Quo vadis DCE UENF?

quo vadis

Estou ausente do campus Leonel Brizola cumprindo um período de recesso que julgo ser muito merecido, após um primeiro semestre de grande intensidade de atividades, tanto como docente do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais ou como chefe do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico.

Hoje tive a oportunidade de conversar com um colega que está em Campos dos Goytacazes, e acompanhando a situação envolvendo uma denúncia anônima de assédio sexual contra um estudante de graduação que teria ocorrido no centro em que eu trabalho, o de Ciências do Homem. 

Esse colega, sempre astuto, me compartilhou a sua perplexidade em torno não da denúncia em si, mas do silêncio cavernoso que vem sendo praticado pelos dirigentes do Diretório Central dos Estudantes da UENF. É que, como esse colega bem lembrou, essa questão deveria já ter tido uma ação pronta do DCE/UENF para exigir a apuração do caso, especialmente porque envolve supostamente uma discente do curso de Ciências Sociais, que, se de fato existir, deveria estar tendo seus direitos defendidos pelo sindicato dos estudanres de graduação.

Mas ao que parece que este caso não serviu para gerar uma cobrança do DCE/UENF em relação à reitora da UENF que, lembremos,  foi eleita com a bandeira do fortalecimento dos direitos das mulheres uenfianas. O que estará impedindo uma ação dos dirigentes do DCE cobrando explicações sobre este incidente foi a pergunta que meu astuto colega me fez.

E aí é que eu pergunto: Quo Vadis,  DCE/UENF?

ADUENF lança nota contra os ataques à liberdade de cátedra na UENF

 Nota da Aduenf contra os ataques à liberdade de cátedra dos docentes da Uenf

aduenf

A ADUENF, por sua Diretoria, repudia veementemente o ataque gratuito e covarde feito pela Diretoria do DCE à autonomia didático-pedagógica dos/as docentes desta Universidade.

A postagem feita em 18/09/2020 na rede social Twitter, de tom intimidatório e ameaçador, incita os/as estudantes contra os/as docentes que voluntariamente aderiram às Atividades Acadêmicas Remotas Emergenciais (AAREs), arcando, com recursos próprios, com todo o ônus de oferecê-las para manter o vínculo com os/as discentes.

A Diretoria do DCE, aliada desde o processo eleitoral ao então candidato Raul Palacio, comparecendo inclusive a atos políticos ostentando adesivos de sua campanha, une-se às forças conservadoras em uma conjuntura política de ataque à categoria docente e aos serviços públicos ao somar esforços ao denuncismo macarthista do Escola Sem Partido e do ex-ministro fugitivo Abraham Weintraub. Reivindica a empatia pelos estudantes, mas deixa vários de seus/suas companheiros/as para trás em uma universidade que tem entre seus discentes 49% de estudantes cotistas.

A ADUENF não se calará e reafirmará sua defesa da autonomia didático-pedagógica dos docentes. A Universidade precisa se pautar pelo ensino de qualidade e não pelo populismo demagógico da aprovação automática!

Nesse contexto lamentável de insegurança jurídica criado pelo processo improvisado e atabalhoado que produziu a Resolução CONSUNI No. 06/2020 e a Resolução COLAC No. 01/2020, a ADUENF dará pleno apoio tanto aos docentes que optaram por oferecer as AAREs quanto àqueles que se decidiram por não oferecê-las ou mesmo que se arrependeram e decidiram por cancelá-las diante dos problemas que se revelaram na prática.

Reforçamos, ainda, que muitos desses problemas foram previamente debatidos pela ADUENF em uma série de lives e nos documentos que produziu, como a Nota Conjunta assinada com a ADUFF, ASDUERJ, ADUNIRIO e ADESFAETEC, em que apontamos o caráter excludente das atividades remotas, que penaliza especialmente os estudantes pobres e as mulheres docentes, que no período de isolamento social precisam conjugar o trabalho remoto com o cuidado, às atividades domésticas e a supervisão escolar dos/as filhos/as.

Pela democracia interna na Uenf! Todos unidos pela liberdade de cátedra e condições de trabalho dignas!

ADUENF-SESDUENF
Gestão Avançar na Luta!  2019/2021