
Informações que estão vindo de Juiz de Fora dão conta que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) teve de passar por uma cirurgia no fígado por causa de um atentado contra a sua vida [1]. Esse caso materializa de forma bastante exemplar o tipo de ambiente hostil que foi criado na atual campanha presidencial pelo próprio Bolsonaro que disseminou propositalmente com fins eleitorais. Basta lembrar a cena em que segurou um tripé de fotografia e o transformou em uma metralhadora metafórica para, segundo ele mesmo, metralhar petistas [2].
A possibilidade de que um ataque fosse promovido contra sua vida aparentemente estava clara para Bolsonaro, na medida em que ele andava protegido por um colete de balas e cercado de seguranças pelos eventos onde ele disseminava sua não plataforma baseada, entre outras coisas, na homofobia e na misoginia.
Convenhamos, como esse atentado mostrou, Jair Bolsonaro é apenas uma expressão da violência que campeia na sociedade brasileira. Aliás, a própria viabilidade eleitoral de sua candidatura é expressão de algo ainda pior, que é a capacidade das elites brasileiras apoiaram qualquer um que possa servir de instrumento para manter a abjeta desigualdade social que existe no Brasil.
Mas uma coisa é certa: Bolsonaro provou do próprio veneno. Afinal, quem adota a violência como método de ação política, cedo ou tarde acaba experimentaondo uma espécie de efeito boomerang e se transformando no alvo daquilo que pregou.
Por último, esse ataque adiciona um grau de conflitividade ainda maior a um processo eleitoral que já se desenhava como um dos mais polêmicos no pós-Ditadura de 1964. Vamos ver como se comportam os meios de comunicação e o judiciário brasileiro que até agora, convenhamos, passaram a mão na cabeça de Jair Bolsonaro. Só falta ele ser transformado em algum tipo de mártir da democracia brasileira. A ver!