Em seu blog, Roberto Moraes destrincha situação da “extraordinária” dívida do Porto do Açu

Ao fim do 1º sem 2025 dívida da Prumo (Porto do Açu) chega a R$ 14,1 bilhões com US$ 2,4 bi de movimentação de cargas e lucro de R$ 142 milhões 

Por Roberto Moraes

A holding Prumo Logística Global que controla o Porto do Açu (RJ) e é controlada pela gestora do fundo financeiro americano EIG Partners (EIG Global Energy Partners) fechou o primeiro semestre de 2025 com uma dívida de R$ 14,1 bilhões, diante de uma movimentação de cargas no valor FOB em dólar de US$ 2,410 bilhões (25% maior que 2024 que foi de US$ 1,918 bilhão); receita no semestre de R$ 950,7 milhões (28,9% maior que 2024 que foi de R$ 741,4 milhões) e um lucro também semestral de 142,7 milhões. Portanto um crescimento naul expressivo em movimentação de cargas, receitas e lucros entre 25% e 30%.

A gestora estadudinense de fundos EIG Global Energy Partners (EIG Asset Management) controladora da Prumo opera desde 1982, atua hoje em 6 continentes e 44 países, controla 420 companhias e tem participação de US$ 51,3 bilhões em ativos em todo o mundo. Em 2013, quando da derrocada de Eike, por conta dos investimentos na sua empresa de petróleo OGX, a EIG Partners injetou uma quantia em recursos e ficou com o controle da empresa LLX companhia de logística Eike Batista e logo depois trocou o nome da companhia para Prumo Logística Global que, a seguir, se transformou num grupo (holding) com várias empresas subsidiárias entre elas o Porto do Açu (PdA).

1 – Da gênese da LLX à Prumo dos dias atuais

Em 2014, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Mubadala, que tinha um crédito de US$ 2 bilhões com a holding EBX, ficou com as ações da LLX que restavam com o empresário Eike Batista. Cinco anos depois, em 2028, a Prumo fechou o capital e saiu da Bolsa de Valores, adquirindo as ações dos investidores minoritários tendo como principal ativo o Porto do Açu e empresas coligadas.

Mesmo acompanhando menos assiduamente os últimos movimentos relativos ao empreendimento do complexo logístico portuário industrial do Açu (antes chamado de Clipa), venho anualmente comentando sobre os valores relativos à movimentação de cargas (exportações +/- 90% e importações de cerca de 10%) do empreendimento do Açu.

Foto de Ricardo Stuckert / PR em 28 jul. 2025.

Agora em 2025, o complexo logístico portuário do Porto do Açu atua com dois principais terminais: T1 (offshore onde exporta petróleo e minério de ferro); T2 (onshore onde operam o apoio offshore com o terminal de apoio offshore da americana Edson Chouest, o TMULT, terminal multicargas e vários outros terminais de empresas. No total são 11 terminais e 28 empresas instaladas no complexo.

No espaço de 90 Km² de área disponível para instalações industriais, energia e outros negócios, há duas unidades de geração termelétrica da GNA (I e II) e vários projetos de negócios, embora ainda hoje não mais que 10% de toda a área comprada e desapropriada violentamente de pequenos produtores do antigo 5º Distrito de São João da Barra. 

A maior movimentação (disparada) de cargas do Porto do Açu é de petróleo (cerca de 40% das exportações brasileiras) efetuada no terminal T-Oil para cerca de 8 diferentes petroleiras, além da Petrobras e minério de ferro para a mineradora Anglo American. Petróleo e minério ficam com cerca de 75% de toda a movimentação portuária de cargas.

Em outubro próximo, o Porto do Açu (PdA) completa 11 anos de atividades de movimentação de cargas iniciada em 2024, com as exportações de minério de ferro, através da joint venture Ferroport, formada entre a Prumo e a mineradora Anglo American (corporação inglesa-sul africana).

2 – Região como mero “território de passagem”

Nesse período de pouco mais de uma década, continuo afirmando que, majoritariamente, a região do Norte Fluminense que concedeu o espaço litorâneo para instalação do empreendimento do complexo do Açu, com características de Cadeia de Valor Global (CVG) Açu, segue como uma espécie de “território de passagem” de uma colossal riqueza que circula por aqui (quase R$ 40 bilhões apenas no ano de 2024). Porém, agregando muito pouca coisa à região onde produz enormes impactos nem sempre identificados, como as violentas desapropriações, o avanço do mar no balneário de Barra do Açu (impacto previsto desde o EIA-Rima), sobre o trânsito, embora também gere postos de trabalho (em quantidade bem menor que a divulgada na fase de operação após a construção dos empreendimentos) e a receita de ISS.

