Marketing acadêmico: IV Encontro Brasileiro sobre Integridade na Pesquisa, Ciência e Ética nas Publicações

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Atualmente, o Brasil vem enfrentando obstáculos políticos e econômicos que têm colocado desafios adicionais para os seus sistemas de educação, ciência e tecnologia. O financiamento da pesquisa e desenvolvimento está entre esses desafios. No entanto, apesar desse contexto, algumas prioridades que continuam a orientar os esforços científicos do Brasil e de sua política científica incluem a promoção de uma cultura de ética e integridade na pesquisa em universidades e centros de pesquisa do país. O Encontro Brasileiro sobre Integridade na Pesquisa, Ética na Ciência e em Publicações (BRISPE) tem estimulado as instituições brasileiras nesse sentido, desde 2010 (http://www.iibrispe.coppe.ufrj.br/index.php/i-brispe).

Com o aumento do engajamento de orientadores, editores e gestores no Brasil, o BRISPE (www.iibrispe.coppe.ufrj.br) vem fomentando essa cultura de ética e integridade na pesquisa no país e (http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/ 16/09 / Compromisso-Ação /) está agora em sua quarta edição. O IV BRISPE será realizado nos dias 17-18 de novembro de 2016, na Universidade Federal de Goiás (UFG) e tem como objetivo fortalecer o papel que o Brasil tem desempenhado nos cenários local e também mundial em discussões sobre a conduta responsável na pesquisa. Essas discussões têm sido cada vez mais associadas com questões sobre ciência & sociedade, confiança pública nos resultados de pesquisa, debates sobre a confiabilidade do registro da pesquisa e sobre mudanças graduais nos sistemas de comunicação e de recompensa da ciência.

A organização do IV BRISPE, portanto, convida pesquisadores, estudantes universitários, especialmente alunos da pós-graduação, editores, financiadores, gestores, educadores e, de forma mais ampla, todos os interessados na atividade científica, a participar do evento. O tema desta quarta edição, a ser realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG), é “Integridade Científica: O Papel dos Orientadores, Editores e Financiadores”.

Saiba mais e inscreva-se: brispe2016.org

FONTE: http://brispe2016.org/

Ética na pesquisa e seus 7 pecados capitais

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Em agosto de 2015, a jornalista Giuliana Miranda escreveu um artigo para a Folha de São Paulo onde foi abordado o fato de que os problemas éticos afetando o comportamento de pesquisadores não estão restritos ao Brasil (Aqui!).  Até ai não há grande novidade, pois os problemas gerados pelo paradigma do “publicar ou perecer” já produziram situações vexaminosas para pesquisadores vinculados a algumas das tradicionais instituições acadêmicas do planeta.

Mas  a matéria de Giuliana Miranda foi bastante enriquecida pela adição de um infográfico que mostrou quais seriam, digamos, os 7 pecados capitais que hoje assombram a comunidade científica e cujos efeitos não se resumem apenas ao mundo das revistas de acesso aberto, sejam elas produtoras conscientes de “trash science” ou não.

Abaixo coloco os “7 pecados” da ciência e as principais características de cada um deles:

Plágiopecado 1

Clube da coautoria pecado 3

Roubo de ideiapecado 4

Criatividade pecado 5

Máfia da citação pecado 6

Autoplágio pecado 7

Produção Salamepecado 2

O mais pernicioso da manifestação destes “pecados” é que raramente os mesmos vem acompanhados, já que o pesquisador que se habilita a realizar um deles vai acabar tentado a realizar os demais, já que atualmente a definição de mérito, e consequentemente premiação, está diretamente atrelada ao número de artigos publicados e não á efetiva contribuição ao avanço do conhecimento científico um determinado indivíduo está prestando com suas pesquisas.

Mário Magalhães e sua habilidade de resistir aos “brinquedos” de Eike Batista

O jornalista Mário Magalhães, autor do best seller “Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo” é um amigo de longa data. Sempre que posso encontrá-lo, trocamos longos papos sobre a vida, nossas trajetórias profissionais,  e outros “causos” que eventualmente tenham ocorrido desde o nosso último encontro.  A narrativa que ele compartilha em seu blog, e que posto abaixo, eu já havia ouvido pessoalmente pouco depois dos fatos acontecerem. 

