Setembro em chamas: focos de calor são 147% maior que o ano passado

Segundo dados do Inpe, o total de queimadas na Amazônia no mês é o maior dos últimos 12 anos

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Sobrevoo em Porto Velho, na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – Foto: Nilmar Lage / Greenpeace Brasil

São Paulo, 30 de setembro Dados recém divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (30)¹, a dois dias das eleições, mostram que no mês de setembro houve um aumento enorme de queimadas na Amazônia, não apenas em relação ao mesmo período no ano passado, mas sendo o maior número desde 2010. Enquanto no mês de setembro de 2021 foram registrados 16.742 focos de calor no bioma, neste ano houve 41.282. O Estado Pará é o recordista de queimadas, com 12.696 focos de calor registrados, representando 30,8% do total, seguido por Amazonas (8.659) que apesar de segundo lugar no total de focos teve o mês com o recorde de queimadas desde o início do monitoramento em 1988, Mato Grosso (6.950), Acre (6.693) e Rondônia (5.354).

Esse aumento já era esperado uma vez que a primeira semana de setembro de 2022 concentrou mais focos de calor do que setembro de 2021 inteiro: em apenas nove meses, foram 75.592 focos de incêndio contra os 75.090 registrados ao longo de 2021.

Para Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, essa escalada que tem destruído cada vez mais o bioma e a sua rica biodiversidade precisa ter fim: “Estamos a dois dias das eleições que serão decisivas para o futuro do Brasil e todo o planeta. É necessário que a população brasileira escolha candidaturas que tenham comprometimento com a preservação do meio ambiente, com o combate ao desmatamento e às queimadas, além de proteger os povos da floresta. Não podemos mais compactuar com essa política de destruição que acontece na Amazônia, que é fruto da falta de uma política ambiental nos últimos anos e de um congresso que cria projetos de lei como a legalização da grilagem de terras, abertura das terras indígenas para atividades destrutivas e acaba com o licenciamento ambiental. É o momento de votar consciente e pensando na Amazônia”.

¹ Dados coletados às 18:30.

Focos de calor na Amazônia atingem o maior número desde 2010

Número é 18% maior que o registrado no ano passado e moratória do fogo mostra-se mais uma vez ferramenta inútil de combate ao crime ambiental

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Sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias. © Nilmar Lage / Greenpeace

Manaus, 1° de setembro de 2022 Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, mostram que agosto registrou 33.116 focos de calor no bioma Amazônia – todos ilegais. Desde 23 de junho o Decreto No. 11.100 em voga, proibiu o uso do fogo na Amazônia e Pantanal. O número alarmante constata que não existe uma política séria de combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia e que, além de destruir a rica biodiversidade da floresta, enchem as cidades da região de fumaça e fuligem.

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“Realizamos um sobrevoo de monitoramento de queimadas e desmatamento na região da Amacro (siglas de Amazonas, Acre e Rondônia), e flagramos o maior desmatamento da Amazônia no último ano: cerca de 8.000 hectares, equivalente a 11.000 campos de futebol queimando. Participo desses monitoramentos há mais de dez anos, e nunca tinha visto um desmatamento tão grande e também com tanta fumaça”, afirma Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Do total de focos de calor do ano registrados até 31 de agosto – 46.022, houve um aumento de 16,7% em relação ao ano passado, maior número acumulado para o período desde 2019. Desse total, 43% ocorreram apenas em dez municípios da Amazônia, sendo cinco deles localizados na região da Amacro, considerada a nova fronteira de expansão da economia da destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas.

Outro fator relevante é o avanço das queimadas em terras públicas. Do total de focos de calor, 13,8% ocorreram em Unidades de Conservação (UC), e 5,9%, em Terras Indígenas (TI). Outro dado que preocupa é que mais de 10.600 queimadas, cerca de ¼ do total, ocorreram em florestas públicas não destinadas. Mais um indício do avanço da grilagem.

“Ao invés do poder Executivo e dos parlamentares estarem focados em conter os impactos da destruição da Amazônia sobre a população e o clima e em combater o crime que avança na floresta – que não só destrói nossas riquezas naturais, mas também, a imagem e a economia do país; ainda assim, tentam aprovar projetos que irão acelerar ainda mais o desmatamento, os conflitos no campo e a invasão de terras públicas. Nosso país não precisa da aprovação destes projetos, mas sim de uma política que promova um real avanço no combate ao desmatamento, queimadas, grilagem de terras e que defenda os povos da floresta”, finaliza Rômulo.

