Um genocídio felino está em curso na cidade de Campos: por que é preciso responder a isso?

gatos chumbinho

Relatos vindos de diferentes meios estão dando conta que está em curso uma campanha (orquestrada ou não) de extermínio de gatos na cidade de Campos dos Goytacazes.  Ainda que o envenenamento de animais não seja um fato recente, a atual contagem de casos mostra que a escala de casos está fora do normal.  O veículo mais provável da maioria dos envenenamentos é um agrotóxico banido no Brasil, o inseticida aldicarbe. que é usado ilegalmente como raticida nas cidades brasileiras sob o codinome de “chumbinho”.

Há que se dizer que o aldicarbe foi retirado oficialmente do mercado desde 2012 por ser extremamente tóxico e causar sintomas agudos poucas horas após a sua ingestão, sendo considerado o agrotóxico mais tóxico já liberado no Brasil. Curiosamente, o aldicarbe era indicado para aplicação nas culturas de batata, café, citros e cana-de-açúcar. Como essa última cultura é a monocultura que domina a paisagem agrícola no município de Campos, o que deve ter gerado um grande excesso do aldicarbe proibido, agora transformado em primeira opção para a eliminação de animais indesejados, ratos ou quaisquer outros.

Assim, havendo a ferramenta perfeita, muita gente está procurando alguma loja para comprar um produto banido para envenenar gatos e outros animais que inadvertidamente ingerem comida que tenha sido propositalmente “batizada” com aldicarbe. A questão é que o responsável (ou responsáveis) pelo ato de envenenar animais pode ser enquadrado no crime de Crueldade contra Animais, que encontra respaldo legal na Lei de Contravencoes Penais e Lei de Crimes Ambientais (Lei 3688/41, art. 64 e Lei 9605/98, art. 32). No caso da venda do aldicarbe, o crime é Contra a Saúde Pública (art. 273 parágrafo 1º-B, inciso I e IV do Código Penal).

A coisa é que a isca que é provavelmente dirigida somente a animais pode também envenenar seres humanos, o que explica que o aldicarbe é responsável por 60% dos casos de envenenamento humano por chumbinho.

Mas o que o envenenamento dos gatos nos diz sobre a sociedade em que vivemos?

Tendo ouvido relatos e lido descrições de como os animais domésticos foram envenenados, uma característica comum é que os felinos mortos não eram errantes, mas viviam abrigados em residências onde eram cuidados e alimentados. Desse fato decorrem outros , como a possibilidade forte de que o envenenador seja um vizinho que conhecia o animal, e, mesmo assim, optou pelo seu extermínio, sem considerar os danos emocionais que seriam causados nos seus tutores, especialmente as crianças.

Mas o detalhe mais importante aqui me parece ser o fato de que esses inúmeros casos de envenenamento dispersos pela área urbana de Campos dos Goytacazes apontam que há uma espécie de predisposição para matar animais, o que, muitas vezes, poderia ser uma espécie um treinamento para eliminação de semelhantes. Se essa minha tese estiver correta, o problema diante de nós é mais grave do que algo que por si só já é grave.

Diante dessa conclusão eu sugiro que os casos de envenenamento sejam relatados via Boletim de Ocorrência às autoridades policiais, o que é facilitado pelo fato de que isso já pode ser feito pela rede mundial de computadores (no caso do Rio de Janeiro se faz um registro de ocorrência (RO), o que pode ser feito Aqui!).

Finalmente, as autoridades policiais e fiscais governamentais, a começar pelos fiscais do Ministério da Agricultura lotados em Campos dos Goytacazes, precisam realizar um levantamento urgente para identificar quem está vendendo ilegalmente o aldicarbe para que haja a devida punição legal dos mesmos.

 

Universidade brasileira confirma presença do novo coronavírus em cães pela primeira vez no Brasil

Animais tiveram sintomas leves de COVID-19 e passam bem; tutores também tiveram diagnóstico confirmado.

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Por *Assessoria de Imprensa e Jornalismo da UFPR

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) confirmou a presença de SARS-CoV-2 em dois cães de Curitiba, cidade no Sul do Brasil, na última semana, sendo um da raça buldogue francês e um sem raça definida. Estes são os primeiros casos identificados no Brasil, junto ao estudo multicêntrico coordenado pela UFPR, que irá examinar amostras de cães e gatos em seis capitais. No último mês, a equipe já havia contribuído com a identificação da presença do vírus em uma gata de Cuiabá, no Centro-Oeste, detectada pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). 

O primeiro caso foi de um macho, adulto, raça Bulldog Francês, cujo tutor, de Curitiba, testou positivo para SARS-CoV-2 no RT-PCR na última semana, sem saber onde se infectou. Ele contou à equipe de pesquisa que percebeu uma discreta secreção nasal no cão, que dorme na mesma cama que ele. Num segundo teste, o tutor negativou, mas o cão estava positivo, já com uma quantidade pequena de vírus no organismo. No segundo teste realizado com o buldogue no dia seguinte, o animal também negativou.

O segundo caso foi de um cão macho, adulto, sem raça definida, cuja tutora também testou positivo para SARS-CoV-2. Segundo seu relato à equipe de pesquisa, seus quatro cães, que dormem na cama com ela, tiveram discretos episódios de espirros. Todos os moradores humanos da casa testaram positivo e, dentre os quatro cães, apenas um confirmou a presença do vírus.

