“Aconteceu o esperado: Eneva e IPAAM não reconheceram existência de indígenas na região de Silves”, aponta líder dos Mura, Munduruku e Gavião

Audiências públicas irregulares para debater projeto petroleiro no Amazonas também apontam contratação de funcionários de fora da região de Silves e Itapiranga, contrariando promessa da empresa

Eneva-Fonte-Exame

Manaus, 21 de junho de 2023 – “Aconteceu o esperado. A empresa Eneva e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) alegaram que não há indígenas no município de Silves, embora vivamos lá há mais de 40 anos. Mas, se o governo federal não nos reconhecesse como indígenas, por que faria um investimento grande em sete aldeias nossas?”, questiona o cacique Jonas Mura, líder da Associação dos Mura.

Representante de 190 famílias indígenas que vivem em Silves (AM), Jonas Mura reclamou da falta de reconhecimento da existência de sua comunidade por parte da petroleira Eneva e da agência ambiental do Estado do Amazonas. 

Em Silves e na vizinha Itapiranga, ocorreram, respectivamente, no sábado (17) e no domingo (18), audiências públicas para debater o polêmico projeto da Eneva, que inclui a extração e o escoamento de gás e petróleo desde há cerca de dois anos, além da possível construção de uma usina termelétrica. Todas essas atividades vêm ocorrendo sem a consulta às comunidades impactadas nem realização de audiências públicas com ampla publicidade dos elementos fundamentais para o licenciamento dessa atividade altamente poluidora.

Em maio, a Associação dos Mura e a Associação de Silves de Preservação Ambiental e Cultural (Aspac), com o apoio da organização global 350.org, deram entrada na seção judiciária federal no Amazonas em um pedido de Ação Civil Pública (ACP). As associações alegam que a Eneva e o IPAAM vem descumprindo a legislação ambiental. O Instituto, de âmbito estadual, está licenciando um projeto que, em verdade, deveria ser apreciado pelos órgãos federais Ibama e Fundação Nacional do Índio (Funai). Este último, especificamente, precisa ser ouvido quando populações indígenas são impactadas.

Nem a Eneva nem o IPAAM até o momento apresentaram o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto de Campo do Azulão – ou Complexo do Azulão, como por vezes se referenciam representantes da empresa, quando mencionam a possibilidade de construção de uma usina associada ao projeto, além de um gasoduto.

Nas audiências, segundo relato dos participantes, houve uma forte reclamação sobre a baixa contratação de mão de obra local, contrariando os discursos anteriores de que esses empreendimentos iriam gerar centenas ou milhares de empregos para os municípios afetados.

“São um projeto e um licenciamento ambiental muito controversos e até certo ponto sigilosos, o que é inconcebível na legislação brasileira. Isso deixa muitas dúvidas sobre o que a Eneva está fazendo e o que vai fazer, incluindo o passivo ambiental que ela vai deixar”, avalia Luiz Afonso Rosário, responsável de campanhas e especialista em povos e comunidades tradicionais da 350.org.

“Esperamos que o Ministério Público Federal e a Funai, que estiveram presentes à audiência, deem uma resposta. Esperamos uma audiência dirigida aos povos indígenas e povos tradicionais. Em Silves, tivemos apenas um minuto para falar sobre o impacto ambiental que teremos ao longo do tempo da exploração do gás e petróleo, apesar de a empresa já estar trabalhando dentro da nossa área”, continuou Jonas Mura. “Não somos contra investimentos, mas precisamos ser ouvidos”, ressaltou.

Em audiências públicas neste fim de semana, comunidades questionam operação da Eneva no Amazonas

Sob “medidas policiais protetivas” para garantir a segurança dos participantes, indígenas, ribeirinhos e associações locais denunciam impactos da extração de gás

Eneva-Fonte-Exame

Manaus, 16 de junho de 2023 – Centenas de pessoas – entre povos indígenas, ribeirinhos e membros de associações locais – são aguardadas nas audiências públicas que ocorrem neste sábado e domingo em Silves e Itapiranga, no Amazonas, para questionar o projeto de expansão da exploração de gás e petróleo nos dois municípios. Conhecida como Campo do Azulão, a obra pertence à empresa Eneva, que não apresentou Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ignora a presença de indígenas e comunidades tradicionais nas áreas impactadas. Os organizadores da participação popular observam que a principal preocupação é com o tráfego na ida e na saída de Silves e Itapiranga, e não somente no espaço das audiências.

