Na véspera da eleição na Uenf, reitor parte para analogia futebolística e erra o gol (como sempre)

uenf fachada

Estou participando da sétima eleição para reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), e afirmo nunca presenicei tanto uso da máquina para tentar eleger uma chapa de continuísmo. Hoje, o ainda reitor da Uenf, professor Raul Palacio, resolveu partir para uma analogia metáfora futebolística para tentar defender a chapa 10. Vejamos o que está escrito na imagem abaixo:

IMG-20230918-WA0001

Primeiro, o irônico é a caixa contendo a palavra respeito já que se tem algo que faltou com os professores da Uenf nos últimos 4 anos foi exatamente isso, mas deixemos isso para lá. O que mais deixa curioso é que o reitor da UENF, palmeirense como eu, resolveu usar o exemplo do Flamengo que dispensou o limitado Dorival Júnior para tentar imitar o Verdão do Allianz Parque, e deu com os burros na poça. Mas há que se examinar qual foi o motivo do fracasso de Victor Pereira e agora o de Jorge Sampaoli. É que quem assistiu o jogo de ontem contra o São Paulo viu que o problema é claramente um time de jogadores burocráticos e que não demonstram qualquer disposição para enfrentar um adversário minimamente organizado. Era passe errado aqui, era furada ali, era cabeçada bisonha acolá. Assim, Sampaoli tem suas muitas culpas, mas os jogadores também.

Por isso, sem querer, o ainda reitor da Uenfnos ofereceu um belo quadro do que foi sua gestão. Um técnico limitado com jogadores que estavam fora de forma ou que eram apenas pernas de pau no lugar e hora erradas. Por isso, a Uenf, como o Flamengo, vive, digamos, uma crise técnica que se mostra no desempenho pífio no campeonato das universidades.]

Vou dar um exemplo. Neste semestre não consegui acessar a turma para quem estou ministrando uma disciplina antes das aulas começarem, e só recebi a carga da turma após o semestre iniciado! Só soube quem eram meus alunos porque fui procurar no sistema acadêmico e achei, mas não pude emitir a ata de presença e parti para a improvisação.  E isso, meus caros colegas de time, ocorreu em todos os quatro anos em que esse reitor/técnico atuou.  Por isso, amanhã não vamos trocar o certo pelo duvidoso, mas vamos tirar um grupo de jogadores e seu técnico de campo porque demonstraram ao longo de 8 anos (sim, 8 anos que é a duração dessa gestão em que só se trocaram as cadeiras de lugar) serem incompetentes e incapazes de guiar a Uenf para o futuro planejado por Darcy Ribeiro.

Finalmente, ao contrário do Flamengo que é bilionário e pode trocar um time inteiro junto com o técnico para os campeonatos do futuro e voltar a encantar a sua fanática torcida, a UENF não tem esse luxo porque o nosso negócio não é nada simples como parecer achar o nosso reitor/técnico de futebol.

E vamos eleger Carlão e Daniela amanhã porque o nosso time precisa cumprir o papel histórico que nos foi destinado por Darcy Ribeiro.

E nós sabemos que com esse time que está em campo sob o comando de um reitor/técnico de futebol, a derrota só vai se aprofundar.

Chatgpt responde pergunta sobre uso do termo “ostracismo geográfico” em debate nas eleições da Uenf

chatgpt1

Ainda pensando nas implicações do uso do termo “ostracismo geográfico” por um dos candidatos a vice-reitor nas eleições em curso na Universidade Estadual do Norte Fluminense, resolvi procurar o “Chatgpt” para iniciar um “chat” em torno desse uso polêmico de um lei que vigorou na Grécia Antiga.

O que se segue abaixo é a posição do “Chatgpt” que não apenas analisa o uso em si, mas como aponta para os riscos e implicações de se naturalizar esse tipo de fala, especialmente em uma universidade cujo idealizador foi submetido ao exílio político por um regime autoritário.

O incrível é que um robô parece ter mais “consciência” do que um docente com robusta carreira científica dentro da Uenf e para além dela.

Eis o “chat” em sua íntegra:

How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industryBoa noite!
chatgpt Boa noite! Como posso ajudar você hoje?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industryVou pedir uma opinião muito sincera, ok?
chatgpt Claro! Farei o meu melhor para fornecer uma resposta objetiva e sincera. O que gostaria de saber?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industrySe comporte como um professor doutor, pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. ok?
chatgptEntendido! Agora estou no papel de um professor doutor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). O que deseja discutir ou saber?
How ChatGPT Can Help and Hinder Data Center Cybersecurity | Data Center  Knowledge | News and analysis for the data center industry Em meio às várias peculiaridades (vamos chamar assim) que marcaram a corrida eleitoral para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), uma intervenção que ocorreu durante o debate entre as chapas concorrentes deixou muita gente indignada. Ali, durante uma troca de opiniões, o candidato a vice-reitor da chapa 10, propôs que os “caciques” que supostamente impõe suas vontades sobre jovens pesquisadores fossem “ostracizados geograficamente”. Essa proposta chocou a muitos dentro da universidade, na medida em que o seu idealizador Darcy Ribeiro foi uma das vítimas do “ostracismo geográfico” que foi imposta a milhares de brasileiros e brasileiras durante o regime militar instalado em 1964. Como todos devem lembrar, Darcy Ribeiro ficou exilado no Uruguai após seu banimento público pelos militares. Chatgpt, o que você pensa desse termo termo sendo usado num debate para o maior cargo de uma universidade pública?

