Roberto Henriques e a Auto Viação 1001: TAC é a solução?

Como não sou chegado a cometer injustiças, posto abaixo nota da Assessoria de Comunicação do Deputado Roberto Henriques que apareceu ontem no blog do Gustavo Matheus sobre o que estaria sendo feito para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Condutas (TAC) com a “Auto Viação 1001”. Muito “legal”! Mas, se me permita o nobre parlamentar, a coisa precisa ir mais longe: é preciso quebrar este monopólio em nome dos interesses maiores da população fluminense. Mais simples do que isso, impossível!

Roberto Henriques cobra soluções concretas para resolver impasse da 1001

Por Gustavo Matheus 

O deputado estadual Roberto Henriques enviou ontem, dia 20, ao presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa (Alerj), o deputado estadual Marcelo Simão, um novo ofício esclarecendo alguns pontos sobre o edital da primeira reunião extraordinária, convocada pela Comissão de Transportes da Câmara, publicada em 19 de fevereiro de 2014. Dentre os temas elencados para a nova reunião estavam assuntos já abordados na audiência requerida por Henriques, em 11 de junho de 2013, para discutir as tarifas praticadas, estado de conservação da frota, horários e itinerários da Auto Viação 1001. O ofício tem como objetivo tentar agilizar a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para atender às necessidades da população que utiliza transporte público intermunicipal.

“Durante a audiência de junho já ficou discutido, deliberado e definido os próximos passos a serem adotadas pela Comissão de Transportes da Alerj, a elaboração de um TAC. Está tudo descrito em ata. Precisamos de atos concretos e urgentes para atender as demandas da sociedade e não de novas reuniões”, afirmou o deputado estadual Roberto Henriques.

A audiência pública requerida pelo deputado estadual Roberto Henriques em junho de 2013 contou com a presença de representantes da empresa Auto Viação 1001, representantes do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro-RJ) e sociedade civil organizada. Na ocasião foi discutido e decidido que seria proposta uma data, por intermédio da Comissão de Transportes da Alerj para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para sanar os problemas constados em audiência como a melhoria na política de atendimento da empresa quanto a itinerários, manutenção da frota, higiene, observância de horários, dentro outros serviços. A revisão da prática tarifária definida pelo Dentro-RJ através de portaria publicada no Diário Oficial e executada pela empresa 1001 em suas respectivas linhas também compôs a pauta de reivindicações para o TAC. Segundo levantado em audiência pública pelos parlamentares, a empresa 1001 nos locais onde ela se faz única a tarifa praticada por quilômetro rodado está acima da praticada nos locais onde a empresa tem concorrência, podendo chegar ao dobro.

Preocupado com a demora para a elaboração do TAC e a postergação do sofrimento da população, o deputado estadual Roberto Henriques enviou dois ofícios pedindo maior rapidez para o presidente da comissão. O primeiro recebido em 21 de novembro de 2013 e o segundo em 11 de dezembro de 2013, ambos não receberam respostas do presidente.

“A população sofre com o descaso da empresa Auto Viação 1001. Não podemos postergar mais essa situação. O dever do deputado é fiscalizar e cobrar soluções concretas que atendam os anseios da sociedade. O TAC é a forma que mais atende as necessidades do caso. Acredito que meus colegas irão me ajudar nessa empreitada”, afirmou Henriques.

Ascom do deputado estadual Roberto Henriques

FONTE:http://fmanha.com.br/blogs/gustavomatheus/2014/02/21/roberto-henriques-cobra-solucoes-concretas-para-resolver-impasse-da-1001/

Vai ter Copa. Só não para você

Evento privado, gasto público, lucro privado

“Ingressos caros, gasto público com lucro privado, violações aos direitos humanos e ataques à democracia. Esse é o grande legado da realização da Copa do Mundo no Brasil. Revertê-lo em ganhos de mobilização política e transformação social é possível”

Edemilson Paraná *

A “Copa das Copas” vai acontecer, já aconteceu, já está acontecendo. Pelo menos para a Fifa. Uma projeção feita pela BDO (empresa de auditoria e consultoria especializada em análises econômicas, financeiras e mercadológicas) aponta que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil vai render para a entidade, que supostamente não tem fins lucrativos, a maior arrecadação de sua história: nada menos do que US$ 5 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). O valor é 36% superior em comparação ao montante obtido com o Mundial da África do Sul (US$ 3,6 bilhões), em 2010, e 110% maior do que o arrecadado na Copa de 2006, na Alemanha, que rendeu US$ 2,3 bilhões. Os números foram confirmados pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, em entrevista coletiva realizada em junho de 2013.