envaazulao-1

Baseada nos assédios e ameaças já perpetradas em audiências que aconteceriam em maio, Juliana Marques, coordenadora do do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PEPDDH – AM), solicitou “disponibilização de medidas policiais protetivas” à Secretaria Estadual de Segurança (SSP-AM). A SSP-AM encaminhou o pedido ao Comando da PM estadual “para conhecimento e adoção das providências pertinentes, no âmbito daquela Corporação”, conforme o Ofício nº 1.257/2023-GS/SSP.

Em maio, foram convocadas e depois suspensas pela seção da Justiça Federal no AM duas audiências com igual objetivo. Mesmo com a suspensão, o prefeito de Silves, Raimundo Grana, e o deputado estadual e presidente do PT-AM, Sinésio Campos, assediaram e ameaçaram a Associação de Silves de Preservação Ambiental e Cultural (Aspac) e a Associação dos Mura, representante de 190 famílias indígenas dos povos Mura, Munduruku e Gavião Real. A Aspac e a Associação dos Mura assinaram o pedido para que a Justiça suspendesse aquelas audiências.

Audiência pública em Silves

17/06, às 9h

Escola Municipal Professora Alda Amazonas Martins – rua Luis Magno Grana, s/n, bairro Governador Plínio Coelho

Audiência pública em Itapiranga

18/06, às 9h

Ginásio Poliesportivo D. Jorge Marskell – rua Urucurituba, s/n, bairro Gilberto Mestrinho

Inconsistências e desinformações no licenciamento

Técnicos que trabalham em apoio às comunidades impactadas levantaram a existência de várias inconsistências e desinformações no processo de licenciamento ambiental, irregularmente emitido pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). Também causou surpresa a realização das audiências sem a prévia divulgação e debate sobre o EIA.

Em pedido de Ação Civil Pública (ACP), a Aspac e a Associação dos Mura anteriormente argumentaram:

a) Que o licenciamento seja feito pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), devido à complexidade e sensibilidade ambiental da bacia hidrográfica;

b) que seja realizada a consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas e demais populações tradicionais, localizadas na área de influência do empreendimento;

c) que seja elaborado estudo específico de Componente Indígena e do Componente Quilombola, ausentes em todas as fases do licenciamento ambiental e tampouco apreciado no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) apresentado pelo empreendedor, além da identificação dos impactos do empreendimento pela ENEVA e a implementação dos planos de gestão econômicos e demais medidas mitigatórias e compensatórias; e

d) que seja dada ampla publicidade ao EIA, conforme determina a Resolução 237 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

EIA não foi divulgado; povos tradicionais não foram ouvidos

“A audiência pública não atende aos princípios básicos da consulta livre e informada às comunidades ribeirinhas, povos indígenas e quilombolas, além de não ter sido divulgado o EIA que precede a apresentação do RIMA. Existem potenciais riscos de contaminação das águas superficiais e subterrâneas da Bacia Amazônica, o que causaria grandes problemas de saúde e até morte das populações”, estima a bióloga Marcia Ruth Martins da Silva, da ASPAC, uma das autoras do pedido de ACP.

“A Eneva nunca ouviu os povos tradicionais que moram aqui na região. Ela não tem nenhum respeito ao povo indígena que mora no município de Silves”, avalia o Cacique Jonas Mura, que também assina o pedido.

“É inconcebível ainda explorarmos novas áreas de combustíveis fósseis, ainda mais numa região tão sensível como a Bacia Amazônica. O Campo de Azulão está recebendo do IPAAM um licenciamento no mínimo controverso, sem a participação popular, sem informações técnicas, comprometendo uma região cuja beleza cênica e a riqueza ambiental, fala por si só. Tanto o órgão ambiental como a Eneva esqueceram que lá existem gente, povos indígenas, quilombolas, extrativistas, pescadores artesanais e ribeirinhos que vivem e subsistem, há centenas de anos, com os recursos naturais renováveis da região em um equilíbrio harmônico”, observa Luiz Afonso Rosário, coordenador de campanhas da 350.org, que, juntamente com a ASPAC, a Associação dos Mura e a Rede GTA, integra a rede Resistência Amazônica.