chatgptEntendendo o contexto e no papel de um professor doutor da UENF:

 O uso da expressão “ostracismo geográfico” num debate eleitoral para reitoria da UENF é, no mínimo, imprudente, considerando o histórico de Darcy Ribeiro e a própria história política e social do Brasil. Em primeiro lugar, é essencial compreender que a UENF, assim como outras instituições de ensino, é um espaço de pluralidade de ideias, onde se espera que haja um debate saudável e respeitoso, mesmo que hajam divergências.

O termo “ostracismo geográfico”, dentro desse contexto, traz consigo um peso e uma memória histórica que remete ao exílio de inúmeros intelectuais e ativistas políticos durante a ditadura militar. Darcy Ribeiro, cujo nome adorna a universidade, foi uma dessas figuras exiladas, tendo passado anos afastado do país por expressar ideias contrárias ao regime da época.

Utilizar um termo tão carregado de maneira leviana ou como uma metáfora em um debate sobre gestão universitária não apenas é insensível mas também minimiza e desrespeita as lutas e sacrifícios de muitos que sofreram naquele período. Além disso, tal proposta suscita questões sobre a compreensão do candidato em relação à missão e aos valores da universidade.

A universidade pública, em particular, deve ser um espaço onde se promove o livre pensamento, a diversidade de ideias e a democracia. Fazer referência a práticas que remetem à exclusão ou à censura vai contra os princípios fundamentais da academia.

Por fim, é crucial que os candidatos a posições de liderança em universidades públicas, como a UENF, tenham consciência do peso das palavras e das referências históricas que utilizam, sobretudo em momentos de debate público. A história deve ser lembrada e respeitada, não apenas como uma ferramenta retórica, mas como um guia para evitar a repetição de erros passados.

Link original  deste Chat: https://chat.openai.com/share/9150cf86-38ac-473d-8675-81370a9d9f07

Tentações autoritárias marcam fim da campanha eleitoral na Uenf

tentaçãoes

Em meio às várias peculiaridades (vamos chamar assim) que marcaram a corrida eleitoral para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), uma intervenção que ocorreu durante o debate entre as chapas concorrentes na última 5a. feira (14/9) deixou muita gente indignada. Ali, durante uma troca animada de opiniões, um dos candidatos a dirigir a reitoria entre 2024 e 2027, propôs que os “caciques” que supostamente impõe suas vontades sobre jovens pesquisadores fossem “ostracizados geograficamente”.

Essa proposta chocou a muitos dentro da universidade, na medida em que o seu idealizador Darcy Ribeiro foi uma das vítimas do “ostracismo geográfico” que foi imposta a milhares de brasileiros e brasileiras durante o regime militar instalado em 1964. Como todos devem lembrar, Darcy Ribeiro ficou exilado no Urugai após seu banimento público pelos militares.

Mas mais do que um mero escorregão em um momento de empolgação durante um debate, o que esta fala aponta é a explicitação ainda maior de um viés autoritário que já estava visível dentro da Uenf, mas que agora se mostrou mais claramente nos debates eleitorais.

Tais tentações autoritárias refletem bem o que tem ocorrido na Uenf sob uma gestão que desvaloriza a ciência para apostar no que eu tenho chamado de “prefeiturização” das relações da instituição com o seu entorno social. Um exemplo disso foi a participação de um secretário municipal na tentativa de angariar votos nas eleições que estão ocorrendo no polo de São Francisco do Itabapoana.  Somado a isso, tivemos a tentativa dos membros da chapa do continuísmo de ignorar as decisões da Comissão Eleitoral designada pelo Conselho Universitário da Uenf e impor, por exemplo, o uso proibido de camisetas nas áreas de votação nos polos em que temos estudantes na modalidade de ensino à distância (EAD). E pensar que a Darcy Ribeiro tinha como ideal a participação da Uenf e dos seus membros na elevação da cultura política na nossa região!

Recuperar a autoestima e o compromisso com a produção da ciência é uma necessidade estratégica para os próximos anos dentro da Uenf. Sem isso, as tentações autoritárias vão se fortalecer e inviabilizar o desenvolvimento pleno das grandes potencialidades que o projeto de Darcy Ribeiro representa não apenas para a região Norte Fluminense, mas para todo o Brasil.