Os governos têm feito sua parte para ajudar… os cartolas. Com isenção de cerca R$ 1 bilhão em impostos, o Mundial no Brasil já é um ótimo negócio para a entidade. Ao todo, cerca de R$ 28 bilhões serão gastos em obras de infraestrutura e construção e reforma de estádios para receber o torneio. Desse montante, quase R$ 8 bilhões estão sendo gastos em estádios. Metade desse valor é financiada por bancos federais. Apenas R$ 820 milhões gastos nos estádios foram financiados com recursos privados (segundo valores da CGU). O restante dos recursos foi aportado por governos locais, como é o caso de Brasília, onde o valor do Mané Garrincha passou de R$ 1,2 bilhão.

Cerca de um terço do valor total das obras (R$ 8,7 bilhões) está sendo financiado por bancos federais – Caixa Econômica Federal, BNDES e bancos estaduais. Boa parte desses empréstimos é tomada pelos próprios governos estaduais, sozinhos ou em parcerias com o setor privado, embora alguns empréstimos também sejam contraídos por entes privados (como os mais de R$ 400 milhões liberados pelo BNDES para o Corinthians construir o Itaquerão). E antes que surja o papo de que o dinheiro desses bancos é privado, lembremos que o BNDES, por exemplo, é uma empresa pública. Recebe dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para emprestar em condições privilegiadas a empresários. O fundo é formado por parte da receita de um tributo, a contribuição ao PIS/Pasep, cujo custo é incorporado pelas empresas aos preços dos bens pagos pelos consumidores.

As obras consumirão R$ 6,5 bilhões do orçamento federal e R$ 7,3 bilhões de governos locais (estaduais e municipais). Dos R$ 28,1 bilhões totais, apenas R$ 5,6 bilhões serão recursos privados (que se concentram principalmente nos aeroportos). Balela dizer que não há dinheiro público na jogada. O preço dos ingressos todos nós já conhecemos, as obras de infraestrutura urbana, propagandeados como o grande legado do evento, poucos viram até agora.

Em resumo, a lógica é bastante simples. A Fifa faz uma festa privada e se você quiser sediá-la precisa aceitar as condições da entidade. A verdade é que não há nenhum comprometimento com o desenvolvimento econômico, esportivo ou humano dos países que sediam grandes eventos esportivos.

Não por acaso, a Suécia – que notoriamente tem problemas sociais menos agudos do que os brasileiros – acaba de negar a oportunidade de uma candidatura para sediar as Olimpíadas de 2022. A justificativa é assustadoramente simples: o país tem outras prioridades como habitação, desenvolvimento e providência social.

Gastos incalculáveis: o retrocesso nos direitos humanos

Não bastasse a matemática contábil básica ignorada pelos defensores dos grandes eventos, um conjunto de abusos e violações aos direitos humanos completa o pacote de “gastos” sociais incalculáveis.

Um mapeamento divulgado na Suíça pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) em parceria com a ONG Conectas, no final de maio passado, calcula que mais de 200 mil pessoas estão sendo despejadas arbitrariamente de suas casas por causa de obras para os preparativos da Copa em todo o Brasil. Durante os preparativos de megaeventos esportivos, estima-se que 15% dos moradores de Seul foram expulsos de suas casas e, na África do Sul, 20 mil pessoas foram despejadas.

Além das milhares de famílias desalojadas, algumas outras pagaram com a vida o preço de obras superfaturadas, feitas às pressas, com baixa remuneração, cargas de trabalho extenuantes e pouca fiscalização. De junho de 2012 a dezembro de 2013, o Brasil registrou sete mortes relacionadas à preparação do país para a Copa do Mundo. Número mais de três vezes maior do que o registrado na África do Sul.

Contra a revolta social produzida por tais abusos, muita repressão. Além de outros milhões de reais gastos com aparato de repressão adicional (bombas de gás, spray de pimenta, armas e balas de borracha, equipamentos de dispersão, entre outros), uma tropa de choque especial com 10 mil homens, especialmente recrutados para isso, será responsável por agir em caso de manifestações nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.  Além das tropas, robôs irão monitorar por imagens a movimentação de pessoas nos entornos dos estádios, e a vigilância a aplicativos de celulares e mídias sociais já está em andamento. O Exército está a postos e também se prepara para a necessidade de ser convocado a conter as manifestações. O (não) preparo dessas “tropas” para lidar com seus próprios cidadãos exercendo seu livre direito de manifestação, como se fossem inimigos da pátria, já é amplamente conhecido.