“Apesar de ameaças sociais e ambientais, a audiência dupla é realizada após o empreendimento receber as licenças prévia, de instalação e de operação sem apontar aspectos como a ameaça social – afinal, um município com 12 mil habitantes irá receber 5 mil homens, com efeitos na vida das mulheres, na prostituição infantil, na gravidez precoce, nas doenças e tudo mais. E, ainda mais grave, no risco dos danos ambientais. As entidades registram estranheza e perplexidade na atitude do órgão ambiental estadual IPAAM e o empreendedor Eneva sequer apresentarem antes à sociedade o EIA mesmo após requerido pelas organizações sociais, “rasgando” a Resolução Conama 237 que trata dessa matéria”, avalia Sila Mesquita, presidenta da Rede GTA e membro da coordenação da organização Terrazul.

Disputa judicial por terreno traz mapa das sucessões dentro do reino (nada) encantado de Eike Batista

228-eike-midas

Um colaborador deste blog enviou a íntegra do Processo 048706-75.2014.8.19-0001 que é movido pela Eneva S/A (sucessora da MPX que pertencia ao conglomerado do ex-bilionário Eike Batista) contra a Porto do Açu Operações S/A. Este processo trata de uma acirrada disputa que colocou fortíssimos escritórios de advocacia situados no Rio de Janeiro a serviço dos diferentes herdeiros do espólio de Eike Batista na área em que deveria ser instalada um termelétrica no Porto do Açu.

Pois bem, ao ler parte desse caudaloso material me deparei com mais uma empresa que até agora me era desconhecida, a Gás Natural Açu Ltda. Como ao longo dos últimos anos já vi várias siglas aparecerem como cogumelos numa pastagem num dia de chuva, me dei ao trabalho de tentar entender a origem de mais essa empresa, e como a mesma se encaixa no quebra cabeças que a débâcle do Grupo EBX acabou gerando.

Pois bem, como mostra a imagem abaixo, a Gás Natural do Açu é a sucessora de uma das empresas de Eike Batista, a SDX Investimentos S/A

GNA SDX 1

Olhando um pouco mais, encontrei o montante do capital acionário desta empresa limitada e seus sócios (ver imagem abaixo).

GNA SDX  2

Da observação da tabela, podemos notar que: 1) 99% do capital da Gás Natural Açu é detido pela Porto do Açu Operações S/A e o restante 1% pela Prumo Logística, e 2) o montante do capital é, digamos, modesto.

Não obstante, quando se examina outro aspecto do contrato social da Gás Natural do Açu, o qual se refere às condições para autorização para a “assunção de obrigações”, podemos ver que a empresa pode ter capital modesto, mas isso não afeta as perspectivas de tomadas de investimentos.

GNA SDX 3 GNA SDX 4

Mas um detalhe que me chamou particularmente a atenção foi a composição da diretoria da Gás Natural do Açu, a qual é mostrada abaixo.

GNA SDX 5

É que se olharmos os nomes veremos que os mesmos ocupam cargos na Prumo Logística e na Porto do Açu Operações ou em ambas as empresas.   Mas qual é o problema nisso, já que não há impedimento legal para essas múltiplas participações em direções corporativas? 

A resposta para a minha pergunta provavelmente pode ser encontrada no livro”Tudo ou nada”  escrito pela jornalista Malu Gaspar para narrar ao mesmo tempo gloriosa e trágica trajetória de Eike Batista e seu conglomerado de empresas pré-operacionais.  E o problema que aparece narrado é a dificuldade que acabou ocorrendo no grupo de Eike Batista foi de se separar o capital real do ficcional.  E o resultado disso tudo o mundo já sabe qual foi.

Agora, como esse embate está longe de acabar, sabe-se lá o que ainda aprenderemos sobre os caminhos tomados pelos herdeiros do espólio de Eike. Mas uma coisa, a sopa de letrinhas e de sucessões não deve ter parado pelo que está transpirando nesse embate entre Eneva e Prumo. A ver!

