Joaquim Barbosa direto e reto: o Brasil como “laughing stock”

stock

Não sou de longe um fã do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Mas por um desses acasos do destino, a minha análise dos efeitos práticos da decisão do presidente em exercício da Câmara de Deputados,  Waldir Maranhão, sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff coincide com a de Joaquim Barbosa. 

É que eu também acho que a bomba armada por Waldir Maranhão vai acabar explodindo no colo dos 11 ministros do STF que permitiram que Eduardo Cunha conduzisse o processo de impeachment de Dilma Rousseff no peito e na marra, enquanto elas e eles faziam cara de paisagem.

E também concordo, como já mostrei aqui mesmo neste blog, que o Brasil tem tudo para virar um “laughing stock” mundial por causa das infindáveis trapalhadas que marcam a tentativa de remover Dilma Rousseff do poder via um impeachment paraguaio/hondurenho.  Para quem não sabe, a expressão “laughing stock” significa “someone who does something very stupid which makes other people laugh at them“, ou em bom português, “alguém que faz alguma coisa muito estúpida que os torna motivo de riso para outras pessoas”. Mais claro do que isso, impossível!

Segundo Joaquim Barbosa, Maranhão jogou STF na fogueira

Jornal GGN – O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa avalia que o deputado Waldir Maranhão joga o STF na fogueira, ao anular a decisão de impeachment contra a presidente Dilma. 

 
O jurista usou sua conta o Twitter para declarar que com a decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, a corte Suprema será obrigada da analisar os “vícios jurídicos” do rito.
 
Veja os twittes que o ex-ministro publicou há poucos minutos no seu perfil:
 
Sabem o que mundo inteiro deve estar pensando sobre nós, brasileiros? “A laughing stock”, muitos devem estar achando…
 
Dificilmente a inesperada decisão de Waldir Maranhão escapará ao crivo do STF, qualquer que venha a ser o seu desfecho. Por que?
 
Porque ela aponta “vícios jurídicos” no rito do processo de impeachment. Ou seja, matéria da alçada do tribunal.
FONTE: http://jornalggn.com.br/noticia/segundo-joaquim-barbosa-maranhao-jogou-stf-na-fogueira#.VzDfbAiSrEs.facebook

Panama papers: mais um caso em que a mídia internacional mostra o que a nacional esconde

Hoje o jornalista Fernando Rodrigues, que faz parte de um consórcio internacional de jornalistas que trabalham em documentos de interesse público relativos à crimes financeiros, postou em seu blog a primeira rodada do que ele chamou de “Panama papers” (Aqui!).

Como tem ocorrido em outros casos, o foco foi dado diretamente sobre correntistas que possuem ou possuíam contas secretas em paraísos fiscais, mas que tinham alguma ligação com o rumoroso escândalo da Lava Jato.  A partir desse ângulo, Fernando Rodrigues informou ao seus leitores que a Mossack Ferreira teria criado offshores para pelo menos 57 indivíduos já publicamente relacionados ao esquema de corrupção originado na Petrobras.

Até ai nada de errado. Mas ao ler a notícia da liberação desses documentos no jornal Miami Herald (Aqui!), nota-se que o caso é bem mais complexo do que a questão da abertura de contas para pessoas ligadas à Lava Jato. E os jornalistas do Miami Herald deixam isso claro ao notar que as contas abertas pela Mossack Ferreira envolvem “trapaceiros, políticos e um pedófilo”.

shell game

Mas numa matéria paralela à liberação do “Panama Papers” aparece algo que o jornalista Fernando Rodrigues preferiu não abordar de forma primária, deixando o caso de Joaquim Barbosa em plano secundário. Estou falando da matéria em que o Miami Herald cita como exemplar o caso da aquisição de um apartamento em Miami pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que abriu uma empresa offshore, a Assas JB1, para comprar o imóvel (Aqui!)

joaquim barbosa

Ainda que Joaquim Barbosa não tenha cometido nenhum crime ao adotar esse caminho curioso para comprar este apartamento em Miami, a questão que se apresenta é a seguinte: por que não está se noticiando de forma mais ampla essa conexão entre um ex-presidente do STF e uma firma cujo trabalho é esconder contas secretas em paraísos fiscais? 

Para mim esse caso torna ainda mais evidente quão escandaloso é termos que recorrer a veículos da mídia internacional para ter acesso a uma cobertura que propositalmente “esquece” de outros ângulos de um determinado caso para manter uma narrativa, no caso a da Lava Jato, seguindo o script que para ela foi traçada.