Relatório final da CPI da Pandemia aponta crimes sanitários misturados com fake news e corrupção

relatorio finalRelatório final da CPI da Pandemia apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ontem ocorreu o encerramento formal da chamada “CPI da Pandemia” que se deu com a leitura do seu relatório final. O documento final  produzida por essa rumorosa Comissão Parlamentar de Inquérito arrola uma quantidade significativa de crimes sanitários que aparecem misturados com casos de corrupção e também com a disseminação de notícias falsas (as chamada fake news). Quando combinados os fatos elencados pela CPI da Pandemia, o que se tem é um registro rico de fatos que deverão ficar para a história brasileira como um dos capítulos mais sombrios da ação do estado contra a população brasileira, especialmente os seus segmentos mais pobres.

O fato de que o presidente Jair Bolsonaro aparece como uma espécie de “Jack-of-all-trades” na condução desastrosa (e criminosa, segundo o relatório) da pandemia da COVID-19 não deve obscurecer o fato de que ele não agiu sozinho, mas que contou o auxílio prestimoso de muitos membros do seu governo, fossem eles civis ou militares, incluindo dois ministros da Saúde (Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga).

Ainda que seja mais provável que a maioria dos crimes fiquem impunes, o certo é que sem a realização desta CPI, o mais provável é que o governo Bolsonaro tivesse procrastinado ainda mais a compra de vacinas, aumentando o já estratosférico número de mortes pela COVID-19.  Apenas o fato de que a CPI da Pandemia teve como consequência a aceleração da compra de vacinas já a torna uma das mais meritórias na história do Senado Federal, independente dos políticos que a compuseram.

Para quem tiver interesse de ler o relatório final da CPI da Pandemia, basta clicar Aqui!

Com gestos obscenos, ministro da Saúde sintetiza catástrofe do governo Bolsonaro em Nova York

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Seja qual for o teor e efeitos práticos do discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU que ocorre nesta 3a. feira (21/09), a sua passagem pela cidade de Nova York já se transformou em um verdadeiro desastre de propaganda, ou ainda, em um verdadeiro desastre diplomático. É que acossados por manifestações contrárias, os membros da trupe do presidente brasileiro se expôs publicamente ao oferecer várias cenas deprimentes, a começar pela protagonizada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que fez gestos obscenos para manifestantes que protestavam em uma calçada nova iorquina (ver vídeo abaixo).

O fato é que ao fortalecer uma imagem de negacionista científico, carregando junto consigo seus ministros, Jair Bolsonaro acabou se colocando em uma posição de extrema fragilidade, o que deverá aprofundar ainda mais a crise que envolve o seu governo.

Some-se a essa situação  o perigo iminente de que, a partir da China, haja em breve uma nova onda recessiva no funcionamento do capitalismo. aos modos do que ocorreu em 2008 quando a Lehman Brothers naufragou, causando um forte abalo no funcionamento da economia global. Se a crise chinesa se confirmar, o presidente Bolsonaro e seu governo terão diante de si uma situação que o então presidente Lula não enfrentou, qual seja, uma diminuição abrupta da demanda pelas commodities agrícolas e minerais brasileiras pelo seu principal parceiro comercial. Se isso acontecer, as consequências terão efeitos semelhantes a um poderoso cataclisma.