
O jornal Folha da Manhã traz uma matéria sobre a entrega de casas construídas com verbas estaduais e federais pelo vice (des) governador Luiz Fernando, o Pezão (Aqui!). O que mais me chamou a atenção nessa notícia não foi a entrega das 138 casas que foram construídas por “módicos” R$ 6.045.571,62. O que realmente me chamou a atenção foi o tamanho das “casas”: 31 m2 para pessoas sem necessidades especiais e 41 m2 para pessoas portadoras!
Com certeza nenhum dos políticos que estarão entregando essas dádivas arquitetônicas deve viver numa sala de estar que seja menor que a maior das unidades! E o pior é que esses pseudo-conjuntos habitacionais na maioria das vezes sequer possuem áreas para expansão, o que dado o tamanho médio das famílias brasileiras deixa pouco mais de 6 m2 por pessoa. Esse tipo de adensamento forçado dos pobres é um acinte ao direito democrático à cidade. Além disso, como já tive a oportunidade de orientar uma dissertação de mestrado justamente sobre a construção de conjuntos habitacionais para os pobres, sei que além de não resolverem a questão da moradia de qualidade, esses conjuntos contribuem para precarizar a renda e aumentar o grau de segregação social que sues moradores já sofriam nos seus locais de origem.
Em suma: essas micro-casas só servem mesmo para criar uma falsa sensação de melhoria da moradia. E bastaria enviar os políticos para morar lá que logo veríamos isso mais claramente. E quanto ao preço das unidades? Essa já é uma questão para outra postagem!