCC); Escritório de Integridade em Pesquisa da UFABC – Universidade Federal do ABC (UFABC)
  • Apresentação 2 (30 min) – Prof. Renan Almeida – Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ; Membro da Subcâmara de Integridade em Pesquisa da CTEP/UFRJ (Vice-Coordenador)
  • Sessão de Debates com a Audiência (60 min) – Moderadores: Profa. Sandra Becker (Instituto de Relações Internacionais e Defesa/CCJE); Profa. Bianca Ortiz (Decania/CCS/UFRJ); Profa. Mariana Boechat (Decania/CCS/UFRJ); Ariane Roder (COPPEAD) – Superintendente Acadêmica de Pesquisa (PR-2)
  • Considerações Finais (10 min) – Prof. Edson Watanabe (PEE/COPPE)

Inscrições: (15 a 23 de maio de 2023): Aqui

Haverá Certificado de Participação – que deverá ser solicitado pelos participantes no final do evento. 

Software antiplágio popular promete identificar textos do ChatGPT

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Por Pesquisa Fapesp

A empresa norte-americana Turnitin informou que irá lançar até abril um novo software capaz de detectar textos produzidos por ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa como o ChatGPT. A ideia é que a solução seja incorporada ao seu software homônimo de detecção de plágio, que é utilizado por mais de 15 mil instituições de ensino superior no mundo.

Segundo a companhia, a nova ferramenta tem precisão de até 97% e uma taxa muito baixa de falsos positivos, menos de 1 para 100. Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, empresas de todo o mundo têm se esforçado para desenvolver ferramentas capazes de identificar textos produzidos por IA generativa. Mas muitas soluções lançadas até aqui são imprecisas. “Nosso modelo foi treinado especificamente para redação acadêmica e se baseia em um banco de dados abrangente, que não se restringe a conteúdos disponíveis para o público”, disse Annie Chechitelli, diretora de produtos da Turnitin, segundo o site da empresa.

Mike Sharples, professor emérito de tecnologia educacional da Open University, do Reino Unido, disse à revista Times of Higher Education que o desenvolvimento da ferramenta é fundamental para a Turnitin manter a competitividade de seu software. Adverte, porém, que a baixa taxa de falso positivo ainda precisa ser verificada de forma independente. Taxas elevadas de falso positivo são um dos pontos fracos dos softwares lançados para detectar textos feitos pelo ChatGPT – a chance de que um aluno seja falsamente acusado de usar inteligência artificial para fazer trabalhos escolares põe em xeque a credibilidade das ferramentas. Os testes com o novo Turnitin serão fundamentais para recomendar ou não seu uso. “Será que ele pode ser enganado se houver pequenos ajustes no texto?  E se o usuário passar o texto por outra ferramenta de IA para que seja reformulado?”, indagou Sharples, em sua conta no Twitter.


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Este texto foi originalmente publicado pela Pesquisa Fapesp [Aqui!].