Colapso do império “X” arrasta até o BTG Pactual para o buraco

Eneva, continua saga de ex-empresas X, e pede recuperação judicial

Eneva entra com pedido de recuperação judicial

Usina da Eneva, ex-MPX

Eneva: companhia terá 60 dias para apresentar seu plano de recuperação judicial

Eulina Oliveira, do Estadão Conteúdo

São Paulo – Mergulhada em dívidas, a empresa de energia Eneva, antiga MPX, que fazia parte do conglomerado do empresário Eike Batista, informou nesta terça-feira, 9, que, mediante orientação dos acionistas controladores, ajuizou hoje, na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência.

Atualmente, conforme o site da companhia, o maior acionista da Eneva é a alemã E.ON, com 42,9%, enquanto Eike possui 20%.

Desta forma, a Eneva se junta a outras empresas ligadas a Eike que entraram em recuperação judicial, casos da petroleira OGX, da empresa de construção naval OSX e da MMX Sudeste Mineração, controlada pela MMX Mineração e Metálicos.

Segundo o fato relevante, o pedido de recuperação judicial ocorre em virtude da não revalidação do acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros de operações financeiras contratadas pela companhia e determinadas subsidiárias com seus credores financeiros, expirado em 21 de novembro de 2014.

Outro fato é o de não ter sido alcançado um acordo entre a companhia e instituições financeiras na implementação de um plano de estabilização visando ao fortalecimento da estrutura de capital e medidas para o reperfilamento de suas dívidas financeiras.

“Uma vez deferido o pedido de recuperação judicial, ficará suspensa a exigibilidade de todas as dívidas concursais da companhia e de sua controlada Eneva Participações, no valor total de R$ 2,33 bilhões (data-base 30 de novembro de 2014)”, diz a companhia.

As demais subsidiárias da Eneva não foram incluídas no pedido de recuperação judicial e as usinas permanecem em operação normalmente, segundo o fato relevante.

A companhia terá 60 dias, contados do deferimento da recuperação judicial, para apresentar seu plano de recuperação judicial.

Ainda conforme o comunicado, a posição de caixa e equivalentes de caixa da companhia, em 30 de novembro de 2014, era de R$ 78,3 milhões.

“Ao longo dos últimos meses, no âmbito dos esforços empreendidos pela administração da companhia com o objetivo de concretizar a sua estabilização financeira, foram obtidos relevantes avanços (…), especialmente o aumento de capital privado da companhia, no valor de aproximadamente R$ 175 milhões; a venda de 50% das ações de emissão da Usina Termelétrica Pecém II, por R$ 408 milhões”.

A companhia também cita, entre outros itens, a alteração da forma de verificação e pagamento de indisponibilidade (ADOMP) das usinas e o ressarcimento à companhia dos valores pagos a maior pelas Usinas Termelétricas Pecém I e Itaqui, totalizando mais de R$ 360 milhões e a celebração do termo de compromisso com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para adequação das obrigações de fornecimento de energia pela Usina Termelétrica Parnaíba II, juntamente com a conclusão das obras e o início das operações em teste da celebração de contrato para venda da participação da Eneva em Pecém I por R$ 300 milhões.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/eneva-entra-com-pedido-de-recuperacao-judicial

Ex-MPX continua em dificuldades para pagar financiamentos bancários

Eneva é notificada pelo Credit Suisse sobre inadimplência

Usina da Eneva, ex-MPX

Usina da Eneva: empresa destacou ainda que avalia todas as possíveis medidas a serem tomadas

Marcelle Gutierrez, do Estadão Conteúdo

São Paulo – A Eneva, antiga MPX Energia, do grupo de Eike Batista, informou nesta segunda-feira, 8, que o Credit Suisse Brazil (Bahamas) Limited notificou a companhia sobre inadimplência no pagamento de empréstimos contratados em 11 de abril de 2011 e 22 de abril de 2011.

Na última sexta-feira, 5, a Eneva comunica que ocorreu o vencimento de US$ 9,407 milhões, referente a principal e juros de tais empréstimos.”A Eneva continua em entendimentos com seus credores financeiros para revalidar o acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros de operações financeiras contratadas pela Companhia e suas subsidiárias, expirado em 21 de novembro de 2014, e, assim, avançar na implementação de um plano de estabilização”, informou a empresa, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Eneva destacou ainda que avalia todas as possíveis medidas a serem tomadas para proteger os seus interesses e de seus stakeholders.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/eneva-e-notificada-pelo-credit-suisse-sobre-inadimplencia

Porto do Açu: blitzkrieg de propaganda e as disputas que correm na surdina

Nos últimos dias temos assistido a uma verdadeira “blitzkrieg” propagandística para alardear vários feitos que estariam sendo alcançados pela Prumo Logística no Porto do Açu. Até ai tudo muito coerente, pois a imprensa local tem está de excessiva boa vontade desde quando este megaempreendimento ainda era controlado pelo ex-bilionário Eike Batista. Dai que a atual repercussão das notas da competente assessoria de imprensa da Prumo Logística não me surpreende. Mesmo porque o hábito do cachimbo deixa a boca torta, já diz o velho adágio.