Essa condição a que tenho chamado de “território de passagem” é uma das características principais de um porto de 5ª geração como o caso do Açu com conexões na escala global (interligando pontos de uma cadeia de valor global – CVG). Até hoje o Porto do Açu incorpora pouco valor em atividades industriais, que seria do que foi estimado como um complexo logístico-industrial (ou Zona Industrial Portuária – ZIP ou MIDAs, Maritime Industrial Development Area) para uso da enorme retroárea de mais de 90 Km², fruto, como já foi dito, em boa parte, de centenas de desapropriações violentas, sobre pequenos produtores rurais, cuja maioria até hoje não recebeu suas indenizações que aguardam a definição dos processos judiciais. 

As exceções são as duas unidades de geração de energia elétrica (UTE) da GNA e a FMC-Technip com a produção de tubos flexíveis para uso nas instalações offshore das petroleiras para extração de petróleo. A geração de energia a gás pela GNA usa um terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito) que hoje é importado dos EUA e atende à GNA-I que entrou em operação em 2021 com 1,3 GW de capacidade. Já a GNA-II foi inaugurada agora em 2025 com 1,7 GW de capacidade. Juntas, elas formam o maior complexo de geração de eletricidade a gás natural da América Latina, com 3 GW de capacidade total, que entram em operação, quando demandadas pelo sistema de energia elétrico nacional.

GNA-I e II e T2. Foto Ricardo Stuckert / PR 28 jul. 2025.

Outra exceção pode ser a do projeto, já licenciado e aguardando investidores para implantação, na produção de hidrogênio verde que concorre com dezenas de outros projetos semelhantes a nível nacional, a maioria também projetada junto a complexos portuários. A exceção de servir à industrialização pode acontecer porque os produtos podem ter também pode ter como destino, basicamente, a exportação de amônia e não ao uso em industrialização no distrito industrial do porto, mantendo a atual característica de um porto de movimentação de cargas e riquezas de cadeias de valor global (CVG), sem gerar aquilo que os economistas chamam de externalidades dessa importante infraestrutura portuária do Açu, no Norte do Estado do Rio de Janeiro.

3 – Novos negócios, a extraordinária dívida e a lógica da gestão de ativos dos investidores

A Prumo tem informado que até hoje o empreendimento no Açu em São João da Barra já se utilizou de cerca de R$ 22 bilhões de investimentos (US$ 4,1 bilhões) desde o início da construção do porto, em 2008, e tem expectativa de investir outros R$ 20 bilhões nos próximos 10 anos.

A dívida financeira de R$ 14,1 bilhões tomados com empréstimos no Brasil (indexada pelo CDI e IPCA e spread médio de 15,6%) – e com emissão de debêntures (títulos privados) e no exterior (em dólar) é expressiva, mesmo considerando o porte do empreendimento.

É possível que, ao longo do tempo, essa dívida possa ser saudada em parte e/ou compartilhada com investimentos e divisão de sociedades com outros investidores estrangeiros, interessados em investir na infraestrutura logística brasileira, considerando o potencial de uso de nossos portos. Isso já vem acontecendo com os negócios de algumas das empresas subsidiárias da Prumo, como no caso da Vast Infraestrutura, companhia que faz transbordo de petróleo no T1 e teve 70% vendida para a empresa chinesa China Merchants Port, CMP.

Porém, o investimento em infraestrutura, normalmente, têm prazos de retorno mais longos e servem a corporações e fundos que também possuem interesses nas movimentações de cargas de outros de seus negócios e ativos. Nesse cenário, embora hoje a maioria dos investimentos e controle de negócios no Porto do Açu, sejam ligados a investidores dos EUA, tem sido a China a maior interessada nesses negócios portuários, infraestrutura e energia no Brasil, o que colocaria o empreendimento na mesma encruzilhada da disputa EUA x China, como elemento importante das atuais contendas geoeconômica e geopolítica global. O crescimento atual da economia do Brasil cria expectativas de comércio externo. Já uma eventual redução dos negócios globais e mesmo novos conflitos regionais, por outro lado, impactam negativamente o uso dos terminais portuários e poderiam afastar investidores.

Do ponto de vista da região, se observa como importa tão pouco os interesses regionais nas discussões sobre investimentos nesse grande investimento. Negócios são fechados entre corporações no plano global e a região assiste como se fosse a um programa de TV, sem perceber que muitas dessas decisões influenciam pesadamente a realidade sobre o nosso território.

