Minoritários acusam Eike de ‘buscar piedade’

Acionistas que perderam dinheiro querem reparação. Advogado de empresário diz que ele não ignora o caso

POR O GLOBO

Eike Batista, durante evento em 2010 – Michel Filho / O Globo/31-5-2010

RIO – Em busca de piedade. E tarde demais. Esta é a principal leitura de acionistas minoritários do grupo X sobre as primeiras declarações de Eike Batista após um ano de silêncio. O empresário afirmou ter hoje patrimônio líquido negativo de US$ 1 bilhão e reforçou que nunca ludibriou investidores. Ele ressaltou ainda que trabalha para a recuperação das companhias.

– Em nenhum momento, depois de um ano, Eike Batista fala em garantias a credores e minoritários – diz Aurélio Valporto, do conselho da Associação Nacional de Proteção aos Acionistas Minoritários.

Para o economista, Eike pareceu estar em busca de piedade da opinião pública, ao insistir na riqueza incontestável por trás dos projetos das empresas do grupo, afirmando que a derrocada foi puxada por uma fatalidade ocorrida na OGX (hoje OGPar, em recuperação judicial), a petroleira do grupo.

– Ele insiste que o mercado de petróleo, e também o de ações, é de alto risco. Ninguém está reclamando de prejuízo no mercado, mas de roubo. Perder no mercado é parte do jogo. Ser roubado, não – afirma.

Para o advogado Márcio Lobo, minoritário da OGX, Eike Batista decidiu falar tarde demais.

– Dizer que contratou mal e que, agora, botou todo o seu patrimônio nas mãos de credores não o isenta de responsabilidade. Sofrer as consequências dos próprios erros não o isenta de ter que ressarcir as pessoas e as empresas que lesou – argumenta.

Lobo representa grupos de acionistas que preparam novas ações contra o empresário. Eles já têm outras tramitando na Justiça. O advogado defende ainda que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM, xerife do mercado financeiro) é corresponsável pela proporção da crise nos negócios do grupo X.

– Eike diz que houve crise de confiança. Mas a verdade é que foi tudo uma aventura. O mercado não identificou que ele era um sonhador.

O advogado de Eike Batista, Sérgio Bermudes, afirma que o empresário não ignora a situação de minoritários e credores. E procura reparar prejuízos.

– Ele nunca negou a importância dos investidores e não disse que vai deixar de pagar – afirmou.

Eike segue acreditando em seus projetos. Ao GLOBO, afirmou estar certo de que a gestão da OGX não poderia ter sido diferente. Fez poucas ressalvas: “Deveria ter vendido participações, fechado o capital das companhias e ficado no mercado deprivate equity. É dinheiro privado que tem mais prazo, em que você aguenta o tranco numa queda gigante e tem chance de recuperar”, disse o empresário.

Na defesa que apresenta, Eike chama atenção para o Porto do Açu, empreendimento sob o chapéu da Prumo (antiga LLX, de logística), em São João da Barra, no Norte Fluminense. Ele o classifica como o projeto com maior potencial para atrair investidores e gerar resultado para o grupo.

Outro destaque é o avanço do fundo Mubadala – um dos principais credores de Eike Batista, junto com os bancos Bradesco e Itaú – em participações em companhias do empresário. Trata-se de um processo de reestruturação do investimento do fundo nas empresas do grupo X.

O Mubadala Development Co é um fundo soberano de Abu Dhabi. Estabelecido em 2002, seus ativos financeiros somam US$ 223,8 bilhões, com uma carteira declarada de investimentos em 72 empresas dos mais diversos setores, segundo o serviço de informações financeiras da Bloomberg. Do total, 36 das companhias nas quais investiu estão baseadas nos Emirados Árabes, nove nos EUA e quatro na Rússia.

O fundo é presidido por Mohamed Bin Zayed al Nahyan, príncipe e vice-comandante supremo das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos. O diretor executivo Khaldoon Khalifa al Mubarak é um empresário educado nos EUA, que acumula a presidência do time de futebol inglês Manchester City – comprado em 2008 pelo fundo de private equity Abu Dhabi United Group, também ligado à família real.

O mais novo ativo a chegar às mãos do parceiro árabe é a IMX. A empresa é uma joint-venture na área de esportes e entretenimento com a gigante estrangeira IMG. A IMX é sócia do Rock in Rio e do Cirque du Soleil na América do Sul, além de gerir arenas como o Maracanã.

