(Des) governador Pezão se transformou num cadáver político ambulante

pezão

Até recentemente o (des) governador Luiz Fernando Pezão vinha fazendo cara de paisagem para as poucas denúncias que surgiram para colocá-lo no lamaçal política em que se transformou o Rio de Janeiro.  Para isso que pudesse acontecer alguns elementos conspiraram a seu favor, a começar pela queda acachapante do seu padrinho político, o ex (des) governador Sérgio Cabral.

Essa paz aparente parece estar sendo rompida com a acusação direta de que Pezão teria recebido apenas da Fetranspor a “pequena” soma de R$ 4,8 milhões em propinas [1]. A quantia, convenhamos, são meros trocados em relação ao que já apareceu sobre outros personagens do esquema montado para literalmente saquear o estado do Rio de Janeiro. A novidade é que dessa vez temos não apenas uma citação direta ao (des) governador Pezão, mas também o valor entregue e a indicação de quem entregou.

pezao

Como o processo de desembaraçar o emaranhado de personagens envolvidos no esquema da Fetranspor está apenas começando, as consequências que ainda poderão advir de novas conexões com o (des) governo Pezão ainda poderão ser mais graves e profundas.   Com isso, a condição do (des) governador Pezão passou de ser um político incompetente e inepto para a de um verdadeiro cadáver político, levando de roldão o que ainda havia de capacidade de governar o Rio de Janeiro. Certamente o efeito disso será um agravamento da crise política cujos efeitos aprofundarão também os seus efeitos econômicos e sociais.

O surpreendente é que no meio disso tudo ainda vemos o avanço do processo de privatizção da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) sob os olhares cúmplices do judiciário e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Se estivéssemos num país minimamente sério, essa privatização já estaria suspensa até que fossem apuradas as condições pelas quais a mesma está sendo realizada por um (des) governo claramente afundado em grossas denúncias de corrupção.

Por outro lado,  em que pese eventuais êxitos do (des) governador Pezão em se blindar contra denúncias é quase certo que 2018 não será um ano fácil para ele.  É que tudo indica é que o melhor cenário que  o (des) governador Pezão terá pela frente será se arrastar de forma melancólica para o final de seu mandato.  Interessante notar será o comportamento de muitos deputados, incluindo os senhores Geraldo Pudim e João Peixoto, que ainda têm pretensões eleitorais para 2018. Em condições normais, mesmo tendo pertencido à base (des) governista o tempo todo,  muitos parlamentares irão iniciar um processo rápido de descolamento da figura desgastada de Luiz Fernando Pezão. A ver!

 


[1] https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/delator-diz-ter-pago-r-48-milhoes-em-propina-a-pezao-governador-nega-ter-recebido-recursos-ilicitos.ghtml

G1: OSX oficializa pedido de recuperação judicial

Conselho da empresa aprovou pedido na última sexta-feira. 

OSX é a segunda empresa de Eike Batista a recorrer à recuperação.

 

Do G1, em São Paulo

A OSX, empresa de construção naval controlada por Eike Batista, oficializou nesta segunda-feira (11) o pedido de recuperação judicial da companhia, segundo o advogado responsável pelo processo, Darwin Corrêa. O documento foi entregue no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Na noite da última sexta, a empresa informou que seu Conselho de Administração havia aprovado, em caráter de urgência, que fosse feito o pedido de recuperação judicial. A medida abrange também as controladas OSX Construção Naval S.A. e OSX Serviços Operacionais Ltda., e deverá ser feito na Justiça do Rio de Janeiro.

Por conta desse pedido, os negócios com as ações da companhia foram suspensos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com comunicado ao mercado na bolsa, os negócios foram suspensos no aguardo da confirmação da efetiva entrada em juízo do pedido de recuperação judicial. O comunicado diz que a BM&F Bovespa também está solicitando os documentos que instruíram o pedido.

Na semana passada, a empresa já havia informado que poderia “exercer seu direito legal” de pedir recuperação judicial caso a administração da empresa considerasse a medida adequada para a continuidade dos negócios.

A OSX tinha dívidas de R$ 5,3 bilhões até junho, com R$ 1,1 bilhão na Caixa Econômica Federal, segundo a agência Reuters. No ano, as ações da OSX registram queda de cerca de 95%.

A empresa é a segunda de Eike Batista a recorrer à medida. No final de outubro, a, a petroleira OGX entrou com pedido de recuperação judicial depois de não conseguir negociar com seus credores. No total, apenas em bônus no mercado internacional, a OGX tem de pagar US$ 3,6 bilhões. Há preocupação em relação à contaminação da OSX por conta da dependência entre os negócios das duas empresas.

Troca de presidente, nome e sede

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a OSX informou que o Conselho também aprovou a troca do diretor presidente, destituindo do cargo Marcelo Luiz Maia Gomes e elegendo Ivo Dworschak Filho.Uma assembleia geral da companhia foi marcada para 28 de setembro, quando os membros deverão ratificar o pedido de recuperação e altera o nome e o endereço da sede da OSX.

