TsuLama da Samarco: Procuradores da República de Linhares deu início a Ação Civil Pública

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O Ministério Público Federal do município de Linhares deu início no dia de ontem (02/02) a uma Ação Civil Pública contra a Mineradora Samarco (Vale +BHP Billiton), o governo federal e o estadual do Espirito Santo, e contra os órgãos ambientais federais (IBAMA, ICBMIO) e o órgão ambiental estadual capixaba, IEMA. 

Esta ACP visa responsabilizar principalmente a Mineradora Samarco pelas perdas econômicas sendo infringidas aos pescadores capixabas que continuam impossibilitadas de realizar suas atividades cotidianas de pesca e estão passando por fortes privações.

Quem tiver interesse em ler o inteiro teor da denúncia feita pelos procuradores federais Walquiria Imamura Picoli, Eduardo Henrique de Almeida Aguiar e Jorge Munhós, basta clicar no link abaixo!

ACP Pesca litoral – FT Rio Doce

 

Desgraça maior do que a antecipada: lama da Samarco (Vale+ BHP Billiton) já toma 77 km do litoral capixaba

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A situação de pior cenário que foi antecipada ontem aqui neste blog já se confirmou nesta segunda-feira. Segundo a matéria abaixo do jornal Estado de Minas  indica que os rejeitos tóxicos estão se espalhando de forma irregular em diferentes direções, sendo que a área mais atingida fica ao norte da foz do Rio Doce.

Essa distribuição dos rejeitos deve estar obrigando a que os especialistas “muy amigos” das mineradoras Vale e BHP Billiton  refaçam seus cálculos para explicar porquê as consequências da chegada da lama tóxica liberada em Mariana está se dando desta forma no mar, atingindo uma extensão tão expressiva.

Entretanto, como a própria matéria já aponta, o problema começa, mas não termina em  terra. E o pior deverá ter uma longa capacidade de residência na totalidade da interface continente-oceano. Em outras palavras, a contaminação não só se dará tanto na calha do rio como no assoalho ocêanico, estendendo assim os efeitos na cadeia trófica flúvio-marinha, e com efeitos incalculáveis na população humana que dele depende para gerar sua renda e sustento alimentar.

Em suma, uma cagada mais do que completa!

Lama de rejeitos já toma mais de 77 quilômetros do litoral do Espírito Santo

A lama com rejeitos de minério vinda pelo Rio Doce atingiu o mar no domingo. Prefeitura de Linhares interditou as praias de Regência e Povoação

Por Estado de Minas

Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

A lama de rejeitos da mineradora Samarco já tomou mais de 77 quilômetros do litoral do Espírito Santo. De acordo com o governo do estado, são 70 quilômetros ao norte, sete ao sul e 10 mar a dentro. A prefeitura de Linhares interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada lama e colocou placas ao longo das praias informando que a água está imprópria para o banho.

A lama com rejeitos de minério vinda pelo Rio Doce atingiu o mar no domingo, segundo informações da prefeitura. A população de Regência e Povoação vive da pesca e do turismo e tem as atividades prejudicadas com a água barrenta que avança sob o mar.

Na sexta-feira (20) o titular da 3ª Vara Civil de Linhares, juiz Thiago Albani, determinou que a Samarco retirasse as boias de contenção instaladas e abrisse a foz do Rio Doce para que a lama de rejeitos se dissipe no mar. Para a decisão, foram ouvidos técnicos ambientais do município e de órgãos como o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

A Samarco divulgou nota informando que toma as providências definidas pelo Ministério Público, Iema, Instituto Chico Mendes e Tamar, de modo a direcionar a lama para o mar e proteger a fauna e flora na foz do Rio Doce.

De acordo com a nota, a empresa fornece equipamentos para abertura do banco de areia que impede a chegada do rio ao mar no lado sul da foz. “Quatro máquinas trabalham 24 horas por dia nas escavações, com apoio de uma draga e bombas que ajudam no bombeamento da pluma”.

O documenTo informou também que a barreira de contenção continua sendo instalada nas margens do rio com o objetivo de proteger a fauna e flora, sem impedir o escoamento da lama para mar.

FONTE: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/11/23/interna_gerais,710713/lama-de-rejeitos-ja-toma-mais-de-77-quilometros-do-litoral-do-espirito.shtml

Em Minas, prefeita nega autorização para mineroduto da Manabi

Além do mineroduto, que passará por quatro municípios capixabas, empresa pretende construir um superporto em Linhares

A Associação Terra Azul e o Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais (FBOMS), entidades ligadas ao Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, divulgaram nota nessa segunda-feira (24), em que elogiam a postura da prefeita Darcira de Souza Pereira (PT), do município de Açucena, em Minas Gerais, por ter revogado a anuência para o mineroduto da Manabi S/A, previsto para passar também por municípios capixabas. 