Em outra frente de investimento, a AUX, empresa de mineração de ouro que detém direitos minerários na Colômbia, passou para o Mubadala e, este mês, foi vendida pelo fundo para um grupo de empresários do Qatar, por cerca de US$ 400 milhões, segundo Bermudes.

No início do mês passado, a MMX, mineradora do grupo, anunciou uma transferência de 10,52% de ações da empresa em nome de Eike para a Mubadala. Outra fatia do empresário na Prumo, de 10,44%, também ficará nas mãos do fundo.

O Mubadala e a trading Trafigura fizeram aporte de US$ 400 milhões no Porto do Sudeste, projeto da MMX, em Itaguaí. Com a operação, adquiriram 65% do negócio fechado em fevereiro.

FONTE: http://oglobo.globo.com/economia/negocios/minoritarios-acusam-eike-de-buscar-piedade-13981793#ixzz3DlWdIoSM

Eike Batista: de multibilionário a administrador de ativos de credores. A estranha odisseia de um “campeão nacional” do Neodesenvolvimentismo

Acuado pela Justiça, Eike se defende e diz que seus ativos são de credores

Por Rafael Rosas, Ana Paula Ragazzi e Francisco Góes | Do Rio

Patrick Fallon/Bloomberg

Batista, em entrevista na antiga sede da EBX, diz que nunca teve a intenção de ludibriar os investidores e que não usou informação privilegiada para fazer negócios

Réu em uma ação penal na Justiça Federal do Rio, o empresário Eike Batista decidiu romper o silêncio. Fazia cerca de um ano e meio que ele se mantinha recluso, sem falar sobre a derrocada do grupo EBX. Em pouco mais de meia hora de conversa em seu escritório, na zona sul do Rio, Eike fez sua autodefesa. Disse que nunca teve a intenção de ludibriar nenhum investidor pois colocou todo o seu patrimônio nos projetos do grupo e ofereceu garantias pessoais aos bancos credores. Hoje, depois de um longo processo de reestruturação de dívidas que ainda está em curso, disse ter patrimônio negativo de cerca de US$ 1 bilhão.

Apontado como oitavo homem mais rico do mundo, com patrimônio de US$ 30 bilhões em 2012, segundo a “Forbes”, transformou-se em uma espécie de administrador de ativos que pertencem aos credores: Mubadala (empresa de investimentos de Abu Dhabi), além dos bancos Itaú e Bradesco.

Eike vem trabalhando na criação de valor para os ativos em que ainda tem participação acionária, mas cuja posse está em mãos desses credores. “Ouso dizer que essa [da EBX] vem a ser a maior reestruturação do mundo de um grupo de empresas. Não tem nada igual”, disse. A frase mostra que, apesar da debacle, ele continua a usar superlativos para definir seus negócios.

Ele recebeu o Valor na antiga sede da EBX, no 10º andar de um prédio comercial na Praia do Flamengo, para onde voltou depois de deixar o luxuoso Edifício Serrador, no centro da cidade. Diferentemente do período áureo, quando chegou a ocupar todo o Serrador, um dos prédios mais tradicionais do Rio, o escritório atual é austero e tem poucos funcionários. A sala de Eike tem vista para a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar, mas desta vez ele não quis fotos. Vestido de camiseta azul escura, camisa social rosa e terno cinza com listras, com aspecto cansado e mais grisalho, admitiu que a crise afetou “muito” o lado pessoal. “Mas sou um cara que sempre construí minhas coisas do zero”, frisou.

Apesar das dificuldades, ele mostrou-se otimista. Disse acreditar que, ao fim do processo de renegociação das dívidas, terá possibilidade de criar valor e, eventualmente, em um encontro de contas, ainda sobrem ativos para ele. Eike afirmou que a prioridade tem sido pagar todas as dívidas, sem redução de valores, mas com alongamento nos prazos de vencimento. “O cash se foi e os ativos estão penhorados nos bancos. As participações que ainda tenho em algumas empresas são dos bancos, não tenho ativos, porque eles [os ativos] eram meu avais pessoais. As pessoas esquecem disso”, afirmou. Ele disse só ter falado agora, quase dois anos depois do grupo ter sido arrastado pela crise da petroleira OGX, porque precisava de tempo para achar novos sócios. “Eu estava desacreditado,” lamentou.