Greenpeace Brasil sobrevoa a Amazônia e flagra o avanço do fogo sobre a floresta

Somente no mês de julho foram 5.373 focos de calor e no ano já são mais de 12.906

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Candeias do Jamari, Rondônia. O Greenpeace realizou sobrevoos no sul do Amazonas e no norte de Rondônia para monitorar desmatamento e queimadas na Amazônia em julho de 2022

Manaus, 1 de agosto de 2021 – De acordo com os dados do Inpe Programa Queimadas publicados ontem (31), julho registrou 5.373 focos de calor no bioma Amazônia, 7,9% maior que o mesmo período no ano passado, sua grande maioria, senão todos, são ilegais visto que o Decreto nº 11.100/22 proibiu o uso do fogo no Brasil, em especial na Amazônia e Pantanal desde 23 de junho de 2022. Os focos de calor em julho se concentraram nos Estados do Pará 31,3%, Amazonas 26,6% e Mato Grosso 22,3%. A Amazônia segue sob intensa ameaça com a ilegalidade e destruição ainda devastando grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace Brasil em sobrevoo realizado na última semana na região do Sul do Amazonas e em Rondônia.

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“Este é só inicio do verão Amazônico, estação com menos chuvas e umidade, onde infelizmente a prática de queimadas e incêndios florestais criminosos explodem, seja para queimar as áreas que foram derrubadas recentemente e deixadas para secar ou mesmo queimando áreas de florestas que já foram degradadas pela extração ilegal de madeira, por exemplo. Toda essa destruição e fogo, além de dizimar a floresta e a sua rica biodiversidade, também afeta a saúde da população local por conta da fumaça e fuligem gerada”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil.

No primeiro semestre de 2022, os alertas de desmatamento do Inpe apontaram para um aumento de 10,6% na devastação em relação ao mesmo período de 2021, um triste recorde com quase 4.000 km² de destruição. Um reflexo dos atos e omissões do poder executivo e legislativo que promoveram o desmantelamento das políticas ambientais e sociais promovidas desde a constituição de 1988.

“Infelizmente é muito difícil ser otimista para os próximos meses na Amazônia, sendo um ano eleitoral no qual, historicamente, a destruição aumenta muito, mas também são meses decisivos para refletir sobre a Amazônia que precisamos, escolhendo representantes que irão proteger a Floresta Amazônica, o maior património de todos brasileiros, com a sua rica biodiversidade e os povos que nela habitam.” conclui Rômulo.

Fogo na Amazônia: Junho registra maior número de focos de calor dos últimos 14 anos

Registro ocorre na semana em que o governo anuncia o mesmo plano de combate a desmatamento e queimadas que fracassou nos últimos dois anos

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Manaus, 01 de julho de 2021 – Dados divulgados nesta manhã, pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), apontam que o mês de junho registrou o maior número de focos de calor na Amazônia desde 2007, na comparação com o mesmo mês dos anos anteriores. Os satélites mostram que foram 2.308 focos de calor, o que representa um aumento de 2,6% em relação a junho de 2020, quando já havia sido batido o recorde histórico.

Esse novo aumento vem na mesma semana em que o governo federal decide manter o mesmo plano que fracassou de maneira incontestável nos últimos dois anos: uma moratória do fogo e o envio de forças armadas, por meio do decreto de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem), para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia.

“Infelizmente, esse recorde no mês de junho não é uma surpresa, considerando a continuidade da política antiambiental e a insistência na utilização de uma ferramenta cara como o envio de tropas militares, que se mostrou ineficiente nos últimos dois anos. Na verdade é mais uma estratégia para inglês ver, pois, além de ser por um período mais curto do que nos anos anteriores, o próprio decreto já avisa os desmatadores e grileiros onde irão fiscalizar nesse período”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Enquanto isso, sinalizações vindas de Brasília estimulam fortemente novos desmatamentos e invasões em terras públicas. Exemplo disso são os Projetos de Lei 2633 e 510 que tramitam no Congresso e que visam flexibilizar os critérios da regularização fundiária, anistiando grileiros e estimulando novos desmatamentos. Outro exemplo são as propostas que visam abrir terras indígenas para atividades predatórias, como o PL 490.