Um exemplo apenas dessa última semana, a mineradora Anglo American, a primeira empresa a exportar pelo Porto do Açu, decidiu essa semana realizar uma fusão bilionária com a mineradora canadense Teck Resources criando uma gigante corporação do setor de mineração com sede no Canadá e negócios de ações em Londres. Em 2024, a Anglo American já tinha aprovado a venda de 15% da sua operação no Brasil, a Minas-Rio, para a Vale e tem sinalizado interesse em se voltar mais para a extração de cobre de olho na expansão da eletrificação mundo afora.

Negócios de infraestrutura logística tendem a se articular com corporações que atuam em cadeias de valor global, se importando menos com as questões locais e regionais, onde possuem capital fixo instalado no território. Vislumbram alta fluidez das suas cargas para ganhos em produtividade, contabilizando os ativos e nutrindo expectativas de grandes rentabilidades no menor prazo possível, dentro da lógica de gestão de ativos que interessa aos investidores cuja maioria nem sabe onde fica São João da Barra.


Fonte: Blog do Roberto Moraes

Mulheres Sem Terra paralisam Vale por calote na Previdência

Ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do 8 de Março

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Na manhã desta terça-feira (07/03) cerca de 1.500 mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) paralisaram o complexo industrial da empresa Vale Fertilizantes, localizada em Cubatão (SP), para denunciar a dívida da mineradora com o sistema da previdência social.

Segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a Vale é uma das maiores devedoras da Previdência Social, com uma dívida total de R$ 276 milhões ao INSS.

Abaixo imagens desta importante mobilização.

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A crise financeira do estado do Rio de Janeiro e seus argumentos contraditórios

Por Alcimar das Chagas Ribeiro, do Blog Economia do Norte Fluminense

A ineficiência da execução orçamentária do estado do Rio de Janeiro é alarmante. Os argumentos baseados na queda do preço do barril de petróleo e na consequente desaceleração da atividade petrolífera, são insuficientes para explicar a crise financeira sem precedentes do estado. A desoneração tributária ganha vida nesse contexto. Durante os governos PMDB (2011 a 2015) o total de desoneração dirigida para grandes empresas nacionais e estrangeiras chegou a R$ 186 bilhões, enquanto a dívida do estado evoluiu ao mesmo tempo para R$107 bilhões em 2015.

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A queda das receitas tributárias, realmente, ocorreu. Em 2015 o estado perdeu aproximadamente R$ 5,0 bilhões de receita, em relação 2014 e, em 2016, o valor da redução deve chegar a R$ 10,0 bilhões, em relação a 2014. Poderia parecer o fim do mundo, se a desoneração tributária do estado em 2014 não chegasse a R$ 26,0 bilhões e em 2015 R$ 36,0 bilhões.

O grande problema dessa questão é que, enquanto as grandes empresas, inclusive as estrangeiras, deixam de pagar tributos ao estado, as pequenas e médias empresas são oneradas além de sua capacidade. Tal fato implica na perda de competitividade e na retração do nível de investimento, implicando no aumento do desemprego e no aprofundamento da desaceleração da atividade econômica.

FONTE: http://economianortefluminense.blogspot.com.br/2016/11/a-crise-financeira-do-estado-do-rio-de.html

Grupos de intelectuais lança carta de apoio à Grécia

GREECE

Carta de apoio para a Grécia

Um grupo de acadêmicos reconhecido internacionalmente, incluindo o ex-Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, escreveu uma carta para apoiar os gregos e apelar à União Europeia para retomar os princípios da democracia. Eis o que diz a carta:

“Nos últimos cinco anos, a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) impuseram uma política de austeridade sem precedentes na Grécia. E essa política falhou. A economia encolheu em 26%, o desemprego aumentou para 27%, o desemprego dos jovens chegou a  60%,   e proporção da dívida em relação ao PIB passou de 120% para 180%. A catástrofe econômica levou a uma crise humanitária, com mais de 3 milhões de pessoas vivendo na linha de pobreza ou abaixo dela.

Neste contexto, o povo grego elegeu o governo liderado pelo Syriza em 25 de janeiro, com um mandato claro para pôr fim à austeridade. Nas negociações que se seguiram, o governo do Syriza deixou claro que o futuro da Grécia é na zona do euro e na UE. Os credores, no entanto, insistiram na continuação de sua receita fracassada, se recusando a discutir uma diminuição da dívida – que o FMI  considera comoinviável – e, finalmente, em 26 de junho, emitiu um ultimato para a Grécia por meio de um pacote inegociável que consolidaria austeridade. Isto foi seguido por uma suspensão de liquidez aos bancos gregos e a  imposição do controle de capitais.