No começo da entrevista, acompanhado pelo advogado Sergio Bermudes, Eike leu nove tópicos alinhados em duas folhas sob o título: “Fatos”. No documento, ele repetiu ideias que havia exposto em artigo publicado no Valor em julho do ano passado, e apresentou novos argumentos. Disse que sempre acreditou no Brasil e por isso investiu no país. Admitiu que os problemas na antiga OGX, hoje OGPar, contaminaram todo o grupo. Segundo ele, ocorreu uma espécie de fenômeno “darwiniano” [de seleção]. “Criou-se desconfiança que afetou todas as empresas [do grupo], uma espécie de corrida bancária que me forçou a fazer uma megareestruturação buscando novos grandes investidores”.

Eike virou réu na justiça federal depois de investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusar o empresário por manipulação de mercado e negociar ações da OGX com informação privilegiada. A autarquia concluiu que os administradores da petroleira poderiam ter avisado o mercado dez meses antes da inviabilidade da empresa. Antes disso, vendeu ações e, ao mesmo tempo, via Twitter, fez declarações otimistas sobre o futuro da empresa. A CVM abriu 22 processos relacionados às suas empresas, na maioria dos casos devido a problemas na divulgação de informações sobre o grupo.

As declarações no Twitter ele justificou pelo fato de acreditar na companhia. Segundo o empresário, foram relacionadas às parcerias que fechava para participar das rodadas de exploração da Agência Nacional de Petróleo (ANP), além de uma associação com a malaia Petronas. “Sócios relevantes como esses acreditavam na companhia. Por que eu não iria acreditar?”, questionou. Por essas razões disse que recebeu o processo na Justiça com “surpresa”.

O juiz Flavio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal do Rio, determinou na terça-feira bloqueio de ativos financeiros de Eike até o limite de R$ 1,5 bilhão, fruto de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) acolhida pela Justiça. O arresto de bens do empresário são para cobrir prejuízos a investidores. Ontem seus advogados disseram que R$ 117 milhões encontrados em suas contas referem-se ao total de cotas de um fundo de investimento em debêntures. No início do ano, em outra ação, Eike teve R$ 120 milhões bloqueados.

“Eu, de petróleo, infelizmente, não entendo. Mas contratei os melhores especialistas e cabia a eles escrever o que achavam e a maneira como se divulgava”, disse. Sobre a demora na declaração de inviabilidade da empresa, disse que não se sabia ao certo o futuro. “Sem o estudo final pronto, que foi divulgado em meados de junho do ano passado, me desculpe, mas não dava para falar. Como vai anunciar um negócio que você não sabe? Você tem que fazer a avaliação técnica, que não estava concluída dez meses antes”, disse o empresário.

A trajetória do grupo e seu relacionamento com a mídia mostra que Eike não teve tanto cuidado com a informação quando divulgava dados e projeções otimistas para seus negócios. Nos processos da CVM, enquanto alega que apenas confiou nos técnicos, esses técnicos afirmam que as divulgações eram infladas pelo excesso de otimismo de Eike. Em sua defesa, disse que sempre acreditou na companhia. Vendeu as ações porque estavam comprometidas com os credores e na quantia exatamente necessária. Os recursos da venda, disse, foram diretamente para o Mubadala. “Se usei informação privilegiada, por que não vendi tudo? Não me beneficiei em nada, continuei com 51% da companhia e serei diluído”, afirma. Disse que se não pagasse os credores naquele momento haveria risco sistêmico que levaria o grupo ao default.

Perguntado se arrependeu-se de ter investido no setor de óleo e gás afirmou: ” É claro que eu me arrependo de ter investido em petróleo. Levou todo o meu patrimônio e todos esses projetos fantásticos. Foi a âncora que me puxou para baixo”, afirmou. Segundo ele, grande parte de seu patrimônio, de R$ 8 bilhões, em 2008, foi para dentro dos negócios do grupo EBX. Essa foi uma riqueza construída a partir da venda de ativos de minério de ferro de Eike, no Brasil, para a Anglo American.

