Cidades que mais apoiaram Bolsonaro tiveram mais mortes pela COVID-19, diz ‘Lancet’

Estudo mostra que risco de mortes foi 44% maior em cidades que, mesmo mais desenvolvidas, estiveram mais alinhadas a Bolsonaro

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Arquivo Agência Brasil

Por Redação, RBA

São Paulo – As cidades onde Jair Bolsonaro teve maior votação nas eleições também as que tiveram mais mortes pela COVID-19 no ano passado. Isso é o que conclui estudo publicado na revista científica Lancet para as Américas.  Os pesquisadores analisaram dados dos 5.570 municípios brasileiros. Os dados constam de análises e comparações feitas por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de Brasília (UnB)

O estudo identifica a desigualdade de renda e infraestrutura em saúde nos impactos da covid-19 durante a primeira onda da pandemia no Brasil, em 2020. Mas a partir da segunda onda, no final daquele ano, o perfil ideológico das cidades pesou mais. Assim quanto maior a identidade da população com o discurso bolsonarista, maior a taxa de letalidade. Por exemplo, municípios bolsonaristas das regiões Sul e Sudeste apresentaram taxas de mortalidade muito superiores às de municípios não bolsonaristas do Nordeste.

A possibilidade de subnotificação foi considerada uma variável pouco relevante, já que foram feitas comparações de cidades com estrutura de saúde equivalente. “A principal diferença foi o voto em Bolsonaro”, sustenta Christovam Barcellos, geógrafo e pesquisador em saúde pública da Fiocruz e um dos autores do artigo.

Uma das comparações feitas foi entre as cidades de Crato (CE) e de Sapiranga (RS), ambas consideradas grandes e de IDH médio. Enquanto a primeira registrou uma taxa de 110 mortes pela COVID-19 a cada 100 mil habitantes, a segunda teve um índice de 360 óbitos por 100 mil habitantes. “Se a gente comparar municípios médios com IDH alto, aqueles que são bolsonaristas têm quase o dobro da taxa de mortalidade [por Covid-19] de municípios de igual estatura”, afirma Christovam Barcellos.

Chapecó, em Santa Catarina, também chamou a atenção dos pesquisadores. Considerado um município médio, com bom IDH e bons serviços de saúde, a cidade mantinha em 2020 um número de óbitos inferior à média nacional.

Com a posse do aliado de Bolsonaro, o prefeito João Rodrigues (PSD), a cidade registrou, no início de maio de 2021, uma taxa de óbitos acumulada 75% maior que a do país. Ele foi defensor do “tratamento precoce”, sem eficácia comprovada, e do que chamava de lockdown inverso, com comércios abertos e doentes sendo atendidos em casa.

Uma das conclusões do artigo publicado na Lancet é que, com a ausência de uma coordenação nacional pelo governo federal, os municípios passaram a ter um papel central na transmissão de informações sobre a pandemia. E, no caso de cidades de pequeno e médio porte, as palavras de lideranças políticas e empresariais tiveram ainda mais peso.


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Este foi originalmente publicado pela Rede Brasil Atual [Aqui!].

Jair Bolsonaro acha que vai escapar das responsabilidades sobre a catástrofe da COVID-19, mas está enganado

bolso renitenteO presidente Jair Bolsonaro confrontou de forma ríspida uma eleitora que o questionou sobre os 38.000 mortos pela COVID-19. Ele precisará se acostumar às cobranças que virão

O presidente Jair Bolsonaro tem sido um contumaz negacionista da letalidade do novo coronavírus e da infecção que ele causa, a COVID-19.  Agora, com o total de mortos chegando a 40.000 mil, as cobranças por sua postura estão vindo até dos seus eleitores, coisa que obviamente o está irritando profundamente, já que não está acostumado a ter que dar explicações sobre o quer que seja.

Hoje ele teve um primeiro encontro com uma eleitora e apoiadora, a youtuber Cris Bernat, que trabalha com o vereador paulistano do MBL Fernado Holiday (DEM/SP),  que cobrou suas responsabilidades sobre o número de mortos pela COVID-19 (ver vídeo abaixo).

Como se vê no vídeo, a primeira reação do presidente Jair Bolsonaro foi ficar em silêncio, como se estivesse esperando que a maioria dos apoiadores mais obstinados calassem a eleitora renitente.  Mas como isso aconteceu, ele depois partiu para um costumeiro gesto de tentar calar  uma eleitora que apenas exercia o direito de cobrar o eleito. 

Aí ele fez o que sempre fez nos seus quase 30 anos de vida parlamentar:  mandou  sua eleitora renitente  se retirar da porta do Palácio da Alvorada, e ainda disse “Cobre do seu governador. Sai daqui“.

O problema para  Jair Bolsonaro é que não será tão fácil calar aquela parcela de eleitores que votou esperando por reais mudanças na condução do governo em prol dos pobres, que nem parece ser o caso de Cris Bernat. E ainda terá de ouvir muitas vezes declarações semelhantes ou ainda piores do que aquela que pode ser ouvida no vídeo : “O senhor, como chefe da Nação, eu votei no senhor, fiz campanha para o senhor, acho até que o senhor me conhece. E eu sinto que o senhor traiu a nossa população”.

As próximas semanas e meses deverão de ser de dura provação para Jair Bolsonaro, mas não tão duras para as milhares de famílias que estão perdendo entes queridos para uma pandemia letal, que só chegou ao nível que está chegando pela postura negacionista do presidente da república. Simples assim!

Uma canção para os eleitores derrotados de Aécio Neves que querem abandonar o Brasil

Depois de ler uma série de declarações preconceituosas de eleitores desiludidos de Aécio Neves que querem ir embora do Brasil por causa da ditadura comunista do PT (essa é uma piada bacana!), resolvi dedicar uma canção para que eles se sintam mais reconfortados em seu dia de pós-derrota. E se gostarem, pode levar colocar num pen drive e ir ouvindo até onde quer que seja que eles decidam levar suas existências rasas.