Eduardo Bolsonaro começou crise com a China e ganhou apoio do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Ciosos de replicar o discurso do governo de Donald Trump, Jair e Eduardo Bolsonaro resolveram abrir uma guerra diplomática com o principal parceiro comercial do Brasil, a China, ao levantar a acusação de que a pandemia do Coronavírus seria uma arma chinesa na guerra comercial com os EUA (ver imagem abaixo).
A normalmente fleumática diplomacia chinesa resolveu respondeu de forma dura e imediata, ainda que centrando o fogo na figura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (ver figura abaixo).
Armada a crise diplomática, rapidamente o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ) e o presidente em exercício do Senado Federal, Antonio Anastasia (PSDB/MG) , se apressaram em pedir desculpas formais à China pelo ataque de Eduardo Bolsonaro.
Tudo resolvido? Claro que não! É que no dia de hoje, o ministro das Relações Exteriores e cético das mudanças climáticas, Ernesto Araújo, emitiu uma nota exigindo uma retratação formal por parte da China por um suposto ataque à figura de Jair Bolsonaro, levantando novamente as chamas da fogueira (ver figura abaixo).
Essa pendenga com a China acabou causando outra crise diplomática, só que com a poderosa Frente Parlamentar da Agropecuária (a famosa bancada ruralista), cujo presidente é o deputado federal Alceu Moreira (MDB/RS). Em manifestação pública, Moreira disse que “essa seria a pior para termos problemas com a China“, pois “o país asiático está superando a crise do coronavírus e precisará se reabastecer, o que deve incrementar e diversificar a exportação de produtos brasileiros para lá.“
Menos cordato, o deputado Fausto Pinato (PP/SP) , presidente da Frente Parlamentar Brasil-China do Congresso Nacional, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) repudiou, nesta quinta-feira (19/03), as declarações de Eduardo Bolsonaro. Pinato teria afirmado que o Eduardo Bolsonaro “foi irresponsável tanto por “atentar às relações diplomáticas” brasileiras quanto por expor o embaixador da China no país, Yang Wanming, que, afirma, tornou-se alvo de ameaças”.
A estas alturas do campeonato não sei o que é pior para Jair Bolsonaro e a sobrevivência do seu governo: abrir crise diplomática ou perder o apoio da bancada ruralista. Certamente qualquer uma das duas coisas (ou pior ainda, as duas juntas) não notícias nada boas para um governo que já está claramente na defensiva. E, novamente, muito em função de suas próprias ações.
Aparentemente ninguém informou a Eduardo Bolsonaro e Ernesto Araújo do que diz a primeira lei de Murphy: “não há que esteja tão ruim que não possa piorar”. Mas como a China é responsável por comprar nada desprezíveis 80% da produção brasileira de soja, eles vão poder rapidamente testar essa lei. A ver!