Nesta situação, o governo do Syriza pediu ao povo grego para decidir o futuro do país em um referendo a ser realizado no próximo domingo. Acreditamos que este ultimato para o povo grego e para democracia deve ser rejeitado. O referendo grego dá à União Europeia uma oportunidade de reafirmar o seu compromisso com os valores do Iluminismo – igualdade, justiça, solidariedade – e aos princípios da democracia sobre o qual assenta a sua legitimidade. O lugar onde nasceu a democracia dá à Europa a oportunidade de compromisso com seus ideais no século 21.

Etienne Balibar
Costas Douzinas
Barbara Spinelli
Rowan Williams, ex-arcebispo de Canterbury
Immanuel Wallerstein
Slavoj Zizek
Michael Mansfield
Judith Butler
Chantal Mouffe
Homi Bhabha
Wendy Brown
Eric Fassin
Tariq Ali

FONTE: http://www.theguardian.com/business/live/2015/jun/29/greek-crisis-stock-markets-slide-capital-controls-banks-closed-live

Esqueçam a Lava Jato. A crise grega expõe a maior corrupção de todas, a dos juros da dívida pública

Enquanto no Brasil os jornalecos da mídia corporativa continuam a ladrar o caso café pequeno da corrupção na Petrobras, o mundo financeiro global amanheceu hoje sob o impacto do referendo grego num processo que pode ser pior do que a crise das hipotecas de 2008.

O mérito do governo grego, além de expor a tirania da Troika, é de expor a indústria da dívida pública que é a principal fonte de corrupção no planeta. Ao balançar a árvore do pagamento da dívida, Alexis Tsipras também expõe a íntima ligação entre as escorchantes taxas de juros que alimentam a indústria da dívida pública com a especulação nas bolsas de valores. É exatamente por isso que nesta segunda-feira (29/06), os principais veículos da mídia corporativa mundial estão gastando baldes de tinta com o tombo das bolsas mundiais.

E, ai me desculpem os que vivem fixados no varejo da Lava Jato, o que parecia ruim até ontem, vai parecer paraíso a partir de hoje.

Abaixo algumas das manchetes que estão anunciando o tsunami nas bolsas globais. A minha favorita é a primeira que vem do “The New York Time”: dívida grega pesa sobre os mercados globais.

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Syriza choca FMI e a Eurozona ao anunciar plebiscito sobre acordo da dívida

Ao fazer algo que parece básico em qualquer democracia, isto é, convocar um plebiscito para decidir sobre o novo plano de arrocho proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), o primeiro-ministro Alexis Tsipras conseguiu surpreender quem achava que ele tinha sido empurrado para um beco sem saída. Aliás, um beco onde a única saída seria cometer um estelionato eleitoral e trair o mandato que lhe foi outorgado pela população grega, que foi o de combater os implausíveis planos de austeridade que reduziram a Grécia a um estado de interminável coma financeiro.

As reações dos ministros da Fazenda e dos dirigentes da União Européia tem sido de completa fúria, visto que não aceitam que o povo da Grécia seja consultado sobre algo que governos gregos anteriores aceitaram passivamente, em que pesem os graves prejuízos causados ao país. Imaginem se o exemplo prospero e todos os povos europeus (a começar pelos espanhóis e portugueses) comecem a querer votar neste tipo de assunto!

Essa ação fulminante de Alexis Tsipras deveria servir de lição aos neopetistas que abraçam hoje os planos de austeridade do mesmo FMI que o Syriza rejeita. Como se vê, a saída não é o estelionato eleitoral ou, tampouco, a traição das bandeiras históricas. O caminho é apostar na resistência e na organização da juventude e dos trabalhadores.

Abaixo reações que estão hoje aparecendo na imprensa internacional sobre a decisão de Alexis Tsipras de promover o plebiscito, cinco dias após o prazo limite imposto pelo FMI e pelo BCE para a Grécia se ajoelhar e aceitar mais arrocho e cortes de direitos.

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E se a Grécia entrar em moratória?

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Enquanto aqui no Brasil o congresso do PT termina numa melancólica reafirmação das políticas neoliberais da dupla Rousseff/Levy, na Grécia o Syriza tenta manter o respeito dos seus leitores ao rejeitar mais medidas draconianas das agências multilaterais que procuram impor pela força, o que no Brasil é feito de forma voluntária por um partido que se diz dos trabalhadores.

