As duas acusações são resultados da Operação C’est Fini e incluem Régis Fichtner e George Sadala

Clique e leia as íntegras das denúncias (Fichtner e Sadala).
Com isso, a Operação C’est Fini resultou em três denúncias. Na semana passada, o MPF denunciou Cabral e outras quatro pessoas – Henrique Ribeiro, Lineu Martins, Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carvalho – por crimes na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (Funderj). A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute (processo nº 0509503-57.2016.4.02.5101) e Eficiência (processo nº 0510282-12.2016.4.02.5101) e das investigações realizadas após sua deflagração, tendo como escopo aprofundar o desbaratamento da organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio de Janeiro, entre elas, destacam-se a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio de Janeiro, ação vulgarmente denominada por “PAC Favelas”.
Além de Cabral, Fichtner e Sadala, também foram alvos dessas duas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos, operadores financeiro e administrativo, respectivamente, da organização criminosa.
Farra dos guardanapos
Além de vizinho de Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), Georges Sadala, conhecido pelos pelos codinomes “G”, “Salada” e “Saladino”, era o grande corruptor da iniciativa privada na área de prestação de serviços especializados relacionados ao programa Rio Poupa Tempo. Sadala teve evolução patrimonial exponencial, desde o início do governo Cabral. Em troca de facilidades na contratação de suas empresas junto ao Estado do Rio de Janeiro, ele garantiu o pagamento de propina, com o aporte de, ao menos, R$ 1,3 milhão em favor da organização criminosa.
Quem também aparece no episódio dos guardanapos é Regis Fichtner, codinomes “Alemão” e “Gaúcho”, ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral, que recebeu recursos em espécie na ordem de R$ 1,5 milhão, conforme as anotações da contabilidade paralela apreendida com o operador Carlos Bezerra. Fichtner, no exercício do cargo, solicitou e aceitou vantagem indevida para dar “especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção civil”. Os procuradores estimam que Regis teria recebido um total de R$ 1,56 milhão em dinheiro do esquema, de 2007 a 2014.