“Eu me calei por um ano e meio para reestruturar essa dívida gigantesca. E existe essa visão de que quem cala, consente”, disse o empresário, referindo-se ao fato de que sabe que a história que fica no mercado é que ele se beneficiou dos negócios, vendeu ações, botou dinheiro no bolso e usou dinheiro público para criar sempre estruturas gigantes e não pagou de volta. O que, de certa forma, considera uma injustiça. “Eu investi todo o meu patrimônio em negócios de infraestrutura para o Brasil. Dei avais pessoais e perdi todo o meu patrimônio. Eu não fugi. Estou aqui honrando meus compromissos. Isso as pessoas não sabem”.

Sentado de frente à tela que mostra o Porto do Açu, no norte do Rio, projeto que sempre foi a sua “joia”, Eike falou sobre seu futuro: “É cedo para falar em novos projetos. Mas sou um brasileiro que não desiste nunca.”

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3700716/acuado-pela-justica-eike-se-defende-e-diz-que-seus-ativos-sao-de-credores#ixzz3DfRclsbX

Credores externos podem decidir destino de petroleira de Eike Batista

Assembleia para decidir se a antiga OGX continua em funcionamento acontece terça-feira (3/6)

Às vésperas da assembleia de credores que irá decidir se a OGPar (antiga OGX) continua em funcionamento ou se terá a falência decretada, os advogados e a alta cúpula da petroleira estão debruçados para encontrar formas de reverter uma liminar que impede os detentores de títulos de votarem.

O temor é de que, sem o voto desses credores, a aprovação do plano de recuperação judicial pode ser comprometida. Há três cenários mais prováveis, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, com fontes envolvidas nas negociações.

A liminar, obtida nesta semana pela credora Diamond Offshore Netherlands, suspende efeitos da decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que definiu critérios a serem apresentados pelos detentores de títulos para participarem da assembleia, marcada para a próxima terça-feira (3).

Na prática, a liminar determina que só credores listados no processo de recuperação judicial poderão votar, o que deixaria de fora os donos de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 8,04 bilhões) em títulos da OGX. Isso porque eles não aparecem individualizados na lista. A maior parte desses credores é representada pelo Deutsche Bank.

Um dos cenários em avaliação é solicitar que o juiz permita que o Deutsche vote de forma fracionada, dizem os detentores de títulos. A companhia também busca uma reforma da decisão do desembargador Jessé Torres, após a apresentação de esclarecimentos pela petroleira. O argumento provável a ser usado é de que sem o voto dos bondholders (como são conhecidos os donos desses títulos), o futuro da petroleira seria decidido por uma minoria.

A meta é fazer com que a maioria dos credores seja representada no processo. Outra alternativa seria o Deutsche Bank não comparecer na assembleia de credores de terça-feira (3), o que faria com que a reunião fosse postergada por falta de quórum. Nesse caso, a Justiça determinou que será realizada outra assembleia no dia 11, com qualquer número de credores.

A empresa está levantando outros casos em que bondholders puderam votar individualmente em processos de recuperação judicial, o que será apresentado pela defesa da companhia. A OGPar também está finalizando a elaboração dos resultados do primeiro trimestre deste ano, o que deverá ser apresentado na noite de hoje.

FONTE: http://www.ecofinancas.com/noticias/credores-externos-podem-decidir-destino-petroleira-eike-batista

E mais um anel saiu das mãos de Eike Batista: agora foi a petroleira OGP

A matéria abaixo publicada pela Bloomberg informa que Eike Batista, para não ver a OGP (antiga OG(X)) quebrar de vez, acaba de aceitar um acordo com seus credores internacionais para receber uma injeção de capital na ordem de 200 milhões de dólares. Mas para conseguir isto, Eike teve que entregar o controle que ainda detinha da empresa que fundou. Do contrário, não havia jogo.

Agora que o número de empresas outrora conhecidas por pertencer à franquia “X” já se reduziu ao extremo, que ninguém fique com pena de Eike, pois ele (ao menos por enquanto) continua um homem rico. Agora com a tomada de controle da OGP por um fundo de investidores internacionais, o que está efetivamente acontecendo é que uma parcela das reservas de petróleo do pré-sal estão passando para as mãos de estrangeiros. E eu saliento: praticamente de graça!

Pimco-Led Group Said to Agree $200 Million OGX Deal

By Cristiane Lucchesi and Juan Pablo Spinetto  

Creditors led by Pacific Investment Management Co. agreed to terms for about $200 million of financing for Eike Batista’s oil company that will strip control from the former billionaire, said two people with knowledge of the talks.