Agora, fontes bem informadas e atentas em relação ao que ocorre de forma mais subliminar no Porto do Açu me chamou atenção para dois fatos interessantes que ocorreram em setembro de 2014, mas que passaram totalmente sem ser noticiados.

O primeiro, como mostra a imagem abaixo, foi um comunicado de “fato relevante! feito no dia 11/09/2014 pela Prumo Logística anunciado o cancelamento de um contrato de locação com a Eneva (ex- MP(X)) em área dentro do Porto do Açu, supostamente pelo não cumprimento de condições comerciais.

Z PrumoMas rápida no gatilho, já no dia 12/09/2014, a Eneva também comunicou ao mercado que não concordava com a decisão da Prumo Logística de cancelar o contrato de locação que concedia à ex-MP(X) a posse de terras dentro do Porto do Açu.

Z EnevaTudo estaria bem se a disputa tivesse ficado apenas no campo dos comunicados ao mercado, e que as empresas (as duas ex-componentes do combalido império “X”, diga-se de passagem) não tivessem levado o problema para os tribunais. Acontece que não foi isso o que aconteceu, e agora o problema está estabelecido.

Mas qual é afinal o problema, já que esse tipo de disputa é corriqueira no mercado de locação de terras? A resposta a esse pergunta poderá vir nas próximas semanas na forma de um prometido comunicado da Eneva, e ai o interessante será saber o que de luz teremos sobre uma série de contratos sobre os quais não se tem conhecimento algum. A ver!

 

 

ANEEL quebra galho de ex-MPX e prorroga pagamento de multa milionária

 

UTE Parna+¡ba I

O Estado brasileiro é mesmo uma mãe para as grandes corporações. A última novidade (veja matéria abaixo da Agência Reuters) é a suspensão de uma multa de R$ 227 milhões imposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) à ENEVA, do grupo alemão ON, por atrasar o início da operação comercial da termelétrica Parnaíba II localizada no Maranhão. Para quem não se lembra, a Eneva é a herdeira do espólio da MP(X), empresa de produção de energia do ex-bilionário Eike Batista.

A explicação dada pela ENEVA para essa “pequena” benesse seria cômica se não fosse pesar no bolso do contribuinte brasileiro que não tem nada a ver com a incompetência da ENEVA. Segundo a explicação da empresa, a ANEEL prorrogou o prazo de pagamento da multa para “de forma a possibilitar que as partes envolvidas encontrem uma solução equilibrada para a questão”. Pois é, como seria que ficaríamos caso não pudéssemos pagar a conta de luz? Teríamos o mesmo tratamento camarada de uma das muitas corporações estrangeiras que hoje monopolizam a área da energia elétrica no Brasil?

Eneva diz que Aneel suspende pagamento de penalidade por atraso em Parnaíba II

SÃO PAULO (Reuters) – A Eneva, ex-MPX, disse nesta quarta-feira que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu até 18 de junho o pagamento de qualquer penalidade relacionada ao atraso do início da operação comercial da termelétrica Parnaíba II.

Segundo comunicado da empresa de energia, a medida foi tomada “de forma a possibilitar que as partes envolvidas encontrem uma solução equilibrada para a questão”.

(Por Marcela Ayres; Edição de Fabíola Gomes)

FONTE: http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN0E114H20140521

EON paga o custo de ter apostado no cavalo errado

A Bloomberg publicou ontem (24/04) um artigo que passou completamente despercebido no Brasil onde fala do infortúnio que foi para a gigante alemã EON ter se metido no mercado de energia nacional a partir de uma parceria com ex-bilionário Eike Batista na empresa que já foi conhecida como MP(X) (Aqui!). 

