Viu Online: Troca de e-mails na guerra contra Eike Batista

Jurista citada em julgamento que extinguiu ação dos acionistas minoritários da OGX contra empresário diz que magistrado não interpretou corretamente os estudos realizados |

Por Claudia Freitas

Reviravolta a vista na guerra jurídica entre Eike Batista e os minoritários da OGPAR, extinta OGX. A jurista Ada Pellegrini, autora do estudo que deu sustentação à decisão do juiz Fernando Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresaria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que em maio julgou extinta a ação civil pública ajuizada pelos acionistas minoriários contra Eike, afirma que o magistrado não interpretou corretamente a sua tese e contesta as conclusões do juiz na sentença.

A ação impetrada em abril de 2014 pela classe tem como justificativa os prejuízos causados com ações de Eike na OGX. O juiz não julgou o mérito da ação e acolheu o recurso apresentado pela defesa do empresário, alegando “uma inadequação” nos questionamentos dos minoritários.

A classe sustenta que a empresa na época presidida por Eike induziram os investidores a comprar ações da companhia, ocasionando prejuízos patrimoniais pela desvalorização dos papeis. Assim, defendem a tese do “direito individual homogêneo”.

Os advogados de Eike contestam o pedido e alegam que “o prejuízo dos acionistas não foi igual para todos”. “É evidente que os direitos são homogêneos (…) o juiz não entendeu minha posição. Bastaria ter lido meu trabalho até o fim”, afirma Ada Pellegrini, que teve o seu estudo longamente citado na sentença.

Ada se pronunciou por meio de e-mails trocados com o vice-presidente da Associação de Investidores Minoritários do Brasil, o economista Aurélio Valporto. “Entendemos que a ação civil pública é o instrumento que temos para propor ações que defendam a classe de acionistas, à semelhança das ‘class actions’ nos Estados Unidos”, diz Valporto em um dos e-mails.

“Por se tratar de uma sentença pioneira, que pode gerar uma jurisprudência que inviabiliza todas as ações civis públicas que tenham por fim representar a classe de acionistas no Brasil, entendemos que é de importância fundamental para o bem da sociedade que revertamos este entendimento”, argumenta o economista em seu texto.

No mesmo e-mail, Valporto avalia a decisão do juiz, citando três pontos polêmicos, na sua visão:

1 – “Não há homogeneidade uma vez que os acionistas compraram e venderam (e se venderam) em datas distintas”.

Este argumento contraria a lei 7.913 que legitima ação civil pública como ação de classe de acionistas. Não existe possibilidade alguma de sequer dois acionistas, ao acaso, comprarem e venderem suas ações no mesmo instante, quanto mais todos os acionistas de uma empresa. Se assim fosse, a lei 7913 perderia o sentido.

2 – “Não houve danos à coletividade, uma vez que restrito à seara dos acionistas”.

Argumento que demonstra desconhecimento em economia, antes de pertencer aos acionistas, a poupança pertence à sociedade, é ela que gera emprego e renda quando corretamente aplicada, alterando toda a dinâmica macroeconômica da sociedade. Quem foi desviada foi a poupança nacional, e minada a credibilidade no mercado de capitais, afastando investidores nacionais e estrangeiros. O Brasil está hoje, de fato, privado desta que é a mais eficiente forma de fomento da atividade econômica. Ademais, a própria lei 7.913 pacifica este ponto, uma vez que determina que a ação civil pública é o instrumento adequado, portanto o legislador sabe que este tipo de fraude sempre afeta toda a sociedade.

3 – “Os investidores estão cientes dos riscos de mercado”.

Este argumento é dos mais equivocados. Os investidores estão cientes dos riscos de mercado, e são estes riscos que eles assumem. Os riscos de mercado são riscos econômicos do empreendimento, não o risco jurídico de serem vitimados por fraudes. O risco jurídico das fraudes não tem absolutamente nada a ver com risco de mercado e não é considerado pelos investidores em suas análises de risco. É exatamente pelo não ponderável risco da fraude que a ação existe. Caso tivessem sido vítima de riscos de mercado, não existiria ação alguma, cível ou criminal, contra este réu.

FONTE: http://www.viuonline.com.br/troca-de-e-mails-na-guerra-contra-eike-batista/

Minoritários acusam ex-OGX de violar plano de recuperação, diz jornal

Um grupo de credores minoritários da Óleo e Gás (OGXP3), ex-OGX, pode entrar na Justiça para contestar o processo que viabilizou a conversão de R$ 13,8 bilhões em dívidas da OGX em títulos para os credores, entregando a eles o controle da empresa. A informação é do jornal “Valor Econômico” desta segunda-feira (20).