The arrangement with Oleo & Gas Participacoes SA (OGXP3) bondholders will be signed as soon as today, the people said, asking not to be identified before the deal is made public. Deutsche Bank AG will act as an intermediary in the transaction, said one of the people.

The press department at OGP, formerly OGX, declined to comment when contacted by telephone in Rio de Janeiro. Pimco and Deutsche Bank press officials didn’t immediately comment when contacted by phone.

The accord would end more than six weeks of talks to finalize a preliminary debt-for-equity swap announced on Dec. 24 that will give creditors control of the explorer founded by Batista. The DIP financing will help cover costs at its only producing oil field as the company looks to emerge from bankruptcy protection after triggering Latin America’s largest corporate default last year.

The financing forms part of a restructuring plan that OGP needs to deliver to a court in Rio. The company has until Feb. 17 to present the plan, Caetano Berenguer, a partner at law firm Sergio Bermudes that represents OGP, said in a telephone interview today.

The judge evaluating the case probably will approve the plan if it means preventing the company from running out of cash, said Renee Dailey, a partner at Bracewell & Giuliani LLP in Hartford, CT.

“There’s a preference for restructuring, meaning there is a preference in keeping businesses running and people working,” she said in a telephone interview yesterday. “If this does that, that’s a compelling reason for the court to approve it.”

OGP surged in value in 2009 and 2010 after reporting discoveries at more than 80 percent of wells drilled, allowing Batista to tap debt markets to finance operations. Shares of OGP Have slumped 98 percent since the company started output in January 2012.

FONTE: http://www.bloomberg.com/news/2014-02-07/pimco-led-group-said-to-agree-200-million-ogx-deal.html

Império “X”: a crise continua

emaranhado

Quando Eike Batista criou seu império de empresas pré-operacionais ele o fez de forma de torná-las fortemente conectadas, de modo a potencializar seus próprios ganhos. A esse emaranhado fortemente ligado de empresas alguém já até deu o jocoso nome de “corrente de Santo Antonio da bolsa de valores”. Agora que a crise se abateu de forma inapelável sobre o império “X”, a conexão que antes significava chance de multiplicar lucros se tornou uma imensa fonte de problemas como, aliás mostra a matéria abaixo do Jornal Valor Econômico. É que lutando para não morrer com o mico na mão, credores da OS(X) e da OG(X) lutam para ver como jogar o pepino no colo uns dos outros.

Com isso, o que se vê é que a OG(X) ou OGP como foi rebatizada para ocultar a sua gênese “X” está em graves dificuldades, correndo o risco de sequer garantir o processo de recuperação judicial, o que aprofundaria ainda mias o inferno astral de Eike Batista e do que restou do seu império. Simples assim!

Credores de OGX e OSX negociam termos de contratos

Uma intensa negociação entre os credores da OGP (antiga OGX) e os credores internacionais do estaleiro OSX dificulta o andamento da recuperação judicial da petroleira de Eike Batista.

Os principais credores da OGX firmaram, no fim do ano, um entendimento pelo qual se tornarão acionistas da empresa. Porém, para assinar o acordo, eles querem que a OSX garanta os contratos já firmados com a petroleira para o aluguel da plataforma usada no campo de Tubarão Martelo. Sem isso, a conta feita pelos detentores de bônus da OGX para ficar com as ações deixaria de fechar.

Para a construção das plataformas de petróleo, a OSX tomou dívidas, que seriam pagas a partir do momento que em produzissem. Como a OGX não encontrou o petróleo, o estaleiro ficou sem esse fluxo de receita. Quando pegou os recursos com bancos e investidores internacionais, a OSX deu garantias de que, em caso de default, eles poderiam ficar com as plataformas ou as empresas criadas para abrigá-las.

Agora, credores da OSX estão, de certa forma, valorizando suas posições e querendo modificar contratos em termos que lhe sejam mais benéficos. Por outro lado, os detentores de bônus da OGX querem ter a segurança legal de que não existe a possibilidade de fecharem o acordo de recuperação da petroleira e, no dia seguinte, os credores da OSX executarem o direito de ficar com uma das plataformas. Também não querem ter de renegociar contratos depois.

O cerne da disputa reside na plataforma OSX-3, criada para operar em Tubarão Martelo e que teve sua construção financiada por uma emissão de bônus no mercado internacional. São os detentores desses bônus da OSX que estão à frente das conversas e já acenaram algumas vezes com a possibilidade de executar suas garantias.

