O Cripto Gate de Javier Milei: presidente argentino se enrola em caso da criptomoeda $Libra que ele promoveu e depois sumiu com fortunas de investidores argentinos

Um caso de corrupção abala a Argentina neste momento envolvendo a criptomoeda $Libra que depois de captar milhões de argentinos incautos, simplesmente colapsou, causando perdas totais aos crédulos investidores argentinos que caíram na conversa do presidente anarcocapitalista Javier Milei.

Depois de ver a casa arrombada,  Javier Milei anunciou que determinou que a Agência Anticorrupção, investigue as circunstâncias da emissão e queda da criptomoeda $Libra, uma unidade especial com poderes vinculados a criptoativos e lavagem de dinheiro será criada para se juntar à investigação, disse a Agência presidencial.

A investigação determinada por Milei deverá verificar “se houve conduta imprópria por parte de qualquer membro do Governo Nacional, incluindo o próprio presidente”.  “Todas as informações coletadas serão entregues aos tribunais”,  teria dito o estridente presidente argentino.

Mas a porca torce o rabo quando se olha como o imbróglio foi iniciado. Em 14 de fevereiro, Javier Milei promoveu a criptomoeda chamada $Libra em sua conta X, o que gerou movimentações de milhões de dólares em pouco tempo, para depois entrar rapidamente em colapso.

O gabinete presidencial nega o envolvimento do presidente, enquanto o post em que ele promovia a moeda mencionada foi excluído do X. Mas nem essa rápida retirada deverá aliviar a situação de Javier Milei que pode se enrolar em sua própria ânsia de se promover nas redes sociais.

Diário de bordo em Buenos Aires

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Por Douglas Barreto da Mata

É a terceira vez que venho à cidade portenha.  Com certeza, virei quantas forem possíveis.  Aqui temos a chance de ver como é possível uma cidade funcionar para seus munícipes e visitantes.  Em Buenos Aires, cidade é cidadania.

A despeito da Cidade Autônoma de Buenos Aires, que compreende o distrito federal deles, a capital argentina, ser uma unidade administrativa separada da província de Buenos Aires (cuja capital é La Plata), o fato é que é impossível não morrer de inveja. Não se trata de adentrarmos a polêmica entre esquerda ou direita, peronistas ou anti peronistas, até porque Buenos Aires tem sido governada, repetidamente, por governos de direita há alguns anos.

A questão central, pelo que meus dias de Buenos Aires me mostraram, assim como duas experiências em Santiago e uma em Montevidéu, é o processo histórico e seus contingentes, que construíram povos latinoamericanos muito distintos daquele que fala português (os brasileiros). 

Há um senso de coletividade entranhado nesses povos, que se não conseguiu remover suas elites e as elites estrangeiras da posição de parasitas dessas populações, ao menos dotaram estas sociedades de capacidade de mobilização tal, que a subtração de direitos seja muito mais dramática e lenta que no Brasil.

Dentro desta perspectiva, é correto afirmar que essa combatividade social permitiu alcançar uma esfera de proteção social muito mais avançada que no Brasil, apesar de ser indiscutível que nosso país seja muito mais rico que o conjunto de países vizinhos do sul. Não é preciso ser um gênio para concluir que riqueza e tamanho do PIB signifiquem, no aspecto humanitário, mais sucesso proteger pessoas. EUA, e Brasil estão entre as principais economias do planeta.Estão dentre os mais desiguais e violentos também.

Voltemos à capital argentina.  O regime ultraliberal de Javier Milei jogou Buenos Aires em uma situação que deteriorou a olhos vistos.  Muita gente em situação de rua, coisa que não vi nas duas viagens anteriores, ambas na gestão Fernandez. 

Aqui um detalhe:  não sou um assistente social, mas há nítida diferença entre essa população em situação de rua, que se percebe nas roupas, pertences e nos grupos.  Há aqueles que parecem estar há muito nas ruas, com poucos pertences e aparência degradada, e outros com roupas mais novas ou íntegras, com mochilas com itens que parecem indicar que foram recém despejados de duas casas.

