
No mesmo ano em que a recomposição salarial acertada na Alerj foi negada pelo governador Cláudio Castro, a Secretaria de Estado de Educação fez um compra milionária (R$ 170 milhões para ser mais preciso) de “obras paradidáticas” que beneficiam 4 empresas que foram aquinhoadas com parcelas polpudas desta aquisição (ver imagem abaixo).

Afora o fato de que esta compra se dá nos estertores de um ano em que não houve nada de muito diferente em termos do funcionamento das escolas das redes estaduais, uma compra desse montante sem licitação deveria ser objeto de um acompanhamento bastante criterioso não apenas pelos órgãos fiscalizadores, mas também pelos órgãos de classe que representam os interesses dos servidores da rede estadual de educação.
Uma das questões que potencialmente mereceria a devida apuração se refere à capacidade das empresas contratadas de entregarem os produtos contratados com a devida qualidade. Nesse caso há que se ressaltar que uma dessas é a Editora Globo que levou R$ 12.026.357,60 para entregar “obras paradidáticas para composição de acervo das salas de leitura, obras paradidáticas afro-brasileira e indígena para alunos do ensino médio e obras paradidáticas para recomposição da aprendizagem“, sem que tenha sido necessária a realização de uma licitação.
Finalmente, o curioso é que o perfil oficial da atual secretária de Educação, Roberta Barreto de Oliveira, traz a menção de que ela foi aluna do Mestre Darcy Ribeiro, ao fazer parte do Programa Especial de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Eu fico imaginando o que Darcy diria dessa compra realizada pela sua ex-aluna.