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, essa possibilidade seria pequena, uma vez que as plataformas estão no Brasil e, portanto, protegidas pelo pedido de recuperação judicial feito pela empresa. Vender as plataformas também não seria uma saída fácil, já que foram feitas sob medida para a OGX.

Por sua vez, a OGX tem interesse em rever o valor do aluguel que paga pelo uso da plataforma OSX-3. O contrato prevê o pagamento de US$ 365 mil por dia, mas a petroleira argumenta que essa cifra se refere a uma produção em Tubarão Martelo muito maior que o volume que será efetivamente extraído do campo, já que as estimativas foram revisadas para baixo.

Nesta semana, em São Paulo, os dois blocos de credores mantiveram intensa agenda de reuniões. A expectativa é que consigam chegar a um acordo porque a liquidação das companhias não seria a melhor opção para nenhum deles.

Fonte a par das conversas diz que há, das duas partes, um entendimento de que é preciso alinhar os contratos para que as empresas tenham condições de sobreviver. Porém, até agora, não há um acerto sobre os termos do aluguel nem das condições de rescisão.

Enquanto isso não acontece, as companhias estão estranguladas. Recursos necessários à OGX não estão chegando à companhia porque as negociações com os credores do estaleiro dificultam o já complexo processo de recuperação judicial da petroleira.

É mais um desafio para a OGX, que também enfrenta dificuldades para receber o aporte de US$ 200 milhões já negociado com seus credores internacionais. Segundo uma pessoa a par do assunto, a injeção de recursos está engatilhada, mas cada investidor precisa definir a forma e as condições em que o aporte será feito, processo que está demorando mais que o previsto.

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3422520/credores-de-ogx-e-osx-negociam-termos-de-contratos#ixzz2sd7EArnZ

Grandes credores internacionais abandonam o barco (furado) da OGX

OGX perde credores internacionais BlackRock e GSO

Empresas investidoras venderam seus títulos faltando apenas alguns dias para a apresentação do plano de recuperação judicial.

 

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Julia Carvalho, de 

Eike Batista durante entrevista para o programa Roda Viva

 Eike Batista: OGX perde dois grandes credores às vesperas de apresentar plano de recuperação judicial

 São Paulo – Dois dos principais credores da Óleo e Gás, antiga OGX, deixaram na noite desta terça-feira suas posições na empresa de Eike Batistasegundo o jornal Valor Econômico.

Tanto a BlackRock quanto a GSO venderam suas participações para outros credores que fazem parte do grupo de recuperação, como a Pimco, a Spinnaker e a Ashmore.

A venda pode ter representado certa insatisfação com o plano de recuperação judicial da companhia, que deve ser anunciado na próxima sexta-feira.

A divergência se dá porque a OGX ainda não conseguiu definir os termos em que os credores estrangeiros fariam um investimento de 200 milhões de dólares. Após o aporte, eles ficariam com 90% das ações da empresa, e Eike Batista diminuiria sua participação de 50% para 5%.

O grupo de credores representa a maior parte da dívida da OGX, que chega a 5,8 bilhões de dólares.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/ogx-perde-credores-internacionais-blackrock-e-gso

OGX, petroleira de Eike Batista, está com dificuldades para honrar compromissos assumidos com credores

OGX: Prazo para cumprir acordo com credores é estendido para dia 31

Por Natalia Viri | Valor
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SÃO PAULO  –  A Óleo e Gás Participações (antiga OGX) estendeu para o dia 31 de janeiro o prazo para entregar sua proposta de recuperação judicial e assinatura de um financiamento com os detentores de bônus. A empresa tinha se comprometido a cumprir essas condições — necessárias para o acordo com os credores — hoje, mas, conforme antecipou o Valor, não conseguiu cumprir o calendário.

A empresa tenta fechar um acordo prévio que garanta a aprovação por parte dos credores para o plano de recuperação a ser apresentado (“plan support agreement”). As negociações envolvem, além da conversão de bônus em novas ações, um empréstimo de US$ 200 milhões por parte dos bondholders, que ainda não saiu.

Enquanto isso, a companhia tomou um empréstimo “emergencial” com o Credit Suisse, no valor de US$ 50 milhões, para continuar tocando suas atividades operacionais, concentradas no campo de Tubarão Martelo, que começou a operar em dezembro.