Os que parecem que estão nas ruas há mais tempo, geralmente, estão sozinhos, já os últimos e mais recentes, estão com crianças, famílias inteiras.  Uma tensão social quase sufocante, e que dá a sensação que vai explodir em breve.  Faixas de sindicatos em fachadas em todo canto. Ao contrário de outras épocas, vi poucas manifestações de rua, embora tenha andado a pé, sistematicamente, pelas ruas de vários bairros.

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Isso (ausência de manifestações), na Argentina, nem sempre quer dizer paz social, ao contrário, indica uma enorme panela de pressão, pronta para expelir os valores acumulados.  Preços mais altos, porém, ao contrário de antes, serviços públicos mais caros, e muito piores, como a coleta de lixo. 

A segurança permanece, e isso também por aquilo que mencionamos antes, ou seja, há um legado de direitos e prerrogativas arraigados no portenho (e nos argentinos, nos uruguaios e chilenos), que são donos de suas cidades, usam-nas como donos que são, sem limites ou territórios proibidos, sem impedimentos de classe ou hierarquias sociais, embora saibamos que a desigualdade e as diferenças ali estejam.

Mas nada como o Brasil, como o Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, ou qualquer outra cidade grande ou de porte médio, por exemplo. Somos um proto capitalismo, e do pior tipo, proto estadunidense. A adesão automática de todas as políticas públicas estadunidenses, todas com receitas liberais, com destaque para o modelo de gestão de segurança e de distribuição de renda, levou esse país a um beco sem saída, ao desastre total e irreversível. 

Não, Lula nem o PT conseguiram apontar um caminho, que era o esperado. Atribuir o fracasso aos limites da governabilidade é uma resposta cínica e não dá conta de descrever as escolhas feitas.  Quais escolhas de Lula e do PT?  Não escolher nada, seguir o modelo pré estabelecido, como se isso garantisse uma estabilidade política. O resultado? Nós assistimos. Os governos do PT são obedientes ao extremo ao “mercado”, mas não foram poupados do assédio dos golpistas, que levaram à ruptura, como em 2016, e que continuou a assombrar até 08 de janeiro de 2023. Ainda que Lula tenha sido sempre gentil e cordato com a mídia comercial, ele foi tratado com desdém e desrespeito tão severos quanto ao dedicado a Jair Bolsonaro.

No quesito mídia fica o registro sobre Buenos Aires: a Argentina está em frangalhos, mas nada se ouve nos noticiários e nas redes sociais da direita. Enfim, sinto muita inveja dos argentinos, ainda que estejam experimentando uma solução ultraliberal, personificada no espantalho Milei, que, como Bolsonaro, é apenas uma distração para a imposição de mais do mesmo, isto é, tentativa de espremer ainda mais o que resta de riqueza nacional pelos abutres internacionais e carniceiros nacionais.  Esse sentimento (de inveja) deriva da certeza de que eles não vão aceitar, por muito tempo, o rebaixamento daquilo que foi conquistado.

Se no Brasil, qualquer coisa agrada, como algumas poucas linhas de ônibus ou de metrô em funcionamento, ou um dia sem tiros de fuzil em vias públicas, creio que na Argentina ninguém, nem em seus piores pesadelos sociais, vai imaginar situações parecidas.  Definitivamente, brasileiros são uma prova de que há uma involução civilizatória neste canto do planeta.

Cientistas argentinos se organizam contra a “motosserra” de Javier Milei

Milei-996x567Após fazer seu anúncio de campanha para fechar o Ministério da Ciência, que rebaixou ao posto de Secretaria, Javier Milei – empossado presidente da Argentina em dezembro de 2023 – cortou e suspendeu o envio de recursos para o funcionamento do setor. Crédito da imagem: Presidência da Armênia/Wikimedia Commons , sob licença Creative Commons

O governo de Javier Milei – o economista ultraliberal que tomou posse como presidente do país em dezembro de 2023 – cortou e suspendeu o envio de fundos para o funcionamento do setor, cujos membros começam a organizar-se para resistir a estas decisões.

