
O agravamento do conflito entre Israel e as forças da resistência palestina que teve como estopim a inesperada invasão e bombardeamento do território israelense por forças combinadas dos grupos Hamas e Jihad Islâmica tem mais um capítulo de uma cobertura enviesada (obviamente em prol de Israel) por parte da mídia corporativa nacional e global.
Ao não oferecer a devida base para a origem e sustentação de um conflito que está centrado na reação palestina à crescente perda de território, inclusive na Cisjordânia ocupada, o que acaba sendo apresentada é uma versão precária que apenas contribui para a demonização dos palestinos, como se do outro lado existissem paladinos da democracia no Oriente Médio.
https://youtu.be/YQq0HLCex4M?si=SPZnX663eeSvhWVr
O fato é que desde 2007 quando o Hamas forçou a retirada das tropas israelenses, a denominada Faixa de Gaza, incluindo a cidade de Gaza, tem sido submetida a um cerco implacável, com a negação de serviços básicos como água e esgoto, mas também hospitais e escolas. Dentro da Faixa de Gaza, tudo é tratado como alvo legítimo por Israel, sempre com a cobertura generosa dos grandes jornais e demais veículos da mídia corporativa, e que tem como resultante um balanço altamente desproporcional entre o número de mortos e feridos de cada lado (ver imagem abaixo).

Com esse ataque inesperado e eficiente, a liderança do Hamas e da Jihad Ilâmica certamente sabem que a reação israelense que conta com forças militares formidáveis será implacável, repetindo bombardeamentos de escarumuças anteriores. O problema para Israel e os seus apoiadores confortavelmente sentados em capitais do mundo industrializado é que esse cálculo já deve ter sido feito pelas facções palestinas.
Disso tudo o que se pode prever é que os esforços em andamento para a normalização das relações diplomáticas entre Israel e os estados árabes que o circundam vai ser postergada por tempo indeterminado. Com isso, Hamas e Jihad Islâmica já terão atingido o seu objetivo mais importante, deixando todo o Oriente Médio em compasso de espera.
Quanto à cobertura da mídia corporativa a este novo capítulo sangrento do conflito palestinos e israelenses, o melhor mesmo é não usá-la para firmar julgamentos na maior parte dos casos. É que não estamos sendo informados, mas apenas recebendo propaganda disfarçada de informação.