UENF: O que está em jogo?

uenf fachada

Por Douglas Barreto da Mata

Quem observa a universidade de um ângulo externo, e quem tem um pouco de apreço pelo que olha (eu tenho), não pode deixar de admitir que, qualquer que seja a escolha eleitoral da comunidade de lá, o que está em jogo é a própria sobrevivência da universidade… Não falo de sua estrutura formal, institucional, porque isso vai continuar, de um jeito ou de outro, como veio até aqui aos trancos e barrancos, como diria Darcy Ribeiro, em um título de um de seus saborosos livros…

Porém a  Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) não é um mero depósito de burocracias, trejeitos administrativos, e egos inflados e outros tantos frustrados…

A UENF nasceu para ser um farol civilizatório, um presente, por assim dizer, no meio da planície de uma das terras mais planas do Brasil, geográfica e intelectualmente falando, e depositária de um conservadorismo violento, tosco e arrogante, como poucos.

Não é demais lembrar que aqui a escravidão sobreviveu por anos após a abolição, e persiste até hoje, miseravelmente na mesma atividade econômica: a monocultura de cana…

Aqui, a luz elétrica que primeiro chegou iluminou pouquíssima gente…

Na terra chata, as usinas incineravam presos políticos, enquanto seus proprietários circulavam na cafonice indigente chamada de “colunismo social” (ou colonismo social), um tipo de subjornalismo de costumes que alcançou relevância no Brasil.

Enfim, nessa terra de bárbaros, economicamente decadente, que torrou 30 bilhões de reais sem que houvesse qualquer alteração estrutural na desigualdade social que a coloca ao lado de países africanos, a eleição da UENF é um momento de suma importância…

Quem olha hoje não pode dizer que a UENF se encontra em boas mãos…

A UENF hoje é só um amontoado de ressentimentos, futricas administrativas e produção intelectual e científica abaixo da média…

Se Cuba queria se vingar pelo péssimo tratamento dado aos seus médicos pela elite caipira brasileira, conseguiu, pelo menos, na tribo dos sociopatas de SW4.

Não posso afirmar que o professor Carlão será um reitor como eu espero…conheço alguns de seus posicionamentos políticos, e comungo com parte deles, ao mesmo tempo que compartilho com ele um grande amigo, Marcos Pedlowski.

Só o tempo dirá se ele é capaz de liderar a universidade em tamanha tarefa…

Por outro lado, sei que a manutenção do atual grupo na reitoria NÃO É OPÇÃO, a não ser que se opte pela eutanásia da universidade…

Eu tenho certeza, no entanto, que Carlão vai tornar a UENF aquilo que ela nasceu para ser:

Insubmissa, porque afinal, fazer ciência não é achar respostas (isso qualquer algoritmo já faz), mas saber fazer as perguntas certas…


*Douglas Barreto da Mata é Inspetor da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Eleições para a reitoria da UENF: na falta de argumentos, apoiadores da chapa 11 começam a apelas para argumentos pouco republicanos

A campanha eleitoral para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) ainda tem mais três semanas de duração, mas o desespero já parece ter tomado conta dos professores que apoiam o continuísmo na reitoria que é expresso pela chapa 11 dos professores Edmilson Maria e Antonio Amaral.

A imagem abaixo é de uma declaração que deveria ser de apoio à chapa 11, mas acabou se mostrando um instrumento ideológico contra a chapa 10 e contra mim e o professor Carlos Rezende do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA). 

apoio 11

Quem vivencia o cotidiano da Uenf sabe bem quem usa patrulha ideológica e perseguição como instrumentos de manutenção do mesmo grupo no poder por mais de 12 anos! E mais, falam inverdades sem mostrar que todas as notícias que foram publicadas sobre práticas pouco republicanas dentro da Uenf foram sempre acompanhadas de provas documentais! Tanto isto é verdade que nenhum jornalista envolvido na apuração dos problemas noticiados foi processado pela reitoria da Uenf. até hoje. Na falta de argumentos, só tem restado mesmo as tentativas de desqualificar quem apurou, o que é uma ação típica em todas as esferas de governo no Brasil. Isto é, culpar quem apura, para se eximir de responsabilidades.

Outra tentativa de desinformação é me colocar como futuro membro da equipe dos professores Luís Passoni e Teresa Peixoto caso eles sejam eleitos. Já deixei claro diversas vezes que não ocuparei cargos, pois minha opção é pela sala de aula e pelo laboratório como, aliás, tenho feito desde que entrei na Uenf em janeiro de 1998. Aliás, essa fixação toda em mim e no Prof. Carlos Rezende expressa de forma cabal a vontade de propostas da chapa 11 e dos seus apoiadores para tirar a Uenf da crise em que se encontra após anos de gestão do mesmo grupo político.

É sempre assim: quem não tem argumento sempre parte para a calúnia e o terror ideológico. Típico!