“Não temos bônus nem aposentadoria, não somos considerados trabalhadores e é fácil dizer adeus.”

Juliana Yantorno, pesquisadora argentina

Depois de fazer o anúncio de campanha para encerrar o Ministério da Ciência, que despromoveu ao cargo de Secretário, Milei ordenou que fosse atribuído ao sector o mesmo orçamento que em 2023, quando o país sofre uma inflação homóloga de 250 por cento.

A esta perda em termos reais somam-se severas restrições ao funcionamento do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), uma das organizações de pesquisa mais prestigiadas da região.

Entre outras medidas, a gestão de seu novo presidente, o veterinário Daniel Salamone — a quem Milei consultou anos atrás sobre a clonagem de seu cachorro, finalmente realizada nos Estados Unidos da América —, reduziu o número de bolsas de doutorado de 1.300 para 600, interrompeu 40 funcionários administrativos e questionou a continuidade de outros 1.200.

Cientistas organizados

Diante desse cenário, o grupo Jovens Cientistas Precários (JCP) decidiu se organizar em assembleias e “rouds” na sede do CONICET, que inclusive ocuparam pacificamente no dia 14 de fevereiro.

O JCP ganhou visibilidade durante a presidência de Mauricio Macri (2015-2019), que também reduziu o orçamento científico e evitou resolver as reivindicações dos 12 mil bolsistas do CONICET, metade de seu quadro de funcionários.

Esses jovens pesquisadores ganham o equivalente a cerca de US$ 600, muito menos que seus pares chilenos, uruguaios ou brasileiros. “Não temos bônus nem aposentadoria, não somos considerados trabalhadores e é fácil dizer adeus”, diz sua referência Juliana Yantorno, em conversa telefônica com o SciDev.Net .

Os institutos de pesquisa da organização também não estão recebendo as despesas correspondentes às suas despesas de manutenção. A situação é tão crítica que os pesquisadores alocam dinheiro do bolso para comprar suprimentos ou pagar serviços básicos.

Duzentos dos 280 diretores dos institutos que compõem o CONICET formaram no início deste ano a Rede de Autoridades de Institutos de Ciência e Tecnologia (RAICYT), que busca conscientizar sobre a situação e ativar uma campanha de solidariedade internacional que já inclui apoio de três ganhadores do Prêmio Nobel .

A RAICYT também estuda apresentar apelos de proteção contra a possibilidade de perda de projetos de pesquisa em andamento, vários deles com financiamento internacional.

A Faculdade de Ciências Exatas da Universidade de Buenos Aires também está em alerta , alertando que poderá ficar sem recursos em abril, enquanto a Universidade Nacional de San Martín descreveu uma situação “insustentável”, com possibilidade de seus laboratórios deixarem de funcionar funcionam e suas salas de aula permanecem vazias.

De volta aos anos 90?

Salamone — que não respondeu ao pedido de entrevista para este artigo — pretende fazer uma mudança substancial na organização: valorizar a produtividade dos investigadores de acordo com o número de artigos científicos publicados, um fenômeno crescente mas problemático na região .

Procura também atrair fundos de investimento, aumentar a participação privada e promover startups baseadas no conhecimento , opções já em cima da mesa perante representantes das embaixadas chinesa , alemã e americana .

“Ele quer que apoiemos as nossas próprias produções”, diz Yantorno, crítico da entrada do capital privado, já que “geralmente eles se envolvem para copiar e colar [um desenvolvimento financiado pelo Estado] e levá-lo embora”.

Neste ponto, Lino Barañao – Ministro da Ciência entre 2007 e 2018 – tem uma visão mais benevolente: “As empresas de base tecnológica criam empregos e geram rendimentos mais bem distribuídos, uma vez que a maior parte do dinheiro vai para os trabalhadores e não para o capital” .

Embora reconheça que a participação privada ainda é baixa, o investigador sênior do CONICET, Jorge Geffner, alerta que “a solução não está aí, mas sim através de um forte investimento do Estado, que na Argentina não chega a 0,5 por cento” do PIB.

