
Por IATP
Revelando a colossal, porém frequentemente ignorada, pegada climática das grandes indústrias de carne e laticínios. O relatório “Assando o Planeta: As Grandes Emissões da Indústria de Carnes e Laticínios“, coescrito pela Foodrise, Friends of the Earth US, greenpeace Nordic e Institute for Agriculture and Trade Policy, revela a colossal, porém frequentemente ignorada, pegada climática das grandes indústrias de carnes e laticínios.
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Qual é o problema?
Estima-se que o setor pecuário global seja responsável por entre 12% e 19% do total das emissões de gases de efeito estufa (GEE) causadas pela atividade humana, tornando-se um dos setores que mais emitem gases de efeito estufa no mundo.
Este novo relatório apresenta a mais recente avaliação global do enorme impacto climático da indústria de carne e laticínios, estimando as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas por 45 das principais empresas de processamento de carne e laticínios do mundo em 2023/2022.
Os resultados deixam claro: reduzir as emissões de combustíveis fósseis por si só não basta. Combater as emissões da indústria de carne e laticínios é essencial para limitar o aquecimento global, em um momento em que cada fração de grau conta.
Principais conclusões
Essas 45 grandes empresas de carne e laticínios emitiram, juntas, cerca de 1 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa em 2023/2022 (em CO2eq). Se fossem um país, seriam a nona maior nação emissora de GEE do mundo. De fato, estima-se que as emissões combinadas dessas empresas sejam maiores do que as registradas pela Arábia Saudita, considerada o segundo maior produtor de petróleo do mundo.
Estima-se que as emissões de metano dessas 45 empresas em conjunto excedam as emissões de metano relatadas por todos os 27 países da UE e pelo Reino Unido combinados em 2023. Os cinco maiores emissores identificados nesta análise — JBS, Marfrig, Tyson, Minerva e Cargill — emitiram cerca de 496 milhões de toneladas de gases de efeito estufa em 2023 (em CO2eq), mais do que o relatado para Chevron, Shell ou BP. As emissões estimadas de gases de efeito estufa dessas cinco empresas, em conjunto, representaram quase metade (48%) do total estimado de emissões de 45 empresas de carne e laticínios analisadas.
A JBS sozinha, considerada a empresa de carne com maior emissão de gases de efeito estufa do mundo, foi responsável por quase um quarto (24%) de todas as emissões estimadas de gases de efeito estufa dessas 45 empresas de carne e laticínios. O Greenpeace Nórdico estimou, em uma publicação anterior, que a JBS emite mais metano do que a ExxonMobil e a Shell juntas.
Recomendações de políticas
Recomendamos que os legisladores
- Introduzir a obrigatoriedade de relatórios de dados essenciais do setor para grandes empresas de carne e laticínios, a fim de garantir transparência e responsabilidade.
- Estabelecer metas vinculativas e planos de redução de emissões para uma redução absoluta das emissões nacionais de gases de efeito estufa provenientes da agricultura.
- Introduzir regulamentação para garantir que os custos ambientais e sociais das grandes empresas de carne e laticínios, atualmente pagos pelo público, sejam pagos pela empresa poluidora, de acordo com o princípio do”poluidor-pagador”.
- Projetar uma transição justa para apoiar: uma mudança da pecuária em larga escala (incluindo a alimentação animal) para a restauração da natureza e sistemas de agricultura ecológica que priorizem a produção de alimentos à base de plantas, fundamentados nos princípios da agroecologia e da soberania alimentar, que apoiem adequadamente agricultores, trabalhadores e cidadãos; e produzam alimentos saudáveis e nutritivos. Isso deve incluir:
- Reforma dos subsídios para apoiar essa transição justa.
- Reforma no sistema de aquisição de alimentos para instituições públicas, como escolas, instalações governamentais e hospitais.
- Reforma das políticas para empresas de varejo e alimentação.
- Desinvestimento de fundos de pensão públicos e bancos multilaterais de desenvolvimento em grandes empresas de carne e laticínios.
Fonte: IATP
“Os novos comerciantes da dúvida” foi lançado esta semana. Imagem: Divulgação/Changing MArkets Foundation







