Pesquisadores declaram guerra a Pezão após corte de 50% na Faperj

Da Redação do “Conexão Jornalismo”

Pezão: corte de verba

Pezão: corte de verba

O anúncio do governador Luiz Fernando Pezão de cortar em 50% o orçamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Rio de Janeiro (FAPERJ) desagradou aos pesquisadores. A proposta de Pezão tem o objetivo de ajustar as contas do estado, que passa por severa crise financeira. Contudo, alguns pesquisadores acreditam que o ajuste poderia se dar de outra forma.

“Entendemos que existe um problema nas contas do estado derivada da crise do petróleo. Mas não é possível que o custo da crise recaia sobre a saúde, educação ou ciência”, diz o cientista político Theófilo Rodrigues, diretor da Associação de Pós-Graduandos da PUC-Rio.

Theófilo defende que o ajuste se dê em outras áreas. “O governador poderia cortar da verba oficial de publicidade do estado. Ou então propor uma parceria com a prefeitura do Rio para municipalizar setores como o Bonde de Santa Teresa e o Theatro Municipal, por exemplo” afirma o cientista político.

Algumas entidades representativas de pós-graduandos preparam para essa sexta-feira às 10 horas da manhã um ato na porta da FAPERJ contra o corte. Sobre o assunto o governador preferiu ainda não se pronunciar.

Abaixo segue a nota divulgada hoje pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) contra o corte no orçamento da FAPERJ:

Nota da ANPG contra corte de 50% no orçamento da FAPERJ

Custo da crise não pode atingir Saúde, Educação ou Ciências

Custo da crise não pode atingir Saúde, Educação ou Ciências

Seguindo uma agenda de ajustes orçamentários para enfrentar a crise econômica no Estado, foi apresentada à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, pelo Poder Executivo, a PEC 19/2016, que propõe um corte de 50% no orçamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

A FAPERJ é responsável pelo fomento à Ciência e à formação cientifica e tecnológica necessárias ao desenvolvimento sócio cultural do Estado do Rio de Janeiro, através do pagamento de bolsas e materiais para pesquisas.

Desde 2007 o governo destina 2% da receita líquida para Ciência, Tecnologia e Inovação, conforme a constituição estadual. Esse investimento possibilitou que os centros de pesquisa do Rio de Janeiro se tornassem líderes nacionais e internacionais em várias áreas e terem 22% dos programas de pós-graduação mais bem avaliados do país.

Esse corte representa um retrocesso histórico do papel da Fundação e uma grave ameaça às pesquisas desenvolvidas no Rio de Janeiro, como a recente formação da maior rede brasileira de pesquisa em zika, chicungunha e dengue, constituída por 379 grupos, reunindo mais de mil pesquisadores fluminenses.

No momento, as milhares de bolsas de pesquisa pagas pela FAPERJ estão em atraso: uma situação recorrente desde o início de 2015, quando o governo vem sucessivamente atrasando o repasse à Fundação.

A ANPG e as associações de pós-graduandos do Rio de Janeiro repudiam mais esse ataque à Ciência e Tecnologia do estado, que tem reflexos diretos na Ciência brasileira.

Pedimos aos parlamentares estaduais o VETO a esta proposta e impeçam a paralisação das atividades da FAPERJ!

FONTE: http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/politica/rio/pesquisadores-declaram-guerra-a-pezao-apos-corte-de–porcento-na-faperj-77-42705