“O país passou por momentos semelhantes”, lembra Barañao. “Na década de 90, quando eu trabalhava no CONICET, ganhávamos US$ 50 por mês.” Aqueles anos seriam lembrados como os da “fuga de cérebros”, cenário que hoje corre o risco de se repetir.

Criticado pelo peronismo (que governou o país durante 16 dos últimos 20 anos) por ter sido o único ministro a manter o cargo durante a gestão Macri, Barañao reconhece que durante a sua gestão “houve ajustes orçamentais, mas a linha foi mantida. Se a estrutura for destruída e os grupos de trabalho desmantelados, nada poderá ser reconstruído. Hoje eles não estão colocando menos combustível na máquina; “Eles estão desmontando isso.”


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Este artigo foi produzido e publicação pela edição América Latina e Caribe do  SciDev.Net [Aqui!].

Como a IA moldou o caminho de Milei até a presidência da Argentina

milei iaO presidente eleito da Argentina, Javier Milei, em uma seção eleitoral em Buenos Aires no domingo | REUTERS 

Por David Feliba, Thomson Reuters Foundation

Nas últimas semanas de campanha, o presidente eleito argentino, Javier Milei, publicou uma imagem fabricada retratando o seu rival peronista Sergio Massa como um comunista à moda antiga em traje militar, com a mão levantada em saudação.

A imagem aparentemente gerada por Inteligência Artificial (IA) atraiu cerca de 3 milhões de visualizações quando Milei a publicou numa conta de rede social, destacando como as equipes de campanha rivais usaram tecnologia de inteligência artificial para chamar a atenção dos eleitores numa tentativa de influenciar a corrida.

“Houve sinais preocupantes de uso de IA” nas eleições, disse Darrell West, pesquisador sênior do Centro de Inovação Tecnológica da Brookings Institution, com sede em Washington.

“Os ativistas usaram a IA para entregar mensagens enganosas aos eleitores, e isso é um risco para qualquer processo eleitoral”, disse ele.

O libertário de direita Milei venceu o segundo turno de domingo com 56% dos votos, ao aproveitar a raiva dos eleitores com a classe política – incluindo o partido peronista dominante de Sérgio Massa, mas ambos os lados recorreram à IA durante a turbulenta campanha eleitoral.

A equipe de Massa distribuiu uma série de imagens e vídeos estilizados gerados por IA por meio de uma conta não oficial do Instagram chamada “AI for the Homeland”.

Num deles, o ministro da economia de centro-esquerda era retratado como um imperador romano. Em outros, ele foi mostrado como um boxeador nocauteando um rival, estrelando uma capa falsa da revista New Yorker e como um soldado em cenas do filme de guerra “1917”.

Outras imagens geradas por IA pretendiam minar e difamar Milei, retratando o economista de cabelos rebeldes e sua equipe como zumbis e piratas enfurecidos.

A utilização de tecnologia de IA cada vez mais acessível em campanhas políticas é uma tendência global, dizem especialistas em tecnologia e direitos, levantando preocupações sobre as potenciais implicações para eleições importantes em países como os Estados Unidos, a Indonésia e a Índia no próximo ano.

Uma série de novas ferramentas de “IA generativa”, como o Midjourney, estão tornando mais barato e fácil a criação de fotos e vídeos fabricados.

Javier Milei fala aos apoiadores depois de vencer o segundo turno das eleições presidenciais na sede de seu partido, em Buenos Aires, no domingo.

Javier Milei fala aos apoiadores depois de vencer o segundo turno das eleições presidenciais na sede de seu partido, em Buenos Aires, no domingo. | AFP-JIJI

Com poucas salvaguardas legais em muitos países, há um desconforto crescente sobre a forma como esse material pode ser utilizado para enganar ou confundir os eleitores no período que antecede as eleições.

“Em todo o mundo, estas ferramentas para criar imagens falsas estão a ser usadas para tentar demonizar a oposição”, disse West.

“Embora não seja ilegal usar conteúdo gerado por IA em quase nenhum país, imagens que retratam pessoas dizendo coisas que não disseram ou inventando coisas claramente ultrapassam os limites éticos”.