No apagar das luzes de 2013, o Ministério da Defesa baixou uma portaria normativa que “Dispõe sobre a Garantia da Lei e da Ordem” pelas Forças Armadas. Entre outras coisas o documento aponta a necessidade de conter “sabotagem nos locais de grandes eventos” e aponta como “força oponente” os “movimentos ou organizações” que causem dificuldades no objetivo de “manter ou restabelecer a ordem pública”.

No Congresso, tramitam mais de 13 propostas que “normatizam” manifestações. As propostas, muitas flagrantemente inconstitucionais, tratam de criminalização, aumento de penas, tipificação de terrorismo, entre outros ataques ao direito de organização social. Além da Lei Geral da Copa, um abuso em si, que já revoga vários direitos democráticos, tramita um projeto de lei no Senado que, entre outras coisas, proíbe greves durante o período dos jogos e inclui o “terrorismo” no rol de crimes com punições duras e penas altas para quem “provocar terror ou pânico generalizado”.

Ganhos inesperados: articulação e mobilização social

Ingressos caros e avanço do processo de elitização do futebol no Brasil, gasto público com lucro privado, violações aos direitos humanos e ataques à democracia. Como pano de fundo desse cenário, um país desigual, com saúde e educação precarizadas e péssimos serviços de mobilidade urbana. O resultado não poderia ser outro que não revolta social.

O combate dos governos e seus aliados às manifestações é de ruborizar pela falta de consistência política. O argumento de que “os protestos causarão prejuízos ao Brasil” até faria algum sentido se os vultosos lucros com a realização do evento não fossem parar no bolso de meia dúzia de gestores, empresários e cartolas em detrimento dos altos preços cobrados de torcedores e contribuintes.

A ideia de que o “movimento é partidário e, portanto, orquestrado para prejudicar a reeleição da presidenta Dilma” desmonta-se diante de uma primeira visita a qualquer um dos protestos: há tudo e todos, diferentes movimentos e colorações ideológicas, trata-se de um espaço amplo, aberto, caótico e fragmentado. Estrutura-se, pois, em anseios legítimos da população brasileira, que se expressam da maneira possível diante do atual quadro de esvaziamento representativo. Se prejudicam a imagem de governos, o problema está, obviamente, nas medidas que estes resolveram adotar à revelia do que precisa e pede o país neste momento, à revelia de nossas reais prioridades.

Chega a ser irônico ver um governo dirigido por um partido que até ontem se apresentava como de esquerda e nacionalista se mobilizar de modo tão uníssono – e por que não dizer, desesperado – em defesa da submissão do Estado e da sociedade na garantia dos lucros de uma instituição privada internacional que concorre na Suíça ao prêmio Public Eye Awards como a pior companhia do mundo, honraria já concedida às “benévolas” Vale do Rio Doce, Shell e ao Banco Goldman Sachs, um dos responsáveis pelo estouro da crise financeira mundial em 2008.

Por fim, o argumento de que os protestos são “autoritários” é risível diante do fato de que em nenhuma etapa do processo – a eleição do Brasil como sede, a aprovação da abusiva Lei Geral da Copa ou a remoção de centenas de milhares de famílias – a população foi consultada. Tudo foi decidido, para variar, entre as cúpulas do poder dominante.

As preocupações dos governos e seus partidos dirigentes, no entanto, têm razão de ser. A revolta crescente aos poucos se organiza politicamente e procura, sim, os responsáveis pelos abusos. Já em 2013 a Ancop (Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa) cumpriu um papel importante nas manifestações de junho lançando o importante questionamento “Copa para quem?”. A articulação, um dos catalisadores das manifestações à época com atos em todo o Brasil, reúne comitês nas 12 cidades-sede da Copa, que por sua vez agregam movimentos sociais, universidades e entidades de sociedade civil que lutam contra a violação de direitos humanos. Poucos ganhos podem ser maiores para uma sociedade do que os de conscientização e organização política em defesa de seus direitos. Esse pode ser o nosso maior legado.

Desde o ano passado, essa articulação vem se ampliando. O debate a respeito dos abusos da realização da Copa do Mundo no Brasil, aos poucos, se desloca ao centro da agenda política. No bradar de vozes opositoras, que já se autonomearam em relação à ação inicial dos comitês, uma consigna se destaca mais do que outras, para o pânico do andar de cima: “Não vai ter Copa”.

