Erosão na Praia do Açu: a quantas andam os anunciados estudos técnicos?

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Em meio aos transtornos ocorrendo na Praia do Açu, a Prumo Logística emitiu uma nota pública que foi publicada em matéria pelo site Ururau (Aqui!) , onde foi declarado o seguinte:

Aliado a isso, a empresa (Prumo, grifo meu) informa que estudos técnicos complementares sobre o tema estão sendo discutidos com o INEA e a Prefeitura Municipal de São João da Barra com participação técnica do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviária – IPNH e Fundação COPPETEC”.

Então as coisas estariam sendo encaminhadas para a produção de algum tipo de acordo que viabilizasse “estudos técnicos” para minimizar o grave problema que hoje assombra cotidianamente a população na Barra do Açu. Certo? Dependendo dos informes que tenho colhido com diferentes fontes, os termos da nota acima não se sustentam, sendo inclusive veementemente negado por determinadas fontes.

Deste modo, como ficam os habitantes da Barra do Açu que hoje assistem o rápido desaparecimento de uma praia na qual puderem viver e trabalhar por várias décadas sem maiores assombros, fato este que pode ser colhido em relatos com qualquer morador mais antigo? Afinal, notas oficiais não acalmam nervos ou, tampouco, geram a mobilização necessária para que sejam aplicadas as ações técnicas que poderem conter o processo de erosão e a consequente invasão das águas oceânicas que isto vem acarretando.

Com a palavra, os vários atores envolvidos, começando pelo INEA, passando pela Prumo Logística, e alcançando a Fundação COPPETEC e o INPH.

 

O INPH, uma novidade velha

A imprensa regional alardeou, e eu repercuti aqui neste blog, uma reunião que congregou o ainda deputado Roberto Henriques, o prefeito de São João da Barra, Neco, e representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).

Pois bem, intrigado com o teor do material circulado pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de São João da Barra que dava conta que o INPH considera que o problema ocorrendo na Praia do Açu é de relativa facilidade para sua solução,  fiz uma rápida busca no Google e encontrei matérias dando conta que o mesmo órgão já anda pela região de São João da Barra, e prometendo fazer o mesmo tipo de “milagre” em outras partes da faixa costeira sanjoanense.

A notícia que mais me pareceu similar, em termos desta aludida facilidade, foi esta (Aqui!). O problema é que a mesma data de praticamente um ano atrás, e a informação era de que os estudos para a solução de problema similar entre Atafona e Grussai ficaria pronto até abril de 2014, ou seja, 6 meses atrás.  Entretanto, uma das matérias circuladas a respeito já deu conta que isto só ocorreu em Agosto, e o custo estimado para aplicar a proposta do INPH giraria em torno de R$ 140 milhões a R$ 180 milhões! 

Dada a urgência que observo na situação da Praia do Açu, temo que se o INPH demorar o mesmo tempo para sugerir um projeto de engenharia que resolva o problema,  a ação do mar já terá resolvido isso bem antes. O problema é que a solução do mar implicará na aniquilação da Barra do Açu enquanto local viável para habitação das quase 2.000 pessoas que hoje lá vivem.

Em suma,  o sentido de urgência dentro da Prefeitura de São João da Barreira deveria passar para “CODE RED” o mais rápido possível. Do contrário, São João da Barra poderá perder uma localidade inteira. E que depois ninguém venha culpar a natureza.

Ururau: Reparação da erosão do Açu foi tema de discussão em reunião no Rio

No último dia 24 de setembro o mar atingiu várias casas da Avenida Atlântica

Divulgação

No último dia 24 de setembro o mar atingiu várias casas da Avenida Atlântica

 Aconteceu na manhã desta terça-feira (07/10), uma reunião para a discussão da reparação da erosão ocorrida nos últimos dias na Praia do Açu. Sediada no Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), na cidade do Rio de Janeiro, a reunião contou com a presença do prefeito de São João da Barra, José Amaro Martins, o Neco, com o diretor do INPH, o engenheiro Domenico Accetta e com o deputado estadual Roberto Henriques que pesquisaram maneiras de conter o avanço do mar no Açu.

Para o engenheiro Domenico, a reparação não será difícil, e uma equipe será enviada ao local para a avaliação dos danos e para elaborar um esboço de como será o processo de reparação.

“Enviaremos uma equipe ao Açu para avaliar a questão. Entretanto, de antemão digo que recompor os sedimentos de forma emergencial não será complicado, já que poderemos usar o maquinário do estaleiro que já está no local. Uma vez remediada a situação, faremos um estudo mais detalhado sobre as causas, para que não volte a ocorrer o avanço do mar, e encaminharemos para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, explicou.

De acordo com ele, ainda não há como afirmar se a instalação do complexo portuário no Açu foi a causa da erosão, mas frisou que a construção de qualquer estaleiro provoca escavação no mar. “É um problema que tem solução. Nisso que temos que focar”, disse.

O prefeito Neco destacou a preocupação com os moradores do Açu, já que no último mês houve um avanço significativo do mar. “A empresa Prumo já fez um estudo da situação, mas achei melhor solicitar um novo. Recorri ao deputado Roberto Henriques e ele me colocou em contato com o INPH, que é o órgão oficial do governo federal e um instituto muito sério. Queremos que os moradores do Açu fiquem tranquilos”, pontuou o prefeito.

Para o deputado estadual Roberto Henriques, o problema também tem solução. “Não queremos que ocorra no Açu o que aconteceu em Atafona, por isso estamos lutando para solucionar o problema no início. Já vimos, através do estudo do INPH, que Atafona tem jeito e vou batalhar sempre para que ela seja recuperada, mas não precisamos deixar que as famílias do Açu percam suas casas para agir e é isso que estamos fazendo aqui”, concluiu o deputado.

Ao longo do ano a população, de aproximadamente dois mil habitantes, do quinto distrito de São João da Barra tem se preocupado com a erosão e a diminuição da faixa de areia na praia. Nos últimos meses o mar avançou algumas vezes, mas, no último dia 24 de setembro, a situação piorou. O mar invadiu várias casas, a Avenida Atlântica, as ruas do Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) e da Escola Municipal Chrisanto Henrique de Souza. Segundo a Defesa Civil, nenhuma família precisou ser removida de suas casas.

O deputado estadual Roberto Henriques solicitou no ano passado ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) um projeto de recuperação da orla do balneário de Atafona de forma definitiva, assim como a melhoria do terminal pesqueiro. Após meses de estudo, foi apresentado, no último mês de agosto, na prefeitura de São João da Barra, um projeto conceitual onde mostrava que a recuperação era possível e viável. Agora em dezembro será entre o projeto final com orçamentos para que a obra possa ser licitada. A princípio seriam recuperados quatro quilômetros de praia, no sentido Atafona-Grussai, e aumentada a faixa de areia em cerca de 100 metros. A previsão é que a obra seja orçada entre 140 e 180 milhões de reais e recursos dos governos federal, estadual e municipal sejam utilizados.

FONTE: http://ujornal.com.br/cidades49831_Repara%C3%A7%C3%A3o-da-eros%C3%A3o-do-A%C3%A7u-foi-tema-de-discuss%C3%A3o-em-reuni%C3%A3o-no-Rio