Enquanto governo e mineradoras dançam tango da impunidade, o espectro da destruição sobrevoa MG

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Abordei ontem aqui neste blog, o ensaio do tango da impunidade que o governo Dilma e as mineradoras estão ensaiando para que o TsuLama da Samarco não receba a pesada punição financeira que o incidente demanda ( Aqui!).

Pois bem, as imagens abaixo vindas do site UOL e dos jornais Estado de São Paulo e  O Tempo dão conta de que as ” negociações” estão caminhando em favor de desobrigar a Samarco (leia-se Vale e BHP Billiton) de começaram a pagar pelos casos imensuráveis que o TsuLama está causando na bacia do Rio Doce e na região costeira do Espírito Santo.

Dessas imagens a minha favorita é a manchete da edição desta 4a .feira do jornal O Tempo que diz “União alivia Samarco de pagar R$ 20 bilhões”.  É que essa manchete expressa tão bem o conteúdo das “negociações” em curso que nem é preciso ler sequer a matéria que a mesma anuncia.

Mas quem clicar na imagem da matéria do mesmo jornal O TEMPO publicada ontem verá a frase lapidar do ministro da Advocacia Geral da União, Luis Inácio Adams, explicando o raciocínio em se aliviar a Samarco (leia-se Vale e BHP Billiton) de arcarem com suas responsabilidades. É que segundo Adams, a multa poderia matar o paciente (no caso a Samarco). O problema aqui é que o paciente que deveria ser salvo é outro, o Rio Doce. Mas na ânsia de livrar a cara das mineradoras, sequer a mísera multa de R$ 250 milhões imposta pelo IBAMA logo após a eclosão do TsuLama em 05.11.2015 foi recolhida. 

Mas enquanto o Estado brasileiro e as mineradoras dançam o tango da impunidade, duas matérias publicadas também no dia de hoje pelo site UOL e pelo jornal Estado de Minas mostram que o espectro da destruição causado pela combinação de negligência das mineradoras e leniência do Estado (seja ele representado na forma de governo federal ou estadual) continua fazendo com que o espectro da destruição continue bailando sobre os céus de Minas Gerais.

E o que vemos é que não apenas há um enorme risco potencial de que a montanha de rejeitos ainda presa em Bento Rodrigues escape, aumentando dramaticamente a dimensão do TsuLama, mas que já existe pelo menos um caso de outra barragem de rejeitos que se rompeu nos últimos dias em Minas Gerais. E essa bem próxima da cidade de Belo Horizonte.

Essa situação toda exigirá respostas bem mais duras para impedir que as dezenas barragens em condição considerada crítica explodam em diferentes partes do território mineiro. O problema é que a reação dificilmente partirá do Estado e das mineradoras.  Simples assim!