Mortes por COVID-19 no Brasil, subnotificação é o teu nome

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Com um número “oficial” em torno de 628 mil mortes por COVID-19, o Brasil continua firme na posição de segundo país com mais mortes causadas pela doença gerada pela infecção com o novo coronavírus. O problema é que esse número está aquém do número real, visto a sabotagem governamental não apenas no combate à COVID-19, mas também na contagem dos contaminados e mortos. Há que se observar que subnotificação é uma característica do sistema de controle de doenças no Brasil. Apenas para se ter uma noção do problema, a intoxicação por agrotóxicos tem uma subnotificação de 50:1 (isto é, para cada caso notificado, outros 50 ficam sem ser devidamente registrados).

O interessante (na ausência de melhor palavra) é que existem poucas menções à deformação das estatísticas oficiais em torno da COVID-19. É como se os números precários divulgados pela mídia corporativa fossem os corretos, o que claramente não o é.  Apenas como referência, uma pesquisa do Datafolha em janeiro dá conta que os casos oficiais de contaminação por COVID-19 seriam apenas metade do que efetivamente aconteceu. Se isso for verdade, e a taxa de mortes seguir algo aproximado, chegaremos facilmente a 1 milhão de mortes que foi previsto pelo Imperial College de Londres logo no início da pandemia em 2020. O neurocientista Miguel Nicolelis, uma das poucas vozes que continuam alertando para a contínua gravidade da pandemia no Brasil, pontuou recentemente a possibilidade de que a subnotificação das mortes por COVID-19 “poderia ser alta” ( ver imagem abaixo).  Há ainda que se citar um estudo feito pela Fiocruz em 2021 justamente sobre as disparidades regionais dos impactos da pandemia.

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Da minha parte, considerando o espalhamento vertiginoso da variante “Ômicron” não tenho como deixar de deixar de apontar que não apenas a subnotificação de casos é alta, mas também a de mortos. As razões para essa consideração é que o processo de testagem no Brasil continua sendo precário, enquanto que o número de pessoas não vacinadas ou vacinadas de forma parcial continua sendo muito alto, o que possibilita a manutenção da pandemia em níveis graves, afetando especialmente os mais pobres em meio ao agravamento do processo de fome resultante das políticas ultraneoliberais do governo Bolsonaro.

Mas se olharmos para toda a movimentação político-partidária que está ocorrendo no âmbito das tratativas para alianças para as eleições que deverão ocorrer em 2022, o debate sobre continuidade da pandemia e seus efeitos devastadores sobre os brasileiros, especialmente os da classe trabalhadora, claramente não é uma das prioridades. A verdade é que essas articulações estão sendo feitas enquanto as lideranças políticas, incluindo aquelas que se dizem de esquerda, tropeçam sobre a multidão de cadáveres das vítimas das políticas negacionistas do governo Bolsonaro em relação à pandemia da COVID-19.  E é graças à omissão dessa situação que Jair Bolsonaro ainda continua sendo um candidato com chances viáveis de chegar ao segundo turno e até vencer as eleições presidenciais deste ano.

E é aí que a porca torce o rabo. Por que está se deixando passar a impressão de que a pandemia é uma etapa quase vencida no Brasil? Além disso, por que não está se discutindo os efeitos não apenas sanitários da pandemia, mas principalmente econômico sobre centenas de milhares de famílias que perderam seus provedores de renda não para o desemprego, mas para a COVID-19? Uma das principais consequências da característica etária dos mortos por esta doença é que um número considerável era de aposentados que eram o único aporte de renda para suas famílias. Ao não se fazer o debate sobre essa situação, o que se está  sinalizando é que as famílias atingidas serão deixadas ao léu por quem quer que seja que se eleja. E este me parece ser já o principal fato político desse início de corrida eleitoral.

À luz do que disse acima, me parece fundamental que a questão da subnotificação de contaminados e mortos pela COVID-19 seja colocado como elemento prioritária por aqueles que desejem que a corrida eleitoral tenha um mínimo de conexão com a realidade, sob pena de colaboração com o genocídio que está efetivamente em curso contra os brasileiros pobres.

Miguel Nicolelis debate ciência, Covid-19 e comunicação

Um dos neurocientistas mais renomados do mundo participa nesta quinta-feira (29) de webinar transmitido pela In Press Oficina

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O médico neurocientista Miguel Nicolelis. (Foto: Leticia Moreira/Folhapress)

Considerado pela Scientific American um dos 20 cientistas mais influentes do mundo em sua área, o neurocientista Miguel Nicolelis participa nesta quinta-feira (29) do webinar Arena de Ideias, com o tema “Cérebro, o criador do universo e a Comunicação”. Nicolelis vai abordar a importância da ciência para a Humanidade, incluindo a discussão sobre a vacina da Covid-19 e a possível segunda onda da doença.

Professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, Nicolelis é autor do livro “O Verdadeiro Criador de Tudo – Como o Cérebro Humano Esculpiu o Universo como Nós o Conhecemos”, no qual propõe que o cérebro humano é o verdadeiro criador do universo. O neurocientista também defende que a inteligência artificial jamais será capaz de superar o cérebro humano e compara as fake news a uma “batalha da informação”.

Participam da roda de entrevista a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins, especialista em gestão de crise; a diretora de Curadoria e Novos Produtos, Míriam Moura; e a Diretora de Relacionamento com o Poder Público, Fernanda Lambach.

O bate-papo será transmitido às 10h30, pelo canal da In Press Oficina no youtube. Faça sua inscrição pelo link http://bit.ly/31KiMC8

Miguel Nicolelis lança o livro “O verdadeiro criador de tudo” durante palestra virtual

O neurocientista Miguel Nicolelis participa de live para falar sobre seu novo livro, O verdadeiro criador de tudo, no qual apresenta uma teoria revolucionária que coloca o cérebro humano como o centro do universo. Na obra, ele mostra como essa nova perspectiva tem implicações na maneira de interpretar o passado, reconhecer o presente e decidir o futuro que queremos. O evento acontece hoje (10/08) a partir das 21h no canal do YouTube TV Rádio Big Bang.

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Serviço:

Lançamento do livro O verdadeiro criador de tudo – Palestra com Miguel Nicolelis

Segunda-feira (10/08) às 21h

Canal do YouTube: TV Rádio Big Bang (Aqui!)

Saiba mais sobre o livro:

Com a publicação de O verdadeiro criador de tudo, lançado no Brasil pelo selo Crítica da Editora Planeta, Miguel Nicolelis finaliza a trilogia iniciada uma década atrás com Muito além do nosso eu e Made in Macaíba, que apresenta o pensamento científico e humanístico apurado ao longo de 38 anos de carreira como cientista. Nesta obra, um dos neurocientistas mais aclamados da atualidade discute as criações do cérebro humano que inclui os mais diversos tipos de conhecimento, percepções, crenças, teorias científicas e filosóficas, culturas, tecnologias, obras de arte, ideologias, sistemas políticos e econômicos e todos os outros produtos mentais emanados do que ele chama do “computador orgânico” que virou o verdadeiro criador de tudo que a humanidade sonhou em fazer e fez. Neste contexto, Nicolelis propõe que o cérebro humano deveria ocupar o centro da nossa visão cosmológica de todo o universo e introduz detalhes da teoria que chama de Teoria do Cérebro Relativístico (TCR).

Miguel Nicolelis debate destruição da soberania e da ciência no Brasil

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Neurocientista mundialmente reconhecido, Miguel Nicolelis visita o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, na próxima terça-feira (25). Em debate, a destruição da soberania nacional e do futuro dos brasileiros. A atividade ocorre no auditório da entidade, situado na Rua Rego Freitas, 454, sala 83, próximo ao metrô República. Nicolelis contará com a companhia de Flávia Calé, presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Professor titular da Duke University (EUA), Nicolelis foi considerado um dos 20 maiores cientistas em sua área pela revista Scientific American e pela revista Época. Também foi o primeiro cientista a receber dois prêmios dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) no mesmo ano, além de ser o primeiro brasileiro a ter um artigo de capa na revista Science. Na Duke University, atua como pesquisador do Instituto Internacional de Neurociências Edmond & Lilly Safra (IIN-ELS). Nicolelis lidera o consagrado projeto Walk Again – “Andar de novo”.

Apesar do eixo “Ciência e Tecnologia”, o bate-papo com Nicolelis e Calé deve abranger não somente os ataques ao setor, mas também ao desmonte institucional, a destruição e o entreguismo praticados pelo governo Bolsonaro. A entrada é livre, bastando preencher o formulário através deste link: clique aqui.

Para quem não puder comparecer, haverá transmissão online na página do Barão de Itararé (clique aqui).

Com informações da assessoria de imprensa do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

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Este artigo foi originalmente publicado pelo Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo [Aqui!].

Miguel Nicolelis alerta que (des) governo Temer marcou o dia do juízo final da ciência brasileira

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O neurocientista Miguel Nicolelis, que é atualmente o mais reconhecido cientista brasileiro no mundo, usou a sua conta oficial no Twitter para corroborar o alerta feito pelo presidente da Capes em carta ao ministro da Educação alertou sobre as consequências desastrosas que o corte de R$ 300 milhões feito no orçamento da instituição para a ciência brasileira.

Em termos francos e diretos, Miguel Nicolelis afirmou que se nada mudar no orçamento do MEC de 2019, está marcado o dia do juízo final da ciência brasileira se nada mudar  (ver figura abaixo).

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Eu adicionaria apenas que apenas uma profunda mobilização da comunidade científica poderá impedir esse juízo final cuja consumação representará a vitória do projeto político que quer transformar o Brasil numa colônia exportadora de soja e olhe lá.

A coisa parece clara: ou a comunidade científica se mobiliza ou será exterminada. Simples assim, mas ainda altamente trágico.