Lava Jato RJ se aproxima do (des) governador Pezão após delator revelar “mesada” com direito a 13o. e bônus de 2 milhões

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Que a Lava Jato RJ já tinha seus olhos (e ouvidos) depositados sobre o (des) governador Luiz Fernando Pezão não é nenhuma novidade. Mas as recentes revelações publicadas por vários veículos da mídia corporativa dão conta que os problemas do político que saiu do anonimato completo de Piraí dão conta conta que agora a coisa pode ter engrossado de vez.

É que entre as revelações está uma “simplória” mesada de R$ 150 mil mensais durante o período em que era o vice (des) governador Do Rio de Janeiro, quantia que também vinha acompanhada com uma espécie de 13o. da propina, que vinham ainda acompanhada de dois bônus de R$ 1 milhão casa [1].

Mas não bastasse o aparecimento destas cifras por meio da delação do amigo do peito do ex(des) -governador Sérgio Cabral, Carlos Miranda,  Pezão também foi atingido pela delação do aparentemente ex-grande amigo e ex-(des) secretário estadual de Obras, Hudson Braga. No caso de Braga (ou Braguinha nos círculos mais íntimos), a “mesada” do (des) governador Pezão seria de R$ 100 mil [2]! Somente a junção dessas denúncias colocariam nas mãos do (des) governador Pezão algo em torno de R$ 250 mil mensais, além de outros mimos como a reforma de sua casa em Piraí.

Além das benesses pessoais, as delações de Carlos Miranda e Hudson Braga colocam mais problemas no colo do (des) governador Pezão na medida em que aparecem detalhes sobre a compra de apoios políticos a potenciais adversários como o senador Romário e o ex-deputado Índio da Costa. Curiosamente estes dois últimos apareciam até recentemente como potenciais candidatos a substituírem Pezão no assento que ainda ocupa no Palácio Guanabara. 

Há que se lembrar que pelo menos outro delator já havia indicado que o (des) governador  Luiz Fernando Pezão tinha recebido benesses ilegais dentro do esquema criminoso montado por Sérgio Cabral. Falo aqui da delação do operador financeiro Edimar Moreira Mendes. Entretanto, neste caso, a denúncia acabou não afetando de forma mais concreta a Pezão que pode assim continuar fazendo acordos com o governo “de facto” de Michel Temer, incluindo o famigerado Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Entretanto,  as delações combinadas de Carlos Miranda e Hudson Braga certamente terão um impacto maior, ainda que não se saiba quando exatamente a bomba cairá sobre a cabeça de Pezão. Agora que ele deve saber que é um homem jurado pela Lava Jato RJ, isso deve. É que Pezão pode ser tudo, menos ingênuo.

Por último, quero notar como deve ser doce a vida de quem tem propina com direito até a 13o. É que milhares de servidores estaduais do Rio de Janeiro passaram os últimos 2 anos comendo o pão que o diabo amassou sob a alegação de que havia uma crise causada sabe-se lá por quem, inclusive ficando a maioria sem o seu 13o. salário. Agora, aparece essa novidade pela boca de um delator, provando que a crise no Rio de Janeiro é seletiva, mas muito seletiva mesmo.


[1] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/04/pezao-recebia-mesada-de-r-150-mil-no-governo-cabral-diz-delator.html

[2] https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/delacao-de-braco-direito-de-pezao-atinge-governador-cabral-e-pre-candidatos.shtml

(Des) governador Pezão, o “ingênuo” que assinava editais de licitação sem ler

A matéria reproduzida parcialmente na imagem abaixo foi publicada no dia de ontem pelo jornal “O DIA” e trata do que poderia ser uma mostra de completa ingenuidade do (des) governador Luiz Fernando Pezão que declarou em juízo que “só assinava” os editais de licitação das obras do PAC das Favelas e Maracanã, as quais estão agora sendo investigadas em processos na 7.ª Vara Federal Criminal do Rio por suspeita de terem sido contratadas mediante pagamento de propina [1]

peza ingenuo

Mas no mesmo depoimento, essa “santa ingenuidade” do (des) governador é colocada em questão quando ele atribui todos os eventuais malfeitos associados às obras das quais assinou os editais de licitação ao ex (des) subecretário de obras ( e provavelmente ex-amigo) Hudson Braga.

Agora, me digam, o (des) governador Pezão passa perto de nos mostrar a imagem de ingênuo? Chamam-se de pouco crédulo, mas ingênuo ele não parece.


[1] http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-10-02/eu-so-assinava-diz-pezao-sobre-obras-de-cabral-sob-suspeita.html

(Des) governador Pezão está mais perto dos braços da Lava Jato

Como mostra a reprodução de nota publicada pelo jornalista Lauro Jardim no “O GLOBO” está para terminar o aparente distanciamento do (des) governador Luiz Fernando Pezão dos problemas que já colocaram o seu mentor político, o ex (des) governador Sérgio Cabral, e vários outros membros das administrações estaduais ocorridas a partir de 2007 em sérios problemas com a justiça.

pezão hudson

Mas sejamos sinceros, quem é que se surpreende com este desdobramento? O que tem surpreendido é o fato de que até agora ninguém tinha decidido delatar o (des) governador Pezão.  

E não custa nada lembrar que o potencial delatar,  o Sr. Hudson Braga (o Braguinha), exerceu forte presença no (des) governo do Rio de Janeiro muito em parte por sua proximidade com o (des) governador Pezão. Então se Hudson Braga decidir delatar é provável que tenha provas materiais do que vai dizer.

Enquanto isso, continua o drama social que aflige a população mais pobre e um setor do funcionalismo estadual. Pelo menos agora não estamos mais ouvindo que esses são os culpados pela crise financeira que assola o Rio de Janeiro. 