Na nota, as entidades destacam a atitude da prefeita Darcira, que tem histórico de luta nos movimentos populares, e procurou saber o que significava a chegada de um mineroduto para a realidade do município. As entidades ressaltam que a prefeita “não adotou a postura típica de passividade e subserviência”.

O documento informa que a prefeita visitou as cidades de São Domingos do Prata, Nova Era, Santa Maria de Itabira, Dom Joaquim e Conceição do Mato Dentro, todas localizadas em Minas Gerais, que também estão no caminho para o qual o mineroduto da Manabi está projetado. Nesse locais, Darcira encontrou “comunidades revoltadas, indenizações injustas, não geração de emprego local, morte de nascentes, assoreamento das águas, acúmulo de resíduos por toda parte, cidades tomadas pela especulação imobiliária e pela inflação, propriedades dilaceradas, queda na produção agrícola e pecuária, famílias expropriadas, águas contaminadas, erosões por toda parte, paisagens depredadas, aumento da prostituição, queda no atendimento dos serviços públicos, dentre outras mazelas”.
 
Além dos problemas sociais que a implantação de um mineroduto pode causar, a Manabi pretende passar com seu duto por uma Área de Proteção Ambiental (APA), em Açucena, sem sequer registrar esse caminho em seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

As entidades também revelam que Darcira pode conferir que a Manabi afirmava uma inverdade ao dizer que Açucena era o único município que ainda não havia declarado conformidade diante do projeto, uma “forma de ampliar a pressão política”, como afirma a nota. O prefeito de Conceição de Mato Dentro, Reinaldo César de Lima Guimarães (PMDB), afirmou à prefeita de Açucena que também não dará declaração de conformidade para o empreendimento. 
 
A nota ainda destaca que a decisão de não conferir anuência ao empreendimento da Manabi pode impedir o licenciamento prévio do mineroduto, já que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) requer, como pré-requisito ao licenciamento, que todos os municípios afetados estejam em concordância, apesar de o Instituto estar atuando “lamentavelmente, como uma sucursal de interesses da referida empresa”, como retrata a nota. As entidades também esperam que a decisão da prefeita impacte toda a Bacia do Rio Santo Antônio e inviabilize o empreendimento.

Porto

Além do mineroduto, que no Estado cortaria os municípios de Marilândia, Colatina, Baixo Guandu e Linhares, a população se tornaria refém do Porto Norte Capixaba (PMC), cuja localização está planejada para o vilarejo de Degredo, próximo a Regência. A Manabi, empresa brasileira de mineração e logística, pretende extrair minério de ferro na região do Morro do Pilar, em Minas Gerais, e transportá-lo por meio do mineroduto até o superporto, gerido pela subsidiária Manabi Logística, que deverá exportar a matéria-prima extraída.

Os ditos investimentos se contrapõem à devastação ambiental e social que será provocada no vilarejo onde o empreendimento será instalado. Na verdade, o preço mais alto será pago pelas populações tradicionais de pescadores, que além de terem sua área de pesca completamente devastada, serão obrigadas a conviver com o avanço do minério na região. O superporto da Manabi causará danos até mesmo à comunidade de Regência, dada a proximidade do empreendimento com o balneário.

A Associação dos Pescadores da Barra do Riacho e da Barra do Sahy já declarou, reiteradas vezes, que é contra a implantação do empreendimento no local, pois inviabilizaria completamente a pesca na região, impactando cerca de 400 famílias que dependem da atividade. Além disso, a ocupação litorânea pode prejudicar um trabalho de preservação das tartarugas-gigantes, realizado pelo Projeto Tamar há mais de 30 anos e que somente agora começa a dar resultados.

Os danos do terminal são constantemente comparados à poluição e aos danos ambientais gerados pelos portos da Vale e da ArcelorMittal na Ponta de Tubarão, entre Serra e Vitória. Em uma audiência pública sobre o empreendimento, realizada em fevereiro último, o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), convocou os moradores dos municípios pelos quais passaria o mineroduto e para o qual está planejado o porto a criarem o “movimento dos atingidos pela Manabi”. Neto Barros, na ocasião, se declarou contrário ao empreendimento.

FONTE: http://seculodiario.com.br/16060/10/em-minas-gerais-prefeita-nega-autorizacao-para-mineroduto-da-manabi-1