Não vai ter Copa?

Tudo somado, os gastos envolvidos, os interesses em jogo e o aparato de repressão mobilizado, é difícil que não haja. Trata-se de ano eleitoral, de uma das Copas mais lucrativas da história e da subjetividade de um país que passou – também graças a insistente propaganda oficial ao longo de anos – a enxergar-se como o país do futebol. Vai, sim, ter Copa. Só não para você.

Para quem ela será, já sabemos. Sabemos também que o preço será alto para todos os lados: governos, empresários, torcedores e manifestantes. Como o cenário não é favorável para nenhuma mudança de rumos na organização do evento, engana-se quem acha que a tensão social diminuirá até lá. Mas será que a palavra de ordem “Não vai ter Copa” é a melhor nesse momento?

Particularmente, creio que não. A consigna “Copa para quem?” denuncia de modo mais claro os problemas que apontamos, articulando-o a outras dimensões de nossas desigualdades estruturais, o que abre cenário para a politização sistêmica desse processo, mesmo após a finalização do evento.

“Não vai ter Copa”, em contrapartida, anima as manifestações para um objetivo que não parece muito crível no momento, encaminhando as reivindicações para uma derrota. Derrotas, sabemos, têm um impacto consideravelmente negativo em um processo de lutas sociais, já que é de vitórias e conquistas, ainda que pontuais, que se alimenta um ascenso político dessa natureza. Denunciar de modo firme e claro os desmandos da realização do evento, desgastando e constrangendo os responsáveis e privilegiados por tais abusos, já aponta uma importante vitória parcial, que pode ser ampliada posteriormente em articulação com outras denúncias, reconfigurando com isso a conjuntura da política brasileira.

Peçamos hospitais e escolas padrão Fifa, moradias para os sem-teto, transparência nos investimentos para a Copa, denunciemos a corrupção, a suspensão da liberdade de manifestação durante a Copa. Dessa forma, temos mais possibilidades de obter algumas vitórias; a maior delas, sem dúvida, será o fortalecimento de um amplo e enraizado movimento de contestação social.

A maioria do povo brasileiro não é contrária à realização da Copa do Mundo no país. É contrária, sim, aos atropelos e usurpações que cercam a organização do evento. Não fosse isso, tal maioria gostaria de uma Copa no “país do futebol”. De alguma forma, então, a palavra de ordem “Não vai ter Copa” pode confundir as coisas e fazer com que uma parcela da opinião pública que poderia apoiar o movimento acabe se opondo a ele, ampliando, inclusive, a violência da repressão. Quem surfa nessa ambiguidade? O governismo mal intencionado e os defensores da realização dos grandes eventos tal qual estão sendo organizados.

De qualquer forma, com a palavra de ordem que for, nosso lado é claro – e não é o lado dos governos e da Fifa. Se a palavra de ordem “Não vai ter Copa” é a quem vem das ruas, não devemos cerrar fileiras com o oportunismo político governista a combatê-la. Podemos e devemos contribuir com a discussão de táticas alternativas, mas o nosso dever é, antes de tudo, a unidade; é estar ao lado daqueles que lutam contra o superfaturamento das obras, a corrupção aberta e o uso de dinheiro público sem um mínimo de respeito às reais prioridades do país, a submissão do governo federal a exigências absurdas da Fifa, as restrições à liberdade de manifestação, às remoções, entre outros inaceitáveis ataques em nome da alegria do futebol. Provemos ao mundo que somos sim, apaixonados por futebol, mas negamos ser humilhados e oprimidos por essa paixão.

 *Edemilson Paraná é vice-presidente do Psol-DF e mestrando em Sociologia na UnB.

FONTE: http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/vai-ter-copa-so-nao-para-voce/

Ampla? Só ser for a ampla falta de respeito aos usuários

Os áulicos das privatizações feitas pelo PSDB e mantidas pelo NeoPT não se cansam de tecer loas ao processo de venda das empresas estatais à grandes corporações estrangeiras. Até mesmo amplos segmentos da população desenvolveram a crença, fruto de muita propaganda dessas mesmas corporações, de que vivemos melhor por causa da gerência privada de áreas estratégicas como o fornecimento de água e eletricidade e da telefonia

Mas essa sensação falsa de melhora não é apenas apagada pelas contas salgadas que nos chegam todos os meses. Nós somos lembrados todos os dias de que passamos de cidadãos de uma nação para prisioneiros dessas empresas que não se cansam de, além de prestar péssimos serviços, nos oferecer as mais amplas formas de desrespeito. Para completar toda essa situação dantesca, as agências que foram criadas para garantir que um serviço minimamente de qualidade seria fornecido por essas corporações só servem mesmo para a divisão partidária de um Estado cada vez mais privatizado. Nem mesmo os serviços de proteção ao consumidor servem para amenizar o problema, pois apesar das concessionárias de serviços públicos serem as campeãs de reclamações é raro o caso onde elas perdem, mesmo quando se sabe que os cidadãos transmutados em consumidores estão com a razão do seu lado.