E, olhando em retrospectiva o gesto do Mário de recusar um mimo oferecido por Eike Batista num momento em que se encontrava exercendo sua profissão, vejo como a força de caráter e a ética apurada sempre são companheiras daqueles que decidem ver e entender o mundo de forma autônoma e crítica. Por essa compreensão é que eu vejo que eu sou muito sortudo nos amigos que amealhei ao longo da vida. É que eles podem não formar uma multidão, mas sempre me deixam muito orgulhoso de poder chamá-los de amigos.

Dá para resistir aos ‘brinquedos’ de Eike Batista? Eu resisti…

Por Mário Magalhães

É, quem sabe, pode ser, corro o risco de ceder ao cabotinismo, mas as fotografias do juiz federal Flávio Roberto de Souza ao volante do Porsche Cayenne do empresário Eike Batista me trouxeram novamente à lembrança um episódio que contei de passagem aqui no blog, no post Retrato de Eike no auge: o dia, ou melhor, a noite, em que eu resisti a um brinquedo do ex-marido da Luma tão sedutor quanto os seus carrões.

(Claro que o digno magistrado só estava zelando pelo bem público, ao contrário do que pensam cabeças maliciosas e espalham línguas maledicentes…)

Pela altura de setembro, outubro de 2009, eu jantava com Eike e dois colaboradores dele no restaurante Mr. Lam, de propriedade do então postulante a terráqueo mais rico e ainda hoje a melhor cozinha asiática do Rio.

O dono apontou para o mezanino da casa à beira da lagoa Rodrigo de Freitas, onde ficava um adega metálica assim descrita no site do Mr. Lam:

“A adega Veuve Clicquot Vertical Limit da Porsche Design Studio é a única em restaurantes no mundo. Um objeto de arte nascido da tradição francesa em vinhos e a audácia inovadora de uma das líderes em design. Feita em aço escovado, mede 2,10m de altura por 60 cm de largura e possui doze prateleiras iluminadas individualmente. As portas e os ângulos são soldados à mão e é totalmente à prova de som e vibração. A temperatura é mantida constantemente a 12º, exatamente igual às adegas da Veuve Clicquot, em Reims, França”.

Isto é, outra obra-prima da Porsche, como confirma a imagem lá do alto.

Em 2007, foram produzidas, informou o fabricante, 15 unidades.

Com uma dúzia de garrafas magnum, as grandonas, em cada adega.

Só com champagne vintage, de safras supimpas, desde a década de 1950.

Adoro espumantes, tenho-os como bebida para cima, ao contrário de outras, derrubadoras e depressivas.

Não sou nenhum connaisseur de champagne-champagne, aqueles produzidos em determinado solo francês.

Mas já provei o suficiente para apreciar as viuvinhas brut, ou Veuve Clicquot, mais secas que, por exemplo, o champagne Cristal frutado que novos-ricos bebiam no Brasil do alvorecer da década de 1990, para imitar o presidente Collor.

E não é que o Eike Batista propôs que compartilhássemos uma garrafa?

Tudo porque, depois de ele falar sobre a adega, indaguei que conquista o faria abrir uma magnum.

No lançamento, em 2007, cobravam nos Estados Unidos 70 mil dólares por unidade da superadega Porsche com o líquido precioso incluído.

Não dava para aceitar o convite gentil do Mr. X.

Porque eu estava escrevendo um perfil dele para a “Folha”.

Evidentemente, baita desgraça, configuraria conflito de interesses.

Se tacasse o pau, poderiam dizer que era para mostrar independência, apesar do jabá.

Caso a reportagem soasse simpática, talvez insinuassem que eu me vendera por uns goles da safra 1955.

Questão de ética jornalística, em suma.

No final, fiquei sem passear de Porsche, ou seja, sem beber o champagne guardado noutra máquina Porsche.

Dá para resistir?

Dá, mantendo afiado o simancol, também conhecido como escrúpulos.

Por causa do passeio do juiz com o carrão, voltei a me perguntar: como deve ser uma viuvinha tão antiga?

Será que o velho espumante ainda borbulha?

Ironia: naquela noite de anos atrás, Eike Batista contou que não gosta muito de bebida alcoólica.

FONTE: http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2015/02/26/da-para-resistir-aos-brinquedos-de-eike-batista-eu-resisti/