Os graves custos das lições não aprendidas do Morro do Bumba

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Trabalhos de busca por vítimas após deslizamento em Niterói (RJ) — Foto: Reprodução/TV Globo

Há quase 8 anos atrás a tragédia do Morro do Bumba na cidade de Niterói (RJ) chocou o Brasil quando uma mistura de lama e lixo rolou abaixo e resultou na morte de pelo menos 47 pessoas [1]. Naquele incidente ficaram explícitas lições sobre as necessidades de se instalar um modelo mais democrático de uso da terra urbana e de se estabelecer formas de gestão ambiental que impedissem a repetição deste tipo de incidente que normalmente clama a vida das pessoas mais pobres que são empurradas para áreas de difícil ocupação pela especulação imobiliária.

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Pois bem, as lições não aprendidas sempre voltam para assombrar sociedades que teimam em se manter cegas em relação às consequências de seu próprio funcionamento.  Essa verdade ficou agora explícita na destruição de parte da comunidade que habitava o Morro da Boa Esperança, também em Niterói [2]. Agora já se contaram 14 mortos, número que pode aumentar já que as operações de resgate ainda estão ocorrendo.

Interessante notar que ao contrário do que pregam os negacionistas das mudanças climáticas, estamos entrando num período histórico que cada vez mais veremos eventos climáticos extremos, seja para secas ou chuvas extremas. Basta ver o que está acontecendo na Califórnia que está sendo palco de um período de seca extrema que criou focos gigantescos de incêndios que já consumiram cidades inteiras [3], no mesmo momento em que o Rio de Janeiro está sendo afogado por chuvas extremas.  Que ninguém se surpreenda, mas esse é o padrão aparentemente desconexo que exemplifica melhor as mudanças climáticas que estão ocorrendo na Terra em função da contínua emissão de poluentes na sua atmosfera.

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Morador observa fogo próximo de sua residência na Califórnia.

É no meio dessa situação que muitos governos nacionais estão adotando medidas radicais para não se diminuir suas emissões de poluentes mas para, principalmente, ajustar seus protocolos de resposta aos eventos climáticos extremos que se tornarão o normal.  Enquanto isso no Brasil, o que temos é a destruição do Ministério do Meio Ambiente que resultará no desmantelamento das nossas frágeis estruturas de proteção e gestão ambiental. E tudo isso para facilitar a ação de pilhagem em biomas que são fundamentais para manter a regulação climática da Terra.

Depois não venham reclamar ou dizer que tudo é culpa da Natureza. O Morro do Bumba e o da Boa Esperança estão aí para mostrar que sociedades que teimam em não aprender as lições de seus próprios defeitos serão as que pagarão mais caro pelo despreparo pelas mudanças ambientais que estão ocorrendo debaixo de nossos narizes.


[1] https://istoe.com.br/64153_A+MORTE+NO+LIXAO/

[2] https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/11/10/bombeiros-fazem-resgate-em-desabamento-em-niteroi-rj.ghtml

[3] https://www.theguardian.com/world/2018/nov/09/california-fires-malibu-evacuations-latest-news-updates-today

Câmara de Vereadores de Niterói convoca audiência pública contra demissões no COMPERJ

A Câmara de Vereadores de Niterói decidiu realizar uma audiência pública sobre as demissões ocorridas no COMPERJ após a greve dos trabalhadores. A audiência vai ocorrer no dia 16/05 a partir das 18:00 horas na sede da Câmara em Niterói. 

Esta audiência ocorre num momento em que se estima que 6.000 trabalhadores foram demitidos após a greve, inclusive trabalhadores com estabilidade no trabalho em função de sua participação em Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs).

Abaixo segue a convocação para este importante audiência.

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Metalúrgicos do estaleiro BRASA recebem solidariedade ao seu movimento de greve

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Os trabalhadores do Estaleiro BRASA estão em greve desde o dia 15 de abril. O estaleiro que é responsável pela construção da “Plataforma Cidade de Ilha Bela”, um contrato de R$ 2 bilhões com a PETROBRÁS, demitiu 14 trabalhadores membros da CIPA, todos com estabilidade legal, dos quais 4 fazem parte da Comissão de Fábrica, eleitos através de abaixo-assinado com mais de 2.100 assinaturas. A crescente mobilização dos trabalhadores metalúrgicos da cidade, através da constituição de legítimas Comissões de Fábrica, é uma conseqüência direta da omissão e traição da direção sindical que tem conseguido através de sucessivas manobras se manter no controle do Sindicato desde 2008, adiando já por mais de 3 anos as eleições.

Tal situação conta com a omissão do Ministério Público do Trabalho e da própria Justiça do Trabalho que, apesar das inúmeras denúncias, ignora as sucessivas traições deste sindicato aos mais caros interesses dos trabalhadores. Contra as atitudes da direção sindical que, a revelia dos trabalhadores, negocia o parcelamento de pagamentos de direitos como a PLR – Participação nos Lucros e Resultados é que a massa metalúrgica se rebela, seguindo o exemplo dos bravos garis da COMLURB que, contra a direção sindical pelega e o próprio prefeito do Rio, obtiveram conquistas históricas para sua categoria, transformando-se em exemplo de luta para todos os trabalhadores do estado e do país.

Veja abaixo manifestação do vereador Paulo Eduardo do Psol de Niterói.