Alguém poderia apresentar Norman Finkelstein a Demétrio Magnoli

NY

 

O escritor e doutor em ciência política pela Princeton University sendo preso esta semana em Nova York num protesto em frente da Embaixada de Israel contra o massacre em Gaza.

O “intelectual” faz-de-tudo Demétrio Magnoli é o que se chama um “jack-of-all-trades” do pensamento de direita no Brasil já faz algum tempo. Agora, com o massacre/genocídio que está sendo promovido na Faixa de Gaza, Magnoli, que um dia se disse trotskista, agora escreveu um texto que justifica o massacre e joga nas costas dos críticos dessa ação que beira o genocídio a pecha de antissemita (Aqui!). 

Essa estratégia é uma daquelas coisas fáceis do lugar comum em que a direita mundial justifica a existência do estado de Israel, esquecendo apenas de mencionar o lugar estratégico que essa entidade mantém na sustentação da ordem criada após a Segunda Guerra Mundial e que sacode violentamente com o desejo de libertação de vários nacionalidades, a começar pelos palestinos.

Eu sempre reflito sobre essa questão do antissemitismo, pois vários dos principais pensadores que me influenciaram eram judeus e, ao contrário, de Magnoli não renego essa influência, a começar por Leon Trotsky que era apenas o nome de guerra de um judeu chamado Lev Davidovich Bronstein.

Mas outro judeu vem recentemente me chamando a atenção justamente por sua denúncia do estado de Israel e da opressão que sofrem os palestinos, o cientista político e escritor judeu norte-americano Norman Finkelstein. Finkelstein é hoje uma principais vozes da denúncia do massacre que vem sendo cometido em Gaza, mas já faz algum tempo um crítico contumaz de Israel, com uma sequência de obras cujo teor é justamente desmontar a falsa noção de que quem é contra Israel é antissemita.

Para quem quiser saber mais da campanha que Finkelstein vem promovendo em prol da defesa dos palestinos é só acessar sua página na internet (Aqui!). Mas eu recomendo especialmente que também se assista o vídeo onde Norman Finkelstein refuta de forma cabal o uso do holocausto para justificar a opressão e assassinato dos palestinos (Aqui!).

Voltando a Demétrio Magnoli, creio que, na verdade, seria até humilhante apresentá-lo a Finkelstein. É que a estatura moral e intelectual dos dois, em especial na questão de Gaza, é tão profundamente diferente que acabaria levando a mesma bronca que a estudante da Universidade de Waterloo levou no vídeo que está no link acima.  Mas talvez fosse bom para um anão intelectual como Magnoli encontrar um verdadeiro intelectual que vai além das normas acadêmicas para tomar o lado correto da disputa.

A suposta lista negra de Cantalice e o choro de crocodilos dos lumiares da direita tupiniquim

Eu possuo atualmente nenhuma simpatia pelo PT e seus quadros de liderança. Sai do partido em 1998, após 17 anos de filiação, e não me reconheço em nenhuma das políticas que o governo Dilma Rousseff realiza para aprofundar a privatização do Estado brasileiro para beneficiar os de sempre, dando migalhas para os milhões de brasileiros pobres. Em suma, sou de oposição ao PT, e não tenho porque defender o partido e seus quadros. Aliás, no melhor ritmo do adesismo, o que tem gente que eu enfrentava nas ruas em 1981 que agora se diz petista, que eu não preciso nem explicar porquê sai de um partido que ajudei a fundar.

Dito tudo isso, acho que beira a histeria de quem sabe que vai perder novamente as eleições, a reação que está vindo de quadros (ou seriam molduras) do pensamento de direita ao artigo publicado pelo petista Alberto Cantalice,  vice-presidente nacional do PT e coordenador das Redes Sociais,  sob o título de ” A desmoralização dos pitbulls da grande mídia” (Aqui!). Quem se der ao trabalho de ler o artigo verá que o mesmo é, quando muito, uma crítica até bem blasé aos ataques furiosos que o PT, Lula, Dilma Rousseff e os condenados do mensalão vem sofrendo de gente do quilate de Reinaldo Azevedo, Danilo Gentili, Marcelo Madureira e Demétrio Magnoli. 

Se eu não vivesse num país onde os mais pobres vivem sob o terror contínuo das políticas de guerra de baixa intensidade aplicadas pelo Estado brasileiro, eu até me comoveria com os choramingos de gente que fez profissão de fé negar as concessões mínimas que estão sendo feitas aos mais pobres durante os governos do PT.  

Eu diria que chega a ser engraçado ver essa turma enxergando ameaça de extermínio no texto chocho de Cantalice. Mas apesar de existirem supostos humoristas no meio dessa plêiade do mau, essa coisa está mais para a farsa do que para o engraçado.  Afinal, imaginem se com o PT já está ruim, o que dirá se o PSDB voltar ao poder!?