Justiça de São Paulo envia para o Rio denúncia contra Eike Batista

SÃO PAULO  –  A Justiça Federal em São Paulo decidiu enviar ao Rio de Janeiro, por “declínio de competência”, a denúncia contra o empresário Eike Batista e sete executivos da ex-OGX por supostos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e indução de investidor a erro.

Os supostos crimes ocorreram na apresentação ao mercado de expectativas consideradas otimistas sobre reservas e produção da empresa de petróleo, entre 2009 e 2012.

O “declínio” ocorre quando uma seção Judiciária considera-se inapta para julgar um caso. Uma das razões possíveis seria o entendimento de que os crimes não ocorreram em São Paulo, como já indicou entender anteriormente, em outra denúncia ligada ao empresário.

Nem a Justiça Federal nem o Ministério Público em São Paulo informaram o motivo do envio para o judiciário fluminense.

A denúncia havia sido apresentada pela procuradora Karen Kahn, do Ministério Público Federal em São Paulo, em setembro. Tinha como base um conjunto de comunicados enviados pela empresa ao mercado, entre 2009 e 2011, com tom considerado otimista a respeito das reservas potenciais de petróleo da companhia, que, depois, mostraram-se infundadas. Não havia, contudo, sido convertida, até o momento, em ação penal.

Em entrevista à “Folha de S.Paulo” em setembro, a procuradora alegou entender que os casos deveriam ser julgados em São Paulo porque a cidade sedia a Bolsa de Valores e o mercado de capitais.

A OGX teve o nome mudado para Ogpar, no fim do ano passado.

O empresário já é alvo de uma ação penal na Justiça Federal do Rio, sob acusação de ter negociado ações da ex-OGX com informações privilegiadas (“insider trading”) e por ter manipulado mercado, entre 2012 e 2013. Nesse período, segundo a denúncia, o empresário vendeu ações sabendo que as reservas tinham menos petróleo do que se divulgava e o fez antes de a empresa ter vindo a público divulgar informações desfavoráveis, que derrubaram os preços das ações.

A pena somada para os três crimes (formação de quadrilha, falsidade ideológica e indução de investidor a erro), caso os denunciados sejam levados a julgamento e considerados culpados, pode chegar a 14 anos.

Na ação penal do Rio, que terá a primeira audiência no próximo dia 18, as penas podem chegar a 13 anos, caso o empresário seja julgado e condenado.

Uma outra denúncia, por “insider trading” e manipulação de mercado supostamente cometidos por Eike na negociação de ações do estaleiro OSX, em 2013, foi convertida em ação penal também na Justiça Federal em São Paulo. Em relação a essa denúncia, a Justiça havia inicialmente declinado a competência para o Rio, mas reconsiderou a decisão diante das alegações da procuradora.

Nesta quarta-feira, a ação penal relacionada à OSX teve seus autos enviados para o Rio, mas nem o Ministério Público Federal nem a Justiça Federal informaram se esta também teve declínio de competência.

Na semana passada, três ex-executivos da OGX também foram denunciados pela procuradora Karen Kahn por “insider trading”.

Sobre as denúncias de “insider trading” e manipulação do mercado, Eike Batista disse em setembro que as ações eram de credores e que a venda tinha como objetivo honrar compromissos da OGX.

Sobre o excesso de otimismo dos comunicados, ele alegou que as expectativas eram baseadas em dados técnicos.

(Folhapress)

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3777162/justica-de-sao-paulo-envia-para-o-rio-denuncia-contra-eike-batista#ixzz3Ith3oeOR

Exame: Justiça federal instaura ação penal contra Eike em SP

Fundador do grupo EBX é acusado de ter praticado manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas na negociação de ações da OSX

Mariana Sallowicz, do
VEJA SÃO PAULO
 Eike Batista

Eike Batista: empresário também é réu em outra ação, no Rio de Janeiro

Rio – A Justiça Federal aceitou hoje denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em São Paulo e instaurou ação penal contra Eike Batista por crimes financeiros.

O fundador do grupo EBX é acusado de ter praticado manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas na negociação de ações da OSX, sua empresa de construção naval.

O empresário também é réu em outra ação, no Rio de Janeiro. Nesse caso, é acusado de ter cometido crimes contra o mercado de capitais na negociação dos papéis da petroleira OGX (rebatizada de Óleo e Gás Participações).

As duas empresas estão em processo de recuperação judicial.

De acordo com a denúncia, o empresário vendeu quase 10 milhões de ações da OSX em 19 de abril de 2013, negócio que somou R$ 33,7 milhões. A transação teria sido realizada poucos dias depois de um reunião que definiu o futuro da companhia.

O novo plano de negócios previa uma série de cortes de custos e investimentos, o que demonstrava dificuldades de caixa da OSX.

As informações, que causariam queda significativa do valor das ações da empresa, só foram comunicadas ao mercado em 17 de maio, quase um mês depois da operação de Eike para vender seus ativos, aponta o MPF.

Segundo a denúncia, o empresário utilizou dados ainda desconhecidos pelos demais investidores para livrar-se de prejuízos de cerca de R$ 8,7 milhões que a depreciação das ações trariam a seu patrimônio.

Caso seja condenado pelo uso de informação privilegiada, Eike pode ser condenado à prisão por período de um a cinco anos e ao pagamento de multa de até três vezes o valor da vantagem obtida.

“O acusado deveria ter divulgado fato relevante ao mercado e à CVM, informando, em data anterior à venda de suas ações, o interesse da companhia em atualizar seu Plano de Negócios, com perspectivas negativas”, afirmou recentemente a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, autora da denúncia.

