Carrossel de publicações no Instagram da FPA sobre a “Semana de Combate a Invasão de Propriedade Rural”. Fonte: Agência Pública
A emergência da pauta ambiental e da crise climática em todo o mundo tornou o monitoramento de discursos e estratégias narrativas sobre o tema uma das prioridades dos estudos de Comunicação. Nesse contexto, com o acompanhamento sistemático realizado pelo Labotatório de Estudos da Internet e Redes Sociais (Netlab) da UFRJ, foi possível identificar algumas práticas nocivas relacionadas à comunicação digital da bancada ruralista brasileira.
Para aprofundar esse entendimento, o estudo produzido pelo Netlab/UFRJ analisou a atuação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com foco em posts patrocinados no ecossistema da Meta, que inclui Facebook, Instagram, Audience Network e Messenger.

Pedro Lupion e Zequinha Barbosa são dois dos principais porta-vozes da FPA e seu papel na disseminação de conteúdo tóxico nas redes sociais
Além de identificar a frequência de narrativas calcadas em práticas de desinformação e/ou greenwashing, o estudo também analisa dados da microssegmentação aplicada aos anúncios – o que aponta para as estratégias de comunicação da FPA relacionadas ao público-alvo (ou grupos de interesse nas redes) e ao investimento pago à Meta pela veiculação dos anúncios.

Exemplo de conteúdos utilizando “greenwashing” para melhorar imagem dos agrotóxicos que inundam a agricultura brasileira e ameaçam o meio ambiente e a saúde humana
Uma das coisas que o relatório mostra é que bancada ruralista é financiada por um grupo de 48 entidades, incluindo aí toda a indústria de agrotóxicos, que bancam da formulação de leis a posts pagos com desinformação sobre veneno e clima nas bases dos parlamentares mais ativos
Desta forma, com os dados levantados pelo Netlab da UFRJ é possível avaliar como a atuação da FPA nas redes se alinha a seus interesses econômicos, especialmente no que tange à regulação ambiental, e influencia a opinião pública a respeito de projetos legislativos em tramitação.
Quem desejar baixar o arquivo contendo o relatório produzido pelo Netlab/UFRJ, basta clicar [Aqui!].

