Não gosto de me sentir um estraga prazeres, mas faz tempo que chego no último dia de cada ano sem a ilusão de que deixaremos para trás todo o mal e desfeitas que nos impingem ao longo de 365 dias. Aliás, quando lembro que a contagem que seguimos no chamado ocidente é apenas uma das muitas, quase que dou de ombros para a meia-noite. Pior ainda que, por causa do horário de verão, sempre enterramos o no velho uma hora antes do que seria devido.
Mas para não parecer um velho ogro de mal com a vida, aproveito desse espaço para enviar meus desejos de que os meus companheiros de viagem tenham um ano de saúde para poderem enfrentar os contínuos desafios impostos pela sociedade capitalista que nos ameaça com a precarização completa da existência humana, apenas para que um punhado de escolhidos possam viver vidas nababescas em meio à desgraça da maioria da espécie humana.
Como Leon Trotsky dizia, a crise da humanidade se reduz à crise da direção revolucionária. Assim, que em 2014 possamos trabalhar para constituir uma direção política que permita à maioria da humanidade se libertar da escravidão da consumismo e da ideologia que a sustenta. No plano objetivo do Brasil, que não nos deixemos iludir pelas manobras dos que querem retornar o nosso país à condição de colônia em nome de um modelo de capitalismo supostamente dentro dos limites das possibilidades. Independente de resultados eleitorais, saberemos ao final de 2014 se avançamos não pela contagem dos eleitos ditos de esquerda, mas sim pela quantidade de manifestações que ocorrerão a despeito do forte aparato policial que será usado para calar a voz da classe operária e da juventude.
Que os descontentes com o sistema do consumo e da guerra se livrem dos limites impostos pela lógica da mudança dentro dos limites aceitáveis e que ousem começar a construir um novo modelo de sociedade. Esses são meus votos para 2014.
Finalmente, deixo para os leitores deste blog uma frase saída do último parágrafo do testamento político de Leon Trotsky:
A vida é bela, que as gerações futuras a limpem de todo ó mal, de toda opressão, de toda violência e possam gozá-la plenamente.”