Uso político

A maioria das imagens geradas por IA usadas na campanha eleitoral argentina tinham um sabor satírico, buscando provocar uma reação emocional dos eleitores e se espalhar rapidamente nas redes sociais.

Mas os algoritmos de IA também podem ser treinados em muitas imagens on-line para criar imagens, gravações de voz e vídeos realistas, mas fabricados – os chamados deepfakes.

Durante a recente campanha, um vídeo adulterado que parecia mostrar Massa usando drogas circulou nas redes sociais, com imagens existentes manipuladas para adicionar a imagem e a voz de Massa.

É uma nova fronteira perigosa em notícias falsas e desinformação, dizem os pesquisadores, com alguns pedindo que material contendo imagens deepfake carregue um rótulo de divulgação dizendo que foram gerados usando IA.

“Agora eles têm uma ferramenta que lhes permite criar coisas do zero, mesmo que seja evidente que pode ser gerado artificialmente”, disse West, acrescentando que “a divulgação por si só não protege as pessoas do perigo.

“Será um enorme problema nas eleições globais no futuro, pois será cada vez mais difícil para os eleitores distinguirem o falso do real”, disse ele.

Risco para a democracia

À medida que o conteúdo gerado pela IA se torna mais acessível e mais convincente, as plataformas de redes sociais e os reguladores lutam para se manterem à frente, disse o investigador de desinformação Richard Kuchta, que trabalha no Reset, um grupo que se concentra no impacto da tecnologia na democracia.

“É claramente um jogo de gato e rato”, disse Kuchta. “Se você observar como a desinformação funciona durante uma eleição, ela ainda é praticamente a mesma. Mas ela foi enormemente ampliada em termos de quão enganosa pode ser.”

Apoiadores do candidato presidencial argentino Javier Milei comemoram após o fechamento das urnas durante o segundo turno das eleições presidenciais em frente à sede do partido em Buenos Aires, no domingo.

Apoiadores do candidato presidencial argentino Javier Milei comemoram após o fechamento das urnas durante o segundo turno das eleições presidenciais em frente à sede do partido em Buenos Aires, no domingo. | AFP-JIJI

Ele citou um caso na Eslováquia no início deste ano, em que verificadores de factos se esforçaram para verificar gravações de áudio falsas publicadas no Facebook poucos dias antes das eleições de 30 de Setembro no país.

Na fita, uma voz parecida com a de um dos candidatos parecia estar discutindo como fraudar a eleição.

“Eventualmente, a peça foi considerada falsa, mas causou muitos danos”, disse Kuchta.

A Meta Platforms, proprietária do Facebook e do Instagram, disse este mês que a partir de 2024 os anunciantes terão que divulgar quando a IA ou outros métodos digitais forem usados ​​para alterar ou criar anúncios políticos, sociais ou relacionados a eleições nos sites.

Nos Estados Unidos, um grupo bipartidário de senadores propôs legislação para proibir a “distribuição de áudio, imagens ou vídeos materialmente enganosos gerados por IA relacionados a candidatos federais em anúncios políticos ou em determinados anúncios temáticos”.

Além disso, a Comissão Eleitoral Federal dos EUA pretende regular os deepfakes gerados por IA em anúncios políticos para proteger os eleitores contra a desinformação antes das eleições presidenciais do próximo ano.

Outros países estão a liderar esforços semelhantes, embora nenhuma proposta regulamentar deste tipo tenha ainda sido apresentada na Argentina.

“Ainda estamos nos estágios iniciais da IA”, disse Olivia Sohr, jornalista da ONG argentina de verificação de fatos Chequeado, observando que a maior parte das informações falsas que circularam durante a campanha envolviam manchetes de jornais fabricadas e citações falsas atribuídas a um candidato específico. .

“A IA tem o potencial de elevar a desinformação a um novo nível. Mas, por enquanto, existem outras formas igualmente eficazes de cumprir os seus objetivos sem serem necessariamente tão caras ou sofisticadas.”


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Este texto escrito originalmente em inglês foi publicado pelo Japan Times [Aqui!].