Em fato relevante, a OGX afirmou que as tratativas com os credores que aderiram ao plan support agreement “continuam evoluindo dentro das expectativas”. A empresa tem dívidas de US$ 3,8 bilhões.

“A implementação do plano de recuperação judicial, a ser apoiado pelos detentores de bonds representando a maioria dos bonds em circulação, permitirá a superação da atual crise financeira da companhia, assegurando a continuidade de suas atividades, com pleno atendimento de seus objetivos e função social.

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3406860/ogx-prazo-para-cumprir-acordo-com-credores-e-estendido-para-dia-31#ixzz2rWRTdLW3

Os problemas financeiros da ex-OGX continuam

ANP dá 15 dias para ex-OGX quitar dívidas no bloco BS-4

Por Renato Rostás | Valor

SÃO PAULO  –  A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deu prazo máximo de 15 dias para a OGP (ex-OGX), petrolífera de Eike Batista, quitar sua dívida com o bloco BS-4, da Bacia de Santos, informou nesta segunda-feira a QGEP Participações. O prazo começa a correr a partir do recebimento da notificação pela companhia.

A Superintendência de Desenvolvimento e Produção (SDP) do órgão alertou que, caso as obrigações não sejam cumpridas pela empresa, que recentemente mudou seu nome para Óleo e Gás Participações e encontra-se em recuperação judicial, haverá pena de “cessão compulsória” ou até “extinção contratual” de sua participação.

O bloco é operado pela QGEP, braço de petróleo e gás natural da Queiroz Galvão, com fatia de 30%. A OGP possui 40% do empreendimento e a Barra Energia, os outros 30%. De acordo com a QGEP, a companhia de Eike Batista deixou de pagar cerca de R$ 73 milhões após três chamadas para aportes de recursos pelo consórcio.

A ANP já havia informado que a OGP estava inadimplente com os desembolsos do bloco no dia 20. A agência havia solicitado uma comprovação de capacidade financeira da empresa e os documentos recebidos não foram satisfatórios. O BS-4 compreende os campos de Atlanta e Oliva e está entre os melhores ativos da OGP.

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3382174/anp-da-15-dias-para-ex-ogx-quitar-dividas-no-bloco-bs-4

De acordo em acordo, Eike Batista perde seu império!

O ano de 2013 ficará marcado pela fragorosa derrocada de Eike Batista,  que viu seu império de empresas pré-operacionais ser assolado por uma crise sem precedentes nas bolsas latino-americanas.

Agora veio o acordo em que os credores trocaram seus bônus por ações,  o que implica por tabela na entrega de reservas do pré-sal para especuladores internacionais.

Enquanto isso agricultores e pescadores do V Distrito continuam tendo seus direitos básicos aviltados.

Por esse tipo de contradição é que o modelo de “desenvolvimento” imposto em São João da Barra não poderia deixar de ser o que tem sido, qual seja,  um completo e retumbante fracasso.

Eike deve ficar com apenas 5% da OGX após negociação com credores

Eike deve ficar com apenas 5% da OGX após negociação com credores (Divulgação OGX)

SÃO PAULO – A OGX Petróleo (OGXP3) trabalha com um prazo de 15 de dezembro para encerrar as negociações com os detentores de bonds, que começaram na última quarta-feira (4), informou o Valor. Após o acordo, a expectativa é que Eike Batista deixe de ser o acionista controlador e tenha sua participação direta reduzida para 5% sem contar um percentual indireto, por meio da OSX Brasil (OSXB3).

Conforme apurou o jornal, tudo caminha para que a OGX receba US$ 50 milhões de um total de US$ 200 milhões que serão aportados na empresa, dentro do plano de conversão das dívidas em ações. Na véspera, a OGX iniciou a produção do campo de Tubarão Martelo, única esperança dos credores de terem algum retorno do investimento. É nesse campo, atualmente o principal ativo da empresa, que está calcado todo o processo de recuperação judicial da empresa, pedido no início de outubro passado.

A OGX espera recuperar aproximadamente 20% do volume de óleo do reservatório, de cerca de 600 milhões de barris, ou seja em torno de 120 milhões de barris.

FONTE: http://www.infomoney.com.br/ogxpetroleo/noticia/3091846/eike-deve-ficar-com-apenas-ogx-apos-negociacao-com-credores