Apesar da propaganda oficial, Brasil continua sendo um dos 5 países mais desiguais do mundo

Dados do IBGE mostram que abismo da desigualdade social persiste no Brasil

Temos que ouvir quase todos os dias uma cantilena que tenta nos convencer que após a chegada do PT à chefia do executivo federal, seja com Luís Inácio ou Dilma Rousseff, o Brasil repentinamente se tornou menos desigual, e que temos de seguir nessa toada sob risco de vermos a extrema-direita desfazer todos os ganhos. 

Pois bem, o problema é que a propaganda ainda pode ser checada com dados frios da realidade. E estamos tendo uma janela de oportunidade para avaliar essa discrepância óbvia com o lançamento da última edição do chamado o Relatório da Desigualdade Global divulgado que foi lançado na semana passada pelo World Inequality Lab (WIL), grupo de pesquisadores liderado pelo economista francês Thomas Piketty.

A partir dos dados coletados globalmente, o relatório revela que os 10% mais ricos do Brasil concentram 59,1% da renda nacional, e que, enquanto isso, os 50% mais pobres ficam com apenas 9,3% da renda (ver gráfico abaixo).

Com isso, o Brasil perde em desigualdade apenas para 4 países:   África do Sul, seguido por Colômbia, México e Chile!

Além disso, se olharmos para o período entre 2003 e 2024, o que se vê é que com todas as políticas sociais executadas pelos governos liderados por Lula e Dilma Rousseff, a desigualdade permaneceu praticamente inalterada com os 10% mais ricos mantendo-se com o controle de pelo menos 60% da renda, e insisto, apesar de toda a propaganda em contrário (ver figura  abaixo).

A verdade é que os padrões históricos de concentração da riqueza não serão abalados por políticas minimalistas que não realizam as transformações sistêmicas que o Brasil precisaria ter para que houvesse um mínimo de justiça social e, mais, de distribuição da riqueza. 

Assim, sem a adoção de reformas como a da terra urbana e rural, o que teremos é a manutenção de um padrão de iniquidade profunda, mesmo com todas as riquezas existentes no território brasileiro.

Quem desejar ler o relatório na íntegra, basta clicar [Aqui! ].

OXFAM mostra que desigualdade entre ricos e pobres explodiu em nível global

Bilionários acumulam mais riqueza do 4,6 bilhões de pessoas

relatório oxfamOs 22 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que todas as mulheres na África

A organização não-governamental OXFAM com sede na Inglaterra lançou hoje o seu relatório anual que mostra que a desigualdade global entre ricos e pobres está “fora de controle” por causa de sistemas econômicos tendenciosos que excluem muitas mulheres e permitem que bilionários acumulem enormes fortunas que pouco fazem para a sociedade, segundo a Oxfam International.

A liberação do relatório anual da Oxfam ocorre antes da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que a cada ano reúne  as pessoas mais ricas e influentes do mundo. As principais conclusões do relatório da OXFAM são:

  • Os 2.153 bilionários do mundo têm mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas.
  • Os 22 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que todas as mulheres na África. 
  • O 1% mais rico do mundo possui mais do que o dobro da riqueza de 6,9 ​​bilhões de pessoas.
  • O valor do trabalho não remunerado realizado por mulheres com 15 anos ou mais é de  cerca de R$ 40 trilhões por ano.
  • O número de bilionários dobrou na última década.

O relatório de 63 páginas argumenta que os líderes mundiais não estão fazendo o suficiente para resolver o crescente fosso entre os pobres e os ricos. O foco deste ano são as políticas que permitem que os homens dominem as principais fileiras de empresas e governo.  O relatório argumenta que a desigualdade econômica é construída sobre a desigualdade de gênero.

desigualdade renda

Alguns números da profunda desigualdade entre ricos e pobres

Além disso, O relatório mostra que os governos estão sobrecarregando maciçamente os indivíduos e as empresas mais ricas e não conseguem arrecadar receitas que poderiam ajudar a elevar a responsabilidade do cuidado das mulheres e combater a pobreza e a desigualdade.
 
Ao mesmo tempo, o relatório aponta que os governos estão subfinanciando serviços públicos e infraestrutura vitais que poderiam ajudar a reduzir a carga de trabalho de mulheres e meninas.  Um exemplo dessa situação seria a falta de investimentos em água e saneamento, eletricidade, assistência infantil, assistência médica que poderiam liberar o tempo das mulheres e melhorar sua qualidade de vida.  

Quem desejar baixar o relatório da OXFAM, basta clicar [Aqui!].