Renegociação
O pedido de recuperação vem mesmo após a empresa ter conseguido algum alívio ao obter refinanciamento por 12 meses de empréstimo, após 18 dias do seu vencimento, de R$ 461,4 milhões, junto à Caixa Econômica Federal.”O contrato de garantia desse empréstimo, firmado com o Banco Santander S.A. (“Santander”), também foi aditado pelo mesmo prazo”, diz o segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na quarta-feira (6).

Rescisão de contratos com a OGX

Também na semana passada, a OSX informou a rescisão de contrato de afretamento (transporte) com a OGX Petróleo, companhia do mesmo grupo de Eike Batista, em função de “não pagamento”. A OSX, cujos ativos incluem um estaleiro inacabado no Porto de Açu, no norte do Rio de Janeiro, é uma das principais credoras da OGX.

A empresa de construção naval foi criada para fornecer plataformas de produção à OGX.A rescisão refere-se ao contrato que regulava as condições e a remuneração do afretamento da unidade flutuante FPSO OSX-1. Com este cancelamento, o contrato de operação e manutenção da unidade também foi rescindido, disse a companhia em fato relevante.
A OSX disse, ainda, que buscará exercer seus direitos legais para obter valores atrasados e verbas rescisórias previstas em contrato e na legislação aplicável.Além disso, a OSX também firmou com os bancos internacionais do sindicato constituído para financiar os custos de aquisição e customização do FPSO OSX 1 um acordo para negociar um plano de recomercialização ou renegociação da unidade, “visando ajustes do cronograma de vencimento desta dívida ao plano de negócios da companhia”.

BNDES

Em nota, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que a OSX tem um empréstimo de US$ 227,96 milhões junto ao banco, mas que o mesmo tem garantia de fiança bancária, “não havendo risco direto para o BNDES”.

O banco também informa que seu braço de investimentos, BNDESPar, não possui participação acionária na OSX.

FONTE: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/11/osx-oficializa-pedido-de-recuperacao-judicial.html

G1: Alerj fará audiência sobre violações em construção de superporto de Eike

Comissão vai discutir direitos violados pelo empreendimento de Eike Batista.

Encontro será na segunda-feira (11), na Assembleia Legislativa.

Do G1 Rio 
Sal deixou o pasto seco na propriedade de Durval Alvarenga, no V Distrito de São João da Barra (Foto: Isabela Marinho/G1)Sal deixou o pasto seco na propriedade de Durval Alvarenga, no 5º Distrito de São João da Barra (Foto: Isabela Marinho/G1)

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realizará uma audiência pública na segunda-feira (11) sobre as violações de direitos na implantação do Complexo Portuário e Industrial do Açu do empresário Eike Batista.

O encontro pretende debater a paralisação das desapropriações, as indenizações das famílias impactadas, além da criação de um Conselho Consultivo do Parque Estadual da Lagoa do Açu com plena participação das organizações e moradores locais. Os impactados reivindicam a revisão do perímetro para que a área do Parque não se sobreponha aos assentamentos da Reforma Agrária.

Para o encontro foram convidados o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), os núcleos de Meio Ambiente e Direitos Humanos da Defensoria Pública, e o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público. Já estão confirmadas a presença de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Associação de Pequenos Agricultores do 5º Distrito de São João da Barra (Asprim), do Instituto Federal Fluminense, da Associação de Geógrafos do Brasil e da Universidade Federal Fluminense. O encontro será na sala 316 do Palácio Tiradentes, que fica na rua 1º de março, s/nº – Centro.

Irmãos da família Toledo dizem que terras foram desapropriadas pela CODIN e que não receberam pagamento por elas; LLX afirma que depositou em juízo desde 17/5/2013 o valor de R$ 742 mil (Foto: Isabela Marinho/G1)
Irmãos da família Toledo dizem que terras foramdesapropriadas pela Codin e que não receberampagamento por elas; LLX afirma que depositou emjuízo desde 17/5/2013 o valor de R$ 742 mil(Foto: Isabela Marinho/G1)

Veja o que ocorreu em São João da Barra

Em 2006, o Grupo EBX anunciou a construção do Superporto do Açu, em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro, com investimento previsto de R$ 3,8 bilhões. Nos anos seguintes, o município melhorou os índices de desenvolvimento humano, aumentou a arrecadação e viu novas vagas de emprego serem abertas.

Com a queda das ações e os apuros do grupo de Eike Batista, no entanto, as obras desaceleraram, e os reflexos da crise começaram a aparecer. No primeiro semestre de 2013, segundo a Secretaria Municipal de Fazenda, São João da Barra perdeu R$ 36 milhões em arrecadação e viu 1.332 postos formais de emprego – um sexto das vagas do município – desaparecerem.

Em 2011, com o trabalho no porto ainda intenso, o município chegou a ocupar a 18ª posição no ranking de emprego e renda da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Hoje, ocupa o 34º lugar. O recolhimento de Imposto Sobre Serviços (ISS), que em 2006 era de R$ 1,18 milhão e que em 2011 subiu para R$ 12,7 milhões, dá sinal de que vai recuar em 2013. O G1 passou três dias no município e constatou alguns dos impactos causado pelo declínio das obras do porto na vida dos moradores.

FONTE: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/11/alerj-faz-audiencia-sobre-violacoes-em-construcao-do-superporto-de-eike.html