A rede de Sérgio Cabral: quem ainda está faltando nela?

A imagem abaixo é de uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo sobre a rede de captação e lavagem de dinheiro via a captação de propinas supostamente montada pelo (des) governador Sérgio Cabral e materializada por alguns dos mais importantes dos seus secretários.

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Olhando com atenção o infográfico da “Folha” e vendo  lá apenas os nomes de Wilson Carlos e Hudson Braga (o Braguinha) não posso deixar de ficar com a sensação de que ainda estão faltando alguns peixes graúdos para serem incluídos na rede de Sérgio Cabral.

Mas o preenchimento das lacunas não deverá demorar muito tempo, já que estão anunciadas negociações de delações premiadas de Sérgio Cabral e Hudson Braga. Aliás, conhecendo minimamente o comportamento de Cabral, essa delação provavelmente não aconteceu ainda porque o juiz responsável pelo caso resolveu deixar o ex (des) governador suar um pouco, antes de lhe estender a vantagem de entregar seus parceiros de malandragem.

Porém, a questão fundamental aqui é a seguinte: como pode no meio dessa situação toda estar o (des) governo do Rio de Janeiro comandado por Luiz Fernando Pezão negociando a privatização da CEDAE e um duro confisco salarial dos servidores estaduais como se a lavanderia de Sérgio Cabral não tivesse nada a ver com essa situação calamitosa?

E, mais, por que a imprensa corporativa continua se recusando a ligar os pontos dessa rede, tratando a privatização e o confisco salarial como saídas legítimas para o caos que a lavanderia de Cabral criou?

Finalmente, num intervalo de 0 a 10, qual deve ser o grau de nervosismo do (des) governador Luiz Fernando Pezão com a eventual delação do seu amigo de longa data, Hudson Braga?

 

Sérgio Cabral foi finalmente preso. Demorou tanto por que?

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A mídia corporativa brasileira anuncia hoje, sem a alegria incontida que caracterizou as ações contra os políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), a prisão do ex (des) governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabtal (PMDB)  por meio da chamada Operação Calicute (ver manchetes abaixo).

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Aliás, Sérgio Cabral não foi preso sozinho, há que se salientar. Junto com ele foram presos dois ex-poderosos ex(des) secretários, os senhores Wilson Carlos e Hudson Braga (este considerado um homem de confiança do atual (des) governador Luiz Fernando Pezão).  De Wilson Carlos, eu me lembro bem, pois todo e qualquer contato com Sérgio Cabral passava por suas mãos. Não foram raras as vezes que sindicalistas foram deixados para mofar na sala de entrada do Palácio Guanabara, enquanto representantes das corporações entravam e saiam com a facilidade que só grandes aliados possuem.

A acusação pela qual Sérgio Cabral e seus aliados foram presos parece um grão de areia numa imensa praia. Afinal, depois de todos os negócios que ocorreram no Rio de Janeiro na última década, uma propina de R$ 224 milhões parece uma ninharia. Basta ver as conexões que Sérgio Cabral teceu com todo tipo de empresa que foi envolvida nas megaobras que ocorreram no Rio de Janeiro em seus anos no Palácio Guanabara.

Mas o essencial nesta prisão não é o fato em si, mas por que o mesmo demorou tanto tempo a ocorrer. É que as denúncias de práticas pouco republicanas pipocaram ao longo dos anos, sempre com Cabral sendo olimpicamente protegido pela mídia corporativa. O fato é que nunca houve uma disposição mínima de se apurar todas as denúncias que apareciam. Aliás, muito pelo contrário. Sérgio Cabral et caterva sempre mereceram o melhor dos mundos, não apenas por parte da mídia corporativa, mas também dos órgãos de fiscalização, começando pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), passando pelo Ministério Público (MP), e chegando no Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A verdade é que nenhum dos órgãos que deveriam fiscalizar Sérgio Cabral cumpriu sua missão de forma efetiva.

Uma vítima colateral desta prisão é o atual (des) governador Luiz Fernando Pezão que não foi apenas vice (des) governador, mas também (tal qual Hudson Braga), secretário de Obras, durante os dois mandatos de Sérgio Cabral (além de ter sido imposto como candidato e eventualmente chefe do executivo fluminense). É que não há como desatar os destinos de Cabral e Pezão, por mais que o atual (des) governador queira se fingir de morto. As acusações de propina contra Sérgio Cabral atingem o núcleo duro do seu grupo político, do qual Pezão se tornou peça essencial.  Esse fato deverá criar não apenas novas dificuldades para a aprovação do pacote de maldades que está na Alerj, mas também deverá empurrar o (des) governo Pezão para uma crise ainda mais profunda.

Mas voltando ao título desta postagem, por que essa prisão demorou tanto? Provavelmente por causa do suporte estrutural que o PMDB do Rio de Janeiro deu nos governos de Lula e Dilma e agora oferece no governo do presidente “de facto” Michel Temer.  De quebra, temos a política de irrigar a propaganda oficial que empurrou alguns bilhões de reais para os cofres da mídia corporativa nacional, regional e local.  Aliás, não apenas para a mída, mas também para as corporações privadas por meio da fatídica prática da farra fiscal que drenou quase R$ 200 bilhões dos cofres estaduais.

Lamentavelmente, graças à essa demora toda, o Rio de Janeiro foi colocado na situação dramática em que se encontra. Nesse sentido, quando os sinais dobrarem pelo Rio de Janeiro, não nos esqueçamos de lembrar de todos os que contribuíram para que chegássemos ao ponto em que chegamos.