Por força das minhas tarefas docentes na disciplina de Geografia I do curso de Ciências Sociais coloquei as mãos nesta semana no livro “Geosystems: An introduction to Physical Geography” do geógrafo estadunidense Robert Christopherson. O livro é uma espécie de pedra filosofal para iniciantes dos estudos de geografia física, e é um deleite para quem, como eu, precisa dar aulas de geografia física para alunos de Ciências Sociais.
Pois bem, ao examinar o que eu precisa para dar a minha próxima, eis que ei dei de cara com a figura abaixo que ilustra como determinadas construções costeiras alteram a trânsito de sedimentos em sistemas praiais (isto é, molhes, esporões e quebra-mares)

Pois bem, fica demonstrado que na presença de um jetty (em português, molhe), o que ocorre é deposição de areia na área mais próxima e erosão na área mais afastada. Na figura em questão, eu circulei a entrada de um canal para enfatizar que do seu lado esquerda, o que está acontecendo é deposição, seguido de erosão mais ao sul do molhe.
Agora, vejamos a figura abaixo que representa o que se tem observado ao sul do Terminal 2 do Porto do Açu

A minha pergunta básica para meus estudantes será a seguinte: com Christopherson em mãos, o que pode ser dito sobre a causa mais provável da acumulação ao lado do molhe e erosão na Praia do Açu?
Eu só espero sinceramente que as respostas que eu ouvirei sejam melhores do que as de alguns especialistas contratados a peso de ouro tem dito nos últimos anos.