Para os próximos meses, o cenário dificilmente será diferente do que vimos nos últimos dois anos. Com números altos de queimadas ainda no começo do verão amazônico, meses onde há uma diminuição natural das chuvas na Amazônia, esses números tendem a subir ainda mais.

Estamos vivendo uma emergência climática e a queima de florestas e outras vegetações nativas é a principal fonte brasileira de emissão de gases de efeito estufa que agravam ainda mais essa crise. Outro reflexo dos desmatamentos e queimadas que todos já estamos sentindo é a alteração do regime de chuvas. Os reservatórios para geração de energia e até mesmo para captação de água para consumo humano encontram-se em níveis historicamente baixos, causando risco de racionamento e aumento na conta de energia e no preço dos alimentos por perda de produção.

“Estamos vivendo um momento muito triste para a floresta e seus povos. Eles estão sendo atacados por todos os lados, seja pelos desmatadores, grileiros, madeireiros e garimpeiros que avançam sobre a floresta ou territórios, seja por meio do Congresso e do Poder Executivo que, não só não combatem esses crimes e danos ambientais, como os estimulam, seja por atos ou omissões”, conclui Rômulo.

Assessoria de imprensa do Greenpeace Brasil

Amazônia registra recordes de focos de calor em julho

Com falta de fiscalização e inteligência no combate aos danos ambientais, queimadas em Terras Indígenas registraram aumento de 76%

unnamed (6)Imagem de satélite do estado do MT mostrando queimada ocorrendo no dia 30 de julho

Manaus, 01 de agosto de 2020 – No dia 30 de julho, a Amazônia registrou mais um triste recorde: 1.007 focos de calor em um único dia. Esse é o número mais alto registrado no mês de julho desde 2005. Neste mesmo dia, no ano passado, foram 406 focos. Agora, dados consolidados de julho mostram um aumento expressivo nos focos de calor.

“O fato de ter mais de mil focos de calor em um único dia, recorde dos últimos 15 anos para o mês de julho, mostra que a estratégia do governo de fazer operações midiáticas não é eficaz no chão da floresta. Somente em julho, foram registrados 6.804 focos de calor na Amazônia, um aumento de 21,8% quando comparado ao mesmo mês do ano passado. A moratória, que proíbe no papel as queimadas, não funciona se não houver também uma resposta no campo, com mais fiscalizações. Afinal, criminoso não é conhecido por seguir leis. Assim como a GLO aplicada sem estratégia e sem conhecimento de como se combate as queimadas, também não traz os resultados que a Amazônia precisa”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.

Um levantamento feito pelo Greenpeace Brasil aponta que dos focos de calor registrados em julho, 539 foram dentro de Terras Indígenas, um aumento de 76,72% em relação ao ano passado, quando foram mapeados 305 focos. Além disso, 1.018 atingiram Unidades de Conservação, um aumento de 49,92% em relação ao mesmo período do ano passado.

Deforestation and Fire Monitoring in the Amazon in July, 2020
Monitoramento de Desmatamento e Queimadas na Amazônia em Julho de 2020

Hotspot próximo a uma área desmatada registrada pelo Prodes (Projeto Brasileiro de Monitoramento de Satélites na Amazônia), em Nova Maringá, Mato Grosso.

“O desmatamento precisa ser combatido durante todo o ano, principalmente considerando que as queimadas na Amazônia não são resultado de um fenômeno natural, mas da ação humana. O fogo é uma das principais ferramentas utilizadas para o desmatamento, especialmente por grileiros e agricultores, que o usam para limpar áreas para uso agropecuária ou especulação. A prática se tornou ainda mais comum com a falta de fiscalização e o desmantelamento dos órgãos ambientais. Estamos observando uma tendência de alta nas queimadas neste ano. Além da ameaça do coronavírus, com a temporada de fogo, os povos indígenas estarão ainda mais vulneráveis, pois a fumaça e a fuligem das queimadas prejudicam ainda mais sua saúde”, completa Rômulo.

Acesse imagens de queimadas da Amazônia em 2020 aqui

Assessoria de imprensa do Greenpeace Brasil:

Rebecca Cesar, (11) 95640-0443, rebecca.cesar@greenpeace.org