O juiz federal substituto Paulo Bueno de Azevedo acolheu um pedido de reconsideração do MPF e determinou que a ação tramitará em São Paulo.

Em decisão anterior, o juiz federal substituto Márcio Assad Guardia havia ordenado o envio dos autos para apreciação da Justiça Federal no Rio de Janeiro

Após manifestação do MPF, o juiz Paulo Bueno de Azevedo destacou que a manipulação de mercado ocorreu na capital paulista, já que informações que deveriam constar de um informe que a OSX divulgou na Bolsa de Valores de São Paulo foram omitidas.

“Somente a divulgação do fato relevante consubstanciou a manobra fraudulenta do crime em apreço. Como tal divulgação certamente ocorreu em São Paulo, ao menos no Boletim Diário de Informações da Bovespa, tenho que o crime se consumou neste momento”, escreveu o magistrado.

FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/justica-federal-instaura-acao-penal-contra-eike-em-sp

Calvário legal de Eike Batista não para. Agora ele foi denunciado por manipular mercado com ações da OSX

Pode até terminar tudo em pizza, mas os advogados de Eike Batista vão ter que mostrar que valem o dinheiro que o ex-bilionário vai ter que gastar com eles para se livrar de mais uma ação, agora do MPF-SP, por supostos crimes contra a ordem financeira.

De quebra, como mostra a notícia abiaxo, Eike Batista ainda colecione 11 processos na Comissão de Valores Mobiliários, e outros 11 casos estão em fase de análise e também poderão vir a se transformar em processos.

Em suma, Eike Batista vai ter que gastar um bom dinheiro com Sérgio Bermudes e outros advogados de sua equipe.

MPF-SP denuncia Eike por manipulação de mercado com ações da OSX

Por Ana Paula Ragazzi | Valor

Valor

RIO  –  O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) denunciou o empresário Eike Batista por uso de informações privilegiadas nas negociações com ações do estaleiro OSX.

No sábado, o MPF no Rio denunciou o empresário pelo mesmo motivo e também por manipulação de mercado, mas por conta de negociações envolvendo a  petroleira OGX. O MPF-RJ pediu o bloqueio de todos os ativos financeiros de Eike no Brasil, o arresto de seus bens imóveis (casas, apartamentos) e móveis (carros, barcos, aeronaves) até o limite de R$ 1,5 bilhão.

Desde o colapso do Grupo EBX, um ano atrás, as empresas do grupo e seus administradores acumulam 11 processos sancionadores na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Outros 11 ainda estão em fase de análise e poderão tanto evoluir para processos sancionadores quanto ser arquivados.

O advogado Sergio Bermudes informa que Eike ainda não foi citado pois está fora do Brasil, com retorno previsto para esta semana. Depois que o empresário for citado, terá um prazo para apresentar sua defesa prévia.

Hoje, o MPF em São Paulo pede que o empresário seja condenado ao pagamento da multa máxima prevista em lei, equivalente a três vezes os R$ 8,7 milhões obtidos ilegalmente. A investigação ocorreu porque, em  19 de abril de 2013, Eike vendeu  em bolsa quase 10 milhões de ações da OSX, negócio que totalizou R$ 33,7 milhões. A transação foi realizada poucos dias depois de uma reunião que definiu o futuro da companhia. O novo plano de negócios previa uma série de cortes de custos e investimentos, como a paralisação de obras no estaleiro, a suspensão temporária de participação em novas oportunidades e a venda de ativos sem utilização imediata, o que demonstrava dificuldades de caixa da OSX.

As informações, que causariam queda significativa do valor das ações da empresa, só foram comunicadas ao mercado em 17 de maio, quase um mês depois da operação de Eike para vender seus ativos. Ou seja, na avaliação do MPF em São Paulo o empresário utilizou informações ainda desconhecidas pelos demais investidores para livrar-se de prejuízos que a depreciação das ações traria a seu patrimônio. No pregão do dia 20 de maio, o primeiro após a comunicação do fato relevante, as ações da OSX caíram  10,39%, para R$ 2,50. Segundo o ministério, que trabalhou com informações encaminhadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a diferença entre os valores na data do negócio e depois da baixa preservou Eike de perdas da ordem de R$ 8,7 milhões e gerou prejuízo potencial suportado pelo mercado investidor de R$ 70,3 milhões.

Eike  alegou ter negociado seus ativos para levar a quantidade de ações da OSX em circulação na bolsa para 25%, conforme exige o Novo Mercado. Porém, a avaliação do MPF foi de que o ajuste não é suficiente para justificar o negócio, pois o empresário deixou para cumprir o regulamento no limite do período concedido.

Para a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, autora da denúncia, Eike deveria ter divulgado o fato relevante ao mercado e à CVM informando, em data anterior à venda de suas ações, o interesse da companhia em atualizar seu plano de negócios com perspectivas negativas. “Nesse caso, uma vez divulgado o fato, não haveria qualquer impedimento para venda de suas ações, uma vez que o mercado investidor já estaria informado sobre a situação da companhia”, afirma a procuradora em comunicado do MPF.

Segundo a procuradora, Eike “agiu de forma fraudulenta e escusa, sem a devida transparência, lisura e lealdade que se espera de um acionista controlador de uma companhia aberta, listada no rol das empresas do Novo Mercado, que, em tese, devem atender a todos os princípios da mais alta governança corporativa e moralidade em sua atuação no mercado mobiliário e financeiro”.

FONTE: http://www.valor.com.br/politica/3696152/mpf-sp-denuncia-eike-por-manipulacao-de-mercado-com-acoes-da-osx#ixzz3DQdhapPa