A recusa do Syriza em aceitar mais desregulamentação dos direitos trabalhistas e restrições ao pagamento de aposentadorias simboliza a recusa a um receituário que já se provou ineficaz e contraproducente. Por isso, o seu governo é alvo dos mais variados e covardes tipos de pressão por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE).

Uma coisa que a mídia corporativa normalmente omite é que a maioria dos desembolsos feitos pelo FMI e pelo BCE serviram para que os bancos gregos pagassem suas dívidas com bancos europeus, principalmente alemães. Assim, o que está por detrás dessa pressão toda não é solidez dos bancos gregos, mas principalmente do sistema bancário europeu. Se nenhum dos outros motivos existentes servisse para justificar a recusa do Syriza em aceitar mais um pacote de maldades contra o povo grego, essa já seria uma razão mais do que justa.

E se o Syriza não piscar, o final desta semana deverá trazer enormes transformações na ordem econômica que mantem não apenas gregos, mas espanhóis e portugueses, enredados num ciclo vicioso de medidas de austeridade levando a mais pobreza e causando mais depressão econômica. A ver!

Traduzindo a notícia: Prumo Logística procura parceiros para se manter viável

nº 19

Para leigos que eventualmente leiam a matéria abaixo, eu diria que a mesma parece uma daquelas palavras cruzadas sincopadas, onde se tira letras essenciais para se dificultar o processo de preenchimento de lacunas.

É que se lermos com maior atenção, o que a notícia diz é que a Prumo Logística está procurando parceiros para viabilizar a quitação de suas dívidas e para viabilizar o seu terminal multiuso (T-2). Mas, com toda justiça à Prumo, a empresa lembra que não há qualquer garantia de que ela conseguirá arrumar os parceiros que necessita.

A questão que fica para os acionistas da Prumo Logística é a seguinte: e se não conseguir, vai fazer o que?

Prumo Logística busca parceiria em terminal no Porto do Açu

Porto de Açú

Porto de Açu: a Prumo Logística é controlada pela norte-americana EIG, que passou a deter participação de cerca de 74 por cento na companhia

São Paulo – A Prumo Logística disse nesta segunda-feira que vem mantendo negociações para alongar o perfil de sua dívida, que estuda formas de obtenção de recursos para seu plano de negócios e busca potenciais parceiros para seu terminal de movimentação de petróleo no Porto do Açu.

“A companhia esclarece que, além de manter conversas com potenciais clientes para prestação de serviços portuários e instalação de unidades industriais no Porto do Açu, a Prumo está em negociação com potenciais parceiros, envolvendo o seu terminal de movimentação de petróleo e multiuso”, disse a empresa em fato relevante.

“No entanto, a companhia não pode garantir que qualquer destas conversas ou negociações poderão se converter em acordos definitivos”, completou.

A Prumo Logística é controlada pela norte-americana EIG, que passou a deter participação de cerca de 74 por cento na companhia após a homologação de seu aumento de capital.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/prumo-logistica-busca-parceiria-em-terminal-no-porto-do-acu

OSX terá pelo menos 25 anos para quitar dívidas com credores

Fred Prouser / Reuters

Eike Batista é visto durante uma conferência em Beverly Hills, nos EUA

Eike Batista durante uma conferência em Beverly Hills, nos EUA

Daniela BarbosaDaniela Barbosa, de EXAME.com

São Paulo – 25 anos, esse é o prazo mínimo que a OSX terá para acertar a dívida bilionária com seus credores. O plano de recuperação judicial da empresa criada por Eike Batista foi aprovado, na última quarta-feira, depois de muita conversa.

Segundo o documento, o plano tem por objetivo “permitir que a OSX supere sua crise econômica financeira e implemente as medidas cabíveis para sua reorganização operacional”.

A OSX entrou com pedido de recuperação judicial em 2013. A companhia deve mais de 2,5 bilhões de dólares ao mercado. Entre seus credores estão bancos importantes, como o Votorantim e a Caixa Econômica Federal.  Para os dois, a empresa deve cerca de 1 bilhão de reais.

Outra importante credora da OSX é a espanhola Acciona, a qual a dívida chega a 300 milhões de reais.  Veja abaixo os termos do plano de recuperação na íntegra.

Plano OSX Consolidado

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/osx-tera-pelo-menos-25-anos-para-quitar-dividas-com-credores

Brasil 247 repercute disputa entre CEF e Santander por dívida contraída por Eike Batista para construir Porto do Açu