Segundo o Valor, comentava-se nos bastidores que representantes dos credores minoritários contestaram os advogados da OGX numa discussão “acalorada” na última sexta. “Com a aprovação da operação de capitalização [na quinta-feira], a assembleia de hoje [sexta-feira] perdeu sua finalidade. Não houve deliberação. Só serviu para confirmar o aumento de capital de ontem”, disse o advogado Flávio Ulian, do escritório Fratti/Ulian, que representa Marcelo Alves de Oliveira, um dos bondholders da OGX, presente na assembleia.

FONTE: http://economia.uol.com.br/ao-vivo/2014/10/20/direto-da-bolsa.htm

Eike consegue fechar acordo com credores da OGX

Acionistas minoritários terão perdas ainda maiores

Jornal do Brasil

O empresário Eike Batista conseguiu fechar um acordo com os credores internacionais da OGX – que trocou de nome passou a se chamar Óleo e Gás Partcipações – e deverá obter um novo financiamento de US$ 215 milhões para a companhia. A operação, segundo fontes do mercado, está sendo liderada pela Pimco e, de acordo com comunicado da própria empresa, financiamento será feito por meio da venda de duas parcelas de títulos que serão subscritos pelos credores. Com esse refinanciamento, Eike vai perder o controle da OGX.

A OGX, conforme o acordo, irá emitir debêntures conversíveis no valor de US$ 125 milhões. Os US$ 90 milhões restantes serão emitidos posteriormente. Na nota divulgada pela OGX, o atual presidente da empresa, Paulo Narcélio Simões Amaral, disse que estava muito satisfeito por ter chegado a um acordo com os credores, o que vai permitir, segundo ele, pagar o empréstimo-ponte, manter as operações e cumprir os compromissos. “Este acordo é um importante voto de confiança no potencial da OGX e um passo importante em nossa reestruturação, que, se aprovada, irá proporcionar à empresa um novo começo”, afirmou o diretor.

Emboa não tenha sido esclarecido no comunicado, o acordo firmado na madrugada deste sábado deverá prejudicar ainda mais os acionistas minoritários que detinham cerca de 50% das ações da empresa e, com o acordo, possivelmente, deverão ter essa participação bastante reduzida. De acordo com representantes desses acionistas, pelas informações que circularam antes de Eike fechar o acordo, os minoritários poderiam ficar com apernas 5% das ações.

A OGX deverá apresentar finalmente nesta próxima semana o plano de recuperação judicial, que é obrigatório para que a empresa possa continuar com o plano de recuperação. A apresentação do plano estava prevista para janeiro, mas foi prorrogada a pedido da própria empresa.

A dívida da OGX com credores internacionais chega a US$ 5,1 bilhões. Eike teve seu patrimônio de bilhões derretido a partir do ano passado devido às dívidas, depois que resultados decepcionantes na produção de seus poços de petróleo afugentaram os investidores.

FONTE: http://www.jb.com.br/economia/noticias/2014/02/08/eike-consegue-fechar-acordo-com-credores-da-ogx/

Eike Batista: o ano é novo, mas os problemas são velhos

O ano é novo, mas os problemas de Eike Batista são velhos. Ao entregar a ex-OGX para seus credores em troca do perdão de dívidas bilionárias, Eike “só” se esqueceu de combinar o jogo com os acionistas minoritários que agora prometem entrar com mais um processo judicial para defender seus interesses.

O interessante nisso tudo é que apesar de Eike Batista estar demonstrando uma bela capacidade de se livrar dos bilhões de papagaios que acumulou por causa do colapso financeiro do seu Grupo EBX, os acionistas minoritários estão provando ser uma tremenda pulga na cueca, assim por dizer.

E por isso que 2014 está começando com a maior cara de ano velho para Eike.

 

Em disputa 1

Dívida com os credores ou com a empresa?

O grupo de minoritários da OGX que já move uma ação na Justiça contra Eike Batista, seu pai, Eliezer Batista, e a CVM vai entrar, agora, com outro processo, desta vez contra Eike e os credores da petroleira.

Na véspera de Natal, foi anunciado um acordo pelo qual o ex-bilionário entregou a companhia aos credores em troca de novos aportes financeiros e do perdão de uma dívida de 1 bilhão de dólares que tinha com a OGX.

Do outro lado da negociação estavam os fundos americanos Blackrock e Pimco, que também serão alvo da ação dos minoritários. Segundo os minoritários, a dívida de Eike é com a empresa e não com os credores.

Por Lauro Jardim