De acordo com o professor Alexander Biondo, da UFPR e coordenador do estudo nacional, os dados serão registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Todas as amostras estão sendo enviadas para confirmação no TECSA Laboratório Animal, para que sejam testadas em outro laboratório de referência. Apesar dos primeiros resultados positivos, não existe nenhum caso confirmado de cães e gatos transmissores do vírus ou com registro da doença COVID-19.

Segundo Biondo, os animais podem se infectar pelo vírus SARS-CoV-2, inclusive cães e gatos, mas isso não se equivale a dizer que eles têm a doença ou são transmissores. Estudos já publicados indicam que gatos podem se infectar e transmitir para outros gatos, mas não há dados para cães. O professor ainda reforça que o contato mais íntimo entre humanos e pets pode infectar os bichinhos, sendo indicado o distanciamento e o uso de máscara em caso de confirmação para tutores que testarem positivo.

Gata foi o primeiro pet confirmado no país

Uma gata foi o primeiro pet com SARS-CoV-2 identificado no Brasil, confirmado na UFPR, no Laboratório do Departamento de Genética, com coordenação institucional do professor Emanuel Maltempi. No teste de RT-qPCR , a presença do RNA viral foi verificada no animal de Cuiabá. Agora, os cientistas trabalham no sequenciamento do genoma do vírus encontrado na felina e no seu tutor. No sequenciamento, será possível determinar a ordem exata dos nucleotídios do RNA genômico do vírus. ” Vai servir para confirmar que é o SARS CoV-2, pois a RT-qPCR identifica só um pedaço do genoma, mas também qual a estirpe ou cepa. Poderemos saber de onde veio”, explica Maltempi.

De acordo com Maltempi, uma hipótese é que só uma estirpe de vírus possa infectar animais. O sequenciamento poderá contribuir com respostas às perguntas que já vêm sendo traçadas nas pesquisas de Biondo, que, com um grupo de outros cientistas, publicou recentemente uma revisão sobre o panorama acerca da contaminação animal por SARS-CoV-2 no mundo.

O projeto

O projeto em andamento coordenado pela UFPR será realizado em Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT). Serão dois momentos de avaliação, com amostras biológicas coletadas com intervalo médio de sete dias, entre animais cujo tutor esteja em isolamento domiciliar, com diagnóstico laboratorial confirmado por RT-qPCR ou resposta imunológica apenas por IgM.

Em Curitiba, uma equipe de pesquisadores fará a coleta em domicílio. Caso necessário, o trabalho também poderá ser feito no Hospital Veterinário. “Se possível, também coletaremos sangue para realizar a sorologia”, explica Biondo, reforçando que “o estudo pode dar resposta definitiva sobre a susceptibilidade e o papel de cães e gatos como reservatórios do vírus”.

Os resultados dos testes serão o mais brevemente possível informados aos tutores ou familiares através de contato telefônico e pela emissão de laudo eletrônico, que será enviado por e-mail ou aplicativo de comunicação. Em caso positivo, de acordo com ele, os demais animais da residência também serão testados em pool por espécie. Além disso, os familiares serão orientados a estabelecer o acompanhamento veterinário por 14 dias, intensificando medidas de higiene e proteção individual e coletiva.

A pesquisa pretende contribuir para a tomada de decisão pelo poder público quanto a medidas de prevenção e controle de COVID-19 em animais de estimação. “Espera-se estabelecer propostas de ações intersetoriais entre as instituições de pesquisa e as secretarias municipais de saúde, para que essas, por meio de ações integradas entre a Vigilância Ambiental e a Atenção Primária à Saúde, possam estabelecer fluxogramas internos de atenção à saúde animal e proteção à saúde humana”.

fecho

*Assessoria de Imprensa e Jornalismo,  Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom), Universidade Federal do Paraná (UFPR), +55 41 3360-5251/5008/5007/5158. Para envio de demandas ao jornalismo da Sucom/UFPR, favor copiar o e-mail jornalismo.sucom@ufpr.br

Águas do Paraíba anuncia temporada de caça aos gatos. Mas tratar o meu esgoto que é bom…..


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A concessionária “Águas do Paraíba” está anunciando uma temporada de caça aos gatos na cidade de Campos. Mas os amantes dos felinos não precisam se preocupar porque o gato que preocupa os operadores da concessionária são as chamadas ligações clandestinas que diminuem um pouco as já astronômicas taxas de lucro que a “Águas do Paraíba” obtém na cidade de Campos dos Goytacazes para grande satisfação dos que ganham dinheiro publicando a sua propaganda de empresa que nos oferece água de boa qualidade.

Até ai tudo certo, pois grandes corporações estão sempre atrás de aumentar suas estrondosas taxas de lucro, pois afinal esse é o jogo que elas entendem. Agora o que eu também gostaria de saber é quando o esgoto que me é cobrado religiosamente no mesmo valor da água que eu consumo começará a ser tratado. Afinal, se eu pago pelo serviço, nada mais justo que ele seja realizado. Ou não?

E falando em tratamento de esgotos, uma coisa que anda me intrigando é porque depois de ter sofrido por meses a fio com a instalação de um novo sistema de coleta, o trecho em que vivo na Avenida Sete de Setembro exala um cheiro tão forte quanto aquele que sinto toda vez que chego nas proximidades da Aeroporto do Galeão! Afinal, não havia esse cheiro antes da obra!