Nas palavras do diretor da Deutsche Schutzvereinigung fuer Wertpapierbesitz (Associação Alemã para a posse de títulos), o problema da EON foi apostar no cavalo errado quando se associou a Eike Batista. Agora, a Eneva SA (sucessora da MP(X)) se tornou a empresa com pior performance na área energética, o que fará com que a EON tenha que colocar mais dinheiro na empresa brasileira, já que a fonte de Eike Batista secou de vez.

Agora, por que será que ninguém fala mais na herança de Eike Batista?  

Os problemas nas ex-empresas “X” continuam: ações da ENEVA (ex-MPX) caem abruptamente por problemas operacionais

Ainda que a mídia corporativa brasileira ainda não tenha noticiado, a Bloomberg nos informa que aa ações da ENEVA (ex- MPX) deram um belo mergulho ao longo da última semana, voltando aos tempos em que essa empresa, sob o comando do ex-bilionário Eike Batista, vivia dias bem difíceis. Os motivos do mergulho estão ligados à contínua incapacidade que a ENEVA herdou da MP(X) de fazer as suas plantas termelétricas funcionarem.

Como as ações da ENEVA perderam 45% do seu valor, num tendência contínua de queda, existem segundo a Bloomberg analistas que vêem a possibilidade real de que a empresa siga o mesmo destino de empresas que nasceram dentro do império de empresas “X” e tenha que pedir recuperação judicial. A razão para isto é muito simples: a ENEVA pode ficar sem dinheiro!

Como se vê, para se livrar a herança maldita de Eike Batista, é preciso mais do que tirar o “X” do nome. O problema é que essas dificuldades poderão obrigar o BNDES a ampliar o seu pacote de bondades para beneficiar também a ENEVA, como já fez com a ex-LL(X).

Eneva Plunges on Delayed Startup of Power Plant: Sao Paulo Mover

By Denyse Godoy and Julia Leite

Eneva SA (ENEV3), the Brazilian power generator controlled by EON SE and Eike Batista, plunged after a person with knowledge of the matter said the company is postponing the start of its Parnaiba 2 power plant.

The shares dropped an eighth day today, losing 5.6 percent to a five-year low of 1.85 reais at the close of trading in Sao Paulo. Volume was 3.5 times the three-month daily average. Today’s decline extended the loss this year to 38 percent.

The natural gas-fueled plant had been scheduled to begin operations by the end of March, said the person, who asked not to be identified because the delay hasn’t been publicly disclosed. The person said the company isn’t sure when the plant will go online.

The delay will force Eneva to buy electricity from other generators in Brazil’s North to meet its contractual obligations after spot prices surged because of a drought. That, combined with rising interest rates and cost overruns, prompted UBS AG analysts led by Lilyanna Yang to cut their rating on the stock to hold from buy.

“Eneva should soon run out of cash,” Yang, who also cut her 12-month price target by more than half to 2.50 reais from 7 reais, said in a report dated yesterday. Operational problems are coming “at the worst possible time.”

Eneva’s press office didn’t respond to phone calls and an e-mail today.

The stock is down 45 percent in the past month, the most among Sao Paulo’s 100 most-traded stocks. Eneva had plunged 72 percent in 2013 as investors speculated that the company might be dragged into a debt default along with other Batista companies.

Generating Capacity

The Rio de Janeiro-based company has said the plant would have a generating capacity of 517 megawatts and would boost revenue by 373.7 million reais ($156 million) a year.

In northern Brazil, Eneva expects wholesale-market prices to decrease on higher hydropower output, the person said. Dam reservoir levels in the north are at 75 percent, the highest among the country’s four regions, according to a statement on the website of the country’s grid operator.

Eneva’s output capacity is 2.4 gigawatts currently. The company announced yesterday that it got authorization from Brazil’s power regulator, known as Aneel, to start operations of the second generation unit at the Parnaiba 3 plant.

To contact the reporters on this story: Denyse Godoy in Sao Paulo at dgodoy2@bloomberg.net; Julia Leite in New York at jleite3@bloomberg.net

To contact the editor responsible for this story: Brendan Walsh at bwalsh8@bloomberg.net

FONTE: http://www.bloomberg.com/news/2014-02-19/eneva-said-to-postpone-startup-of-gas-power-plant-beyond-march.html