Esse preâmbulo decorre da minha experiência de poucos minutos atrás onde fiquei tentando acessar o 0800 da empresa AMPLA, cujo controle acionário pertence à corporação espanholsa ENDESA, por causa da falta de eletricidade que repentinamente se abateu na vizinhança onde eu moro em Campos dos Goytacazes. No total perdi exatos 35 minutos tentando falar com algum atendente e, claro, sem nenhum sucesso. Tive nesse tempo que aturar uma sequência de gravações que demonstram que todo aquele que ousar ligar para a AMPLA terá que ter nervos de aço para resistir à agonia que a empresa impõe aos que precisam de algum tipo de assistência. O mínimo que eu posso dizer é que a sequência de anúncios que são repetidos à exaustão são uma prova inequívoca de que não somos vistos como cidadãos com direitos, mas como crianças desprovidas de direitos essenciais.

Durante essa espera eu fiquei pensando em muitos vizinhos idosos que certamente estavam em casa sem nenhuma possibilidade de sequer tentar acessar a AMPLA. E se tivessem tentando é provável que estariam neste momento à beira de uma síncope nervosa ou um ataque cardíaco. Afinal, para resistir a tanto desrespeito, o coração e a mente têm que estar muito fortes. Só assim para resistir!

Ururau: trabalhadores “trancam” estrada e paralisam obras no Porto do Açu

Trabalhadores do Porto do Açu fazem manifestação e interditam estrada

Funcionários de seis empresas prestadora de serviço reivindicam direitos trabalhistas

 Thiago Macedo, Funcionários de seis empresas prestadora de serviço reivindicam direitos trabalhistas 

Trabalhadores de seis empresas que prestam serviços ao Superporto do Açu, em São João da Barra, interditaram na manhã desta quarta-feira (15/01), a Estrada da Servidão, que dá acesso ao empreendimento. Segundo a Polícia Militar, a manifestação começou por volta das 6h.

Os funcionários reivindicam direitos trabalhistas, como recebimento de hora itinerantes, além de melhores condições de salários e de trabalho e também a participação de lucros e resultados das empresas.

“As obras do Porto do Açu foram paralisadas em virtude da manifestação dos trabalhadores estarem reivindicando melhores condições de salários e trabalhos, pois eles não estão recebendo condições dignas de trabalho e salário”, declarou João Cunha.

Depois de horas de negociações e clima acirrado entre os manifestantes com discussões acaloradas houve um avanço positivo para um possível entendimento para a clase dos metalurgicos.

Segundo João Cunha, ceca de 1500 trabalhadores tiveram que paralisar as obras do porto. Segundo a Polícia Militar, por conta da paralisação a estrada estava com 2km congestionamento.

Uma equipe de reportagem do Site Ururau que esteve no local acompanhando todos os passos das negociações, conversou com o Delegado da Federação dos Metalúrgicos, João Cunha que declarou ter havido o entendimento com as empresas e que na quarta-feira (22/01), está marcado a assinatura de acordo.

“Na quarta-feira terá a assinatura de acordo coletivo entre a Federação dos Metalúrgicos e as empresas”, afirmou Cunha.

Já os trabalhadores da construção civil que também aderiram a paralisação, ainda aguardam acordo. O presidente do Sindicato, José Eulálio, informou que a manifestação não diz respeito a trabalhadores ligados ao Sindicato da Construção Civil e sim ao Sindicato dos Metalúrgicos, por isso não pode interferir no movimento.

Um associado do sindicato da Construção Civil e representante dos trabalhadores do Porto do Açu informou que irá formalizar as reinvidicações para levá-las a uma comissão. “Vamos preparar uma pauta de todas as empresas que estão reinvindicando. A intenção é fazer uma comissão para dar estabilidade aos trabalhadores”, comentou.

A assessoria de imprensa da Prumo informou que apenas as obras do estaleiro foram prejudicadas, já que a paralisação é dos funcionários da construção naval e que as obras do Porto do Açu não foram prejudicadas.